divulgação técnica infecção pelo vírus da

Propaganda
DIVULGAÇÃO
Infecção pelo
vírus da leucemia TÉCNICA
bovina (BVL) no Brasil.
INFECÇÃO PELO VÍRUS DA LEUCEMIA BOVINA (BLV) NO BRASIL
C. Del Fava & E.M. Pituco
Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal, Av. Cons. Rodrigues Alves,
1252, CEP 04014-002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
RESUMO
A espécie bovina é a principal fonte de infecção do Vírus da Leucemia Bovina (BLV). A patogenia
deste agente é bastante conhecida em bovinos, causando soroconversão, linfocitose persistente e
linfossarcoma. A importância crescente do comércio internacional de bovinos, sêmen e embriões
tem exigido a certificação sanitária para o BLV. O presente artigo apresenta a situação
epidemiológica desta doença no Brasil. São descritos também alguns aspectos clínicos, patológicos,
modernas técnicas diagnósticas e prevenção do BLV.
PALAVRAS-CHAVE: Bovino, leucose enzoótica bovina, leucemia bovina epidemiologia, patogenia,
ocorrência, prevenção, Brasil.
ABSTRACT
BOVINE LEUKAEMIA VIRUS INFECTION IN BRAZIL. Cattle are the usual reservoir of the
Bovine Leukaemia Virus (BLV). The pathogenesis of this agent is well known, it causes
seroconversion, persistent lymphocytosis and lymphosarcoma. The international trade of cattle,
semen and embryos requires sanitary certification for BLV. This article presents the epidemiological
situation of BLV in Brazil, and describes some clinical and pathological aspects, as well the modern
methods for the diagnosis and prevention of this disease.
KEY WORDS: Cattle, bovine leukaemia virus, pathogenesis, occurrence, prevention, Brazil.
O Vírus da Leucemia Bovina (BLV) está classificado
na Família Retroviridae, Subfamília Orthoretrovirinae,
gênero Deltaretrovirus (VAN REGENMORTEL et al., 2000).
Sua importância econômica reside nas perdas
devido ao descarte de bovinos sororeagentes e de animais com linfossarcoma e às barreiras ao comércio
internacional de animais e de sêmen e embriões, onde
a maior parte dos países importadores exige que os
animais não estejam infectados (OIE, 2003a).
As portas de entrada do BLV, comprovadas por
inoculação experimental, são a intradérmica,
intramuscular, subcutânea, intravenosa (EVERMAN et
al., 1986), oral, intraperitoneal (MILLER et al., 1972),
intratraqueal, intra-uterina (ROBERTS et al., 1982) e
intra-retal (HOPKINS et al., 1988).
As vias de eliminação contêm linfócitos contaminados pelo vírus e a mais importante é o sangue de
bovino infectado, tendo o leite importante papel na
transmissão do BLV para animais lactentes (JOHNSON
& KANEENE , 1992).
LUCAS et al. (1980) identificaram partículas do BLV
no sêmen de um touro infectado, no entanto ressal-
tam que o ejaculado deste animal foi colhido por massagem retal das glândulas sexuais acessórias, sugerindo procedimento traumático que possa ter contaminado o sêmen com sangue. Por este motivo FERRER
(1979) recomenda que o sêmen de touros de centrais
de inseminação artificial seja colhido com precaução,
evitando sua contaminação com sangue ou pus, que
contêm linfócitos contaminados com o BLV. KAJA &
OLSON (1982) afirmaram que técnicas de colheita de
sêmen inapropriadas, resultando em trauma e inflamação associados, podem causar infiltração
leucocitária e, no caso de um touro infectado pelo BLV,
resultarem em uma partida de sêmen contaminada
pelo vírus. CHOI et al. (2002) reforçaram a importância
de um bom manejo da colheita do sêmen e demonstraram pela PCR, que os ejaculados obtidos de touros
sororeagentes seguindo esta condição estavam livres
de BLV.
A forma de transmissão mais importante é a horizontal (HÜBNER et al., 1997). Tendo em vista que o BLV
infecta exclusivamente linfócitos, a transmissão
iatrogênica através de fômites contaminados com
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
1
2
C. Del Fava & E.M. Pituco
sangue, tais como agulhas e seringas, instrumental
cirúrgico, instrumentos de castração e descorna, luvas de palpação retal e de procedimentos cirúrgicos,
tatuadores e aplicadores de brincos podem transmitir o BLV (JOHNSON & KANEENE , 1992). A premunição
contra Anaplasma e Babesia sp. também desempenha
um importante papel na difusão da infecção pela LEB,
quando animais infectados são utilizados como doadores de sangue (FLORES et al., 1992).
Estudos experimentais e de campo indicam que a
cópula ou a inseminação artificial não são vias significativas de transmissão do BLV de touros infectados
para fêmeas, porém se os mesmos instrumentais utilizados para a inseminação artificial, como bainhas de
pipetas e luvas de palpação retal forem reutilizados
para várias fêmeas, pode resultar na transmissão do
agente de um animal infectado para um não infectado
(HOPKINS & DI GIACOMO, 1997).
A transmissão vertical em bovinos pode ser demonstrada pela soropositividade de bezerros recémnascidos antes da ingestão do colostro. Estima-se que
a transmissão vertical do BLV possa chegar a 20%
(FERRER, 1979).
A Leucemia Bovina (LEB) é uma doença de caráter
crônico. Bovinos podem apresentar anticorpos a partir da segunda semana após infecção e o estágio mais
usualmente encontrado em um rebanho é o animal
sororeagente, que será portador do BLV por toda a
vida (EMANUELSSON et al., 1992).
Cerca de 30 a 70% dos bovinos infectados apresentam linfocitose persistente e dentre estes, menos
de 5% desenvolverão o linfossarcoma. Sabe-se que a
susceptibilidade a linfocitose persistente e ao
linfossarcoma está associada ao controle genético do
hospedeiro, sendo assim, a freqüência de animais que
apresentem estas condições pode variar consideravelmente de um rebanho para outro. O estágio tumoral
é mais freqüentemente encontrado em animais de 4 a
8 anos de idade (FERRER, 1979).
