1 O Efeito Estufa e o Aquecimento Global na mídia e na escola: Uma abordagem conceitual Sinval Martins de Oliveira1*, Caio Mário Leal Ferraz1 RESUMO A atmosfera terrestre é constituída de diferentes tipos de gases, sendo a maioria destes transparentes à energia solar incidente. Entre estes gases estão o dióxido de carbono, o vapor de água, metano e o ozônio, responsáveis pelo Efeito Estufa, sem o qual a temperatura do planeta seria significativamente inferior às médias conhecidas pela humanidade. Alterações expressivas no equilíbrio térmico do planeta tem sido motivo de preocupação entre autoridades e especialistas no assunto, sistematicamente veiculados pela mídia. Por outro lado, a comunidade científica internacional reconhece o papel exercido por mecanismos naturais de mudanças climáticas e questiona a existência do aquecimento global e a hipotética causa relacionada à ação do homem. ABSTRACT The atmosphere consists of different types of gases, most of these transparent to incoming solar radiation. Among these gases are carbon dioxide, water vapor, methane and ozone, responsible for the Greenhouse Effect, without which the planet's temperature would be significantly below the average known. Significant changes in the thermal balance of the planet have been a concern among officials and experts on the subject, systematically propagated by the media. Moreover, the international scientific community recognizes the role played by natural mechanisms of climate change and questions the existence of global warming and the hypothetical question related to the action of man. INTRODUÇÃO A sociedade moderna é caracterizada, não apenas, mas exemplarmente, pelo exagerado e insustentável nível de consumo atingido nas últimas décadas. Hoje o homem esgota muito mais do que necessita, de alimentos – o que explica o aumento da obesidade em muitos países – a drogas, vendidas sob forma de medicamentos ou de maneira ilícita. A informação é também objeto de consumo e comércio. Multiplica-se nos mais variados veículos: internet, mídia escrita, falada e televisiva (aberta ou fechada), comunicação visual ou mensagens de celular, presente nos bolsos das pessoas onde quer que estejam. Apesar do acesso à informação ser uma crescente vantagem da humanidade nos dias de hoje, nem tudo que é vendido, portanto consumido, apresenta qualidade e fidelidade à realidade, seja pela falta de escrúpulo dos que vendem ou ignorância 1 Professor Adjunto da UNIPAC-TO * [email protected] 2 dos que compram. Basta abrir uma revista, navegar em um site da internet ou ligar a televisão que a probabilidade de se deparar com notícias sobre “Aquecimento Global” é extremamente relevante. Neste contexto, este trabalho, elaborado a partir de análise de divulgações em variados meios de comunicação e trabalhos acadêmico-científicos, objetiva abordar a fidelidade e realismo do que se expõe na mídia sobre Efeito Estufa e Aquecimento Global. Neste esforço, traça-se um paralelo entre as diferenças de informações presentes nos dois cenários. Mais além, abordam-se nestas páginas vieses de causa e consequência da vulgarização das informações e massificação de “conhecimentos” alienantes na formação dos cidadãos desprovidos de acesso às contrapartidas técnicas e científicas da realidade ambiental atual. CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE EFEITO ESTUFA, AQUECIMENTO GLOBAL E INFORMAÇÕES MIDIÁTICAS A Atmosfera terrestre é constituída de diferentes tipos de gases, sendo a maioria destes transparentes à energia solar incidente, permitindo a passagem da radiação cósmica, em especial, solar. A Troposfera, distintamente de outras partes da Atmosfera da Terra, é aquecida por baixo: a radiação solar aquece a superfície do planeta e transforma a energia solar (infravermelho de ondas curtas) em infravermelho de ondas longas, estas capazes de aquecer o ar na Troposfera. Grande parte da energia térmica proveniente da irradiação da superfície da Terra, aquecida pelo sol, é absorvida por alguns desses gases e outros componentes atmosféricos, conhecidos como "gases de estufa". Estes gases são responsáveis pelo Efeito Estufa, sem o qual a temperatura do planeta seria significativamente inferior às médias conhecidas pela humanidade. Entre estes elementos e partículas estão o dióxido de carbono, o vapor de água, metano, ozônio (não o da camada, que se situa da Estratosfera), sal marinho, poeira e outros. Para Ayoade (2002) a capacidade atmosférica à radiação infravermelha em relação a sua transparência à radiação de ondas curtas é geralmente chamada de Efeito Estufa. Além disso, atribui-se às características de