Descompliquem-se os Hidratos de Carbono! Quando pensamos em dieta, pensamos logo em deixar de comer pão, arroz, massas, batatas, doces... Na realidade, alguns destes alimentos são bastante importantes e devem estar bem presentes na nossa alimentação diária. Na sua constituição encontra-se uma quantidade apreciável de hidratos de carbono. Mas o que são, afinal, os Hidratos de Carbono? São uma classe de nutrientes muito importante para a manutenção da vida. Têm como principal função dar-nos energia para gastarmos em todas as acções que desenvolvemos (andar, trabalhar, brincar, falar, dançar, correr, …), permitem-nos manter um rendimento constante ao longo do dia e são a grande fonte de energia do nosso cérebro. Provêm, essencialmente, de alimentos de origem vegetal como cereais e seus derivados, tubérculos, leguminosas secas e frutos. Podemos distinguir os hidratos de carbono, de acordo com o seu tamanho e grau de digestão que requerem para serem absorvidos pelo nosso organismo em: simples e complexos. Os simples encontram-se no açúcar, no mel, na fruta, no leite e na generalidade de alimentos doces que conhecemos, e são úteis quando necessitamos de energia no imediato. O amido é o principal hidrato de carbono complexo na nossa alimentação e podemos encontrá-lo no pão, nas massas e farinhas, nas batatas e outros tubérculos, no arroz, nas leguminosas. Os hortícolas e as frutas também têm hidratos de carbono complexos - as fibras. No nosso organismo os “açúcares simples” requerem uma menor digestão e são, por isso, absorvidos mais rapidamente para a corrente sanguínea. No entanto, devido à sua rápida absorção, e quando incorporados em alimentos de baixo volume e sem fibras, temos que os consumir com algum cuidado, sob pena de aumentarmos muito a nossa ingestão energética. Os hidratos de carbono complexos, uma vez que são constituídos por cadeias longas, precisam de ser desdobrados várias vezes até se tornarem simples para serem absorvidos - entram mais lentamente no sangue. As fibras são hidratos de carbono complexos, que não sofrem digestão e não são absorvidas. Além de aumentarem o volume dos alimentos, a fermentação que sofrem no nosso intestino por acção das bactérias pode ajudar a diminuir os níveis de colesterol sanguíneo. A ingestão de alimentos ricos em amido e em fibras dá-nos uma vantagem: o seu volume considerável e a digestão mais demorada, ajudam a “encher” o nosso estômago e vão provocar a sensação de saciedade mais cedo, ajudando a diminuir a densidade energética da nossa alimentação. Também os “açúcares simples” beneficiam quando são ingeridos após os complexos, uma vez que o atraso que estes provocam na digestão vai levar a uma entrada mais lenta dos simples no sangue. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 50% a 70% da nossa ingestão energética diária devem provir de hidratos de carbono, especialmente dos complexos. A Nova Roda dos Alimentos espelha bem estas necessidades, sendo 75% desta ocupada pelos grupos dos cereais e derivados, tubérculos, hortícolas, fruta e leguminosas. Numa perda de peso equilibrada, devemos manter a ingestão de hidratos de carbono (50-70%), diminuindo as quantidades de todos os nutrientes energéticos equilibradamente e tentando aumentar o consumo de vitaminas e minerais.