64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES EXÓTICAS VEGETAIS PARA MANEJO E CONTROLE NA GESTÃO DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE, RIO DE JANEIRO. Sandro Muniz 1 1* 2 3 , Katia T. Ribeiro , Leandro Travassos 2 2 3 Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Instituto Estadual do Ambiente, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. * [email protected] Introdução Parques têm como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Fora os fatores, infelizmente comuns, como caça e extração ilegal de plantas dentro das unidades de conservação, há um fator menos percebido mas que ameaça fortemente os ecossistemas e espécies nativas, que são as espécies exóticas. Seu controle é oneroso, e para se ter uma priorização das espécies a serem objeto de controle e manejo é necessário conhecer o grau de invasão e quão impactante e competitiva a espécie pode ser em relação às nativas. Este trabalho, em desenvolvimento, tem o objetivo de construir um diagnóstico das espécies exóticas invasoras vegetais no Parque Estadual da Ilha Grande, incluindo lista de espécies e grau de invasão. Metodologia A coleta dos dados foi feita dentro do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) em três trilhas: Feiticeira, Palmas e Caxadaço. Foram amostradas 6 parcelas de 5m x 50m, sendo 3 contiguas às trilhas e 3 dentro da floresta (a 50m das trilhas). Fez-se também uma inspeção por amostragem ao longo destas trilhas - em intervalos de 250m de trilha verificava-se a presença de exóticas numa faixa de 50 metros de comprimento ao longo de ambos os lados da trilha, em faixa de 1,5 m de largura. Foram anotadas todas as exóticas, para posterior classificação como invasora, conforme literatura. Resultados e Discussão Até o momento foram identificadas 10 espécies exóticas: Epipremnum pinnatum, Bambusa sp., Bambusa vulgaris var. vitata, Artocarpus heterophyllus, Musa sp., Tradescantia zebrina, Curculigo capitulata, Pteridium aquilinum, Dracaena sp., Agave sp.. No plano de manejo [1] da unidade conservação são listadas 47 espécies exóticas - observamos que boa parte das espécies exóticas mencionadas não encontradas por nós na floresta estão presentes no início das trilhas e no paisagismo e arborização das vilas. Acrescentamos três novas ocorrências de espécies à lista: Curculigo capitulata, Dracaena sp. e Agave sp. Figura. Epipremnum pinnatum. Conclusões A gestão do PEIG deve focar recursos humanos e financeiros no manejo das espécies que causam impactos negativos. O levantamento feito até o momento sugere que boa parte das espécies já listadas ainda não se alastrou, mas de acordo com a literatura muitas têm alto potencial invasivo e podem causar significativos impactos a flora e fauna nativa. As novas ocorrências mostram que ainda pode existir outras espécies, necessitando um monitoramento constante por parte da equipe do PEIG. Por outro lado, a decisão de realizar o manejo deve considerar factibilidade do controle e grau de ameaça de cada espécie. Agradecimentos Ao Fernando Procorro e ao Andrei Veiga pelo grande apoio nas atividades de campo. Referências Bibliográficas [1] INEA. 2011. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente, Rio de Janeiro. 558p.