A sintomatologia clínica depende da localização
do tumor e incluem distúrbios digestivos, cárdio-respiratórios, reprodutivos, inapetência, perda de peso,
fraqueza, debilidade geral, e às vezes, manifestações
neurológicas. Linfonodos superficiais podem estar
aumentados de tamanho e linfonodos internos podem ser palpados por exame retal. Os órgãos mais
acometidos são o coração, abomaso e linfonodos. Lesões nos órgãos reprodutores são pouco freqüentes,
podendo acometer útero e vagina, sem causarem distúrbios significativos na fertilidade (PARODI, 1987;
EMANUELSSON et al., 1992).
Com relação à interferência do BLV na reprodução de fêmeas, diversos autores não puderam comprovar diferenças estatisticamente significativas ao
compararem grupos de vacas reagentes com não
reagentes, no que diz respeito aos seguintes parâmetros
estudados: idade no primeiro parto (LANGSTON et al.,
1978; HUBER et al., 1981; D’ANGELINO, 1991) e número
de serviços (REINHARDT et al., 1988). Pelo contrário,
BRENNER et al. (1989) comprovaram que ocorreu maior
intervalo interpartos em vacas sororeagentes.
Com relação à fertilidade do macho reprodutor,
RICHARDSON et al. (1986) não reportaram diferença estatisticamente significativa entre o espermograma de
touros sororeagentes e não sororeagentes ao BLV.
A LEB foi relatada no Brasil há mais meio século.
RANGEL & MACHADO (1943), no Estado de Minas Gerais,
registraram pela primeira vez a ocorrência de
linfossarcoma em bovinos. O Tabela 1 apresenta a
soroprevalência da LEB em bovinos, com variáveis taxas
de soropositividade em diversos Estados brasileiros.
As diferenças entre as taxas de prevalência encontradas nas diversas regiões do Brasil podem ser
explicadas considerando as diferentes técnicas
diagnósticas utilizadas, os diferentes tipos raciais,
manejo e tecnologia empregada na criação (BIRGEL
JUNIOR et al., 1995). Observa-se que a enfermidade está
bastante disseminada, principalmente nos rebanhos
leiteiros de raças especializadas, com sistema de criação intensivo e que a ocorrência da LEB é baixa em
rebanhos de corte, por serem animais criados sob
manejo extensivo.
Com o objetivo de avaliar a ocorrência da LEB em
touros doadores de sêmen de diversas Centrais de
Inseminação Artificial no Brasil, PITUCO et al. (2001)
submeteram 230 soros ao ELISA teste, encontrando
17,4% (40/230) animais sororeagentes.
HÜBNER et al. (1997) encontraram em rebanho leiteiro no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, 4,8% (2/
41) bezerros congenitamente infectados pelo BLV, ao
detectarem anticorpos pela IDGA, antes que estes
animais tivessem mamado o colostro.
Com relação à ocorrência da infecção viral em diferentes faixas etárias, a taxa de animais infectados
aumenta com o avançar da idade, porque a infecção
viral é de caráter crônico. BIRGEL et al. (1988a), em granjas produtoras de leite B da região de Campinas, encontraram crescentes taxas de soropositividade ao
BLV pela IDGA, variando de 35,6% (26/73) na faixa
de um a dois anos, até 78,6% (33/42) nos animais
acima de sete anos. BIRGEL JÚNIOR et al. (1995) examinaram 709 bovinos da raça Jérsey pela IDGA e encontraram crescentes taxas de sororeatividade, 24,6% (30/
122) nos animais de 12 a 24 meses até 86,2% (106/
123) nos animais com idade superior a 72 meses. OLIVEIRA et al. (1997) examinaram 1.448 bovinos da raça
Holandesa pela IDGA e constataram elevação
seqüencial na porcentagem de machos infectados dos
49 aos 54 meses (33,3%), dos 73 aos 78 meses (55,6%)
e 103 a 114 meses (66,7%) e para fêmeas dos 13 aos 18
meses (34,5%), dos 31 aos 36 meses (35,5%), dos 49
aos 54 meses (59,5%) e dos 109 aos 114 meses (66,7%).
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
3
Infecção pelo vírus da leucemia bovina (BVL) no Brasil.
Tabela 1 – Ocorrência da LEB no Brasil nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, segundo o autor, ano,
local, técnica, raças ou aptidão zootécnica dos animais.
Autores
Ano
Estado
No total
de soros
Região Sul
KANTEK et al.
C ARVALHO et al.
1983
1996
PR
PR
LEUZZI JÚNIOR et al.
SCARCI et al.
GOMES et al.
FLORES et al.
FLORES et al.
MORAES et al.
VAN DE R LAAN et al.
2003
1980
1985
1988
1990
1996
1999
PR
RS
RS
RS
RS
RS
RS
695
374
611
624
385
702
639
135
39.799
19.774
Região sudeste
LE I T E et al.
MODENA et al.
1984
1984
MG
MG
1985
1981
1982
SANTOS et al.
ROMERO & ROWE
C UNHA et al.
Zebu
ALENCAR FILHO
ALENCAR FILHO et al.
BIRGEL et al.
BIRGEL et al.
BIRGEL et al.
BIRGEL et al.
ARITA et al.
BIRGEL et al.
BIRGEL JUNIOR et al.
OLIVEIRA et al.
MEGID et al.
Região Centro-Oeste
ANDRADE & ALMEIDA
Total de
Positivos
% de
positivos
Técnica
Raça ou aptidão
zootécnica dos
animais
144
69
0
254
73
229
91
59
3.645
3.225
20,7
18,4
0,0
40,7
18,9
32,6
14,2
27,2
9,2
16,3
IDGA*
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
Leiteira
Holandesa
Nelore
Leiteira tipo B
Não foi citado
Leiteira
Leiteira
Leiteira
Leiteira
Leiteira
MG
RJ
RJ
230
1.274
1.652
317
1.444
746
163
517
254
90
769
201
70,9
40,6
15,6
28,4
53,3
26,9
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
Leiteira
Leiteira
Corte
Leiteira
Mestiço e holandês
1978
1979
1983
1988a
1988b
1991
1992
1994
1995
1997
2003
SP
SP
SP
SP
SP
SP
SP
SP
SP
SP
SP
40
1.013
292
462
1.722
2.708
2.187
482
709
1.448
1.193
24
361
157
243
774
1.162
355
20
360
461
618
60,0
5,64
53,8
52,6
44,9
42,9
16,2
4,15
49,2
31,8
47,4
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
IDGA
Holandesa
Leiteira e corte
Leiteira
Leiteira tipo B
Leiteira
Leiteira
Leiteira
Nelore
Jersey
Holandesa
Holandesa,
Nelore e mestiços
1991
GO
63
416
29
159
46,0
36,5
IDGA
IDGA
45
87
53
17
34
7
37,9
39,2
13,2
IDGA
IDGA
IDGA
Holandês
Mestiço, holandes e
Zebu
Gir
Comum
Nelore
Região Nordeste
TÁVORA & BIRGEL
ME L O et al.
