Espécies Exóticas de Agave no Paisagismo Urbano

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ESPÉCIES EXÓTICAS DE AGAVE NO PAISAGISMO URBANO DE BAIRROS DO
MUNICÍPIO DE GOIÂNIA (GO)
PARADA.A; GILBERTI, M
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi localizar, mapear e identificar duas espécies estrangeiras de Agave
introduzidas em projetos paisagísticos de bairros residenciais de Goiânia (GO). Metodologia: Revisão
bibliográfica, caracterização morfológica, quantificação e registro da distribuição geográfica das
espécies estudadas. A fim de garantir condições ambientais similares durante pesquisa de campo,
foi realizado um recorte espacial que correspondeu um segmento de 7 km, e delimitado um
polígono de estudo perpassando seis bairros: Jardim Atlântico, Parque Anhanguera, Parque
Amazonas, Jardim América, Nova Suíça e Setor Marista. Resultados: Na área selecionada foram
quantificados 20 agrupamentos, que reúnem 250 exemplares cultivados, de espécies que foram
identificadas como Agave Americana e Agave Salmiana. Discussão: Foi detectada uma excessiva
utilização dessas duas espécies exóticas estrangeiras no paisagismo urbano de Goiânia. Os
resultados encontrados indicam que por não apresentarem predadores locais e possuírem um ciclo
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reprodutivo autônomo, as espécies identificadas encontram-se, atualmente, em risco de
naturalização. Considerações:
O estudo reúne dados que contribuirão para a identificação
taxionômica de tais espécies, e a avaliação do impacto ambiental da população de A. Americana e
A. Salmiana, cultivadas na cidade de Goiânia. A pesquisa revela a necessidade de realização de
estudos complementares para o manejo e controle mecânico de propagação dessas espécies, que a
longo prazo pode colocar em risco a biodiversidade local, com uma possível invasão de áreas verdes
próximas.
Adriana Parada é Especialista em Gestão do Desenvolvimento Local e Mestre em Fundamentos dos Processos
Educativos. Atualmente coordena o Coletivo Cultural Koskatl e participa da Rede de diálogos CASA BRASIL
DIGITAL.
Marcela Gilberti é Bióloga e atualmente trabalha no Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos, instalado
no Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna na cidade do Guarujá/SP.
ESPÉCIES EXÓTICAS DE AGAVE NO PAISAGISMO URBANO DE BAIRROS DO
MUNICÍPIO DE GOIÂNIA (GO)
PARADA.A; GILBERTI, M
INTRODUÇÃO
Uma espécie vegetal é considerada exótica quando sua ocorrência em certa região geográfica
não ocorreria naturalmente sem a intervenção humana (Leão, 2011). É o caso das espécies Agave
Americana e Agave Salmiana que, originárias do México e América Central, foram introduzidas no
Brasil, na década de 1990 para atender a projetos paisagísticos.
Algumas espécies exóticas, adaptam-se ao novo ambiente, podendo tornar-se produtivas e de
forma eventual produzir descendentes (causais). Outras espécies exóticas conseguem, de forma
consistente, se reproduzir e manter uma população autônoma, passando para um estágio de
naturalizada. Existe ainda a possibilidade da espécie exótica passar pelo estágio de naturalização e se
dispersar até se tornar invasora: conseguem reproduzir-se, manter uma população viável de forma
autônoma, se dispersar e se reestabelecer em áreas distantes no local de introdução, invadindo uma
nova região geográfica. É o caso da Agave Americana, utilizada como planta ornamental do Distrito
Federal.
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Num levantamento realizado em 2002 no Parque Nacional de Brasília, após a ocorrência de
fogo em uma área de 100 m², foi constatada a presença de exemplares de Agave Americana de forma
agregada (Horowitz, 2003). Por classe de tamanho, foram contados: 233 indivíduos com menos que
10 cm; 703 entre 11 a 30 cm; 101 entre 31 a 60 cm. Acima dessa faixa, 16 indivíduos.
Em 2007, de acordo com o levantamento das espécies exóticas arbóreas e arbustivas realizado
pelo IBAMA (Horowitz, 2007) a Agave Americana foi considerada uma espécie exótica invasora no
Distrito Federal, em estágio intermediário/avançado de dispersão/colonização espontânea. O estudo
descreve que no Parque Nacional de Brasília a população de Agave Americana compõe-se por
indivíduos com padrões de distribuição, conforme a localização na mata (agregado) em stand
monoespecífico, e no cerrado: isolado e agregado. Verificou-se que, no padrão stand monoespecífico,
há predominância de plantas jovens no sub-bosque da mata. Também no cerrado a distribuição etária
apresentou predomínio de exemplares jovens.
Em 2013 um novo estudo sobre espécies invasoras no Parque Nacional de Brasília (Horowitz,
2013) classificou a Agave americana L. (piteira) e a Agave sisalana Perrine (sisal) como espécies
Exóticas, invasoras com risco potencial médio/alto (MA). Nas Zonas de Uso Intensivo e Zonas de Uso
Especial foi iniciado um plano de controle mecânico de propagação. Os indivíduos adultos vêm sendo
monitorados e sujeitos a ações de manejo, para que se cortem os pendões de inflorescência antes da
formação dos bulbilhos.
O Agave, também chamado de Maguey, é uma planta largamente cultivada no México e na
América Central desde a época pré-hispânica. Em Goiás algumas espécies de Magueys vêm sendo
largamente cultivadas nas áreas urbanas desde a década de 1990. Localmente chamadas de Agave
Americana ou Agave Azul são valorizados pela exuberância e resistência à longos períodos de seca,
sendo uma excelente alternativa de produção, pois requerem poucos cuidados.
O objetivo deste trabalho foi localizar, mapear e identificar duas espécies estrangeiras de
Agave introduzidas em projetos paisagísticos de bairros residenciais da cidade de Goiânia.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O AGAVE OU MAGUEY
Os Magueys (A. Salmiana e A. Americana) fazem parte do sub-reino das plantas vasculares, do
grupo de angiospermas (que produzem flores). Tais plantas vasculares contém tecido condutivo para
transportar componentes orgânicos dentro da planta, denominadas traqueófitas. Os Magueys são
monocotiledôneas classificados segundo o número de cotilenones ou folhas iniciais produzidas pelo
embrião de uma semente (Nobel, 1998).
O Maguey requer um longo período de tempo para alcançar a maturidade fisiológica. De
acordo com ACOSTA (1950) é uma planta herbácea com um ciclo de crescimento e maturação que
varia de acordo com as condições climáticas e de solo (entre 10 a 18 anos). Com uma raiz limpa e
robusta (rizoma rasteiro) possui um talo único (pouco desenvolvido), sem ramificações, geralmente
ocultado pelas folhas em sua etapa imatura.
ALVARADO (1969) detalha que as folhas ou pencas lanceoladas, carnosas e abundante em
fibras, medem de 1,20m a 2,00m. Apresentam coloração verde acinzentado ou azulada e são
dispostas em forma de roseta ao redor do talo (basal). São firmes e ligeiramente côncavas de cima
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para dentro, ladeadas por uma fileira de espinhos que termina no ápice com uma espinha que varia
entre 1cm e 4 cm de comprimento. A superfície das folhas é coberta por uma membrana resistente e
esbranquiçada e em sua espessura possui fibras longitudinais muito resistentes e maleáveis. No ápice
do Caule, bem no centro da roseta gigante, está a haste floral que no período de maturidade emerge
verticalmente para cima, crescendo de 4 a 10m de altura.
