Análise da freqUência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim DANTE, Elizabeth de Fátima Cavenaghi1 Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI [email protected] REIS, Juliana Alves2 Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI [email protected] MARINI, Danyelle Cristine3 Faculdades Integradas Maria Imaculada – FIMI [email protected] RESUMO As infecções do trato urinário (ITUs) são uma das mais importantes entre as infecções hospitalares com maior recorrência no sexo feminino. O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise da frequência e do perfil de resistência dos micro-organismos causadores de ITUs em pacientes hospitalizados da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, São Paulo, Brasil. O levantamento foi feito baseado no banco de dados eletrônico da Santa Casa através das uroculturas analisadas no Laboratório de Análises Clínicas terceirizado, no período de janeiro de 2006 a novembro de 2009, com 1494 amostras 1 Graduada em Farmácia pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada. Graduada em Farmácia pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada. 3 Doutora em Educação pela UNIMEP, Mestre em Biologia Celular e Molecular pela UNESP, Especialista em Docência Superior pela Gama Filho, Especialista em Cosmetologia e Dermatologia pela UNIMEP, Habilitada em Bioquímica pela UNIMEP e Graduada em Farmácia pela UNIMEP. Professora e Coordenadora do Curso de Farmácia das FIMI, e Coordenadora da Comissão de Educação do CRF-SP. 2 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 27 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. provenientes dos pacientes da Santa Casa referida; foram identificadas 440 positivas. Os micro-organismos mais identificados foram Escherichia coli (41%), seguida da Klebsiella pneumoniae (15%) e Proteus mirabilis (4%). O antibiótico cefalotina apresentou maior prevalência de resistência em pacientes com Acineto balmanni, seguido da ciprofloxacino e amicacina em pacientes infectados com a bactéria resistente Pseudomonas aeuroginosa. Por fim, o estudo contribui para orientar a CCIH com estratégicas particularizadas em relação ao uso racional de antimicrobianos e acompanhamento terapêutico melhorado no ambiente hospitalar. Palavras-chave: Incidência. Urocultura. Bactérias. Resistência. Antibióticos 1 INTRODUÇÃO A infecção do trato urinário (ITU) constitui em uma das afecções mais comumente verificada na prática médica. Compreende uma variedade de doença que pode acometer todo o trato urinário e com manifestações clínicas peculiares. Em geral, são causadas por bactérias, mas excepcionalmente os fungos também podem agredir o trato urinário (HELITO, 2007). Na infecção urinária, os micro-organismos podem chegar ao trato urinário por meio de três vias. A primeira e mais comum é a ascendente, na qual os patógenos alcançam o interior da bexiga, vindos pela uretra. Uma vez dentro da bexiga, e desde que esta propicie condições para sua multiplicação, as bactérias passam a agredir a mucosa, fato este que se traduz pelos sintomas infecciosos e obstrutivos. Em relação à segunda via ocorre pela circulação sanguínea, conhecida como hematogênica e, a terceira, ocorre através dos vasos linfático, denominada linfática (POLETTO, 2005). A infecção baixa que ocorre na bexiga, conhecida como cistite, se manifesta sem dor, com micções repetidas e geralmente não acompanha febre. Apresenta maior frequência em mulheres devido ao fato da uretra ser mais curta no sexo feminino em relação ao sexo masculino. Em relação às infecções das vias urinárias superiores (rins, pelve renal e ureteres) manifestam através de febre em geral com calafrios e dor lateral (HELITO, 2007). 28 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim A frequência dos germes causadores de ITU varia na dependência de onde foi adquirida a infecção, intra ou extra hospitalar e também difere em cada ambiente hospitalar considerado. Os maiores responsáveis pela ITU são os germes Gram negativos entéricos especialmente a Escherichia coli, que é o mais frequente independente do local estudado, seguido dos demais Gram negativos como Klebsiella, Enterobacter, Acinetobacter, Pseudomonas, entre outros. Estudos recentes americanos têm demonstrado como a segunda causadora mais frequente de ITU não complicada a bactéria Staphylococcus saprophyticus, um agente Gram positivo (HEILBERG, 2003). Em trabalhos já realizados com análises laboratoriais das infecções do trato urinário, observou-se que em até 17,6% dos casos foi observado a Escherichia coli como micro-organismo prevalente causador de ITU, existe consenso de que os micro-organismos uropatogênicos como a Escherichia coli colonizam o cólon, a região perianal e nas mulheres, o intróito vaginal e a região perianal. Posteriormente, processa-se a ascensão facultativa para a bexiga e/ ou rins, pois condições normais há competição entre estes micro-organismos com a flora vaginal e perineal (HEILBERG, 2003). O diagnóstico se estabelece no momento em que se documenta a presença de micro-organismos na urina. A confirmação de patógenos no material biológico é realizada pela determinação dos aspectos físicoquímicos da urina (aspecto, densidade específica e determinações da fita reagente) pelo exame de microscopia de campo claro ou de contraste de fase para evidenciar hematúria, piúria, cilindros e cristalúria. Vale ressaltar a importância na realização da urocultura e do antibiograma em casos positivos de micro-organismo, o que permitirá a identificação correta do patógeno, proporcionando um tratamento focado no agente (KONEMAN, 2008). A urinálise com fita de reagente, dipstick, proporciona informações sobre múltiplas propriedades fisioquímicas da urina com resultados obtidos em apenas poucos minutos e são úteis na triagem de casos agudos de ITU, indicam a presença de esterase leucocitária ou atividade redutora de nitrato, a redução de nitrato para nitrito indica ITU por enterobactérias, quando obtém um resultado negativo pode excluir a patogenia, já um negativo falso na fita é mais difícil do que na microscopia, já que o pH maior 7,5 sugere fortemente a infecção (HEILBERG, 2003). O exame microscópico da urina é o procedimento laboratorial mais comum utilizado para a detecção de doenças renais ou trato urinário. A interpretação consiste em experiência e tempo. O profissional deve possuir FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 29 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. conhecimentos de várias entidades morfológicas (órgãos, células epiteliais, cilindros). O exame microscópico é feito após centrifugação da urina, pois contém os chamados elementos formados, sendo o primeiro a ocasionada pela descamação ou esfoliação espontânea de células epiteliais que revestem o trato urinário superior (rins) e inferior e as estruturas adjacentes. O segundo elemento ocorre pelas células do sangue circulante (leucócitos e eritrócitos). Os cilindros formados nos túbulos renais e ductos coletores são outros elementos formados (KONEMAN, 2008). A urocultura é fundamental para o diagnóstico de ITU; esse exame permite a identificação do patógeno causador da infecção o que proporcionara ao médico um tratamento direcionado. A amostra utilizada para esse exame deve ser a urina de jato médio colhida com assepsia. A primeira urina da manhã deve ser preferencialmente a escolhida, por conter maior população de bactérias devido ao maior tempo de incubação, a sintomatologia da ITU com elevada frequência urinária dificulta esta medida. Desta forma, a urina de qualquer micção pode ser valorizada desde que obtida com um intervalo, no mínimo, de duas horas após a micção anterior (HEILBERG, 2003). As bactérias adquirem fatores que influenciam no grau de acometimento na infecção devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, o que facilita a sua proliferação. As enterobactérias caracterizam-se pela presença ou não das estruturas tais como: flagelo responsável pela motilidade da bactéria, que compreende a capacidade de um organismo de se mover por si próprio; cápsula que confere resistência à fagocitose devido ao polissacarídeo presente na membrana externa das bactérias; fímbrias ou pili responsáveis pela adesão da bactéria ao urotélio e transmissão de informação genética a outras bactérias via DNA dos plasmídeos (TORTORA, 2005). Os antibióticos são substâncias que tem capacidade de interagir com micro-organismos que são utilizados para tratar as infecções bacterianas. Distinguem-se em: bactericidas, propicia a eliminação das bactérias, provocando a destruição da parede bacteriana; e bacteriostáticos, que detêm o crescimento das bactérias, deixando ao sistema imunológico à tarefa de eliminar a infecção. (RANG, 2007). Um bactericida pode tornar-se apenas bacteriostático se for prescrita uma dose muito baixa, ou se for um curto tratamento. Bacteriostático pode tornar-se bactericida quando administrada em altas dosagens durante longos tratamentos principalmente com patógenos sensíveis (CRAIG, 2005). Os antibióticos mais utilizados e preconizados para o tratamento de ITU são as sulfonamidas. Quando se trata de infecções adquiridas fora 30 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim do ambiente hospitalar, entretanto é bem tolerada (HEILBERG, 2003). Sua resistência pode ser decorrente a mutação ou da aquisição de plasmídeos de resistência (elementos genéticos extra cromossômicos). Essas mutações podem levar a produção alterada de PABA e assim alterações estruturais que não levaram a síntese de ácido tetraidrofólico (TRABULSI, 2008). A nitrofurantoína, as quinolonas de maiores espectro como a ciprofloxacina devem ser usadas em casos de impossibilidade de uso das outras drogas para não induzir resistência. A ciprofloxacina é especialmente útil em pielonefrite. As cefalosporinas também podem ser utilizadas no tratamento de ITU, como os beta- lactâmicos (HEILBERG, 2003). O teste para identificação do micro-organismo patogênico inicia com a incubação do material em estufa bacteriológica por 18 a 24 horas e posteriormente analisá-lo. Após identificação do micro-organismo, realizavam-se os antibiogramas através do método de difusão de disco em ágar Mueller-Hinton (HENRY, 2008). O antibiograma é realizado com a distribuição dos discos com antibióticos nas placas, sendo incubadas por 24 horas. A determinação do grau de sensibilidade bacteriana considera o diâmetro do halo seguindo orientação do CLSI (Clinical Laboratory Standards Institute) (TRABULSI, 2008). De modo geral, resultados obtidos nessas avaliações podem dividir as bactérias em três categorias: sensível, o micro-organismo pode ser tratado com a dosagem habitual do antimicrobiano testado e recomendado para esse tipo de infecção; intermediário, o mesmo organismo poderá ser tratado com concentrações maiores de certas drogas ou caso a infecção ocorre em local onde o antimicrobiano é fisiologicamente mais concentrado e resistente, quando o micro-organismo isolado não é inibido pela concentração do antimicrobiano obtida no local da infecção ou quando a bactéria apresenta um mecanismo especifico de resistência (TRABULSI, 2008). Em função do aumento de micro-organismos multirresistentes este estudo justifica-se na identificação dos patógenos causadores de infecção do trato urinário, bem como, a análise de sua resistência a antimicrobianos. O objetivo desse trabalho é analisar os dados referentes à ITU da CCIH da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim do estado de São Paulo. 2 METODOLOGIA 2.1 Instrumentos de coleta de dados A coleta de dados foi referente à incidência de infecções do trato FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 31 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. urinário, bem como os micro-organismos mais presentes e o seu perfil de resistência. As análises foram realizadas a partir dos dados do CCIH da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim do estado de São Paulo. Os dados da CCIH são obtidos de pacientes internados da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, por meio da coleta de urina e análises realizadas por laboratório terceirizado do hospital. 2.2. Local de estudo O trabalho foi realizado no município de Mogi Mirim, no estado de São Paulo, localizado a 164 km da capital. A coleta de amostras foi realizada no hospital da Santa Casa e os resultados arquivados na CCIH. O presente estudo avaliou os dados da CCIH do período de janeiro de 2006 a novembro de 2009, o que corresponde a análise dos resultados laboratoriais de 1494 pacientes. Os dados dos pacientes foram separados por ano, setores, incidência, resistência e sensibilidade dos antimicrobianos bem como os agentes causadores da ITU. 2.3 População de estudo A população estudada foram pacientes da Santa Casa de Mogi Mirim que ficaram internados em todos os setores do hospital e que realizaram exames para verificar a presença de ITU. O estudo envolveu a análise do resultado de exame de 1494 pacientes, permitindo traçar o patógeno de maior ocorrência, bem como o seu perfil de resistência. Os dados foram tabulados utilizando-se intervalos de classe, distribuição de frequência. 