retenção da energia térmica desses gases na atmosfera a responsabilidade pela variação térmica relativamente pequena entre o dia e a noite. Se não por esta notável capacidade, haveria extremos de 3 temperatura e alta amplitude térmica (muito elevada durante o dia, e muito baixa durante a noite). Em que pese a importância do Efeito Estufa para propiciar condições adequadas ao desenvolvimento da vida no planeta, o aumento da concentração de gases estufa na Atmosfera terrestre, interpretado como decorrentes da ação humana, é considerado como responsável, pelo menos em parte, pela elevação da temperatura média global nas últimas décadas. A mídia geral, incluindo meios de comunicação pouco responsáveis explora exaustivamente tais raciocínios, conforme se pode ilustrar buscando auxílio na Figura 1. Figura 1: Variação da temperatura (vermelho) e Concentração de dióxido de carbono (azul) presente no ar nos últimos 1000 anos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_estufa, acesso em 14/06/2007) Alterações significativas no equilíbrio térmico do planeta, nesse início de século, tem sido motivo de preocupação entre autoridades e especialistas no assunto. Por outro lado, quase toda energia no planeta provém da radiação solar, a quantidade de radiação solar que atinge a Terra depende da área de sua seção reta. Da radiação que chega às camadas superiores da atmosfera terrestre, em média 30% é refletida para o espaço, conforme pode-se verificar ao analisar a Figura 2. Todos os corpos irradiam energia, mesmo quando estão em equilíbrio térmico. Dessa forma, não fosse a energia irradiada pela superfície da Terra, a mesma acumularia a energia recebida do sol e consequentemente, teria sua temperatura aumentada indefinidamente. 4 Figura 2: Balanço de energia,ou de potência, da terra, incluindo o sistema atmosférico (KRENZ, 1995). Ao lançar um olhar crítico sobre a Tabela 1 e a Figura 2, verifica-se que o potencial estufa do vapor de água é o dobro em relação ao do dióxido de carbono. De acordo com Conti (2005) o vapor d’água é responsável por consideráveis 60% do Efeito Estufa. Logo, é pertinente deduzir que com o aumento da temperatura, eleva também a evaporação e, consequentemente, um acréscimo na concentração do vapor de água na atmosfera e, dessa forma, tornar-se-á uma forçante positiva em relação ao Efeito Estufa. Mas, por outro lado, o aumento de vapor de água na atmosfera implicará em incremento de nuvens, crescendo, portanto, a taxa de reflexão da radiação solar (Albedo Planetário) e, contrariamente a situação anterior, isso se tornará uma forçante negativa em relação ao aquecimento, pois reduzirá a radiação solar incidente sobre a superfície. Tabela 1: Concentrações atuais de gases estufa devido aos gases traço (MITCHELL, 1989 e IPCC, 2001 apud XAVIER, 2004). 5 É importante ressaltar que o grau de interferência desse fenômeno nas futuras previsões em relação ao aquecimento do planeta, constitui ainda um fator pouco conhecido, carecendo mais investigações. A mídia, convenientemente, não trata estas questões, não apenas importantes, mas decisivas em estudos climáticos. Grande parte da energia irradiada pela Terra é absorvida pelos referidos "gases de estufa". Considerável parcela dessa energia contribuiu para raciocínio e elaboração dos modelos climáticos existentes. Estes modelos, que tal qual profetas indicando um nefasto futuro para o planeta, vem sendo discutidos, tanto do ponto de vista da eficácia quanto da fidelidade das simulações. Ayoade (2002) e Molion (1995 e 2009) atestam diversas falhas e imperfeições dos modelos de previsões climáticas. A favor destas incongruências, análises com isótopos de carbono-14 e de anéis de troncos de árvores tem demonstrado que as médias térmicas no planeta, ao longo do tempo, longe de ser uma constante, têm sofrido variações significativas. Porém, nas últimas décadas, tem-se observado uma crescente preocupação global em relação às previsões, apontando uma evolução preocupante em relação ao aquecimento médio planetário. Uma parte da comunidade científica tem atribuído fortemente as causas do aquecimento global às atividades antropogênicas desencadeadas no mundo todo a partir da revolução industrial, em especial aos países desenvolvidos. Isso se dá na medida em que estes países são os grandes responsáveis pela maior parte da emissão de dióxido de carbono no ar, em função do uso generalizado de energia oriunda de combustíveis fósseis. Bastante adequado. Estas situações levaram ao fato de que, recentemente tem-se observado uma preocupação dos organismos internacionais, autoridades no assunto e de vários chefes de estado, em promover políticas que estimulem a busca por “energia limpa". Com isso, reforçando a idéia de que realmente o dióxido de carbono seja o vilão na questão do "Efeito Estufa": A principal fonte de CO 2 reside na queima de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural. Assim, as fábricas e os veículos automotores, bem como os sistemas de aquecimento de ambientes são apontados como os grandes vilões do efeito estufa (FILIZOLA, 2005). 