Câncer no estômago e no pâncreas estão entre os mais letais, diz

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Câncer no estômago e no pâncreas estão entre os mais letais, diz médico
Dor abdominal frequente e perda de peso sinalizam algo errado no corpo.
Câncer no pâncreas é raro no Brasil; no estômago é 4º tipo mais comum.
Ficar atento a pequenos sinais que o corpo emite pode ajudar a detectar possíveis tumores
no estômago e no pâncreas, tipos de cânceres silenciosos e considerados dos mais letais por
especiaistas, pois provocam metástase, processo em que a doença se espalha pelo organismo
através da corrente sanguínea.
Nesta segunda-feira (2), o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), de 53 anos, morreu
em São Paulo, após quatro anos de tratamento contra problemas decorrentes de câncer no
estômago e no pâncreas (neoplasia gastrointestinal). A informação foi divulgada pela equipe médica
do Hospital Sírio-Libanês, onde Déda estava internado.
O político foi diagnosticado com a doença em 2009, quando se submeteu a uma cirurgia
para a retirada de um nódulo benigno no pâncreas. Em 2012, ele retomou o tratamento
quimioterápico.
De acordo com o médico cirurgião do aparelho digestivo, Nelson Adami Andreollo, neoplasia
gastrointestinal é o nome dado aos tumores malignos que atingem o estômago, pâncreas, fígado,
vesícula e esôfago.
O especialista, que coordena o Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) disse ao G1 que os tumores no pâncreas e no
estômago têm grau de letalidade maior se comparado aos demais tipos.
“No caso do câncer no estômago, de cada dez doentes que tratamos, dois ou três terão
uma sobrevida de até cinco anos. Já nos casos de tumores no pâncreas, entre 10% e 20% terão
sobrevida de até cinco anos”, explica Andreollo. Segundo ele, o diagnóstico é difícil, pois são
doenças silenciosas e ambas provocam a metástase.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, o maior
fator de risco para o desenvolvimento de tumores no estômago é infecção pela bactéria H.pylori.
Outros fatores que contribuem para o surgimento é alimentação pobre em vitaminas A e C
e alto consumo de alimentos enlatados, defumados, com corantes e conservados em sal.
Tumores no pâncreas podem surgir por consumo excessivo de álcool. Pessoas portadoras
de diabetes também têm risco maior de desenvolver a doença.
Fatores de risco para o câncer
- infecção pela bactéria H.pylori;
- alimentação pobre em vitaminas A e C e alto consumo de alimentos enlatados, defumados, com
corantes e conservados em sal;
- consumo excessivo de álcool;
Atenção aos sinais do corpo
Por isso, de acordo com o especialista, é necessário ficar atento a sinais que o corpo dá.
Sintomas frequentes de má digestão, sensação de estômago estufado, emagrecimento e perda de
apetite podem indicar que algo está errado.
"O paciente deve procurar auxílio médico e realizar uma endoscopia digestiva, único exame
que diagnostica tumores no estômago", explica.
Já o câncer de pâncreas pode ser detectado a partir de dores abdominais persistentes, perda de
peso, icterícia (pele e olhos amarelados) e dor nas costas.
"No Brasil, pela dificuldade que os pacientes têm para realizar exames especializados, o
diagnóstico costuma ser tardio. A consequência é que a doença evolui rapidamente. Quando a
detecção acontece precocemente, uma cirurgia de retirada do estômago ou do pâncreas pode fazer
com que o paciente leve uma vida normal após a descoberta", disse.
Nesse caso, segundo o especialista, os tumores têm que ficar restritos ao órgão, sem
ocorrência de metástase.
Casos no Brasil
O câncer de pâncreas é pouco incidente no Brasil, segundo o Inca, por isso não há
estimativas sobre o número de pessoas com risco de desenvolver a enfermidade no país.
Em 2011, de acordo com levantamento mais recente do Ministério da Saúde, 7.726 pessoas
morreram por complicações em decorrência da doença.
Já o câncer de estômago é o quarto mais comum no Brasil. Segundo o instituto, 12.870
homens e 7.520 mulheres podem desenvolver a doença em 2014.
Esse é o segundo tumor mais frequente nas regiões Norte (11 casos a cada 100 mil
habitantes) e Nordeste (10 casos/100 mil). É o quarto tipo de neoplasia mais frequente nas regiões
Centro-Oeste (11 casos/100 mil) e Sul (16 casos/100 mil), e o quinto tipo que mais afeta a população
da região Sudeste (15 casos/100 mil).
Em 2011, 13.328 pessoas morreram após desenvolverem tumores malignos no estômago.
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