3 RESULTADO 3.1 Distribuição de Casos Positivos e Negativos Segundo os dados do centro de controle de infecções hospitalares foram realizados 1494 exames no período de 2006 a 2009, permitindo uma média de 29% (440) de casos positivos durante esse período (Figura 1). O ano de 2006 foi realizado 345 exames, sendo 32% (111) positivos, em relação ao ano de 2007 realizaram 328 exames ocorrendo somente 29% (96) casos positivos. O ano de 2008, 127 (30%) casos positivos de um total de 421 exames, em relação ao ano de 2009 realizou 400 exames, sendo desses 27% (106) positivos (Tabela 1). 32 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim Figura 1- Distribuição dos resultados dos exames durante o período de 2006 a 2009 segundo os resultados da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim-SP. 1 29 Resultado Positivo Resultado Negativo Contaminados 69 Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. Tabela 1 - Distribuição dos exames do período de 2006 a 2009 segundo os resultados da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim-SP. 2006 2007345 exames, 2008 sendo 32% 2009(111) positivos, Total O ano de 2006 foi realizado em relação Resultados de Exames n % n % n % n % n % ao ano de 2007 realizaram 328 exames ocorrendo somente 29% (96) casos positivos. O Pacientes 345 --328 --421 --400 ---- 1494 -ano de 2008, 127233 (30%)68casos223 positivos 421 exames, relação ao ano Negativos 68 de 287um total 68 de 289 72 1032em 69 Contaminados 1 exames, 0 9 3 727% (106) 2 5 1 (Tabela 22 1 de 2009 realizou 400 sendo desses positivos 1). Positivos 111 32 96 29 127 30 106 27 440 29 Tabela 1- Distribuição dos exames do período de 2006 a 2009 segundo os resultados da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim-SP. 3.2 Distribuição por gênero 2006 2007 2008 2009 Total Resultados Foram analisados 1494 resultados de pacientes internados com posExames n no hospital % n % de Mogi n % sendo n %65% n % síveldeITU, atendidos Santa Casa Mirim, que (288) mulheres e 345 32 % (141) Pacientes --- homens 328 e 3---% (11) 421em RN --- (recém-nascidos). 400 ---1494 -Em 2006 foi o ano que possui mais casos positivo em homem 37% (41), Negativos 233 68 223 68 287 68 289 72 1032 69 em relação ao sexo feminino o ano de 2008 teve a maior prevalência 70% Contaminados 1 0 9 3 7 2 5 1 22 1 (89) casos (Tabela 2). Positivos 111 32 96 29 127 30 106 27 440 29 3.2 Distribuição por gênero Foram analisados 1494 resultados de pacientes internados com possível ITU, atendidos no hospital Santa Casa de Mogi Mirim, sendo que 65% (288) mulheres e 32 % (141) homens e 3 % (11) em RN (recém-nascidos). Em 2006 foi o ano que possui mais casos positivo em homem 37% (41), em relação ao sexo feminino o ano de 2008 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 teve a maior prevalência 70% (89) casos (Tabela 2). 33 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. Tabela 2 - Distribuição de casos positivos no período de janeiro de 2006 a novembro de 2009, Mogi Mirim-SP Casos Positivos Positivo Feminino Positivo Masculino Positivo RN Total 2006 n % 68 61 41 37 2 2 111 --- 2007 n % 61 64 33 34 2 2 96 --- 2008 n % 89 70 35 28 3 2 127 --- 2009 n % 70 66 32 30 4 4 106 --- Total n % 288 65 141 32 11 3 440 --- 3.3 Distribuição por setor dos casos negativos Os casos negativos podem ser divididos de acordo com os setores da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim. A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) apresentou a maior prevalência de casos negativos durante o período, o que corresponde a 243 casos, uma média de 23,75%. O segundo setor com maior prevalência de casos negativos foi o convênio, 194 casos o que corresponde à média de 19% ao ano de casos negativos, bem como o terceiro setor foi Unidade Clínica Médica (UCM), apresentado um total de 186 casos negativos, correspondendo a uma média de 17,75% ano. Outro setor que deve ser destacado e em quarto lugar é a maternidade com 111 casos negativos, apresentando a média de 10,5%, em quinto lugar aparece à pediatria com 93 casos negativos, sendo a média de 9% ano, e por último em sexto lugar o setor particular com 78 exames negativos, referente a uma média de 7,75% (Tabela 3). Tabela 3 - Distribuição dos casos negativos segundo os setores da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim – SP. Setor Casos Negativos Berçário Convênio Maternidade Particular Pediatria UCC* UCM** UTI*** UTI Neo**** Pronto Socorro 34 2006 n % 7 3 45 19 13 6 25 11 21 9 13 6 37 16 65 28 0 0 4 2 2007 n % 3 1 46 21 25 11 23 10 18 8 12 5 41 18 44 20 0 0 5 2 2008 n % 3 1 54 19 37 13 18 6 34 12 20 7 55 19 63 22 1 0 0 0 2009 n % 9 3 49 17 36 12 12 4 20 7 23 8 53 18 71 25 11 4 0 0 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Total n % 22 2 194 19 111 10,5 78 7,75 93 9 68 6,5 186 17,75 243 23,75 12 1 9 1 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim Setor Casos Negativos 2006 n Pronto Atendimento 0 Sem Identificação 3 Hemodiálise 0 UANA***** 0 Centro Cirúrgico 0 Total 233 2007 % 0 1 0 0 0 --- n 0 6 0 0 0 223 2008 % 0 3 0 0 0 --- n 1 0 0 0 1 287 2009 % 0 0 0 0 0 --- n 1 2 1 1 0 289 Total % 0 1 0 0 0 --- n 2 11 1 1 1 1032 % 0 1,25 0 0 0 100 *UCC - Unidade clínica cirúrgica; **UCM - Unidade clínica médica; ***UTI - Unidade de terapia intensiva; ****UTI Neo - Unidade de terapia intensiva neonatal; *****UANA Unidade de atendimento não agendada. 3.4 Distribuição de setor de caso positivos A Tabela 4 mostra a distribuição de casos positivos por setor. Nota-se que o setor que apresentou maior número de casos positivos foi à UCM totalizando no período 110 casos, o que equivale uma média de 24% de casos por ano. Em segundo lugar o setor com maior prevalência de casos positivos foi à unidade de terapia intensiva (UTI) com 78 exames o equivalente a 18% a média por ano, em terceiro o convênio com 76 casos, correspondente a 17% a média por ano. Tabela 4 - Distribuição dos casos positivos segundo os setores da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim-SP. 2006 Setor Casos Positivos n % Berçário 2 2 Convenio 16 15 Maternidade 4 4 Particular 10 9 Pediatria 10 9 UCC* 14 13 UCM** 25 23 UTI*** 18 17 UTI Neo**** 0 0 Pronto Socorro 9 8 Pronto Atendimento 0 0 Sem Identificação 1 1 Total de Casos 109 --- 2007 nº % 1 1 13 14 11 11 6 6 9 9 8 8 24 25 18 19 0 0 4 4 0 0 2 2 96 --- 2008 nº % 3 2 26 20 8 6 11 9 15 12 13 10 30 23 22 17 0 0 1 1 0 0 0 0 131 --- 2009 nº % 2 2 21 19 5 5 7 6 6 6 13 12 31 29 20 18 3 3 0 0 0 0 0 0 108 --- FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Total nº % 8 2 76 17 28 6 34 8 40 9 48 11 110 24 78 18 3 1 14 3 0 0 3 1 444 100 35 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. *UCC - Unidade clínica cirúrgica; **UCM - Unidade clínica médica; ***UTI - Unidade de terapia intensiva; ****UTI Neo - Unidade de terapia intensiva neonatal. 3.5 Distribuição de micro-organismos causadores de ITU O predomínio dos micro-organismos causadores da infecção do trato urinário dos exames realizados no hospital da Santa Casa de Mogi Mirim está descritos na Tabela 5. O agente com maior prevalência no decorrer dos anos de 2006 a 2009 foi a Escherichia coli com 41% (230) a média por ano, em segundo lugar a bactéria Klebsiella pneumoniae apresenta-se com uma média de 15,2 % (85) ao ano e em terceiro lugar o agente Candida albicans com uma prevalência de 12,8% (72) a média por ano. A Figura 2 apresenta os principais agentes causadores da infecção do trato urinário o que corresponde a 84% da média de casos por ano. Tabela 5 - Distribuição dos casos positivos segundo o agente causador da infecção do trato urinário. Incidência das Bactérias Acineto calcoaceticcus Bacillus SP Acinetobacter balmanni Bacilo Gram (-) fermentador Citrobacter freundii Candida albicans Candida não albicans Candida sp Edwardsiella tarda Enterobacter sp Enterobacter cloacae Enterobacter aerogenes Enterococcus faecalis Enterococcus sp Escherichia coli Klebsiella oxytoca Klebsiella pneumoniae Morganella morgani Proteus mirabilis 36 2006 nº % 0 0 0 0 3 2 0 0 0 0 7 5 2 2 2 2 0 0 0 0 1 1 1 1 8 6 0 0 62 46 4 3 18 13 1 1 4 3 2007 nº % 2 2 1 1 1 1 0 0 0 0 11 9 4 3 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 10 8 1 1 49 40 1 1 12 9 3 2 4 3 2008 nº % 1 1 0 0 4 2 0 0 1 1 28 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 3 2 0 0 71 42 1 1 21 13 1 1 10 6 2009 nº % 0 0 0 0 3 2 1 1 0 0 26 19 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2 1 0 0 48 35 2 1 34 24 0 0 5 4 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 TOTAL nº % 3 0,5 1 0,2 11 2 1 0,2 1 0,2 72 12,8 6 1,1 3 0,5 1 0,2 1 0,2 1 0,2 2 0,1 23 4,1 1 0,2 230 41 8 1,4 85 15,2 5 0,9 23 4,1 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim 2006 2007 2008 nº % nº % nº % Proteus vulgaris 4 3 2 2 1 1 Pseudomonas aeruginosa 6 5 8 6 5 3 Staphylococcus aureus 5 4 3 2 6 4 Staphylococcus coagulase neg. 4 3 7 5 12 7 Staphylococcus saprophyticus 0 0 1 1 0 0 Serratia sp 0 0 1 1 0 Serratia sp 0 0 1 10 Streptococcus agalactiae 0 0 1 1 2 Streptococcus agalactiae 0 0 1 11 Não identificada 0 0 0 0 0 Não identificada 0 0 0 00 Total por ano 132 ---- 124 --- 168 ---- 2009 nº % 0 0 3 2 4 3 6 4 0 0 0 0 00 1 2 11 1 0 01 139 --- Incidência das Bactérias Total por ano 132 ---- 124 --- TOTAL nº % 7 1,2 22 3,9 18 3,2 29 5,2 1 0,2 10 0,20 41 0,71 1 1 0,21 561 --- 168 ---- 139 --- 1 4 1 561 0 0 0 Figura 2 - Distribuição dos principais agentes causadores da infecção do Figura 2 - Distribuição dos principais agentes causador da infecção do trato urinário. trato urinário. 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 41 15 13 4 4 4 3 Fonte:Autor, Autor,2009. 2009. Fonte: 4.7 Distribuição de bactérias multisensíveis 3.6 Distribuição de bactérias multisensíveis Duranteoo período período de Irmandade da da Santa Durante de 2006 2006 aa2009, 2009,ocorreu ocorreunana Irmandade Santa Casa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim 440 casos positivos de ITU, sendo Misericórdia Mirim 440 casos positivos de 498 ITU,eram sendo identificados 5 identificados de 561Mogi micro-organismos causadores, desses causados micro-organismos causadores, desses eram causadosmultisensíveis, por bactérias, sendo por bactérias, sendo o predomínio dos 498 micro-organismos correspondendo 89% (498) dos casos, em relação às bactérias resistentes, predomínio dos amicro-organismos multisensíveis, correspondendo a 89% (498) d casos, em relação às bactérias resistentes, são responsáveis por 11% (63) causadoras d infecções. Vale ressaltar o aumento significativo das bactérias resistentes causadores 37 20 Ano foi 5 - Nº - Janeiro/Junho 2014 infecção do ano FOCO de 2008 - que de 612%, elevando-se para 24% para o ano de DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. são responsáveis por 11% (63) causadoras das infecções. Vale ressaltar o aumento significativo das bactérias resistentes causadores de infecção do ano de 2008 que foi de 12%, elevando-se para 24% para o ano de 2009 (Figura 3). Figura 3 - Distribuição das bactérias causadoras de ITU segundo a resistência e a sensibilidade a antibióticos. Bactérias Multisensíveis Bactérias Multiresistentes 498 155 116 115 18 112 63 24 12 9 nº nº nº nº nº 2006 2007 2008 2009 Total Fonte: Autor, 2009. . Fonte: Autor, 2009. Aa bactérias multissensíveis causadora da infecção do trato urinário presentes nos exames realizados no hospital da Santa Casa de Mogi Mirim estão descritas na As bactérias multissensíveis causadora da infecção do trato uriná- Tabela O agente multissensível com maiorno prevalência no Santa decorrer dosde anos de 2006 rio6.presentes nos exames realizados hospital da Casa Mogi Mirim descritas Tabela O agente maior a 2009 foi a estão Escherichia colina com 43% 6. (215) a médiamultissensível por ano. E em com segundo lugar a prevalência no decorrer dos anos de 2006 a 2009 foi a Escherichia coli com 43% (215) a média por ano. E em segundo lugar a bactéria Klebterceiro lugarpneumoniae o agente Staphylococcus com uma(61) prevalência siella apresenta-secoagulase com umanegativo média de 12% ao ano ede 6% terceiro agente Staphylococcus negativocomo com uma (29) aem média por lugar ano. Ao Candida albicans apesar coagulase de ser classificada um fungo prevalência de 6% (29) a média por ano. A Candida albicans apesar de apresenta um grande destaque correspondendo a 14% (72) a média por ano. A Figura 4 ser classificada como um fungo apresenta um grande destaque corresapresenta as principais bactérias multissensíveis causadoras da ITU as correspondendo a pondendo a 14% (72) a média por ano. A Figura 4 apresenta principais bactérias multissensíveis causadoras da ITU correspondendo a uma média uma média por ano de 89% dos casos. por ano de 89% dos casos. bactéria Klebsiella pneumoniae apresenta-se com uma média de 12% (61) ao ano e em Tabela 6 - Prevalência de bactérias multissensíveis causadoras da infecção do trato urinário. Incidência das Bactérias 38Multisensíveis 2006 n % 2007 n % 2008 n % FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 2009 n % Total n % Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim Tabela 6 - Prevalência de bactérias multissensíveis causadoras da infecção do trato urinário. 