6 Muitos destes trabalhos aparentemente esquecem dos mecanismos naturais de emissão de CO2 e da participação dos demais gases estufa. Não relatam, ainda, as possíveis retroalimentações que, em um sistema aberto, como a atmosfera terrestre, limitam a atribuição de consequências a causas simplistas. Na maioria das vezes, dados e informações importantes são desprezados, unicamente porque não interessam ao argumento, como os registros de queda de temperatura nos oceanos na região intertropical (MOLION, 2009) ou as variações da Oscilação Decadal do Pacífico (ODP), que “coincidem” com os ciclos de aquecimento e resfriamento atravessados pelo planeta no último século e meio. OS ENFOQUES E INCETEZAS DA MÍDIA FRENTE AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Os gases estufa, com suas características em absorver a radiação infravermelha, têm provocado mudanças térmicas no planeta, segundo opiniões de alguns especialistas. Como anteriormente relatado, os modelos climáticos recentemente desenvolvidos na tentativa de prever os cenários futuros em nível global e local, possuem um alto grau de incerteza e imperfeições, ou por serem desconhecidos alguns dos fatores intervenientes (nuvens ou comportamento das correntes oceânicas, para citar dois exemplos),ou por envolverem fatores não lineares. Importantes deficiências destes modelos são apontadas por autores renomados, como Legget (1992) Molion (1995 e 2009), Ayoade (2002) ou Conti (2005). A mídia, entretanto, parece desconhecer este fato e anuncia, com alarde, cada novo relatório ou conclusão de estudos pseudocientíficos como verdade absoluta e inquestionável. A ciência, nem sempre praticada por cientistas éticos e cordatos, aparece como porta-voz da verdade definitiva e não como sujeitos e processo de investigação, debate, argumentação e controvérsias. Além disso, não é raro deparar com matérias do gênero veiculadas na mídia, atribuindo ao dióxido de carbono a exclusividade das causas do aquecimento global, sem que sejam aprofundados o ciclo do carbono na natureza ou a razão de não se tratar da concentração de vapor d’água na atmosfera, visto ser este o componente atmosférico que mais absorve radiação infravermelha (ver Tabela 1). Ao acompanhar as reportagens sobre o tema na mídia impressa e televisiva, o público parece ser levado a supor que o dióxido de carbono não é produzido na 7 queima de biocombustíveis, outra inverdade. Não é dada a informação sobre o que seja “seqüestro de carbono” e sobre os royalties a estes relacionados, que enriquecem empresários, não ambientalistas. O fato de ser nulo o balanço total do carbono emitido na queima dos biocombustíveis e carbono absorvido no crescimento dos vegetais não é mencionado. Do mesmo modo, não se trata das ações humanas que pouco ou nada afetam a quantidade total de água no planeta, quando o vapor d’água, que de certo que aumenta com o acréscimo de temperatura, (por incremento de evaporação), é o principal elemento de Efeito Estufa. Mas não se mencionam as incertezas da conseqüência deste aumento. A respeito do tratamento dado ao tema na mídia, já a algum tempo: Não é certo qual o efeito líquido que o aquecimento do globo terrestre terá sobre uma certa região. Esperam-se modificações marcantes dos esquemas de precipitações pluviais, o que levará à desorganização da agricultura, do comércio e da economia mundial. A expansão térmica do oceano, provocada pelo aquecimento do globo, e o descongelamento parcial da massa de gelo continental, provavelmente provocarão elevação do nível dos mares. As áreas costeiras e continentais baixas, onde vive grande parte da população do globo, sofrerão severas repercussões de natureza social, econômica e ambiental (KRENTZ, 1995). A grande questão é até que ponto as atividades antropogênicas, com consequente liberação desses gases e especialmente o dióxido de carbono na atmosfera, tem potencializado significativamente o Efeito Estufa. Embora haja um crescente consenso externo à comunidade científica internacional em torno dessa questão, há ainda vozes dissonantes que não estão sendo levadas em consideração. Os argumentos dos que são chamados pelos profetas do apocalipse climático