O Sr. Lael Varella (DEM-MG). Pronuncia o seguinte discurso em 01-12-2010. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. No momento em que se debate a revisão do Código Florestal, lei desatualizada, editada há 45 anos e modificada por portarias e MPs sem nenhum debate no Congresso, precisamos conhecer as grandes modificações que vêm ocorrendo nos principais centros de pesquisas científicas internacionais. A Royal Society acaba de dar uma marcha à ré sobre o aquecimento global antropogênico. Exatamente, a Royal Society de Londres, principal instituição científica da Grã-Bretanha, flexibilizou a sua posição sobre o aquecimento global causado pelo homem. Em documento publicado depois da rebelião de mais de 40 de seus sócios, o novo guia da Royal Society para a mudança climática afirma não haver certeza sobre o propalado aumento de temperatura prognosticado pela Sociedade. Trata-se de uma atualização do documento Climate Change Summary of Science. O “Times” informou – segundo a nova posição da Royal Society – que permanecem “incertezas que provavelmente nunca serão significativamente reduzidas” esvaziando as profecias que davam por certa e demonstrada mudança. A Royal Society afastou-se das controvérsias sobre a mudança climática em que tinha caído. Emitiu um “guia simples” – segundo o "Times" – em substituição ao documento anterior que refletia a posição da entidade. Tal guia evita fazer previsões sobre o impacto das alterações climáticas e se abstém de aconselhar os governos sobre como eles devem reagir. E ainda precisa: “O tamanho dos futuros aumentos de temperatura e outros aspectos da mudança do clima, especialmente em escala regional, ainda estão sujeitos a incertezas”. Na sua mudança de posição, a Royal Society ainda parece criticar cientistas que fizeram previsões sobre ondas de calor e elevação dos mares. Agora ela diz: “Há pouca confiança nas projeções específicas da futura mudança climática regional, exceto em escalas continentais”. Esclarecendo tal afirmação, acrescenta uma tese que até há pouco só se ouvia em boca dos “realistas” ou dos “céticos”: “Não é possível determinar exatamente o quanto a Terra vai aquecer ou como o clima vai mudar no futuro. Resta a possibilidade de que vários aspectos ainda desconhecidos da mudança climática possam surgir e causar alterações significativas na nossa compreensão.” A prudência e a falta de dogmatismo da posição da prestigiosa Sociedade causaram mal-estar nos círculos ativistas e na esquerda política. 1 Em sentido contrário, para a Global Warming Policy Foundation, os anteriores posicionamentos da Sociedade davam a impressão enganosa de que a “ciência está definitivamente estabelecida”, enquanto que o novo guia admite que questões nevrálgicas permaneçam em aberto. No documento anterior a Royal Society pedia que os governos tomassem “medidas urgentes” para reduzir as emissões de CO2 de modo “tão rápido quanto possível”. Esse ativismo político foi substituído por uma avaliação mais sóbria da evidência científica nos debates climáticos. “Se essa voz de moderação tivesse caracterizado a posição da Sociedade Real desde o início, a sua mensagem para o governo teria sido mais comedida”, disse o Dr. Benny Peiser, presidente da Global Warming Policy Foundation. Sem dúvida, na mudança da Royal Society pesaram estudos como o do químico alemão Dr. Klaus L. E. Kaiser, que apontou erros substantivos no cálculo da persistência do CO2 na atmosfera terrestre. A análise do Dr. Kaiser foi apoiada pelo matemático sueco Claes Johnson, professor de Matemática Aplicada no Royal Institute of Technology de Estocolmo. O Dr. Johnson julga que o relatório anterior estava cheio de falhas científicas. A descoberta dessas falhas gerou muitos comentários, alguns envergonhados e outros sarcásticos e hilariantes pela imprensa e na Internet. O antigo relatório agora desmentido chegava a afirmar – adotando a vulgata de Al Gore – ainda que hoje houvesse uma completa interrupção das emissões de CO2 geradas pelo homem, seriam necessários vários milênios para as concentrações de CO2 voltarem aos níveis préindustriais”. O ridículo agora foi obstado. Sr. Presidente, como se pode perceber, a religião do aquecimento global está sendo desacreditada. Primeiro foi congelada pelos últimos invernos rigorosos e agora pelos escândalos e fraudes de pseudo-cientistas. No mesmo sentido, o atual Código Florestal fica ipso facto desacreditado, pois é fundamentado nessa corrente de ONGs e de equivocados cientistas. Além disso, ele vem paralisando e prejudicando a nossa pujante agropecuária com multas exorbitantes e interdições arbritárias. Urge portanto aprovar sua urgente revisão . Tenho dito. 2