2006 Incidência das Bactérias Multisensíveis n % Acineto calcoaceticcus 0 0 Bacillus sp 0 0 Candida albicans 7 6 Candida não albicans 2 2 Candida sp 2 2 Citrobacter feundii 0 0 Contaminação 1 1 Edwardsiella tarda 0 0 Enterobacter aurogenes 1 1 Enterobacter sp 0 0 Enterococcus faecalis 8 7 Enterococcus sp 0 0 Escherichia coli 56 49 Klebsiella oxytoca 4 3 Klebsiella pneumoniae 13 11 Morganella morgani 1 1 Proteus mirabilis 3 3 Proteus vulgaris 4 3 Pseudomonas aeruginosa 5 4 Serratia sp 0 0 Staphylococcus aureus 4 3 Staphylococcus coagulase neg. 4 3 Streptococaes agalactiae 0 0 Total 115 --- 2007 n % 1 1 1 1 11 9 4 3 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 10 9 1 1 48 41 1 1 11 9 3 3 4 3 2 2 5 4 1 1 3 3 7 6 1 1 116 --- 2008 n % 0 0 0 0 28 18 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 2 0 0 68 44 1 1 17 11 1 1 10 6 1 1 4 3 0 0 6 4 12 8 2 1 155 --- 2009 n % 0 0 0 0 26 23 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 2 0 0 43 38 2 2 20 18 0 0 5 4 0 0 3 3 0 0 3 3 6 5 1 1 112 --- FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Total n % 1 0 1 0 72 14 6 1 3 1 1 0 2 0 1 0 1 0 1 0 23 5 1 0 215 43 8 2 61 12 5 1 22 4 7 1 17 3 1 0 16 3 29 6 4 1 498 100 39 Pseudomonas aeruginosa 5 4 5 4 4 3 3 3 17 Serratia sp 0 0 1 1 0 0 0 0 1 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. Staphylococcus aureus 4 3 3 3 6 4 3 3 16 Staphylococcus coagulase neg. 4 3 7 6 12 8 6 5 29 Streptococaes agalactiae 0 0 1 1 2 1 1 1 4 Total Figura 4 - Prevalência das principais 115 --- bactérias 116 ---multissensíveis 155 --- 112 --- 498 causadoras da infecção do trato urinário. 3 0 3 6 1 100 Figura 4- Prevalência das principais bactérias multissensíveis causadoras da infecção do trato urinário. 43 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 5 12 2 4 3 3 6 Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. 3.6 Distribuiçao de bactérias multirresistentes 3.7 Distribuiçao de bactérias multirresistentes As bactérias multirresistentes causadoras da do infecção do trato As bactérias multirresistentes causadoras da infecção trato urinário presentes urinário presentes nos exames realizados no hospital da Santa Casa de nos exames realizados hospital na daTabela Santa 7. Casa de Mogi Mirim estão descritas na Mogi Mirim estãonodescritas O agente multirresistente com prevalência no decorrer dos anosprevalência de 2006 a 2009 foi a Klebsiella Tabelamaior 7. O agente multirresistente com maior no decorrer dos anos de 2006 pneumoniae com 32,5% (24) a media por ano, em segundo lugar a bactéria a 2009 foi a Klebsiella pneumoniae com 32,5% (24) a media por ano, em segundo lugar Escherichia coli apresenta-se com uma média de 24,25% (15) ao ano e a bactéria Escherichia apresenta-se com uma média de (15) ao ano e em em terceiro lugarcoli o agente Acinetobacter balmanni com24,25% uma prevalência 17,5% (11) a média por ano, balmanni bem comocom em uma quarto lugar a Pseudomoterceirodelugar o agente Acinetobacter prevalência de 17,5% (11) a nas aeruginosa com uma prevalência de 11,75% (5) média por ano. Vale média ressaltar por ano,o bem como em quarto delugar Pseudomonas aeruginosa com uma aumento significativo casosa que ocorreu com a Klebsiella pneumoniae no ano de 2008 ela foi responsável por 33% (4) dos casos, já em 2009 ela foi diagnostica em 14 pacientes, correspondendo a 58%. A Figura 5 apresenta as principais bactérias multirresistentes causadores da infecção do trato urinário o que corresponde a 91,5% da média de casos por ano. 40 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 casos que ocorreu com a Klebsiella pneumoniae no ano de 2008 ela foi responsável por 33% (4) dos casos, já em 2009 ela foi diagnostica 14 pacientes, Análise da frequência e resistência dos agentesem causadores de infecção correspondendo a do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim 58%. A Figura 5 apresenta as principais bactérias multirresistentes causadores da infecção do trato urinário o que corresponde a 91,5% da média de casos por ano. Tabela 7 - Prevalência demultirresistentes bactérias multirresistentes causadoras da infecção Tabela 7 - Prevalência de bactérias causadoras da infecção do trato urinário. do tratodas urinário. Prevalência Bactérias 2006 2006 nº Multirresistentes Prevalência das Bactérias Multirresistentes 2007 % 2007 nº 2008 % 2008 nº Acinetobacter balmanni nº 3 % 17 nº 1 % 11nº 3 17 1 11 3 Acineto calcoaceticcus 0 Enterobacter cloacae 1 Acinetobacter balmanni Acineto calcoaceticcus Enterobacter cloacae 0 1 0 6 0 6 2 0 2 0 22 0 3% 25 22 0 0 0 0 0 0 0 2009 % 2009 nº nº 25 4 0 0 0 0 TOTAL % TOTAL nº % 4% 17nº 11% 17,5 17 11 17,5 0 0 0 0 0 0 2 1 2 5,5 1 1,5 5,5 1,5 Escherichia colicoli Escherichia 6 6 33 33 2 2 22 223 325 254 417 1715 15 24,2524,25 Enterobacter aerogenes Enterobacter aerogenes 0 0 0 0 0 00 18 00 Klebsiella pneumoniae Klebsiella pneumoniae 1 11 114 14 14 58 5824 24 32,5 32,5 433 33 Pseudomonas aeruginosa 5 5 28 28 1 1 1 6 6 0 1 6 3 00 00 00 00 00 01 11,5 1,5 Bacilo Gram (-) fermentador 0 3 33 1 8 0 0 5 Bacilo Gram (-) fermentador 1 0 0 0 0 1 4 Staphyloccus aureus Total 18 1 --- 6 9 0 ---- 012 0--- 024 1--- 463 2100 2,5 9 12 --- 24 --- Proteus mirabilis Proteus mirabilis Pseudomonas aeruginosa Staphyloccus aureus TotalFonte: Autor, 2009. 1 0 18 0 6 6 0 0 0 --- 0 33 0 0 01 1 0 0 ---- 8 0 80 0 1 1 0 4 4 01 5 1 2 12 2 11,75 1 11,75 1 1 2,5 63 100 Figura 5 - Prevalência das principais bactérias multirresistente causadoras da infecção do trato urinário. Figura 5:- Prevalência das principais bactérias multirresistente causadoras da infecção do trato urinário. 11,75 17,5 5,5 Acinetobacter balmanni Acineto calcoaceticcus Escherichia coli Klebsiella pneumoniae 32,5 24,25 Pseudomonas aeruginosa Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 41 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. 