como “ambientalistas céticos” se baseiam, em parte, no fato de que em outras épocas o planeta passou por situações de aquecimentos semelhantes. Ao contrário da opinião majoritária de que o aumento de incidência de grandes tempestades, furacões e a de ciclones, especialmente na porção meridional da costa brasileira, são conseqüências do aquecimento global, estes pesquisadores alegam que fatos semelhantes já foram observados no passado. Mas, o que dizer do registro de mais que o dobro de furacões, principais no Oceano Atlântico, no período de 1945-1969, 8 quando o planeta sofria uma tendência de resfriamento, em relação ao período de 1970-1994 quando o mesmo apresentava uma tendência de aquecimento? O que pensar do próprio período de resfriamento (1945-1969), nunca divulgado pela mídia e comodamente ignorado pelo IPCC? E das duas primeiras décadas do século passado, significativamente mais frias do que o período anterior? A mídia desconhece (ou convenientemente ignora) tais polêmicas, talvez por veicular uma imagem da ciência como “última palavra”, certeza absoluta sobre fatos, tendendo a atenuar as polêmicas e debates que frequentemente ocorrem no meio científico. Não se faz ciência ignorando dados e fatos que não são coerentes ou condizentes com o argumento que se quer defender. Se é assim, não se trata de ciência. Outro equívoco não menos importante no tratamento dado pela mídia ao aquecimento global é o fato de sempre mencionar o Efeito Estufa como um fenômeno puramente maléfico e antropogênico, não destacando sua importância para a manutenção da vida na Terra. Quando o assunto é abordado por veículos de comunicação em massa, quase sempre é feito de forma tendenciosa, e os motivos desses acontecimentos podem ser os mais diversos: alguns por falta de controle das matérias publicadas ou por desconhecimento em relação aos assuntos, abordados. Porém, em se tratando de mídia, não se pode descartar que se trate de puro marketing para venda de informação, uma vez que notícia com alto poder de impacto torna-se mais lucrativa. Ao observar a Figura 3 percebe-se o exagero presente ao comentar as conseqüências do aquecimento global. Sem dúvida, este é apenas um dos vários encontrados nas mídias impressas, sem levar em conta as manchetes dos jornais televisivos. Figura 3: A Amazônia será um DESERTO (SGARBI, ISTOÉ/1945, P 79. 7/2/2007) . 9 A pluviosidade da região tem raízes na floresta ou a Amazônia existe por causa da circulação atmosférica? Algum programa televisivo ou revista de venda de cosméticos disfarçada de jornalismo explica o que é Célula de Hadley e os seus impactos no clima? Por mais que haja controvérsia a respeito da resposta, por parte daqueles que acham embasar o raciocínio em fatos científicos, percebe-se uma causalidade latente nos títulos e textos de matérias que recheiam os mais variados veículos de comunicação. Diante dos excessos veiculados constantemente nas mídias, carregados de interesses e especulações, relembra-se o grau de incertezas no meio científico em relação a vários componentes investigativos, principalmente os de mensurações planetárias, ainda que se conte com todo aparato tecnológico existente para aferição. Variações térmicas, períodos de calor ou frio, concentrações de partículas diversas existentes em um sistema aberto, heterodinâmico, com características peculiares como o da Atmosfera da Terra, apresentam sempre perspectivas de baixa confiabilidade. Isso sem levar em conta o quão pouco se sabe sobre a dinâmica nos fundos dos oceanos e das marés, sendo as massas hídricas fundamentais para o clima do planeta. É sabido, ao menos, a preponderância hidrosférica e de sua significativa importância no equilíbrio térmico global, através das correntes marítimas. Ainda assim, não poucas são as hipóteses levantadas que carecem de menor probabilidade de erros para tornarem mais confiáveis. A situação se agrava quando para elucidação dos fatos se faz necessário a manipulação de informações geológicas, deduzidas com base em métodos que embora muito utilizados, apresentam ampla possibilidade de interpretações dúbias ou de erro, afetando diretamente a confiabilidade dos resultados que, não raras vezes, são contestados por muitos da comunidade cientifica. Em última análise, não considerando apenas as derradeiras décadas do Séc. XX, conforme já abordado com auxílio da Figura 1, parece bastante lógico supor que, no mínimo, outra componente estufa tem interferido significativamente no processo provocando variações térmicas planetária: é pertinente deduzir que há, em nível sistêmico, um mecanismo de compensação cíclico energético oscilatório, não muito bem definido, mas com características suficientes para admitir uma possível tendência à diminuição das temperaturas médias nas próximas décadas. 