OS JOGOS COMO ESTRATÉGIA NO ENSINO DA MATEMÁTICA Joares Paulo Baggio (Professor PDE), José Roberto Costa (Orientador) e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO Guarapuava – Paraná Palavras-chave: jogos, regras, estratégia, recurso, aprendizagem. Resumo: O presente projeto pretende investigar o papel dos jogos matemáticos no aprendizado dos conteúdos matemáticos, particularmente dos anos finais do ensino fundamental. Intenciona-se refletir a seguinte questão: Qual a contribuição dos jogos para a motivação dos alunos e o aprendizado da Matemática? A pesquisa busca respostas para afirmar que o jogo desperta o interesse para a apropriação de conhecimentos. A idéia é fazer uso de jogos já existentes e que serão confeccionados pelos próprios alunos. Introdução O desenvolvimento do raciocínio é o elemento fundamental para o engajamento sócio-político de cada cidadão. Com isso, justifica-se o uso dos jogos educacionais na escola através do argumento de que este é uma ferramenta eficaz, pois possibilita o aumento da motivação dos alunos, com atividades que constituem oportunidades para aprender e resolver problemas. O projeto aqui apresentado visa utilizar os jogos como estratégia no ensino da matemática em sala de aula, um complemento no processo ensino-aprendizagem. O uso desta metodologia se justifica por ela ser uma forma mais dinâmica de se aplicar conceitos matemáticos, sendo a ligação entre a vontade de aprender e o prazer em realizar a atividade proposta. Conforme afirma Batllori (2006, p.14): “Temos que usar essa ferramenta para demonstrar a capacidade educativa e de aprendizado dessa atividade lúdica”. Nesse sentido, a pesquisa se caracteriza como um esforço de investigação, a ser aplicado nas séries finais do ensino fundamental, do Colégio Estadual Duque de Caxias – EFM, do município de Saudade do Iguaçu – Paraná. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 Observando as ações dos alunos, o professor tem condições de descobrir quais recursos didáticos podem ser utilizados adequadamente de forma a suprir as deficiências existentes no processo da aprendizagem. Os vários jogos existentes podem auxiliar o professor a traçar seu caminho na ação pedagógica, possibilitando aos educandos uma melhor compreensão das muitas estruturas matemáticas existentes, como instrumento formativo. “O jogo, na educação matemática passa a ter o caráter de material de ensino quando considerado promotor de aprendizagem” (KISHIMOTO, 2005, p. 80). Dentre esses vários jogos, os de regras possibilitam à criança construir relações qualitativas, aprendendo a raciocinar e a questionar seus erros e acertos. Também podem ser explorados os aspectos de ordem afetiva, social e cognitiva. “A elaboração de regras estimula tanto o desenvolvimento social quanto o intelectual” (KAMII, 1991, p. 282). A abordagem de atividades matemáticas com os recursos tecnológicos, desenvolvendo argumentos referentes às atividades matemáticas envolvidas, é uma maneira de o aluno adquirir estratégias de resolução para os problemas propostos. Segundo D`Ambrósio (1999 apud PARANÁ, 2008, p. 9): “O uso de instrumentos, de ferramentas e de tecnologia, possivelmente seja uma das primeiras manifestações de um saber elaborado no decorrer da evolução do conhecimento matemático". Deve-se lembrar que o objeto de estudo da Educação Matemática, ainda que esta se encontre em construção, está centrado na prática pedagógica da matemática, envolvendo-se com as relações entre ensino/ aprendizagem e o conhecimento. “Ao reconhecer novas teorias de aprendizagem, novas tecnologias e novos materiais didáticos, estamos trazendo professores e educandos ao mundo como ele se apresenta hoje” (D’AMBRÓSIO, 1999 apud PARANÁ, 2008, p.13). É importante observar que um bom jogo deve ser interessante e desafiador; permitindo que o aluno avalie seu desempenho, desenvolvendo interesse no sucesso de sua própria ação e proporcionando a participação ativa de todos os jogadores. O jogo deve, segundo Grando (1995, p. 18): “Desenvolver a capacidade de fazer perguntas, buscar diferentes soluções, avaliar suas atitudes, encontrar e reestruturar novas relações, ou seja, resolver problemas”. Materiais e Métodos O trabalho proposto enfatiza a metodologia dos jogos, dentre os quais: batalha naval, corrida de obstáculos e soma zero. Outros jogos poderão vir a ser utilizados, pois ainda se está na fase inicial da pesquisa. O jogo batalha naval contribui par a compreensão do referencial cartesiano, em que se usam os pares ordenados para representar números inteiros relativos. Quanto aos jogos corrida de obstáculos e soma zero, estes Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 contribuem para a verificação de como os alunos lidam com expressões numéricas e algébricas, envolvendo as operações com números inteiros e racionais. Cabe ao professor, antes de levar o jogo para sala de aula, estudar previamente as regras e ações, treinando suas jogadas para poder ensinar. “Defendemos a inserção dos jogos (...) numa perspectiva de resolução de problemas, garantindo ao processo educativo os aspectos que envolvem a exploração, (...) para novas situações-problema” (GRANDO, 1995, p. 29). Pretende-se utilizar jogos já existentes, como os já citados anteriormente, permitindo aos alunos a manipulação dos materiais utilizados para a confecção dos jogos, e também jogos on-line. Um jogo on-line passível de utilização é a batalha naval, no laboratório Paraná Digital da escola. Porém, esse mesmo jogo também será confeccionado pelos alunos, para que possam compreender melhor as coordenadas cartesianas e pares ordenados. Para um melhor desempenho no jogo é necessário, segundo Grando (2001), que a metodologia siga sete momentos distintos: familiarização com o material do jogo; reconhecimento das regras; jogar para garantir as regras; interação pedagógica verbal; registro do jogo; intervenção escrita; jogar com competência. A idéia é utilizar estes sete momentos para o desenvolvimento dos trabalhos. Resultados e Discussão Por se tratar de um projeto ainda na fase inicial, o que se pode esperar é que os jogos contribuam de forma significativa nos conteúdos abordados, para que promovam a troca de idéias e informações entre os alunos, pois as atividades serão realizadas em grupos. Espera-se ainda que a utilização dos jogos contribua para o enriquecimento do aprendizado, vindo a confirmar que essa metodologia favorece o processo de ensino/aprendizagem, com a ampliação e aprofundamento dos conteúdos matemáticos estudados. Referências PARANÁ. Diretrizes curriculares de Matemática para as séries finais da educação básica. Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Curitiba: 2008. GRANDO, R. C. O jogo e suas possibilidades metodológicas no processo ensino-aprendizagem da Matemática. Dissertação (Mestrado). Campinas: UNICAMP, 1995. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009 GRANDO, R. C. O jogo na educação: aspectos didático-metodológicos do jogo na educação matemática. Campinas: UNICAMP, 2001. Disponível em: <www.cempem.fae.unicamp.br/lapemmec/cursos/el654/2001/jessica_e_paul a/JOGO.doc>. Acesso em: 11 set. 2009. BATLLORI, J. Jogos para treinar o cérebro: desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais. São Paulo: Ed. Madras, 2006. KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Ed. Cortez, 2005. KAMII, C. Jogos em grupo na educação infantil: implicações da teoria de Piaget, Constance Kamii e Retha DeVries. Tradução: Marina C. D. Carrasqueira. Prefácio: Jean Piaget. São Paulo: Trajetória Cultural, 1991. Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão 26 a 30 de outubro de 2009