3.8 Distribuição das bactérias multirresistentes relacionada aos antibióticos A bactéria Acinetobacter balmanni, responsável por 11 casos o período de 2006 a 2009, o que corresponde a 17,5% dos ca3.7durante Distribuição das bactérias multirresistentes relacionada aos antibióticos sos com prevalência de bactérias resistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 6. De acordo com os dados 100% (11) A bactéria Acinetobacter balmanni, responsável por 11 casos durante o período dos casos causados por Acinetobacter foram resistentes aos antibióticos deciprofloxacina 2006 a 2009, o que corresponde aenquanto 17,5% dos casos comcasos prevalência bactérias e ceftazidima, 91% (10) foram de resistentes a cefepime, nitrofurantopina e sulfametoxazol/trimetoprim e 82% resistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 6. De acordo (9) comdos os casos foram resistentes a amicacina, ampicilina, ceftriaxona, cefalotina dados 100% (11) dos casos causados por Acinetobacter foram resistentes aos e gentamicina. antibióticos ciprofloxacina e ceftazidima, enquanto 91% (10) casos foram resistentes a cefepime, nitrofurantopina e sulfametoxazol/trimetoprim e 82% (9) dos casos foram Figura a6amicacina, - Perfil deampicilina, resistência da bactéria Acinetobacter balmanni durante resistentes ceftriaxona, cefalotina e gentamicina. o período de 2006 a 2009. Figura 6- Perfil de resistência da bactéria Acinetobacter balmanni durante o período de 2006 a 2009. 100 100 91 91 91 100 82 82 82 82 82 90 73 80 70 60 45 45 50 36 40 30 18 10 20 9 11 10 9 9 9 9 9 11 9 10 8 5 5 4 2 1 1 10 0 Nº Total caso % Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. A bactéria Escherichia coli, responsável por 15 casos, o que se refere a 24,25% A bactéria Escherichia coli, oresponsável pora 2009, 15 casos, o que da prevalência de bactérias resistentes durante período de 2006 apresenta um se refere a 24,25% da prevalência de bactérias resistentes durante o período de 2006 a 2009, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 7. espectro de resistência descrito na Figura 7. Figura 7 - Perfil de resistência da bactéria Escherichia coli durante o período de 2006 a 2009. 42 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim Figura 7 - Perfil de resistência da bactéria Escherichia coli durante o período de 2006 a 2009. 47 Imipenem 17 17 17 17 Oxacilina 12 10 Norfloxacino 17 Sulfametoxazol/Trim… Nitrofurantoina Gentamicina 5 Ácido nalidixico Cefalotina Ceftazidima Cefalexina Cefepime Ceftriaxona Ciprofloxacino Ampicilina/sulbactam Aztreonan Total de nº de casos 67 33 13 9 10 13 13 13 13 11 14 12 7 2 2 17 Ampicilina Amicacina 10 8 80 Piperacilina+Sulbact… 53 80 73 67 60 Ácido Clavulânico 67 Levofloxacino 93 87 87 87 Amoxacilina/clavulâ… 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 % Fonte: Autor,Autor, 2009. 2009. Fonte: A bactéria Staphylococcus aureus, responsável por dois casos durante o período A bactéria Staphylococcus aureus, responsável por dois casos durante o período de 2006 a 2009, o que corresponde a 2,5% dos casos umde espectro de resistência descrito na Figura 8. espectro De acordo de comresistência os dados, 100% (2) dos bactérias resistentes, apresenta um descrito na Figura 8. Depor acordo os dados, (2) dos causados por essa casos causados essa com bactéria foram 100% resistentes aos casos antibióticos ampicilina e bactéria foram resistentes aos antibióticos ampicilina e ceftazidima e 50% ceftazidima e 50% (1) dos casos eram resistentes a ceftriaxona, ciprofloxacina, (1) dos casos eram resistentes a ceftriaxona, ciprofloxacina, norfloxacino, norfloxacino, oxacilina e penicilina. oxacilina e penicilina. de 2006 a 2009, o que corresponde a 2,5% dos casos de bactérias resistentes, apresenta Figura 8 - Perfil de resistência da bactéria Staphylococcus aureus durante o período de 2006 a 2009. 100 100 100 80 50 60 50 50 50 50 40 20 2 2 1 1 1 1 1 0 Nº Total caso % Fonte: Autor, 2009. A bactéria Proteus mirabilis, responsável por 1,5% (1) da incidência de bactérias multirresistentes, apresenta um -espectro descrito na Figura 9, de acordo FOCO Ano 5 -de Nºresistência 6 - Janeiro/Junho 2014 43 A bactéria Staphylococcus aureus, responsável por dois casos durante o período de 2006 a 2009, o que corresponde a 2,5% dos casos de bactérias resistentes, apresenta de 2006 a 2009, o que corresponde a 2,5% dos casos de bactérias resistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 8. De acordo com os dados, 100% (2) dos DANTE, E. de F. REIS, J. A.; MARINI, D. C. um espectro deC.;resistência descrito na Figura 8. De acordo com os dados, 100% (2) dos casos causados por essa bactéria foram resistentes aos antibióticos ampicilina e casos causados por essa bactéria foram resistentes aos antibióticos ampicilina e ceftazidima e 50% (1) dos casos eram resistentes a ceftriaxona, ciprofloxacina, ceftazidima e 50% (1) dos casos eram resistentes a ceftriaxona, ciprofloxacina, norfloxacino, penicilina. da bactéria Staphylococcus aureus durante Figura 8 - oxacilina Perfil deee resistência norfloxacino, oxacilina penicilina. Figura 8 - Perfilde de 2006 resistência da bactéria Staphylococcus aureus durante o período de 2006 a 2009. o período a 2009. Figura 8 - Perfil de resistência da bactéria Staphylococcus aureus durante o período de 2006 a 2009. 100 100 100 100 100 100 80 80 50 50 50 50 50 60 50 50 50 50 50 60 40 40 20 2 2 1 1 1 1 1 20 2 2 1 1 1 1 1 0 0 Nº Total caso Nº Total caso % % Fonte:Fonte: Autor, 2009. Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. A bactéria Proteus mirabilis, responsável por 1,5% (1) da incidência de bactérias A bactéria Proteus mirabilis, responsável por 1,5% (1) da incidência de bactérias multirresistentes, apresenta um mirabilis, espectro deresponsável resistência descrito na (1) Figura 9, de acordo A bactéria Proteus por 1,5% da incidência multirresistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 9, de acordo de bactérias multirresistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 9, de acordo com os dados todos os casos registrados foram resistentes aos antibióticos ampicilina, ceftazidima e ceftriaxona. com os dados todos os casos registrados foram resistentes aos antibióticos ampicilina, Figura 9 -e ceftriaxona. Perfil de resistência da bactéria Proteus mirabilis durante o ceftazidima período de 2006 a 2009. Figura 9: Perfil de resistência da bactéria Proteus mirabilis durante o período de 2006 a 2009. 