ORIGEM E EVOLUÇÃO DE HEXAPODA Eduardo A. B. Almeida Orientador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto E-mail: [email protected] A compreensão da evolução dos insetos (Metazoa: Hexapoda) é um dos maiores desafios para as ciências da vida. Os insetos compreendem mais da metade das espécies já descritas, têm longa história de interações conhecidas com as culturas humanas (particularmente por terem importância econômica de vários modos) e provavelmente compõem o grupo de animais macroscópicos mais ubíquos no planeta. O primeiro passo para a compreensão da evolução de um táxon é a realização de pesquisas filogenéticas que fundamentem estudos comparativos confiáveis. Apesar de ainda haver incertezas quanto a várias partes da árvore de Hexapoda, há também regiões cujas relações se encontram bastante bem estabelecidas. Para a maioria dos entomólogos, pode-se afirmar com bastante certeza que Entognatha e Ectognatha são grupos monofiléticos e, entre si, possuem uma relação de grupos-irmãos. Pode-se confiar bastante também na monofilia de Endopterigota e na relação filogenética muito próxima entre Trichoptera e Lepidoptera, apenas para citar alguns exemplos. As inferências filogenéticas para Hexapoda e para Arthropoda resultaram de estudos morfológicos muito cuidadosos, realizados ao longo de várias décadas (ou até séculos, a depender da perspectiva!), aos quais têm se aliado nos últimos 20 anos dados genéticos e genômicos. Desvendar as relações filogenéticas entre os insetos é passo fundamental que nos permite compreender a origem e evolução de comportamentos relacionados à coexistência e cooperação de indivíduos de uma mesma espécies (socialidade)—que surgiu independentemente em vários grupos de insetos; permite inferir quando e como os primeiros insetos com capacidade de vôo ativo surgiram; assim como permite compreender a evolução da holometabolia, um dos processos mais intricados de mudança morfo-fisiológica já elucidados em seres vivos.