CONTROLE DO CASCUDINHO DOS AVIÁRIOS

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CONTROLE DO CASCUDINHO DOS AVIÁRIOS ALPHITOBIUS DIAPERINUS
COM FUNGO Beauveria bassiana EM AVIÁRIO DE FRANGO DE CORTE
Elisângela Rodrigues (PIBIT/CNPq - UNIOESTE), Luis Francisco Angeli Alves
(Orientador – Produtividade em pesquisa, e-mail: [email protected]), Daliana
Hisako Uemura (Apoio técnico – CNPq), Victor M. Alves (PIC/UNIOESTE), Rafaela
Barbosa Pares (PIBIC/CNPq) – UNIOESTE), Marina Andressa Formentini (Bolsista
de pós-graduação – CNPq)
Resumo
Tendo conhecimento dos prejuízos causados pelo cascudinho dos aviários
(Alphitobius diaperinus) (Coleoptera: Tenebrionidae) na avicultura, e tendo noção do
problema de se utilizar inseticidas químicos no controle do mesmo, este trabalho
teve por objetivo avaliar a ação do fungo Beauveria bassiana, contra o cascudinho
em um aviário de frangos de corte.
O trabalho foi realizado em dois aviários
comerciais, em Formosa D’Oeste, PR, sendo em deles aplicado o fungo na
concentração de 7 ×108 conídios/mL (aviário 1) e no outro (aviário 2) aplicou-se
inseticida químico à base de cipermetrina (1 L/1000 L de água). Previamente e
posterior a aplicação foram realizadas amostragens na cama do aviário, contando-se
o número de adultos em 14 pontos distintos. Verificou-se que previamente ao
tratamento, ambos os aviários apresentavam população entre 2500 e 3000 insetos.
Contudo, após a aplicação, tanto do inseticida químico como de fungo, houve uma
substancial redução de insetos, sendo a re-infestação no aviário 1 (tratado com
fungo) de 20,9% e no Aviário 2 (tratado com inseticida químico) 25,7%, não havendo
diferença significativa entre eles. Considerando a importância da utilização de
métodos alternativos no controle do cascudinho, o resultado é satisfatório, pois indica
bom potencial de uso em larga escala.
Palavras-chave: produção animal, controle biológico, entomopatógeno
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Graduanda em Ciências biológicas, I.C., Universidade Estadual do oeste do Paraná- UNIOESTE,
www.unioeste.br10)
Introdução
A avicultura brasileira vem evoluindo a cada ano, desempenhando um papel
internacional significativo. Porem com esse crescimento surgiram também sérios
problemas relacionados aos insetos-praga, como é o caso do A. diaperinus, o
popular “cascudinho” de aviário. Este é um inseto cosmopolita, primeiramente
conhecido como praga de grãos armazenados, que foi introduzido nos aviários
junto à ração para aves, adaptando-se às condições fornecidas por esse ambiente,
onde se tornou a principal praga (O’Connor, 1987). Devido à sua alta população
nos aviários, as aves acabam alimentando-se dos mesmos e deixam de ingerir a
ração balanceada, além de sofrerem ferimentos no sistema digestório. É também
considerado potencial vetor de fungos, bactérias, vírus e protozoários, causadores
de doenças às aves (IBIAPINA et al. 2005). A forma mais comum de controle do
cascudinho é o uso de inseticidas, principalmente de piretróides. No entanto, este
controle pode causar intoxicação nos avicultores e nas aves, selecionar insetos
resistentes e eliminar os inimigos naturais (PEREIRA et al., 1998). Assim, faz-se
necessário o estudo de métodos alternativos de controle, onde se destaca o
controle biológico utilizando fungos entomopatogenicos como Beauveria bassiana,
o qual se mostrou um promissor agente de controle, em estudos prévios em
condições de laboratório (GEDEN et al., 1998; ROHDE et al., 2006).
Material e Métodos
O trabalho foi realizado em duas etapas: comparação em laboratório, dos isolados
de B. bassiana CG 716 e UNIOESTE 04; aplicação em campo do isolado mais
virulento. Na primeira etapa, utilizou-se 15 insetos adultos, os quais foram imersos
em 1mL de suspensão dos diferentes isolados, agitados por 10 segundos em copos
plásticos. O excesso foi retirado e os insetos foram transferidos e mantidos em
placas de Petri, contendo papel-filtro no fundo e ração estéril para aves em seu
interior. O experimento foi mantido em câmara úmida, em condições controladas de
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temperatura e luminosidade (26±1°C e 14 horas de luz), sendo avaliado diariamente,
durante 10 dias. Os insetos mortos foram imersos em álcool 70% e água destilada,
sendo transferidos individualmente para a câmara úmida e mantidos nas mesmas
condições descritas a fim de permitir o desenvolvimento dos fungos, confirmando o
agente causal da mortalidade. O isolado UNIOESTE 04 foi o mais eficiente no
controle do cascudinho, sendo então submetido à segunda etapa do trabalho. Foram
utilizados 2 aviários, sendo o aviário 1 tratado com fungo e o aviário 2 foi
considerado testemunha e não recebeu tratamento algum. Foram demarcados 14
pontos distintos de amostragem da cama, sendo seis junto aos pilares, quatro junto
às muretas e quatro sob os comedouros. O fungo utilizado foi produzido em arroz
pré-cozido e a suspensão de conídios para a aplicação no aviário foi preparada por
lavagem dos grãos de arroz em água + óleo emulsionável vegetal (1200L: 6L). As
amostras foram coletadas para quantificação da população de insetos adultos pré e
pós-tratamento. A aplicação do fungo foi feita em toda a extensão do aviário,
incluindo muretas e paredes. Encontram-se em fase de tabulação as avaliações do
segundo e terceiro lotes de aves.
Resultados e Discussão
Verificou-se que previamente ao tratamento, ambos os aviários apresentavam
população entre 2500 e 3000 insetos. Contudo, após a aplicação, tanto do inseticida
químico como de fungo, houve uma substancial redução de insetos, sendo a reinfestação no aviário 1 (tratado com fungo) de 20,9% e no aviário 2 (não tratado).
Apesar de pequena, a diferença indica um potencial da estratégia que será
confirmado pela continuidade da avaliação ao longo dos lotes subseqüentes.
Considerações Finais
Considerando a importância da utilização de métodos alternativos no controle do
cascudinho, o resultado é satisfatório, pois indica bom potencial de uso em larga
escala.
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Referências Bibliográficas
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PEREIRA,
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Segurança
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(Panzer) (Coleoptera: Tenebrionidae). Neotropical Entomology, Londrina-PR, v. 35,
p. 231-240, 2006.
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