100 100 100 100 80 60 40 20 0 1 Ampicilina 1 1 Cefazolina Nº Total caso Ceftriaxona % Fonte: Autor, 2009.2009. Fonte: Autor, A bactéria Pseudomonas aeruginosa, responsável por 5 casos o que corresponde a 11,75% dos casos de bactérias multirresistentes, apresenta um espectro de resistência 44 descrito na Figura 10. De acordo com os dados 100% (5) casos registrados foram FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 resistentes aos antibióticos amicacina, ciprofloxacina e ceftazidima, enquanto 80% (4) 60 40 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim 20 1 1 1 0 A bactéria Pseudomonas aeruginosa, responsável Ampicilina Cefazolina Ceftriaxonapor 5 casos o que corresponde a 11,75% dos casos de bactérias multirresistentes, apresenta Nº Total caso % um espectro de resistência descrito na Figura 10. De acordo com os dados 100% (5)Autor, casos2009. registrados foram resistentes aos antibióticos amicacina, Fonte: ciprofloxacina e ceftazidima, enquanto 80% (4) dospor casos são resistentes aos A bactéria Pseudomonas aeruginosa, responsável 5 casos o que corresponde antibióticos ampicilina, ceftriaxona, cefepime, cefalotina, nitrofurantoína a 11,75% dos casos de bactérias multirresistentes, apresenta um espectro de resistência e gentamicina. descrito na Figura 10. De acordo com os dados 100% (5) casos registrados foram resistentes aos antibióticos amicacina, ciprofloxacina e ceftazidima, enquanto 80% (4) Figura 10 – Perfil de resistência da bactéria Pseudomonas aeruginosa dosdurante casos são resistentes antibióticos o período de aos 2006 a 2009. ampicilina, ceftriaxona, cefepime, cefalotina, nitrofurantoína e gentamicina. Figura 10 – Perfil de resistência da bactéria Pseudomonas aeruginosa durante o período de 2006 a 2009. 100 100 100 100 80 80 80 80 80 80 90 80 60 70 60 40 50 40 20 20 20 20 20 30 20 5 5 5 4 4 4 4 4 4 3 2 1 1 1 1 1 10 0 Total de nº de casos % Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. A bactéria Klebsiella pneumonia, responsável por 32,5% (24) da incidência de bactérias multirresistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 11, de acordo com dados 96% (23) dos casos registrados causados por essa bactéria foi resistente à ciprofloxacina enquanto 88% (21) foram resistentes à cefalotina. FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 45 A bactéria Klebsiella pneumonia, responsável por 32,5% (24) da incidência de DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. bactérias multirresistentes, apresenta um espectro de resistência descrito na Figura 11, de acordo com dados 96% (23) dos casos registrados causados por essa bactéria foi resistente à ciprofloxacina enquanto 88% (21) foram resistentes à cefalotina. Figura 11 - Perfil de resistência da bactéria Klebsiella pneumonia durante o período de 2006 a 2009. Colocar legenda com os nomes dos antibióticos Figura 11 - Perfil de resistência da bactéria Klebsiella pneumonia durante o período de 2006 a 2009. Colocar legenda com os nomes dos antibióticos 83 83 96 83 96 88 92 67 79 88 79 92 75 63 46 Cefazolina Amoxacilina/clav… Piperacilina+Sulb… Piperacilina/Tazo… Levofloxacino Norfloxacino Ácido nalidixico Sulfametoxazol/T… Gentamicina total de nº de casos Nitrofurantoina Cefalotina Ceftazidima Ceftriaxona Cefepime Cefalexina Ciprofloxacino Aztreonan Ampicilina Ampicilina/sulbac… Amicacina 29 20 20 23 20 23 21 22 19 21 19 22 18 17 15 11 16 7 28 28 14 14 4 Àcido Clavulânico 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 % Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. A bactéria AcinetoAcineto calcoaceticcus, responsável responsável por 2 casos o que A bactéria calcoaceticcus, porcorresponde 2 casos oa quedecorresponde a 5,5% de apresenta bactériasummultirresistentes apresenta 5,5% bactérias multirresistentes espectro de resistência descritoum na espectro deacordo resistência na Figura 12. De acordo com os dados, Figura 12. De com osdescrito dados, 100% (2) casos registrados foram resistentes aos 100% (2) casos registrados foram resistentes aos antibióticos cefalotina, nitrofurantoína, sulfametoxazol/trimetopim enquanto 50% (1) dos casos dos são resistentes aos antibióticos ampicilina, ciprofloxacino,ceftriaxona, ceftriaxona, sãocasos resistentes aos antibióticos ampicilina, ciprofloxacino, ceftazidima, cefepime. ceftazidima, cefepime. antibióticos cefalotina, nitrofurantoína, sulfametoxazol/trimetopim enquanto 50% (1) Figura 12: Perfil de resistência da bactéria Acineto calcoaceticcus durante o período e 2006 a 2009. 46 FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim Figura 12 - Perfil de resistência da bactéria Acineto calcoaceticcus durante o período e 2006 a 2009. 100 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 50 1 50 1 100 50 1 100 100 50 2 1 50 2 Total de nº de casos 2 2 1 % Fonte: Autor, 2009. Fonte: Autor, 2009. 4 DISCUSSÃO 4 DISCUSSÃO Os dados de prevalência da ITU em relação ao gênero mostram Os dados de prevalência dano ITU em relação ao gênero mostram uma diferença uma diferença significativa decorrer dos anos do estudo, com maior predominância do feminino, confirmado nas maior literaturas de Helito, do 2007 e significativa no decorrer dos anos do estudo, com predominância feminino, Koneman, 2008, a maior suscetibilidade à infecção é no gênero feminino confirmado literaturas de Helito, 2007 e Koneman, maioresuscetibilidade à devidonas às condições anatômicas, ou seja, a uretra2008, é maisa curta sua maior proximidade com a vagina e comàsocondições ânus (HEILBERG,2003). infecção é no gênero feminino devido anatômicas, ou seja, a uretra é mais A infecção do trato urinário é uma das afecções mais comuns da curta e sua maior proximidade com a vagina e com o ânus (HEILBERG,2003). clínica médica, onde o estudo indica a prevalência de casos positivos por A infecção do tratopela urinário é umade das afecções mais comuns da clínica médica, setores, confirmado literatura Pires (2007). presente estudo mostra a Escherichia coli, Klebsiella pneu- pela onde o estudoO indica a prevalência de que casos positivos por setores, confirmado moniae e Proteus mirabilis são as principais bactérias causadoras de ITU literatura de Pires (2007). adquiridas em várias regiões do Brasil, o que está de acordo com a literatura presente estudo mostra que a Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e deOPoletto e Reis (2005). A Escherichia coli foi bactérias o agente causadoras mais frequente isolado nas uroculProteus mirabilis são as principais de ITU adquiridas em várias turas, representando (230) 41% do total, observando (215) 43% multissenregiões do Brasil, o que está