O Maguey florece uma única vez (monocarpismo) a partir de uma ramificação em forma de
candelabro, dando origem a centenas de panículas conjuntas de flores tubulares de 5 cm de
comprimento, de cor amarelo-esverdeado, formadas por seis pétalas, estames e um longo ovário
tripartite. O fruto é uma cápsula triangular, prismático oblongo com aproximadamente 4cm de
comprimento e cheio de sementes. As sementes são negras, planas, medindo aproximadamente 6 a
8 mm. Germinando nos pedúnculos florais os frutos são rapidamente substituídos por perfilhos.
Quando não fecundadas as flores desenvolvem bulbos que são miniaturas perfeitas da planta
matriz, com algumas folhas, pedúnculo curto e radículas que caem no chão e brotam. Propagam-se
ainda por brotos rizomatosos que nascem ao redor na planta mãe a partir do segundo ano de plantio.
Uma vez produzidos os frutos e/ou os bulbos, a planta morre.
METODOLOGIA:
O presente estudo foi realizado nos anos de 2015 e 2016, na cidade de Goiânia (GO). Teve
como objetivo localizar, quantificar, mapear e identificar duas espécies exóticas de Agave
introduzidas em projetos paisagísticos de bairros residenciais de Goiânia (GO).
Goiânia, capital do Estado de Goiás, possui uma área territorial de 789 km², e uma população
de um milhão e quatrocentos mil habitantes. A fim de garantir condições ambientais similares durante
pesquisa de campo, foi realizado um recorte espacial que correspondeu um segmento de 7 km,
partindo do diâmetro norte sul da área do município, no sentido sudoeste. Foi delimitado um polígono
de estudo, que corresponde a 2.5% da área urbana de Goiânia, subdividido em 20 agrupamentos que
perpassam seis bairros: Jardim Atlântico, Parque Anhanguera, Parque Amazonas, Jardim América,
Nova Suíça e Setor Marista. Foi realizado um levantamento quantitativo do número de exemplares
cultivados.
A identificação prévia dos exemplares se deu por meio de observação das folhas, a partir das
características listadas por Gentry (1982): dispostas em forma de roseta ao redor do talo (basal);
lanceoladas e carnosas, medindo mais de 90 cm de comprimento; coloração verde acinzentado ou
azulada e ladeadas por uma fileira de espinhos que termina no ápice com uma espinha de
aproximadamente 3cm de comprimento.
Avaliação: O tipo de avaliação selecionado para a pesquisa foi a visual, mediante observação
de várias plantas e partes de plantas individuais, seguindo as diretrizes do Guia Técnico de Descrição
Varietal para Agave (SNICS, 2014). O guia é baseado nos critérios estabelecidos pela União
Internacional para a Proteção das Espécies Vegetais. Para identificação morfológica foi criada uma
tabela reunindo 22 caracteres de agrupamento, categorizados a partir das chaves descritoras das duas
espécies.
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Tabela contendo: agrupamento (planta, folha e proliferação), chaves descritoras de Agave (caracteres) e itens
encontrados nas espécies avaliadas em Goiânia (A.Americana e A Salmiana):
Da população de Magueys encontrada no estudo foram selecionados 250 exemplares que
convivem dentro do mesmo espaço geográfico. As plantas foram agrupadas por espécie,
quantificadas, georreferenciadas e os dados coletados foram incluídos em banco de dados específico.
A fim de subsidiar pesquisas futuras sobre o impacto ambiental da presença dessas espécies, os
exemplares estudados tiveram sua fase de maturação divididas em 4 etapas:
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RESULTADOS:
Dos 250 exemplares avaliados, 200 foram identificados como Agave Americana e 50
exemplares como Agave Salmiana. Uma análise mais detalhada realizada nas plantas identificadas
como A. Salmiana revelou algumas diferenças em relação às chaves descritoras da seção Salmiana
do Agave na estrutura das plantas e no formato das folhas. Tais diferenças se mantiveram em 98%
das plantas observadas: a estrutura das plantas se apresenta com o diâmetro das rosetas maiores e
as folhas apresentam formato mais alargado na parte mediana. Em 100% dos exemplares avaliados
constatou-se a ausência de propagação por brotos rizomatosos.
