Origem e uso do CHUMBO (elemento químico)

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Museu de Topografia Prof. Laureano Ibrahim Chaffe
Departamento de Geodésia – IG/UFRGS
Origem e uso do CHUMBO
(elemento químico)
Texto original: Wikipedia, a enciclopédia livre/Setembro/2011
Ampliação e ilustrações: Iran Carlos Stalliviere Corrêa
IG/UFRGS
O chumbo (do latim plumbum) é um elemento químico de
símbolo Pb, número atômico 82 (82 prótons e 82 elétrons), com
massa atômica igual a 207,2 u, pertencente ao grupo 14 ou IVA da
classificação periódica dos elementos químicos. À temperatura
ambiente, o chumbo se encontra estado sólido.
Galena (PbS)
Cerussita (PbCO3)
O chumbo é um metal tóxico, pesado, macio, maleável e
mau condutor de eletricidade. Apresenta coloração branco-azulada
quando
recentemente
cortado,
porém
adquire
coloração
acinzentada quando exposto ao ar. É usado na construção civil,
baterias de ácido, em munição, proteção contra raios-X e forma
parte de ligas metálicas para a produção de soldas, fusíveis,
revestimentos de cabos elétricos, materiais antifricção, metais de
tipografia, etc. O chumbo tem o número atômico mais elevado
entre todos os elementos estáveis.
É um metal conhecido e usado desde a antiguidade. Suspeitase que este metal já fosse trabalhado há 7000 anos.
Chumbo na Tabela Periódica
Características principais
O chumbo é um metal pesado (densidade relativa de 11,4 a
16 °C), de coloração branca-azulada, tornando-se acinzentado
quando exposto ao ar. Muito macio, altamente maleável, baixa
condutividade elétrica e altamente resistente à corrosão. O
chumbo se funde com facilidade (327,4 °C), com temperatura de
vaporização a 1725 °C. Os estados de oxidação que pode
apresentar são 2 e 4. É relativamente resistente ao ataque dos
ácidos sulfúrico e clorídrico, porém se dissolve lentamente em ácido
nítrico. O chumbo é um anfótero, já que forma sais de chumbo dos
ácidos, assim como sais metálicos do ácido plúmbico. O chumbo
forma muitos sais, óxidos e compostos organoplúmbicos.
Aplicações
O mais amplo uso do chumbo é na fabricação de
acumuladores. Outras aplicações importantes são na fabricação de
forros para cabos, elemento de construção civil, pigmentos, soldas
suaves e munições. A fabricação de chumbo tetra etílico (TEL)
vem caindo muito em função de regulamentações ambientais cada
vez mais restritivas no mundo no que se diz respeito à sua principal
aplicação que é como aditivo na gasolina. No caso do Brasil
desde 1978 este aditivo deixou de ser usado como antidetonante.
Acumuladores de Chumbo – Bateria
Têm-se desenvolvido compostos organoplúmbicos para
aplicações como catalisadores na fabricação de espumas de
poliuretano, como tóxico para as pinturas navais com a finalidade
de inibir a incrustação nos cascos, agentes biocidas contra as
bactérias granpositivas, proteção da madeira contra o ataque das
brocas e fungos marinhos, preservadores para o algodão contra a
decomposição e do mofo, agentes molusquicidas, agentes
antihelmínticos, agentes redutores do desgaste nos lubrificantes e
inibidores da corrosão do aço.
Espuma de poliuretano
Graças a sua excelente resistência a corrosão, o chumbo
encontra muitas aplicações na indústria de construção e,
principalmente, na indústria química. É resistente ao ataque de
muitos ácidos, porque forma seu próprio revestimento protetor de
óxido. Como consequência desta característica, o chumbo é muito
utilizado na fabricação e manejo do ácido sulfúrico.
Durante muito tempo se tem empregado o chumbo como
manta protetora para os aparelhos de raio-X. Em virtude das
aplicações cada vez mais intensas da energia atômica, torna-se
cada vez mais importante as aplicações do chumbo como
blindagem contra a radiação.
Mantas de prteção para Raio-X
Sua utilização como forro para cabos de telefone e de
televisão segue sendo uma forma de emprego adequada para o
chumbo. A ductilidade única do chumbo o torna particularmente
apropriado para esta aplicação, porque pode ser estirado para
formar um revestimento contínuo em torno dos condutores
internos.
Fio revestido com plasti-chumbo
O uso de chumbo em pigmentos tem sido muito importante,
porém a sua utilização tem diminuído muito. O pigmento, que
contém este elemento, é o branco de chumbo, 2PbCO3 .Pb(OH)2;
outros pigmentos importantes são o sulfato básico de chumbo e
os cromatos de chumbo.
Tinta Banco de Chumbo
Sulfato de Chumbo
Cromato de Chumbo
Utiliza-se uma grande variedade de compostos de chumbo,
como os silicatos, os carbonatos e os sais de ácidos orgânicos,
como estabilizadores contra o calor e a luz para os plásticos de
cloreto de polivinila (PVC). Usam-se silicatos de chumbo para a
fabricação de vidros e cerâmicas. O nitreto de chumbo, Pb(N3)2, é
um detonador padrão para os explosivos. Os arseniatos de
chumbo são empregados em grande quantidades como inseticidas
para a proteção dos cultivos. O litargírio (óxido de chumbo) é
muito empregado para melhorar as propriedades magnéticas dos
imãs de cerâmica de ferrita de bário.
O chumbo forma ligas com muitos metais e, em geral, é
empregado nesta forma na maior parte de suas aplicações. Todas
as ligas metálicas formadas com estanho, cobre, arsênio,
antimônio, bismuto, cádmio e sódio apresentam importantes
aplicações industriais (soldas, fusíveis, material de tipografia ,
material de antifricção, revestimentos de cabos elétricos, etc.).
Uma mistura de zirgonato de chumbo e de titanato de
chumbo, conhecida como PZT, está sendo posta no mercado como
um material piezoelétrico.
Estrutura do PZT
História
O chumbo é usado pelos humanos por, pelo menos, 7000
anos, porque era (e continua sendo) muito difundido na natureza e
de fácil extração. Também é fácil de ser trabalhado por ser
altamente maleável, ductil e de baixo ponto de fusão.
O chumbo foi mencionado no "Livro do Exodus". A peça mais
antiga de chumbo descoberta pelos arqueólogos data de 3800
a.C. e, está guardada no Museu Britânico. Por volta de 3000 a.C. há
evidências que os Chineses já produziam este metal. Há indícios,
também, que os fenícios exploravam o chumbo em 2000 a.C.
Encanamentos de chumbo com as insígnias de imperadores
romanos, de 300 a.C, ainda estão em serviço. Os alquimistas
achavam que o chumbo era o mais velho dos metais e associavam
este metal ao planeta Saturno. A partir de 700 d.C. os alemães
iniciaram a exploração deste metal, juntamente com a da prata,
nas minas existentes nas montanhas de Hartz, no vale do vale do
Reno e na Boêmia a partir do século XIII. Na Grã-Bretanha, a partir
do século XVII, principalmente nas regiões de Derbyshire e Gales
as indústrias de fundições deste metal prosperaram.
O símbolo “Pb” do chumbo é uma abreviatura do nome latino
plumbum.
Moeda de chumbo do final do século II e início do século I a.C.
Ocorrência e obtenção
Minério de chumbo - Galena
O chumbo raramente é encontrado no seu estado elementar.
O mineral de chumbo mais comum é o sulfeto denominado de
galena (com 86,6% deste metal) . Outros minerais de importância
comercial são o carbonato (cerusita) e o sulfato (anglesita), que
são mais raros. Geralmente é encontrado com minerais de zinco,
prata e, em maior abundância, de cobre. Também é encontrado
chumbo em vários minerais de urânio e de tório, já que vem
diretamente da desintegração radioativa destes radioisótopos. Os
minerais comerciais podem conter pouco chumbo (3%), porém o
mais comum é em torno de 10%. Os minerais são concentrados até
alcançarem um conteúdo de 40% ou mais de chumbo antes de
serem fundidos.
Cerusita
Anglesita
Através da ustulação do minério de chumbo, galena, obtémse como produto o óxido de chumbo que, num alto forno, é
reduzido com a utilização de coque, fundente e óxido de ferro. O
chumbo bruto obtido é separado da escória por flotação. A seguir,
é refinado para a retirada das impurezas metálicas, que pode ser
por destilação. Desta forma pode-se obter chumbo com uma
pureza elevada (99,99%).
Os principais depósitos de minérios de chumbo estão
localizados nos EUA, Austrália, Canadá, Peru, México, Bolívia,
Argentina, África do Sul, Zâmbia, Espanha, Suécia, Alemanha, Itália
e Sérvia, sendo os principais produtores os Estados Unidos,
Austrália, Canadá, Peru e México.
Isótopos
O chumbo tem 4 isótopos naturais estáveis que, com a
respectiva abundância natural, são: Pb-204 (1.4%), Pb-206
(24.1%), Pb-207 (22.1%) e Pb-208 (52.4%). O Pb-206, Pb-207 e
o Pb-208 são os produtos finais de uma complexa cadeia de
decaimento que se inicia com o U-238, U-235 e Th-232,
respectivamente. Cada um deles é documentado em relação ao
204
Pb, o único isótopo natural radioativo, que devido a sua longa
meia-vida pode ser considerado estável.
Tipos de radiação emitida e tempos de meia-vida de diferentes átomos radioativos.
Precauções
O chumbo pode ser encontrado na água potável através da
corrosão de encanamentos de chumbo. Isto é comum de ocorrer
quando a água é ligeiramente ácida. Este é um dos motivos para
os sistemas de tratamento de águas públicas ajustarem o pH das
águas para uso doméstico. O chumbo não apresenta nenhuma
função essencial conhecida no corpo humano. É extremamente
danoso quando absorvido pelo organismo através da comida, ar ou
água.
O chumbo pode causar vários efeitos indesejáveis, tais como:
 Perturbação da biossíntese da hemoglobina e anemia;
 Aumento da pressão sanguínea;
 Danos aos rins;
 Abortos;
 Alterações no sistema nervoso;
 Danos ao cérebro;
 Diminuição da fertilidade do homem através de danos ao
esperma;
 Diminuição da aprendizagem em crianças;
 Modificações no comportamento das crianças, como agressão,
impulsividade e hipersensibilidade.
O chumbo pode atingir o feto através da placenta da mãe,
podendo causar sérios danos ao sistema nervoso e ao cérebro da
criança .
O seu uso durante o Império Romano em encanamentos de
água (e seu sal orgânico, acetato de chumbo, conhecido como
“açúcar de chumbo”, usado como adoçante em vinhos) é
considerado por alguns como causa da demência que afetou muitos
dos imperadores romanos.
Devido à elevada toxicidade do chumbo e dos seus
compostos, ações para prevenir e reparar contaminações
ambientais são comuns nos tempos atuais. Materiais e dispositivos
que contém chumbo não podem ser descartados ao ambiente.
Devem ser reciclados.
A reciclagem por sua vez trata-se de um processo com
desafios muito grandes a serem enfrentados diante dos resíduos
gerados durante o processo de reciclagem. No caso da reciclagem
das baterias de automóveis, por exemplo, primeiro os componentes
das baterias (plástico e metal) são separados hidraulicamente.
Depois, o metal é fundido.
Reciclagem de baterias
Ao longo desse trabalho, ocorrem emissões de gases e
efluentes, ambos contaminados com o chumbo. Muito tem-se
desenvolvido para reduzir ao máximo essas contaminações e
minimizar o impacto desse processo. Também ocorre a geração de
escória ao longo do processo. Estima-se que de cada tonelada de
metal reaproveitada são gerados cerca de 150 a 300 kg de resíduo
sólido contaminado com chumbo. Uma das opções que se tem
pensado como solução para este segundo caso é o uso deste
resíduo no lugar da brita após tratamento adicional de imobilização
do metal.
Toxicologia - Vias de exposição
As principais vias de exposição são a oral, inalatória e
cutânea. A ingestão é a principal via de exposição para a
população em geral, sendo especialmente importante nas crianças.
No caso da exposição ocupacional a via de maior importância é a
inalação. Contudo, os efeitos tóxicos são os mesmos, qualquer que
seja a via de exposição. A via cutânea tem apenas um papel
importante na exposição ao chumbo orgânico. Outra via de
exposição que pode influenciar os níveis de chumbo na corrente
sanguínea é a endógena. Uma vez absorvido, o chumbo pode ser
armazenado no tecido mineralizado (ossos e dentes) por longos
períodos. Quando há necessidades de cálcio esse chumbo pode ser
novamente libertado na corrente sanguínea; isto acontece
sobretudo na gravidez, lactação e osteoporose e é especialmente
perigoso para o feto em desenvolvimento.
Toxicocinética
A absorção do chumbo depende do estado físico e químico
do metal e é influenciada pela idade, estado fisiológico e nutricional
e fatores genéticos. Nos adultos, 5 a 15% do chumbo ingerido é
absorvido no trato gastrointestinal, enquanto nas crianças essa
absorção pode ultrapassar os 50%. A absorção de partículas de
chumbo após inalação envolve a deposição das partículas no trato
respiratório e a sua absorção e libertação para a circulação. A via
de absorção tem pouco efeito na distribuição do chumbo. O
chumbo absorvido é transportado pelo sangue e distribuído por
três compartimentos:
 Sangue;
 Tecidos mineralizados (ossos e dentes);
 Tecidos moles (fígado, rins, pulmões, cérebro, baço, músculos
e coração).
Mais de 90% do chumbo no sangue encontra-se nos glóbulos
vermelhos. O tempo de semi-vida do chumbo no sangue varia
entre 28 a 36 dias. Os ossos e dentes dos adultos contêm cerca de
94% da quantidade total de chumbo no organismo; nas crianças,
esta quantidade é de aproximadamente 73%. As maiores
acumulações de chumbo nos tecidos moles encontram-se no
fígado e rins. O tempo de semi-vida do chumbo nos tecidos moles
é de 40 dias. O chumbo orgânico pode ser metabolizado a
chumbo inorgânico pelo sistema hepático citocromo P450. O
chumbo inorgânico não é metabolizado, no entanto pode sofrer
conjugação com a glutationa. Aproximadamente 90% do chumbo
é eliminado pelas fezes antes de ser absorvido. O chumbo
absorvido é excretado pela urina (76%), bile (25-30%), fezes
(16%), cabelos, unhas e suor (8%), independentemente da via de
exposição. Geralmente a excreção do chumbo é extremamente
lenta o que favorece a sua acumulação no organismo.
Efeitos tóxicos
O chumbo é um dos mais perigosos metais tóxicos pela
quantidade e severidade dos seus efeitos. É classicamente uma
toxina crônica, sendo observado poucos efeitos após uma exposição
aguda a níveis relativamente baixos. Pode ter efeitos no sangue,
medula óssea, sistema nervoso central e periférico e rins,
resultando em anemia, inapetência (anorexia), encefalopatia, dores
de cabeça; dificuldade de concentração e memorização, depressão,
tonturas, sonolência, fadiga, irritabilidade, cólicas abdominais e
dores musculares, dores nos ossos e articulações, insuficiência
renal e hipertensão; é tóxico para a reprodução e desenvolvimento
humanos. A exposição das crianças, mesmo a níveis baixos de
chumbo, pode ao longo do tempo provocar redução do QI,
dificuldades de aprendizagem ou problemas de comportamento. As
mulheres grávidas devem ter especial cuidado porque o feto em
desenvolvimento é muito sensível aos efeitos da exposição ao
chumbo. Chumbo inorgânico ataca com maior violência os
ossos, enquanto o chumbo orgânico, por ser mais lipossolúvel
que o anterior, causa distúrbios de ordem neurológica. O aumento
no chumbo no sangue é progressivo e lento, sendo que não é
normal aumentos com mais de 40% de diferença em um período
inferior a 30 dias, podendo neste caso caracterizar contaminação
por ingestão direta. Na instrução normativa Nº 15, DE 3 DE
FEVEREIRO DE 2000 do INSS, é citado que cessada a exposição os
níveis de chumbo no sangue tendem a cair e normalizar em no
máximo 6 meses.
Limites Máximos de Tolerância de chumbo em alimentos
In natura
(mg/kg)
Industrializado
(mg/kg)
Aves
0,20
1,00
Carnes
Pescado
0,50
2,00
1,00
2,00
Ovos
0,10
0,20
Bulbos
0,50
0,50
Raízes e tubérculos
0,50
0,50
Alimento
Oleaginosas
0,20
0,20
Chocolate não adoçado
-
2,00
Café torrado e moído
-
1,00
Alimento infantil
-
0,20
O Chumbo na Indústria
Analisando especificamente o chumbo, o seu uso industrial é
vasto, porém a produção de baterias (acumuladores) representa,
provavelmente, o segmento industrial responsável pelo maior
consumo desta substância nos países em desenvolvimento.
Em razão das suas propriedades tóxicas e das condições de
trabalho existentes em diversas indústrias, os trabalhadores deste
setor encontram-se frequentemente expostos
a
elevadas
concentrações do chumbo, e consequentemente, sujeitos à
intoxicação.
Depósito de baterias usadas
Numa bateria comum cerca de 65% de seu peso é chumbo,
seja em sua forma metálica, ou seja, sob a forma de óxido de
chumbo. Com o grande incremento da indústria automobilística
criou-se a necessidade de muito maior produção de acumuladores.
Sabe-se que a vida útil de uma bateria é cerca de 26 meses,
sendo portanto comum que um mesmo carro necessite 2 ou mais
acumuladores. Em vista disto, é de se esperar ainda multas
intoxicações nesta indústria, pois o aumento de produção não é
seguido, via de regra, pelas medidas acauteladoras adequadas à
manutenção de saúde.
Pequenas Empresas
O chumbo é um dos componentes na fabricação de tintas
imobiliárias, gráficas, artísticas e de uso infantil e escolar, vernizes
e materiais similares. Em agosto de 2008, foi aprovado um projeto
de lei que proíbe “a fabricação, comercialização e distribuição de
produtos com concentração superior a 0,009% de chumbo, em
peso, expresso como chumbo metálico, determinado em base
seca ou conteúdo total não volátil, de acordo com a lei federal
brasileira de número 11.762.
Tinta Industrial
No Brasil, são milhares de pequenas empresas, fábricas e
reformadoras de baterias do sul ao norte do país, utilizando o
chumbo como matéria-prima, sem um controle apropriado, além
da exposição casual, como por exemplo, a existência de
acumuladores espalhados nos quintais das casas sem qualquer
medida de proteção, como na figura acima. Este quadro demonstra
que em termos de prevenção há muito a ser feito nesta área.
FUNILARIA
Na área de funilaria, certos modelos necessitam uma correção
das eventuais imperfeições de estamparia (prensas). O operário,
com auxilio de maçarico, derrete a barra de chumbo e com uma
espátula
vai
preenchendo
os
defeitos.
Nesta
fase,
o
desprendimento dos fumos metálicos do chumbo não é prejudicial.
Posteriormente, porém, as irregularidades da superfície
corrigida com o chumbo devem ser lixadas. Agora a operação
expõe o funcionário à poeira de chumbo, e, se medidas adequadas
de proteção não forem tomadas, certamente aparecerão
intoxicações.
Funilaria
É usado na construção civil, na indústria bélica, na produção
de soldas, fusíveis, revestimentos de cabos elétricos, entre outros.
Também é incorporado ao cristal na fabricação de copos e outros
utensílios domésticos, ressaltando seu brilho e durabilidade,
embora possa contaminar os alimentos. Em virtude de sua elevada
toxicidade e dos seus compostos, regulamentações ambientais cada
vez mais restringem a sua aplicação.
História da Intoxicação pelo Chumbo
Há uma longa história sobre a intoxicação pelo chumbo nos
alimentos e bebidas. No Império Romano era comum devido ao fato
de serem os canos feitos de chumbo, assim como os vasos onde
se guardavam os vinhos e alimentos.
O saturnismo é a intoxicação produzida por excesso de
chumbo no organismo. O termo "saturnismo" é uma referência ao
deus Saturno, idolatrado na Roma antiga. Os romanos acreditavam
que o chumbo, "o metal mais antigo", foi um presente que
Saturno lhes deu e com ele construíam aquedutos e produziam
acetato de chumbo, utilizado pelos aristocratas da época para
adocicar o vinho. Acredita-se que essa mistura bombástica e a
consequente intoxicação por ela provocada seria a causa da
imbecilidade, perversidade e esterilidade reconhecidas de
imperadores como Nero, Calígula, Caracala e Domiciano, este
último construtor de fontes que jorravam vinho "chumbado" nos
jardins de seus palácios. O mundo das artes também inclui vítimas
famosas do chumbo, entre eles os pintores Van Gogh e Portinari
(fonte: tintas), o vitralista Dirk Vellert (fonte: vidros coloridos) e o
compositor Beethoven (fonte provável: tipografia das partituras).
A intoxicação ocupacional foi primeiramente pronunciada em
370 d.C. Foi comum entre os trabalhadores do século XIX e início
do século XX (como pintores, encanadores e outros). Em 1883 foi
feita, na Inglaterra, a primeira legislação com relação à proteção de
trabalhadores expostos, devido à morte de diversos empregados de
empresas de chumbo em 1882.
Atualmente, a intoxicação aguda pelo chumbo em países
desenvolvidos tem sido controlada devido à melhoria das condições
de trabalho. Entretanto, tem-se questionado os males causados
pela exposição a doses baixas de chumbo durante um longo
período, especialmente em crianças. Em 1943, um estudo nos EUA,
com crianças expostas, levou a resultados comprovadores de
alterações neuropsicológicas na exposição crônica a doses leves e
após exposição aguda a doses altas.
Muitas pesquisas foram feitas nos últimos 30 anos avaliando
as concentrações de chumbo no sangue e seus efeitos. Assim,
têm-se descoberto distúrbios com concentrações cada vez
menores.
Atualmente, o público mais afetado está localizado nos países
mais pobres, representando minorias populacionais desfavorecidas.
Exposição Ambiental ao Chumbo
A exposição ambiental ao chumbo aumentou bastante
após o processo de industrialização e o aumento da mineração. É
uma exposição maior que de outros elementos da natureza.
Globalmente, calcula-se que cerca de 300 milhões de toneladas de
chumbo já foram expostas no meio ambiente durante os últimos
cinco milênios, especialmente nos últimos 500 anos. Após o
advento do automobilismo, no início do século XX, aumentou-se
bastante a exposição de chumbo devido ao seu uso junto com o
petróleo.
O consumo de chumbo aumentou significativamente nos
países em desenvolvimento entre 1979 e 1990. Atualmente, a
contaminação de chumbo nas águas, solo e ar continua
significativa. Calcula-se que a concentração de chumbo no sangue
era até 500 vezes menor nos seres humanos da era pré-industrial.
Exposição ao Chumbo nas Crianças
As crianças são um grupo sensível aos efeitos do chumbo
devido a vários fatores:
- consumo por quilo de peso é maior do que nos adultos;
- crianças colocam objetos na boca com frequência, que levam
sujeiras do solo;
- a absorção de chumbo pelo organismo das crianças é maior do
que pelo adulto;
- crianças pequenas estão em desenvolvimento rápido e constante,
seus sistemas não estão completamente desenvolvidos e assim são
mais vulneráveis aos efeitos do chumbo.
Como já dito anteriormente, as crianças mais pobres estão
bem mais sujeitas à intoxicação, devido ao local de residência ser
perto de indústrias ou de vias de alto tráfego e devido à
desnutrição como fator agravante.
É comprovadamente sabido dos danos que a exposição
contínua a baixas doses de chumbo leva a crianças pequenas –
diminuição importante do desenvolvimento intelectual – efeitos
esses geralmente irreversíveis. Percebe-se que para cada 10
microgramas acima da concentração de 25 microgramas no
sangue, há uma diminuição no QI de 1 a 3 pontos.
Onde está o Chumbo no Meio Ambiente?
Diferente da intoxicação aguda que geralmente tem sua fonte
facilmente detectável, a exposição prolongada deve-se a várias
fontes – petróleo, processos industriais, tintas, soldas em
enlatados, canos de água, ar, poeira, sujeira das ruas e vias, solo,
água e alimentos.
O chumbo proveniente do petróleo é o maior contribuinte
para a exposição corpórea e a maior forma de distribuição do metal
no meio ambiente. Daí contamina-se o solo, ar e água. É um
grande problema ambiental que somente recentemente tem sido
valorizado pelos países em desenvolvimento.
Canos de Chumbo em Bath- Londres
Vitrais em chumbo
Exposição Ocupacional
É ainda algo comum, manifestando-se de diversas maneiras.
Algumas profissões têm um risco muito maior: montagem de
veículos, montagem e recuperação de baterias, soldagem,
mineração, manufaturação de plásticos, vidros, cerâmicas e
indústrias de tintas, oficinas de artesanato. Há várias situações em
que o local de trabalho é a própria casa o que leva a exposição às
crianças e vizinhança. Legislações rigorosas têm sido seguidas nos
países ricos há algum tempo, o que não ocorre nos países do
terceiro mundo, onde várias regiões podem estar sendo expostas
devido a fábricas sem uso de proteção ambiental.
Cerâmica Inglesa: Engobes baixo esmalte de chumbo, Argila Vermelha, Baixa
temperatura, Família Toft, Thomas e Ralph toft, SecXVII.
Referências








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