A TRANSFERRINA DE Apis mellifera: SEQUENCIA PARCIAL DO SEU cDNA PUTATIVO E ESTRUTURA PRIMARIA. Barchuk AR1, Lourenço AP1 e Simões ZLP2. 1 Depto. Genética-Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) 2Depto. BiologiaFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (USP). [email protected] As transferrinas são um grupo de glicoproteinas de cadeia simples (70-80kDa) com alta afinidade pelo FeIII, o qual é ligado fortemente, mas de maneira reversível. Esta característica permite que atuem eficazmente no transporte deste elemento, função pela qual são mais extensamente conhecidas. Recentes trabalhos sugeriram a possibilidade destas proteínas estarem associadas a funções imunitárias e inclusive reprodutivas. Esta última, considerando que em alguns insetos estão armazenadas nos ovócitos, podendo contribuir ulteriormente como fonte de matéria prima para o desenvolvimento do embrião. Estas características e os escassos conhecimentos sobre elas nos insetos, especificamente nos himenópteros, as tornam interessante alvo de estudo em Apis mellifera. Como primeiro passo, construímos uma biblioteca de cDNA a partir de operárias nas fases pupal-recém-nascidas, material que foi utilizado posteriormente para reações de Race-PCR, onde foram usados iniciadores degenerados para transferrina (Trf). Os produtos de amplificação foram visualizados em géis de agarose, recuperados em colunas, clonados e seqüenciados. Dos clones obtidos, o 2p1 (680pb) foi o mais informativo. Possui um ORF de 555pb e um sinal de poliadenilação a 81pb “downstream”. A seqüência de aminoácidos deduzida mostra uma significante homologia com a de vários insetos, Blaberus discoidalis (43%), Riptortus clavatus (30%), Sarcophaga peregrina e Manduca sexta (29%), Drosophila melanogaster (28%), Aedes aegypti (23%), e com a do homem (31%). Alinhamentos múltiplos mostram a posição conservada de 5 Cys, 2,7%, proporção que está de acordo com a encontrada nas Trfs completamente estudadas, sugerindo um padrão similar de estrutura terciária. Apesar dos alinhamentos aos pares mostrar na maioria dos casos uma homologia com as regiões Cterminais (as Trfs possuem suas seqüências organizadas em duas metades com um alto grau de identidade, sendo a N-terminal a geralmente associada ao transporte de Fe), a seqüência encontrada possui vários resíduos aminoacídicos (Asp, Tyr, Arg e His) canditados para constituir a região de ligação do FeIII. Estes resultados permitem sugerir que estamos frente à transferrina de Apis mellifera, e nos possibilitam a realização de estudos de expressão, tanto em relação ao hormônio juvenil, o qual provou em outros insetos ser seu repressor, quanto em situações de exposição das crias a agentes patógenos, como participante nas reações de defesa dos insetos.. Órgão Financiador : FAPESP