leucose enzoótica dos bovinos – revisão bibliografica

LEUCOSE ENZOÓTICA DOS BOVINOS – REVISÃO BIBLIOGRAFICA
MARTINS, Angela Cristiane de Oliveira1; ZANATTA, Liliane2; SILVA, Vanusa
Israel da3; ROSSATO, Cristina Krauspenhar4
Palavras-Chave: Vírus. Bovino. Maligno. Tumor.
Introdução
A Leucose Enzoótica Bovina é uma virose crônica, prolongada e infecciosa causada
por vírus da família Retroviridae. Esta doença se caracteriza por duas formas, a forma
maligna tumoral e fatal associada ao linfossarcomas em alguns linfonodos e órgãos, a qual
ocorre em 5 a 10% dos animais infectados e a forma benigna, caracterizada apenas pelo
aumento geral do número de linfócitos sangüíneos, denominada de linfocitose persistente, de
ocorrência em 30% dos animais infectados; sendo que é mais comum a forma maligna
tumoral no gado leiteiro (MORAES, 1996). Essa doença é distribuída mundialmente e no
Brasil foi diagnosticada em 1959 no Rio Grande do Sul. Atualmente, está presente em todos
os estados brasileiros e facilmente encontrada em rebanhos leiteiros, sendo que a prevalência
aumenta a medida que aumenta a idade dos animais, 4 a 8 anos e a tecnificação da
propriedade (RISTOW, 2008).
Esse trabalho visa abordar patogenia, características clínicas, patologia e
epidemiologia da doença em bovinos através do referencial bibliográfico.
Revisão Bibliográfica
O agente etiológico pertence à família Retroviridae, à sub-família Oncovirinae, e ao
gênero Deltaretrovirus. Possuem uma única fita de Ácido Ribonucléico (RNA) e apresentam a
capacidade de transformar seu material genético em DNA, através da enzima Transcriptase
Reversa, inserindo-se no genoma celular o que permite que a proteína viral se replique quando
as células do hospedeiro se multiplicam (REBHUN, 2000). O vírus infecta e transforma
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Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
[email protected]
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Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta. E-mail: [email protected]
3
Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
[email protected]
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Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
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preferencialmente linfócitos B, mas é encontrado também em células T, monócitos e
granulócitos (RISTOW, 2008).
Para Johnson (2002), existem quatro consequências possíveis após a exposição de
bovinos ao vírus: o animal não se torna infectado devido à resistência genética; podem se
tornam portadores latentes com infecção permanente e níveis detectáveis de anticorpos; ou
ainda com infecção permanente e animais soropositivos desenvolvendo linfocitose persistente
e processo linfoproliferativo benigno; ou desenvolve linfossarcoma que são animais
soropositivos com tumores neoplásicos malignos. Conforme Rebhun (2000) o linfossarcoma é
mais comum entre 3 e 6 anos de idade.
Segundo Ristow (2008) a transmissão resulta principalmente da transferência de
linfócitos infectados para animais susceptíveis por meio de agulhas, instrumentos cirúrgicos;
marcação de animais; luvas para palpação retal; ação mecânica de tabanídeos; para bezerros a
transmissão comprovada como infectante do vírus é no útero ou por alimentação com leite ou
colostro de vacas infectadas.
A leucose enzoótica bovina caracteriza-se pela ocorrência de múltiplos casos de
linfossarcoma no adulto, desenvolvendo tumores nos linfonodos. Os principais sinais clínicos
são: perda de peso, redução de leite, linfadenopatia interna e paresia posterior. E com menos
frequência, febre, complicações respiratórias (estertor e dispnéia), exoftalmia, diarreia,
constipação e complicações cardiovasculeres (JOHNSON, 2002).
Os linfossarcomas podem ocorrer em linfonodos periféricos, linfonodos internos,
abomaso, coração, útero, espaço retrobulbar e região epidural do sistema nervoso central.
Pode afetar também órgãos atípicos como trato respiratório superior e inferior, úbere, pré
estômago, rins, fígado e baço (REBHUN, 2000).
Macroscopicamente, Riet-Correa (2001) cita que os linfonodos atingidos estão
aumentados de tamanho e apresentam superfície de corte branco-amarelada homogênea, sem
diferenciação entre a região cortical e a medular. Silva (2008) ainda denota que essas
formações tumorais são de aspecto firme e coloração esbranquiçada em tecidos linfoides,
abomaso e útero o que pode colaborar com o diagnóstico clínico da enfermidade.
Para o diagnóstico existem testes como Imunodifusão em Ágar Gel, ELISA e
Imunofluorescência que detectam anticorpos específicos contra o vírus, além da análise
biomolecular, o PCR. Para o diagnóstico laboratorial podem ser feitas as análises de
hemograma e histopatologia. Sendo importante fazer a escolha do diagnóstico específico para
cada fase da doença (JOHNSON, 2002; RISTOW, 2008).
Para Johnson (2002), devido aos amplos achados o diagnóstico definitivo é difícil.
Como por exemplo, o infartamento dos linfonodos periféricos sem febre ou linfagite é
incomum em outras doenças, a não ser na tuberculose que é facilmente diagnosticada pelo
teste da tuberculina; ou a forma cardíaca que se assemelha à pericardite traumática e à
endocardite mas há ausência de netrofilia que é característica dessas doenças.
Não há tratamento e deve ser feito o controle que consistem principalmente na
realização de testes repetidos e remoção de todos os animais positivos. Os bezerros de vacas
com a enfermidade confirmada devem ser alimentados com colostro e leite de animais
soronegativos. Em relação ao manejo e procedimentos cirúrgicos, utilizar sempre agulhas
descartáveis e material esterilizado (RISTOW, 2008).
Conclusão
A leucose enzoótica bovina é uma patologia de elevada importância na Medicina
Veterinária, já que se trata de uma doença contagiosa especialmente em sistema em sistema
de produção de alta tecnificação. Esta doença apresenta quatro diferentes quadros clínicos,
sendo que o estado portador aumenta sua disseminação de forma silenciosa.
Considerando o fato de que o tratamento consiste apenas na eliminação de todos os
animais soropositivos, os prejuízos econômicos causados pela patologia são de alta
relevância.
Referências
RADOSTITS M. et al; Clínica Veterinária. Cap. 21, p. 940. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan S.A., 2002.
REBHUN, Willian C. Doenças do Gado Leiteiro. Cap. 14, p. 596. São Paula, Rocca LTDA,
2000.
MORAES, Mauro P. et al. Levantamento Sorológico da Infecção pelo Vírus da Leucose
Bovina do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Rio Grande do Sul. Ciência Rural, 1996.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cr/v26n2/a15v26n2.pdf. Acesso em: 15 mar. 2012,
18:55;
RISTOW,
Luiz
Eduardo;
Leucose
Enzoótica
Bovina;
Disponível
em:
http://www.tecsa.com.br/media/File/pdfs/DICAS%20DA%20SEMANA/BOVINOCULBOVI
/BOV%20LEUCOSE%20ENZOTICA%20BOVINA.pdf. Acesso em: 01 mar. 2012, 21:45.
SILVA, R. C.
et al. Ocorrência de Leucose Enzoótica Bovina na Forma de
Linfossarcomas
no
Dsitrito
Federal:
Relato
de
Caso;
Disponível
http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/v75_4/silva.pdf. Acesso em: 01 ago, 20:15.
em: