De Dolly a Polly e o uso de animais transgênicos

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Capítulo 9 • Biotecnologia
fixos às rochas; essa “cola”, além de potente, é resistente à água. O objetivo da pesquisa, desenvolvida na
Inglaterra, é o de obter plantas de tabaco capazes de
produzir a “cola” protéica, que poderá ser isolada e
então utilizada para diversos fins, até para unir pedaços quebrados de dentes.
James King-Holmes/SPL
Reprodução
luz. Isso ocorre porque o gene do vaga-lume presente nas células da planta é responsável pela síntese de
uma enzima chamada luciferase, que reage com a
luciferina, liberando energia luminosa.
Fotografia de planta de tabaco com gene de vaga-lume.
Outro caso interessante também envolve plantas de tabaco, que receberam genes de mexilhão. Os
mexilhões sintetizam uma substância fortemente
adesiva que forma os fios do bisso e que os mantém
De Dolly a Polly e o uso
de animais transgênicos
na Medicina
A mesma equipe de cientistas que clonou a
ovelha Dolly foi responsável por outro feito
científico: a produção da ovelha transgênica
Polly pelo processo de clonagem.
Por meio dessa clonagem transgênica, foram
isolados o DNA da glândula mamária de uma ovelha adulta e o DNA humano a partir de células
nucleadas do sangue. Do DNA humano foi isolado
o alelo de um dos fatores importantes para que a
coagulação do sangue ocorra normalmente e que
é ausente nos hemofílicos. Esse alelo foi acrescentado ao DNA da ovelha.
Esse DNA modificado foi introduzido em
células mamárias da ovelha que foram cultivadas
em laboratório. Depois o núcleo dessas células
Fotografia de mexilhões e planta de tabaco geneticamente
modificada dentro de um frasco. A planta recebeu genes
de mexilhão que codificam a síntese da substância adesiva
do bisso.
foi removido e introduzido em um ovócito do
qual haviam sido retirados os cromossomos. A
seguir o ovócito modificado foi submetido a uma
descarga elétrica, o que desencadeou o desenvolvimento embrionário.
O embrião foi introduzido no útero de
outra ovelha, onde se desenvolveu, dando origem à Polly, nascida em meados de 1997. Essa
ovelha produz o fator de coagulação, que é
liberado em seu leite. Assim, pessoas que não
produzem esse fator poderiam obtê-lo pela alimentação.
Técnicas como essa podem permitir a formação de órgãos (por exemplo, o coração)
geneticamente alterados em animais. Esses
órgãos provenientes de mamíferos transgênicos, como por exemplo porcos, poderiam ser
usados até mesmo em transplantes para um
ser humano.
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