10 Molion (2008 e 2009) explica tais possibilidades ao afirmar que a radiação solar emitida tem se reduzido desde 2008, em ciclo mínimo de 11 anos e que o Oceano Pacífico, desde 1997 entrou em nova fase fria (ODP): Com o Pacífico em uma nova fase fria e a atividade solar mais baixa, é muito provável que as condições climáticas globais entre 1947-1976 venham a se repetir qualitativamente, ou seja, um arrefecimento global nas próximas duas décadas, semelhante ao que ocorreu na fase fria anterior (MOLION, 2009). Passa-se. Então, a uma nova perspectiva climática: arrefecimento de temperaturas. O mundo assistirá, agora, ao bombardeio de informações sobre um “Resfriamento Global”, quando a informação evidente é que a dinâmica climática é extremamente variante? NEM ABUSO MIDIÁTICO NEM CETICISMO CIENTÍFICO: REFLEXÕES DOCENTES E PEDAGÓGICAS CABÍVEIS Se no meio acadêmico o aquecimento global é uma incerteza, especialmente as hipotéticas causas, cabe refletir sobre as razões de vinculação irritantemente contínua na mídia. Um breve histórico evidencia o apelo midiático às informações de caráter catastrófico, no que diz respeito ao meio ambiente: o possível desaparecimento das baleias (fizeram música sobre o tema!), o buraco na Camada de Ozônio ou a destruição da Amazônia a uma cota de um território da França por ano (e a floresta não acaba...). Fizeram músicas sobre este tema também. Chama atenção o buraco na Camada de Ozônio: o CFC foi tido como grande vilão e seu uso banido. Ainda assim, o”buraco” continuou e cresceu! O que poucas pessoas sabem – e que a mídia aparentemente ignora e faz a população desconhecer – é que a causa do banimento do CFC não foi ambiental e sim econômica, pois havia se tornado de domínio público e não era mais lucrativo para os fabricantes. A questão é semelhante com o aquecimento global, uma vez que muitos dos maiores poluidores (a exemplo dos Estados Unidos da América e China) não assinaram – ou não cumprem – os tratados de redução de poluição. O interessante 11 é que os mecanismos de fomento desenvolvimentista obrigam os países que buscam desenvolvimento, portanto, subdesenvolvidos, a se comprometerem com metas de redução na emissão de gases. Não cabe pensar em causas econômicas, uma vez que se evidencia o descompromisso ambiental, especialmente após a última cúpula sobre o tema, que evidenciou retrocesso nas negociações de despoluição? São os mecanismos efetivamente ambientais ou há estratégias político-econômicas balizando-os? Seria o Aquecimento Global, embora uma inverdade climática, uma realidade político-econômica? Aos olhos de conhecedores da realidade dinâmica do clima da Terra, torna-se evidente a necessidade em adotar uma postura crítica e cautelosa mediante o que é veiculado, supostamente de cunho científico, nos vários tipos de mídias. Isso se dá principalmente em relação às respectivas fontes que, na melhor das hipóteses, pensam disseminar informação de qualidade e que, muitas vezes, podem contribuir para a construção em massa de uma pseudo-concepção daquilo que deveria ser informado. Do ponto de vista pedagógico o prejuízo está instaurado e em curso: muitos professores, e deve-se elegantemente colocar, “ingenuamente” confiando em informações midiáticas e livros didáticos viciados e inconsistentes, sedimentam as informações em seus alunos, construindo cidadãos obtusos frente ao mundo em que vivem. Diante de um cenário de incertezas, cabe aos professores, por formadores de cidadãos, oferecerem novas opções coerentes aos alunos: a investigação, o estudo e a liberdade de análise crítica. Cabe a coragem e dedicação dos professores aos estudos verdadeiramente científicos e a altivez de afirmar que o aquecimento global provavelmente é uma mentira climática, mas certamente é uma verdade econômica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYOADE, J.O. Introdução à climatologia para os Trópicos. 8ª ed. Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2002. CONTI, J. B. (2005). On global climatic changes. Revista do Departamento de Geografia, n. 16, p. 70-75. FILIZOLA, Roberto. Geografia Coleção Vitória Regia Ensino Médio. 2ª ed. IBEP. São Paulo 2005 12 KRENZ, Jerrold H. Balanço de Energia da Terra e o Aquecimento do Globo terrestre, in, TIPLER, Paul. FÍSICA, vol. 2. 3ª ed. P 244 -247. LTC Rio de Janeiro 1995. MOLION, L. C. B. CONSIDERAÇÕES SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL ANTROPOGENICO. 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