Descrição morfológica da Agave Americana no Município de Goiânia
Os caracteres morfológicos das plantas no município de Goiânia foram compatíveis com a
combinação de caracteres proposta por Gentry (1982) para A. Americana. Os exemplares estudados
apresentaram as seguintes características: Plantas de tamanho mediano, com diâmetro de roseta de
pequeno a médio, folhas em formato de espátulas, eretas, glaucas, com a superfície lisa, borda
serrilhada e amplamente dentada, com espinha terminal medindo menos de 3 cm a 4 cm de
comprimento.
Agave Americana. Fotos: Adriana Parada
Inflorescência da A.Americana:
O pedúnculo, ou talo floral, é esverdeado, alto, com 6 a 10 metros de altura, sendo que sua
base mede entre 25 e 45cm de circunferência. De contorno geral ovalado é composto de brácteas
com 25 a 45 cm de comprimento, sendo fértil no quarto superior,. Talo floral é do tipo panícula,
flexível, com ramos primários de até 1 metro de largura. As flores medem de 6 a 7.5 cm de
comprimento, com formato afunilado e cor amarelada. O receptáculo floral mede cerca de 2 a 3 cm
de comprimento, de formato oblongo, ápice encurvado para dentro, grosso, em forma de quilha
interna. O tubo do perigônio mede de 2 a 2.5 cm de comprimento, o ovário de 3 a 5 cm de
comprimento e o pescoço mede entre 5 a 10 mm. Frutos em formato de cápsulas com 6 a 7 cm de
comprimento, 2 a 3 cm de largura. Sementes com 7 a 9 mm de comprimento e 5 a 7 mm de largura,
de coloração creme e preta dentro de um mesmo fruto.
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Agave Americana cultivada no Município de Goiânia, Goiás, Brasil. Fotos: Adriana Parada
Descrição Morfológica da Agave Salmiana no Município De Goiânia
Os caracteres morfológicos das plantas identificadas como A. Salmiana foram compatíveis
com a combinação de caracteres proposta por Gentry (1982): Plantas de tamanho mediano a grande,
com diâmetro de roseta grande, folhas em formato de lança, firmes, longas, com alargamento na
parte mediana, curvatura ondulada, borda lisa, com dentes distribuídos homogeneamente. A
superfície anterior da folha é lisa, e a posterior ligeiramente áspera ao toque. A finalização da folha é
margeada por borda espessa, culminando com espinho de 3cm de comprimento e contorno
piramidal.
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Agave Salmiana cultivada no Município de Goiânia, Goiás, Brasil. Fotos: Adriana Parada
Agave Salmiana cultivada no Município de Goiânia, Goiás, Brasil. Fotos: Adriana Parada
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Inflorescência da A. Salmiana:
A Inflorescência se dá a partir do talo floral, do tipo panícula, flexível, com ramos primários de 65cm
a 1 metro de largura. O Pedúnculo esverdeado mede de 3 a 6 metros de altura, com base entre 45 e
70cm de circunferência, contorno geral piramidal, fértil a partir do 2/4 mediano, composto de
brácteas com 25 a 45 cm de comprimento. As flores medem cerca de 7cm de comprimento por 2.5
de circunferência, de coloração amarelada e formato afunilado. O receptáculo floral mede cerca de
2cm de comprimento, de formato oblongo, ápice encurvado para dentro, grosso, em forma de quilha
interna. As flores apresentam órgãos masculinos e femininos que se desenvolvem em duas fases
consecutivas: primeiro a masculina, depois a feminina. Os frutos em formato de cápsulas com 6 a 8
cm de comprimento, 2 a 4 cm de largura envolvem dezenas de sementes de coloração preta medindo
7 a 9 mm de comprimento por 5 a 7 mm de largura.