de acordo com24,25% a literatura de Polettoa enitrofurantoína, Reis (2005). sível e uma multirresistente em (15) apresentado A Escherichia coli foi o agente mais frequente isolado nas uroculturas, representando (230) 41% do total, observando (215) 43% multissensível e uma multirresistente em (15) 24,25% apresentado a nitrofurantoína, cefazolina, gentamicina FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 47 e ácido clavulânico. A bactéria Klebsiela pneumoniae aparece como segundo agente DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. cefazolina, gentamicina e ácido clavulânico. A bactéria Klebsiela pneumoniae aparece como segundo agente mais isolado representando (85) 15% do total, sendo (61) 12% multissensíveis e (24) 32,5% multirresistentes aos antibióticos sulfazotrim e ceftriaxona seguido de aztreonan, ampicilina e ciprofloxacina. Apesar de a Escherichia coli ser a bactéria mais prevalente na ITU, ela é a de maior sensibilidade, implicando que a terapia antimicrobiana adotada para o tratamento é eficaz. Para a escolha dos antimicrobianos, deve ressaltar a eficácia clínica frente a um determinado grupo de bactérias, a prevalência de resistência e os custos. Resultado semelhante foi encontrado por Bail (2006) e Pires (2007) e algumas bactérias deste grupo apresentam resistência intrínseca para alguns antimicrobianos, como é o caso do Proteus mirabilis para nitrofurantoína e tetraciclina, da Klebsiella pneumoniae à ampicilina e algumas espécies de Enterobacter para ceftazidima e cefotaxima (ROSSI, 2005). Algumas observações deste estudo quanto às limitações metodológicas devem ser analisadas. Os dados foram obtidos em pacientes atendidos e hospitalizados na Santa Casa da cidade com serviço terceirizado do Laboratório de Análises Clínicas. O estudo foi de natureza retrospectiva baseado no banco de dados eletrônico da Santa Casa. Portanto, o modo de realização da coleta, bem como as condições de assepsia, a técnica e o local de coleta são desconhecidos. Ao que se refere o tempo entre a coleta e sua análise no laboratório, o mesmo acontece, não sendo possível afirmar as condições de conservação de todas as amostras de urina durante este período. Algumas informações clínicas também não continham nos dados eletrônicos e isso, dificulta a investigação de alguns fatores que contribuem para a resistência bacteriana, tais como uso prévio de antibióticos, condições de higiene individual e condições socioeconômicas. Índices de porcentagem de resistências antimicrobianos de bactérias em determinados antibióticos com maior resistência e uso estão descritos na Tabela 8 de acordo com os dados registrados. Tabela 8 - Resistência Bacteriana aos antibióticos testados. Antibióticos Ceftriaxona Norfloxacino Ceftadizima Cefalotina 48 Klebsiella Escherichia coli Acineto Balmani Pseudomonas aeruginosa 96% 92% 92% 88% 87% 67% 93% 73% 50% 100% 50% 100% 80% 20% 100% 80% FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 Análise da frequência e resistência dos agentes causadores de infecção do trato urinário em pacientes da Santa Casa da cidade Mogi Mirim Antibióticos Klebsiella Escherichia coli Acineto Balmani Pseudomonas aeruginosa Nitrofurantoina Cefepime Ampicilina Aztreonan Ciprofloxacino Gentamicina Amicacina Sulfametoxazol Cefazolina 88% 83% 83% 83% 96% 79% 46% 79% - 33% 87% 67% 87% 80% 67% 80% -_ 100% 50% 50% 50% 100% 4% 80% 80% 80% 100% 80% 100% 60% 20% O presente estudo mostra que isolando os casos de multirresistente tais como: Klebsiella pneumoniae com 32,5% (24), Escherichia coli 24,25% (15), Acinetobacter balmanni com 17,5% (11) Pseudomonas aeruginosa com 11,75% (5) são as maiores incidências respectivamente multirresistentes, sendo as principais bactérias causadoras de ITU. O estudo mostrou resultados semelhantes ao Koch e colaboradores (2008) onde a Echerichia coli, Proteus e Klebsiella apareceram com frequência. O estudo identificou altas taxas de resistência bacteriana por sulfametoxazol/ trimetoprim, ceftadizima, nitrofurantoína e cefalotina/cefazolina (KOCH et al, 2008). Já os de terceira geração como o ceftriaxona e aminoglicosideos (gentamicina, amicacina) também apresentaram grande resistência a essas bactérias. A Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (1999) sugeriu que sulfametoxazol/ trimetoprim deve ser indicado para o tratamento de infecções de ITU somente nas regiões onde a prevalência de resistência bacteriana a esse antibiótico for inferior a 20%, baseado nesse critério a região estudada não possui esse perfil terapêutico adequado. A Escherichia coli foi altamente resistente ao ciprofloxacino, ceftadizima, e já a Pseudomonas teve os 100% de casos resistentes ao ciprofloxacino e ao aminoglicosídeo amicacina. Vale ressaltar que, dados de resistências bacterianas é proporcional aos quatro anos de dados onde 89% (498) dos casos eram multissensíveis, e em relação às bactérias resistentes eram de 11% (63); dessa forma, os antibióticos somente devem ser prescritos frente ao resultado de um antibiograma pois, os uso frequente desse mesmos provavelmente é o fator responsável pelo surgimento da resistência bacteriana. FOCO - Ano 5 - Nº 6 - Janeiro/Junho 2014 49 DANTE, E. de F. C.; REIS, J. A.; MARINI, D. C. 5 CONCLUSÃO O estudo da frequência dos agentes causadores de ITU no período estudo, constatou que os micro-organismos mais prevalentes são os que mais ocorrem em outros locais, por exemplo, a Escherichia coli. Contudo quando avaliado antibiograma desses agentes infecciosos, nota-se que as bactérias Escherichia coli, Acinetobacter balmanni e Pseudomonas aeruginosa apresentam resistência aos antibióticos ceftriaxona, norfloxacino, ceftadizima, cefalotina, nitrofurantoina, cefepime, ampicilina, aztreonan, ciprofloxacino, gentamicina, sulfametoxazol, cefazolina. Diante dos dados apresentados, verifica-se a necessidade de monitoramento constante da terapêutica utilizada nos hospitais para o tratamento das infecções do trato urinário, com o intuito de prescrever e dispensar o antibiótico eficaz, garantindo o mínimo de possibilidade de desenvolver bactéria multi resistente a vários antibióticos. Vale destacar a necessidade constante da realização de exames para descrever o perfil de resistência do agente infeccioso, garantindo um terapêutica, correta e principalmente, realizando o uso racional de medicamentos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BAIL, L. 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