1991
1991
BA
PE
1.084
195
323
174
45
27
16,1
23,1
8,4
IDGA
IDGA
IDGA
SIMÕES
SILVA
1998
2001
PB
PI
780
1.976
65
333
8,3
16,9
IDGA
IDGA
AB R E U et al.
1994
CE
3.430
842
24,5
IDGA
Leiteira
Holandesa
Mestiço, holandês e
Zebu
Leiteira
Mestiço, holandês,
Zebu e
raça pé-duro
Zebu x raças taurinas
Região Norte
AB R E U et al.
1990
MOLNÁR et al.
1999
C ARNEIRO et al.
2003
RO
AC
PA
PA
AM
1.060
1.060
668
721
604
244
103
174
359
58
23,0
9,7
26,0
49,8
9,6
IDGA
IDGA
IDGA
ELISA**
IDGA
Carne, leite e misto
Carne, leite e misto
Leiteira e corte
Leiteira e corte
Leiteira
*IDGA – imunodifusão em gel de agar.
**ELISA – Ensaio Imunoenzimático.
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
4
C. Del Fava & E.M. Pituco
A demonstração do quanto esta doença pode ser
disseminada em rebanhos que não tomam nenhuma
conduta profilática foi realizada por SAMARA et al.
(1997), no Município de Pitangueiras, SP, em 7
propriedades leiteiras no período de 1992 a 1995,
utilizando a IDGA. A prevalência de soropositivos
aumentou durante o período: ano 1992 - 17,1% (24/
140), ano 1993 - 20,5% (25/122), ano 1994 - 33,3%
(45/135) e ano 1995 - 50,4% (60/119).
A importação de animais infectados tem sido
incriminada como um dos fatores responsáveis pela
entrada da doença no Brasil e sua disseminação nos
rebanhos de alta linhagem genética. Os seguintes
autores relataram a LEB em rebanhos importados do
Uruguai e Argentina (GARCIA LIMA et al., 1980), do Uruguai (KANTEK et al., 1982; FLORES et al., 1992; VAN DER
LAAN, 1999) e dos Estados Unidos e Canadá (MODENA
et al., 1983).
O desconhecimento da importância desta enfermidade contribui para a sua disseminação no Brasil,
uma vez que usualmente não era realizado exame
diagnóstico no momento da compra de animais
reprodutores e tampouco este é exigido rotineiramente
em feiras e exposições. O diagnóstico da enfermidade
e o combate da mesma nos rebanhos são realizados
de forma voluntária e isoladamente. Centrais de
Inseminação Artificial ou de Transferência de Embriões
investem na certificação sanitária de partidas de
sêmen e de embriões. Técnicos que trabalham com
transferência de embrião, alertas à possibilidade de
transmissão vertical do BLV, realizam o diagnóstico
da LEB e selecionam somente receptoras livres da
infecção, para evitar a transmissão vertical do BLV
destas para o embrião.
A investigação do risco que o sêmen de touro
sororeagente representa para a transmissão da LEB
para fêmeas foi estudada por alguns pesquisadores.
Demonstrou-se que fêmeas não reagentes, quando
inseminadas artificialmente com sêmen de touros
reagentes, ou quando copulavam com touros reagentes,
não se infectavam com o BLV (MONKE , 1986; HOPKINS &
DI GIACOMO, 1997), o que demonstra que a dose de BLV
no sêmen deve ser tão baixa que não infecta as vacas,
sendo praticamente inexistente o risco de transmissão
da LEB por esta via. Apesar desta forte evidência,
alguns países exigem a certificação de partidas para
movimentação internacional de sêmen de touros
infectados pelo BLV (CHOI, 2002). Isto se deve basicamente ao fato de que países que erradicaram a LEB,
para manterem a qualidade total do programa sanitário
implantado, proíbem a entrada em suas fronteiras de
sêmen infectado pelo BLV, evitando o risco de transmissão da LEB pela inseminação artificial, mesmo que
este seja considerado desprezível.
Para atender o comércio internacional de embriões
e oócitos bovinos, as autoridades sanitárias do país
importador podem exigir a apresentação de um certificado veterinário internacional, o qual atesta que os
embriões e oócitos foram colhidos, processados e
armazenados em conformidade as recomendações da
OIE (2003a) e da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS , 2003).
Para o comércio internacional de sêmen bovino,
as autoridades sanitárias do país importador podem
exigir a apresentação de um certificado veterinário
internacional atestando que o touro doador foi residente, durante todo o período de colheita do sêmen,
em um rebanho livre de BLV; ou se o animal tiver
menos de dois anos de idade, o touro é filho de mãe
soronegativa; ou ainda, que o touro foi submetido ao
teste diagnóstico da LEB em amostras sanguíneas em
duas ocasiões, com resultado negativo, o primeiro teste
realizado pelo menos 30 dias antes e o segundo teste
pelo menos 90 dias após a colheita do sêmen (OIE,
2003a).
As Centrais de Inseminação Artificial que exportam
sêmen para o Mercosul devem atender a resolução
Mercosul/XLVII GMC/RES nº 43/2002, na qual o
touro doador de sêmen deverá ser examinado pela
IDGA ou ELISA, realizada no dia da 1 a coleta e novamente no mínimo trinta dias após a última coleta de
sêmen, devendo ambas coletas apresentar resultado
negativo, ou ainda, uma amostra de 0,5 mL do sêmen
processado de cada partida poderá ser submetida a
prova de PCR e apresentar resultado negativo.
Partidas de sêmen industrializado com finalidade
de comércio, oriundas de touros sororeagentes são
submetidas a Reação em Cadeia pela Polimerase
(PCR), para comprovar a condição livre de BLV (CHOI
et al., 2002). Merece ser estudada a frequência de ocorrência de partidas infectadas com o BLV, bem como
ser avaliado o impacto econômico desta situação.
As técnicas para pesquisa de anticorpos (prova
indireta) recomendadas pela Organização Mundial
de Saúde Animal (OIE) são a IDGA e o ELISA, que
detectam anticorpos contra a glicoproteína do envelope viral de peso molecular 51.000 daltons, denominada gp51. O soro sanguíneo é o material preferencial
a ser enviado ao laboratório para diagnóstico indireto
(OIE, 2003b).
A IDGA, quando comparada com o ELISA, apresenta menor sensibilidade para detectar infecção porque depende dos níveis de anticorpos induzidos pelo
BLV (MAMMERICKX, 1987). Este fato foi demonstrado
por MAMMERICKX et al. (1980) em bovinos inoculados,
experimentalmente, quando os níveis de anticorpos
subiram e atingiram elevadas concentrações, onde o
ELISA detectou a infecção mais precocemente que a
IDGA.
Animais podem apresentar resultados falso-negativos durante o período de incubação da doença que
pode variar de semanas a meses após a exposição ao
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
Infecção pelo vírus da leucemia bovina (BVL) no Brasil.
vírus (J OHNSON & KANEENE , 1992), pois o animal
infectado ainda não terá tido tempo para responder à
infecção, através da "soroconversão". Entende-se por
soroconversão a passagem de ausência de anticorpos
no soro sanguineo do animal para presença destes.
Outra situação em que o animal pode ser considerado falso negativo é no período pré e pós-parto, quando
ocorre a passagem de anticorpos do sangue para o
colostro. Desta maneira, vacas podem ter anticorpos
contra o BLV em níveis não detectáveis no sangue
nos períodos pré e pós-parto (BURRIDGE et al., 1982),
por isso os resultados negativos de testes sorológicos
de vacas cujas amostras de sangue tenham sido
colhidas duas a seis semanas antes e pós-parto devem
ser interpretados com extrema cautela e esses animais
devem ser retestados (JOHNSON & KANEENE , 1992).
Por outro lado, a técnica para pesquisa de antígeno
viral (prova direta) para detecção do BLV, recomendada pela Organização Internacional de Saúde Animal é a PCR, sendo capaz de detectar o DNA proviral
integrado no genoma da célula hospedeira em diversos
tipos de material clínico, como sangue total, linfócitos,
órgãos e tecidos neoplásicos e sêmen (OIE, 2003b).
Os métodos diretos e os indiretos disponíveis para
o diagnóstico do BLV possuem vantagens e desvantagens. Segundo MARTIN et al. (2001), para pesquisa
de anticorpos tanto o ELISA quanto a IDGA são adequados para a rotina diagnóstica, no entanto, observaram que o ELISA detectou 12% mais indivíduos
sororeagentes que a IDGA. Para pesquisa de antígeno
estes autores verificaram que a PCR detectou 6% mais
animais positivos do que o ELISA, porém salientam
que pode ocorrer resultado negativo ao PCR em animais sororeagentes ao IDGA e ELISA. De acordo com
esses resultados, estes autores recomendam realizar
tanto teste direto quanto indireto, isto é, os animais
seriam inicialmente submetidos à triagem pela IDGA
ou ELISA, por último, submetê-los ao PCR e interpretar
os resultados conjuntamente, porém salientam que
não há 100% de concordância, por este motivo os testes
diretos e indiretos se complementam e algumas vezes
os resultados interpretados de uma maneira isolada
são difíceis de se comparar.
Outros autores, comparando as 3 técnicas, IDGA,
ELISA e PCR demonstraram que a PCR diagnostica
mais precocemente a infecção que o ELISA e a IDGA.
NAIF et al. (1992) inocularam oito bovinos com o BLV,
sendo que a PCR foi capaz de detectar em todos os
animais o DNA próviral duas semanas após a infecção,
enquanto que a IDGA foi capaz de revelar anticorpos
apenas algumas semanas após a infecção em qualquer
um dos animais. KLINTEVALL et al. (1994) verificaram
também em animais inoculados, que a PCR detectou
por volta do 7 o dia pós-infecção o DNA pró-viral em
linfócitos sanguíneos; os anticorpos foram detectados
primeiro pelo ELISA a partir do 26 o dia após
inoculação, enquanto que pela IDGA, a soroconversão
ocorreu em média a partir do 28o dia.
Países que controlam ou até mesmo erradicaram
esta enfermidade possuem programas oficiais que se
baseiam no imunodiagnóstico e política de isolamento
e descarte dos animais soropositivos. A vigilância
epidemiológica após a erradicação deve ser mantida,
para garantir a condição de zona ou país livres de
BLV (OIE, 2003a).
As medidas preventivas para eliminar a doença
em um rebanho baseiam-se na cria e recria de bezerros
livres de infecção e na prevenção da transmissão
iatrogênica entre o gado jovem e adulto. Como no Brasil não existe a certificação de propriedades livres de
BLV, para diminuir os riscos da compra de bovinos
infectados, preceder exame (sorodiagnóstico ou PCR)
antes de introduzir o animal no rebanho. Lembramos
que a PCR é a técnica mais sensível, capaz de detectar
a infecção antes da soroconversão, ou seja, quando a
doença ainda se encontra no período de incubação.
Trabalhos recentes demonstram a utilização da
PCR para selecionar bezerros livres do BLV, pois mesmo
que tenham mamado o colostro, podem ser submetidos
à detecção do DNA pró-viral, uma vez que esta técnica
não sofre a interferência dos anticorpos colostrais. O
sorodiagnóstico para detectar a transmissão intrauterina só tem significado se o sangue do bezerro for
colhido antes que ele mame o colostro, porém este
manejo em uma fazenda apresenta dificuldades quando
os bezerros nascem à noite ou durante a madrugada.
Alternativa consiste na colheita do soro sanguíneo
do bezerro seis meses após seu nascimento, quando a
imunidade passiva colostral desaparece, facilitando
a interpretação do resultado sorodiagnóstico (KUSMAK
et al., 1999; PAVLENKO et al., 2002).
