195 Capítulo 9 • Biotecnologia fixos às rochas; essa “cola”, além de potente, é resistente à água. O objetivo da pesquisa, desenvolvida na Inglaterra, é o de obter plantas de tabaco capazes de produzir a “cola” protéica, que poderá ser isolada e então utilizada para diversos fins, até para unir pedaços quebrados de dentes. James King-Holmes/SPL Reprodução luz. Isso ocorre porque o gene do vaga-lume presente nas células da planta é responsável pela síntese de uma enzima chamada luciferase, que reage com a luciferina, liberando energia luminosa. Fotografia de planta de tabaco com gene de vaga-lume. Outro caso interessante também envolve plantas de tabaco, que receberam genes de mexilhão. Os mexilhões sintetizam uma substância fortemente adesiva que forma os fios do bisso e que os mantém De Dolly a Polly e o uso de animais transgênicos na Medicina A mesma equipe de cientistas que clonou a ovelha Dolly foi responsável por outro feito científico: a produção da ovelha transgênica Polly pelo processo de clonagem. Por meio dessa clonagem transgênica, foram isolados o DNA da glândula mamária de uma ovelha adulta e o DNA humano a partir de células nucleadas do sangue. Do DNA humano foi isolado o alelo de um dos fatores importantes para que a coagulação do sangue ocorra normalmente e que é ausente nos hemofílicos. Esse alelo foi acrescentado ao DNA da ovelha. Esse DNA modificado foi introduzido em células mamárias da ovelha que foram cultivadas em laboratório. Depois o núcleo dessas células Fotografia de mexilhões e planta de tabaco geneticamente modificada dentro de um frasco. A planta recebeu genes de mexilhão que codificam a síntese da substância adesiva do bisso. foi removido e introduzido em um ovócito do qual haviam sido retirados os cromossomos. A seguir o ovócito modificado foi submetido a uma descarga elétrica, o que desencadeou o desenvolvimento embrionário. O embrião foi introduzido no útero de outra ovelha, onde se desenvolveu, dando origem à Polly, nascida em meados de 1997. Essa ovelha produz o fator de coagulação, que é liberado em seu leite. Assim, pessoas que não produzem esse fator poderiam obtê-lo pela alimentação. Técnicas como essa podem permitir a formação de órgãos (por exemplo, o coração) geneticamente alterados em animais. Esses órgãos provenientes de mamíferos transgênicos, como por exemplo porcos, poderiam ser usados até mesmo em transplantes para um ser humano.