O diabetes ocorre em qualquer idade e se caracteriza por um excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia). Os principais sintomas são emagrecimento, fome e sede constantes, vontade de urinar diversas vezes, infecções frequentes, visão embaçada, formigamento nos pés. Diabetes Tipo I: caracterizada pela falta de insulina, sendo necessária sua aplicação. É diagnosticada geralmente na juventude, porém é crônica, ou seja, o paciente terá que manter tratamento pelo resto da vida. Diabetes Tipo II: presente em indivíduos de idade avançada. Nesse caso a insulina produzida pelo corpo não funciona de forma adequada. As complicações do diabetes de longa duração acometem vários órgãos como os olhos, o coração, os rins e as extremidades, além de produzir neuropatia (inicialmente diminuição parcial e com o tempo total, da sensibilidade protetora da dor, calor, pressão e vibração). Uma das complicações mais frequentes é o pé diabético. Fique atento! O Pé diabético é caracterizado por 3 alterações: Neuropatia, Arteriopatia e Infecção. Mas o que são estas alterações? Neuropatia – são principalmente as alterações na sensibilidade dos pés e ocorrem quando as taxas de glicose permanecem altas durante muito tempo. Aos poucos os pacientes com neuropatia passam a sentir formigamento, queimação, dormência e vão perdendo gradativamente a sensibilidade dos pés chegando a ficar com as extremidades anestesiadas (sem sensibilidade). Também podem aparecer deformidades nos dedos e calosidades na sola dos pés e nos dedos. O grande risco da falta de sensibilidade dos pés é que qualquer lesão como pisar na guimba de um cigarro aceso, ou uma bolha por um sapato apertado não é percebida pelo paciente que pode desenvolver grandes feridas por infecção destas lesões. É o que os médicos chamam de perda da sensibilidade protetora - com a neuropatia perdemos a sensação de dor, de calor e do próprio tato na sola dos pés. A melhor forma de tratar a neuropatia é manter a glicemia estritamente controlada. Mesmo pessoas que já tem neuropatia podem melhorar dos sintomas se voltarem a controlar o açúcar no sangue com a dieta e a medicação prescrita pelo médico. Arteriopatia – o diabetes ao longo do tempo vai causando endurecimento e obstrução das artérias. Artérias são os vasos que levam sangue a todos os órgãos e tecidos do nosso corpo como os músculos dos braços e pernas. Esta obstrução é mais importante nas artérias abaixo do joelho e dependendo do tamanho da artéria chamamos de microangiopatia (vasos muito pequenos) ou macroangiopatia (vasos maiores). O entupimento das artérias da perna interrompe o fluxo de sangue para os estes músculos e o indivíduo passa sentir fraqueza e dor quando caminha. Infecção – com os problemas de neuropatia e arteriopatia dos pés (dos pacientes) diabéticos, qualquer machucado, qualquer arranhão ou bolha pode infectar. A infecção piora rapidamente qualquer lesão nos pés que aumenta em tamanho e profundidade se estendendo para os tendões e os ossos dos pés. Estas feridas podem ficar abertas e inflamadas e ter difícil cicatrização ou podem evoluir rapidamente para gangrena e levar à amputação se não for tratada adequadamente e rapidamente. Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para amputação de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais. Sintomas - A pessoa com pé diabético tem sintomas como: formigamentos, perda da sensibilidade local, dores, queimação nos pés e nas pernas, sensação de agulhadas, dormência, além de fraqueza nas pernas. Tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa só se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma lesão, ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido à extensão da ferida. É importante observar o aparecimento dos sintomas como perda da sensibilidade, presença de calosidades e deformidades nos pés, alterações nas unhas, dor nas pernas ao caminhar e esfriamento do pé. O diabético, além de se auto-examinar e cuidar dos seus pés deve sempre estar em contato com seu médico, pois o diagnóstico precoce pode evitar a piora das feridas e prevenir de uma possível amputação. Peça seu médico que examine seus pés em todas as consultas. Tire sempre as meias e sapatos para facilitar o exame. Lave os pés todos os dias com sabão neutro e água morna. Cuidado com a temperatura da água, pois sem perceber pela falta de sensibilidade você pode queimar a pele. Enxugue bem entre os dedos para evitar fungos. Examine diariamente seus pés. Cuidado com bolhas, rachaduras e ressecamentos. Se não conseguir enxergar, use um espelho ou peça ajuda. Avise seu médico sobre o aparecimento de qualquer alteração nos pés. Verifique sempre se não há nada dentro das meias e sapatos antes de calçá-los. Nunca ande descalço, mesmo dentro de casa. Apare as unhas com lixa, sempre me linha reta e evite cortá-las. Não use almofadas elétricas ou bolsas de água quente nos pés. Evite colocar os pés de molho em água quente pelo risco de queimadura. Use sempre calçados fechados em qualquer época do ano, pois protegem melhor seus pés. Os calçados devem ser confortáveis para evitar bolhas e calos. Dê preferência as meias de algodão, elas ajudam a manter seus pés secos e aquecidos. Use diariamente uma loção hidratante nos pés, especialmente nas áreas mais ressecadas. Retire o excesso e não use creme entre os dedos. Não tente remover calos ou verrugas com pessoas que não estejam treinadas para isso. Somente profissionais podem tratar dos seus pés.