Recomenda-se fornecer o colostro e leite de vacas
não infectadas pelo BLV (JOHNSON & KANEENE , 1992).
Uma forma de inativar o BLV do leite ou colostro é
submetê-los a um tratamento térmico de 56º C por
30min, pois este procedimento não inativa os
anticorpos virusneutralizantes (FERRER, 1979). Podem
ser fornecidos substitutos do leite para bezerros, que
são livres do vírus.
O BLV é sensível aos desinfetantes à base de iodo
ou cloro, desta forma, sempre deve ser realizada a
desinfecção de instrumentos cirúrgicos e equipamentos
como seringas, agulhas, tatuadores, aplicadores de
brincos, instrumentos de castração e descorna, luvas,
após sua utilização em um animal (JOHNSON & KANEENE ,
1992). Utilizar, de preferência, seringas, agulhas e
luvas descartáveis.
Caso o objetivo do pecuarista seja implantar um
programa de erradicação em sua propriedade, deve
ser estudada uma política de descartes gradual dos
animais infectados, de maneira que viabilize economicamente a continuidade da atividade.
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
5
6
C. Del Fava & E.M. Pituco
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AB R E U , V.L.V.; MODENA , C.M.; SI L V A , J.A.; MOREIRA , E.C.
Prevalência da Leucose Enzoótica Bovina nos Estados
de Rondônia e Acre. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.42,
n.3, p.203-210, 1990.
AB R E U , J.M.G.; ARAUJO , W.P.; BI R G E L , E.H. Prevalência de
Anticorpos Séricos anti-vírus da Leucose Bovina em
animais criados na bacia leiteira de Fortaleza, Estado
do Ceará. Arq. Esc. Méd. Vet. Univ. Fed. Bahia, v.17,
n.1, p.67-90, 1994.
ALENCAR FILHO , R.A.A. A imunodifusão como recurso diagnóstico da Leucemia Linfática Crônica em bovinos.
Biológico, São Paulo, v.44, n.1, p.27-28, 1978.
ALENCAR FILHO , R.A.; MA Z A N T I, M.T.; SAAD , A.D.; POHL , R.
Levantamento preliminar da infecção pelo Vírus da
Leucemia Linfática Crônica (L.L.C.) dos Bovinos no
Estado de São Paulo. Biológico, São Paulo, v.45, n.3/4,
p.47-54, 1979.
ANDRADE , J.R.A. & A LMEIDA , M.M.R. Prevalência da Leucose
Enzoótica Bovina na Bacia Leiteira de Goiânia, Goiás.
Hora Vet., v.10, n.60, p.49-53, 1991.
AR I T A, G.M.M.; GO N Ç A L V E S, C.D.; S A B E R , A.F.; G E R M A N O ,
P.M.L.; D E A K , J.G.; KOTAIT , I. Estudo epidemiológico
da Leucose Enzoótica dos Bovinos no Vale do
Paraíba, São Paulo, Brasil. In: REUNIÃO ANUAL
DO INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO, 5.,
1992, São Paulo. Resumos. São Paulo: Secretaria da
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
1992. p.30.
BIRGEL , E.H.; D'ANGELINO , J.L.; BENESI , F.J.; HAGIWARA , M.K.;
PRADO , M.S.S. Considerações sobre a Leucose Enzoótica
dos bovinos adultos em rebanho leiteiro criado no
Estado de São Paulo. I - Prevalência de soro-reagentes.
In: SEMANA DE VETERINÁRIA DA FMVZ/USP, 2.,
1983, São Paulo. Anais. São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Univ. São Paulo, 1983.
p.70.
BIRGEL , E.H.; D'ANGELINO , J.L.; GARCIA, M.; MARÇAL , W.S. Estudo preliminar sobre a ocorrência da Leucose dos
Bovinos adultos criados na Região de Campinas. In:
CONFERÊNCIA ANUAL DA SOCIEDADE PAULISTA
DE MEDICINA VETERINÁRIA, 43., 1988, Campinas,
SP. Resumos. Campinas: SPMV, 1988a. p. 30.
BIRGEL , E.H.; D'AGELINO , J.L.; GARCIA , M.; ZOGNO , M.A. Ocorrência da infecção causada pelo vírus da Leucose Bovina em gado leiteiro criado no Estado de São Paulo.
Avaliação pela detecção de anti-corpos séricos por
imunodifusão com antígeno viral. In: CONFERÊNCIA ANUAL DA SOCIEDADE PAULISTA DE MEDICINA VETERINÁRIA, 43., 1988b, Campinas, SP. Resumos. Campinas: SPMV, 1988. p.31.
BIRGEL , E.H.; D'ANGELINO , J.L.; G ARCIA, M.; B ENESI, F.J.; ZOGNO ,
M.A. Ocorrência da Infecção causada pelo vírus da
Leucose Bovina no Estado de São Paulo. Braz. J. Vet.
Res. Anim. Sci., v.28, n.1, p.67-73, 1991.
BI R G E L , E.H.; B ENESI , F.J.; D'ANGELINO , J.L.; A Y R E S , M.C.C.;
C O S T A , J.N.; BARROS FILHO , I.R.; BI R G E L JÚNIOR , E.H.
Prevalência da Leucose Enzoótica dos Bovinos em
zebuínos da raça Nelore, criados no Estado de São
Paulo. Arq. Esc. Méd. Vet. Univ. Fed. Bahia, v.17, n.1,
p.55-66, 1994.
BIRGEL JÚNIOR , E.H.; D'ANGELINO , J.; B ENESI , F.J.; B IRGEL , E.H.
Prevalência da Infecção pelo Vírus da Leucose dos
Bovinos, em animais da raça Jersey, criados no Estado
de São Paulo. Pesqui. Vet. Bras, v.15, n.4, p.93-99, 1995.
BR E N N E R , J.; VAN HA A M , M.; SAVIR , D.; TRAININ , Z. The
implication of BLV infection in the productivity,
reproductive capacity ans survival rate of a dairy cow.
Vet. Immunol. Immunopathol. v.22, n.3, p.299-305, 1989.
BURRIDGE, M.J.; THURMOND, M.C.; MILLER, J.M.; SCHMERR , M.J.F.;
VAN DE R MA A T E N, M.J. Fall in antibody titer to Bovine
Leukemia Virus in the periparturient period. Can. J.