Atributos de Diferenciação Entre as Duas Espécies
As duas espécies encontradas se diferenciam nos seguintes atributos: altura e diâmetro da
roseta, comprimento e formato das folhas, número de dentes, espaçamento entre os dentes e formas
de propagação:
AGAVE AMERICANA
AGAVE SALMIANA
Menor altura
Maior altura
Menor corpulência
Maior corpulência
Menor diâmetro de roseta
Maior diâmetro de roseta
Maior rusticidade (dentes numerosos)
Menor rusticidade (baixo número de dentes)
Maior rusticidade (dentes proeminentes)
Menor rusticidade (dentes pequenos)
Dentes pouco espaçados
Dentes muito espaçados
Folhas espatuladas
Folhas lanceoladas e alargadas no centro
Folhas retas
Folhas onduladas e acaneladas
Escapo floral entre 5 e 10 metros de altura
Escapo floral entre 3 e 8 metros de altura
Brácteas no quarto superior
Brácteas a partir do 2/4 do escapo
Bulbilhos pouco desenvolvidos e fechados
Bulbilhos com 8 folhas e roseta de 15cm
Ampla propagação por brotos rizomatosos
Não apresentou brotos rizomatosos
Diferenças entre a forma e as medidas das folhas de A. Americana e A. Salmiana
As folhas da Agave Salmiana apresentam um alargamento marcante na parte mediana,
adquirindo um formato de barco. Apresentam uma coloração verde escura, e, especialmente na
maturidade as folhas tornam-se mais côncavas na direção do ápice. As bordas das folhas, de formato
acanelado, são demarcadas por uma margem marrom, sem espinhos.
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A A. Americana, cultivada em Goiânia,
possui a borda da folha fortemente
serrilhada, com dentes distribuídos
em espaços de 1 cm.
Já a A. Salmiana apresenta uma folha com borda lisa e dentes
espaçados variando entre 3 e 4cm na parte média da folha.
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DISCUSSÃO
O estudo teve como objetivo localizar, mapear e identificar duas espécies estrangeiras de
Agave introduzidas em projetos paisagísticos de bairros residenciais de Goiânia (GO). Os resultados
indicaram que as espécies correspondem com os descritores das espécies Agave Salmiana e Agave
Americana (Gentry, 1982).
Foi quantificada uma extensa utilização das espécies exóticas, estrangeiras no paisagismo
urbano de Goiânia, convivendo juntas dentro de um mesmo espaço geográfico. Durante a pesquisa
de campo foram observadas plantas com características morfológicas intermediárias entre a Agave
Salmiana e Agave Americana. É possível que sejam espécies híbridas em consequência da proximidade
geográfica entre as espécies. Ainda que a literatura internacional indique que a época de floração
entre as duas espécies não coincide, foram registrados exemplares das duas espécies em processo de
floração concomitante, nos meses de julho, agosto e setembro de 2016. Faz-se necessária a ampliação
dos estudos morfológicos e moleculares das espécies estudadas nessa área de distribuição, a fim de
propor uma possível divisão infra específica.
CONSIDERAÇÕES
Por não apresentarem predadores locais e possuírem um ciclo reprodutivo autônomo, as
espécies identificadas encontram-se, atualmente, em risco de naturalização: produziram
descendentes que se desenvolveram, amadureceram e produziram novos descendentes.
Tais resultados revelam a necessidade, premente, de realização de estudos complementares
que possibilitem a identificação de sua classificação botânica e as variações morfológicas de
adaptação ao meio desta população.
O presente artigo reuniu dados que possibilitam o preenchimento de uma lacuna do
conhecimento sobre as espécies A. Amaricana e A. Salmiana, utilizadas local e regionalmente. Nesse
sentido contribuirão para a identificação taxonômica dessas espécies e subsidiarão pesquisas de
avaliação do impacto ambiental causado. A pesquisa revelou a necessidade de realização de estudos
complementares para o manejo e controle mecânico de propagação dessas espécies, que a longo
prazo pode colocar em risco a biodiversidade local, com uma possível invasão de áreas verdes
próximas.
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BIBLIOGRAFIA
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