Comp. Med., v.46, n.3, p.270-271, 1982.
C ARNEIRO , P.A.M.; ARAUJO , W.P.; B I R G E L ., E.H.; SOUZA , K.W.
Prevalência da infecção pelo Vírus da Leucose dos
Bovinos em rebanhos leiteiros criados no Estado do
Amazonas, Brasil. Acta-Amazonica, v.33, n.1, p.111-125,
2003.
C A R V AL HO , L.; BENESI , J.F.; B I R G E L JÚNIOR , E.H.; B I R G E L , E.H.
Prevalência de anticorpos aéricos anti-vírus da Leucose
dos Bovinos em animais da raça Holandesa Preto e
Branca e zebuínos da raça Nelore, criados no Pólo
Regional de Londrina Estado do Paraná. Semin. Ciênc.
Agrar., v.17, n.1, p.53-57, 1996.
C HOI, K.Y.; MONKE , D.; S TOTT , J.F. Absence of bovine leukosis
virus in semen of seropositive bulls. J. Vet. Diagn.
Invest., v.14, p.403-406, 2002.
C UNHA , R.G.; T EIXEIRA , A.C.; S OUZA , D.M. Antígenos do Vírus da Leucose Bovina e anticorpos precipitantes em
soros de bovinos. Pesqui. Agropecu. Bras. v.17, n.9,
p.1363-1370, 1982.
D'ANGELINO , J.L. Leucose Enzoótica dos Bovinos – estudo retrospectivo da performance produtiva e reprodutiva de animais infectados e não infectados. São Paulo: 1991. 85p.
[Tese (Livre Docência) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Univ. São Paulo].
EMANUELSSON , U.; SCHERLING , K.; PETTERSSON H. Relationship
between herd bovine leukemia virus infection status
and reproduction, disease incidence, and productivity
in Swedish dairy herds. Prev. Vet. Med., v.12, p.121–
131, 1992.
EVERMANN , J.F.; DIGIACOMO, R.F.; FE R R E R , J.F.; PARISH , S.M.
Transmission of Bovine Leukosis Virus by blood
inoculation. Am. J. Vet. Res., v.47, n.9, p.1885-1887, 1986.
FE R R E R , J.F. Bovine leukosis: natural transmission and
principles of control. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.175,
n.12, p.1281-1286, 1979.
FL O R E S , E.F.; WE I B L E N, R.; P EREIRA , N.M.; PORTOLAN , J.A.B.;
C H I E L L E , L.L. Prevalência de anticorpos contra o vírus
da Leucose Bovina (VLB) no rebanho leiteiro de Santa
Maria, RS. Rev. Cent. Ciênc. Rurais Univ. Fed. Santa
Maria, v.18, n.1, p.67-73, 1988.
FL O R E S , E.F.; WE I B L E I N , R.; RE B E L A T T O , M.C. Aspectos
epidemiológicos da infecção pelo Vírus da Leucose
Enzoótica Bovina (BLV) na região central do Rio Grande do Sul, Brasil. Hora Vet., v.10, n.58, p.25-29, 1990.
FL O R E S , E.F.; WE I B L E I N , R.; OL I V E I R A, C.; KR E U T Z , L.C.
Anticorpos contra o vírus da leucose bovina (VLB)
em soro de bovinos provenientes da República Oriental do Uruguai. Hora Vet., v.12, n.68, p.5-8, 1992.
GARCIA LI M A, E.; HA Y S S A K A , I.M.; PEINADO , M. Inquérito
sorológico para Leucose Bovina em gado importado.
Rev. Patol. Trop., v.9, n.3-4, p.137-143, 1980.
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
Infecção pelo vírus da leucemia bovina (BVL) no Brasil.
GOMES, M.; M OOJEN, V.; F ERNANDES, J.C.T.; F ERREIRO, L. Detecção
de anticorpos séricos contra o Vírus da Leucose
Enzoótica Bovina (VLEB) em bovinos no Estado do
Rio Grande do Sul. Arq. Fac. Vet. Univ. Fed. Rio Grande
Sul, v.13, p.15-22, 1985.
HOPKINS, S.G.; EVERMANN , J.F.; D IGIACOMO, R.F.; PARISH, S.M.;
FE R R E R , J.F.; SM I T H, S.; BA N G E R T , R.L. Experimental
transmission of Bovine Leukosis Virus by simulated
rectal palpation. Vet. Rec., v.122, n.16, p.389-391, 1988.
HOPKINS , S.G. & DI GI A C O M O, R.F. Natural transmission of
bovine leukemia virus in dairy and beef cattle. Vet.
Clin. North Am., v.13, n.1, p.107-128, 1997.
HU B E R , N.L.; D I GI A C O M O, R.F.; EV E R M A N N , J.F.; ST U D E R , E.
Bovine leukemia virus infection in large Holstein herd.
Prospective comparison of production and
reproductive performance in antibody-negative and
antibody-positive cows. Am. J. Vet. Res., v.42, n.9,
p.1477-1481, 1981.
HÜBNER , S.O.; W EIBLEN, R.; M ORAES, M.P.; S ILVA , A.M.; CARDO SO , M.J.L.; PEREIRA , N.M.; ZANINI , M. Infecção intrauterina pelo vírus da leucose bovina. Rev. Bras. Reprod.
Anim., v.21, n.4, p.8-11, 1997.
INTERNATIONAL EM B R Y O TRANSFER SOCIETY . Disponível em:
<http://iets.org/>. Acesso em: 1 mar 2003.
JOHNSON , R. & KANEENE , J.B. Bovine leukaemia virus and
enzootic bovine leukosis. Vet. Bull., v.62, n.4, p.287312, 1992.
KAJA, R.W. & O LSON , C. Non-infectivity of semen from bulls
infected with bovine leukosis virus. Theriogenology,
v.18, p.107-112, 1982.
KA N T E K, C.E.; K RUGER , E.R.; W E L T E , V.R. Infecção com o vírus da leucose enzoótica bovina em um lote de vacas
produtoras de leite importadas do Uruguai. Pesqui.
Vet. Bras., v.2, n.3, p.125-126, 1982.
KANTEK , C.E.; K RUGER , E.R.; W E L T E R , V.R. Prevalência do vírus da Leucose Enzoótica Bovina no rebanho leiteiro
do Paraná. Pesqui. Vet. Bras., v.3, n.4, p.125-129,1983.
KLINTEVALL , K.; BA L L A G I-PORDÁNY , K.; N ÄSLUND , K.; BELÁK , S.
Bovine leukaemia virus: rapid detection of proviral
DNA by nested PCR in blood and organs of
experimentally infected calves. Vet. Microbiol., v.42,
n.2/3, p.191-204, 1994.
KUZMAK , J.; KOZACZYNSKA , B.; BICKA , L. Diagnosis of bovine
leukemia virus (BLV) infection in newborn calves by use
of PCR. Bull. Vet. Inst. Pulawy, v.43, n.2, p.125-131, 1999.
LANGSTON, A.; F ERDINAND, G.A.A.; R UPPANER , R.; THEILEN, G.H.;
DRLICA , S.; BE H Y M E R , D. Comparison of production
variables of bovine leukemia virus antibody-negative
and antibody-positive cows in two California dairy
herds. Am. J. Vet. Res., v.39, n.7, p.1093-1098, 1978.
LEITE , R.C.; MODENA, C.M.; MOREIRA, E.C.; ABREU , J.J. Evolução clínica da Leucose Enzoótica Bovina. Arq. Bras.
Med. Vet. Zootec., v.36, n.1, p.47-57, 1984.
LEUZZI JÚNIOR, L.A.; G UIMARÃES JÚNIOR, J.S.; FREIRE , R.L.; A LFIERI ,
A.F.; ALFIERI , A.A. Influência da idade e do tamanho
do rebanho na soroprevalência da Leucose Enzoótica
Bovina em rebanhos produtores de leite tipo B, na
região norte do Estado do Paraná. Rev. Bras. Ciênc.
Vet., v.10, n.2, p.93-98, 2003.
LUCAS , M.H.; D AWSON , M.; C HASEY , D.; W IBBERLEY , G.; ROBERTS ,
D.H. Enzootic bovine leucosis virus in semen. Vet.
Rec., v.106, n.6, p.128, 1980.
MA M M E R I C K X, M.; PO R T E T E L L E , D.; BURNY , A.; LE U N E N, J.
Detection by immunodiffusion and radioimmunoassay
tests of antibodies to Bovine Leukemia Virus
antigens in sera of experimentally infected sheep
and cattle. Zentralbl. Vet. Med. Reihe B., v.27, n.4,
p.291-303, 1980.
MAMMERICKX , M. The immunodiffusion test for the detection
of Bovine Leukemia Virus infected animals. In: BURNY ,
A. & MA M M E R I C K X, M. (Eds.). Enzootic bovine leukosis and
bovine leukemia virus. Boston: Martinus Nijhoff, 1987.
p.195-200.
MARTIN , D.;ARJONA , A.; SO T O , I.; BARQUERO , N.; VIANA , M.;
GÓ M E Z -LUCÍA , E. Comparative study of PCR as direct
assay and ELISA and AGID as indirect assays for the
detection of Bovine Leukaemia Virus. J. Vet. Méd. B.,
v.48, p.97-106, 2001.
ME L O , L.E.H. Leucose Enzoótica dos Bovinos. Prevalência da
infecção em rebanhos leiteiros criados no Agreste Meridional do Estado de Pernambuco. São Paulo: 1991. 102p.
[Tese (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Univ. São Paulo].
MEGID , J.; N O Z A K I, C.N.; KURODA , R.B.S.; C RUZ , T.F.; LI M A,
K.C. Ocorrência de Leucose Enzoótica Bovina na
Microrregião da Serra de Botucatu. Arq. Bras. Med.
Vet. Zootec, v.55, n.5, p.645-646, 2003.
MI L L E R , L.D.; M ILLER , J.M.; O LSON , C. Inoculation of calves
with particles resembling C-type virus from cultures
of bovine lymphosarcoma. J. Natl. Cancer Inst., v.48,
n.2, p.423-428, 1972.
MODENA , C.M.; A BREU , V.L.V.; S ILVA , J.A.; MOREIRA , E.C.; A ZE VEDO , N.A.; REHFELD , O.A.M. Ocorrência de infecção pelo
Vírus da Leucose Enzoótica Bovina em animais importados. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.35, n.4, p.565573, 1983.
MODENA , C.M.; GOUVEIA , A.M.G.; A ZEVEDO , N.A.; SI L V A, J.A.;
VIANA, F.C.; REHFELD , O.A.M. Leucose Enzoótica Bovina: I - prevalência em rebanhos de alta linhagem no
Estado de Minas Gerais. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.,
v.36, n.1, p.39-45, 1984.
MO N K E , D.R. Noninfectivity of semen from bulls infected
with bovine leukosis virus. J. Am. Vet. Med. Assoc.,
v.188, p.823-826, 1986.
MOLNÁR , E.; M OLNÁR , L.; D IAS, H.T.; S ILVA , A.O.A.; V ALE , W.G.
Ocorrência da Leucose Enzoótica dos Bovinos no Estado do Pará, Brasil. Rev. Bras. Med. Vet., v.21, n.4,
p.171-175, 1999.
MO R A E S , M.P.; WE I B L E N, R.; F L O R E S , E.F.; OLIVEIRA , J.C.D.;
RE B E L A T T O, M.C.; ZANINI , M.R.; H Ü B N E R , S.O.; P EREIRA ,
N.M. Levantamento sorológico da infecção pelo Vírus da Leucose Bovina nos rebanhos leiteiros do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc. Rural, v.26, n.2,
p.257-262, 1996.
NAIF , H.M.; DANIEL , R.C.W.; CO U G L E , W.G.; LA V I N , M.F.
Early detection of Bovine Leukemia Virus by using
an enzyme linked assay for polymerase chain
reaction – amplified proviral DNA in experimentally
infected cattle. J. Clin. Microbiol., v.30, n.3, p.675-679,
1992.
OFFICE INTERNATIONAL D E S EPIZOOTIES . International Animal
Health Code. Paris: OIE, 2001. Disponível em: <http://
www.oie.int/Norms/MCode/htm>. Acesso em: 1
mar 2003a.
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
7
8
C. Del Fava & E.M. Pituco
OFFICE INTERNATIONAL DES EPIZOOTIES . Manual of standards for
diagnostic tests and vaccines. 4.ed. Paris: OIE, 2000. Disponível em:< http://www.oie.int/eng/Norms/
mmanual/htm>. Acesso em: 1 mar. 2003b.
OLIVEIRA , A.R.; BARRETO , C.S.F.; M ERICHELLO , D.; S ANQUENTIN ,
W.M. Epidemiologia da Leucose Bovina: Ocorrência
de anticorpos em várias faixas etárias. Rev. Bras. Med.
Vet., v.19, n.6, 1997.
PA R O D I, A.L. Pathology of Enzootic Bovine Leukosis.
Comparison with the sporadic form. In: BURNY , A. &
MA M M E R I C K X, M. (Eds.). Enzootic bovine leukosis and
bovine leukemia virus. Boston: Martinus Nijhoff, 1987.
p.15-49.
PAVLENKO , S.; OK P A T T A K H, G.K.; MIROLUBOVA, A.; A LEXEEVA ,
V.; KO V A L E N K O , A. Investigating the possibilities of
diagnosing bovine leukosis virus (BLV) among
carriers younger than 6 months. Mezhdunarodnyi
Sel’skokhozyaistvennyi Zhurnal, n.4, p.53-58, 2002.
PITUCO, E.M.; O KUDA , L.H.; R OSA , F.A.; S TEFANO , E.; D E L FAVA ,
C.; G R E G O R Y, L. Aspectos sanitários da Leucose
Enzoótica Bovina em reprodutores de Centrais de
Inseminação Artificial do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BUIATRIA, 4., 2001, Campo Grande. Resumos. Campo Grande: Sociedade Brasileira de Buiatria,
2001. n.47. [CD-ROM.].
RA N G E L, N.M. & M ACHADO , A.V. Contribuição à oncologia
comparada em Minas Gerais. Arq. Esc. Super. Vet. Est.
Minas Gerais, v.1, p.83-96, 1943.
REINHARDT , G.; HOCHSEIN-MINTZEL , V.; R EIDEMANN , H.; LEAL ,
H.; NIEDDA , M. Estudio serologica de leucosis enzootica
bovina en un predio de la provincia de Valdivia y su
relación a parametros productivos y reproductivos. J.
Vet. Med., series B, v.35, n.3, p.178-185, 1988.
RICHARDSON, G.F.; SE G E R, C.L.; B RAUN, W.F.; ARCHBALD , L.F.;
LINGARD, D.R.; A M B O R S K I, G.F.; C O R S T V E T, R.E.; M ALONE ,
J.B.; CA R A K O S T A S , M.C. Characterization of infertility
and bovine leukemia virus infection in beef bulls on
southwestern Louisiana coastal range. Theriogenology,
v.26, n.4, p.445-454, 1986.
RO B E R T S , D.H.; LUCAS , M.H.; WI B B E R L E Y , G.; CHASEY , D.
Investigation into the susceptibility of cattle to Bovine
Leukosis Virus following inoculation by various
routes. Vet. Rec., v.110, n.6, p.222-224, 1982.
ROMERO , C.H. & RO W E , C.A. Enzootic bovine leukosis virus
in Brazil. Trop. Anim. Hlth. Prod., v.13, n.2, p.107-111,
1981.
SAMARA , S.I.; L I M A, E.G.; NASCIMENTO , A.A. Monitoração da
Leucose Enzoótica Bovina no gado leiteiro da região
de Pitangueiras/SP. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., v.34,
n.6, 349-351, 1997.
SANTOS , J.L.; FARIA , J.E.; RIBEIRO , M.F.B.; SA L C E D O , J.H.P.
Epidemiologia da Leucose Enzoótica Bovina no Estado de Minas Gerais.I – Prevalência de anticorpos na
Zona da Mata. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec, v.37, n.4,
p.359-359, 1985.
SCARCI, R.M.; BENTO , C.L.; MEDEIROS, E.L.; GUARENTI , P.J. Avaliação dos testes sorológicos e hematológicos no diagnóstico da Leucose Bovina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 17., 1980, Fortaleza. Anais. Fortaleza: 1980. p.137.
SI L V A , S.V. Leucose Enzoótica dos Bovinos. Prevalência de
anticorpos séricos anti-vírus da Leucose dos Bovinos em
rebanhos cruzados – holandês/zebu e em animais da raça
Pé-duro, criados no Estado do Piauí. São Paulo: 2001.
176p. [Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Univ. São Paulo].
SI M Õ E S , S.V.D. Leucose Enzoótica dos Bovinos. Prevalência
de anticorpos séricos anti-vírus da Leucose dos Bovinos
em rebanhos leiteiros criados no Estado da Paraíba. São
Paulo: 1998. 118p. [Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zotecnia, Univ. São
Paulo].
TA V O R A , J.P.F. & B I R G E L , E.H. Prevalência da infecção pelo
vírus da leucose bovina em rebanhos leiteiros criados na região de Pólo Itabuna, Estado da Bahia.
Arq. Esc. Med. Vet. Univ. Fed. Bahia, v.14, n.1, p.164183, 1991.
VAN DE R LAAN , C.W.; VIDOR , T.; BRAGA , F.M.; HA L F E N, D.;
HU B N E R , S.O. Leucose Enzoótica Bovina em bovinos
produtores de leite importados do Uruguai. Pesqui.
Agropecu. Gaúcha, v.5, n.1, p.139-141, 1999.
VAN REGENMORTEL , M.H.V.; F A U Q U E T, C.M.; BISHOP, D.H.L.;
C ARSTENS , E.B.; ES T E S , M.K.; L E M O N , S.M.; MANILOFF , J.;
MAYO , M.A.; MCGEOCH, D.J.; P RINGLE , C.R.; W ICKNER , R.D.
(Eds.). Virus taxonomy: the classification and nomenclature
of viruses. 7th Report. San Diego: Academic Press, 2000.
1167p. Chapter 00.061: Family Retroviridae.
Recebido em 10/4/03
Aceito em 10/6/03
Biológico, São Paulo, v.66, n.1/2, p.1-8, jan./dez., 2004
Download