Fratura de lima endodôntica no canal radicular de um molar inferior Relato de caso Igor Volpatto, Priscila Dallagnol, Flávia Baldissarelli, José Roberto Vanni, Volmir João Fornari, Mateus Hartmann Faculdade IMED - ESCOLA DE ODONTOLOGIA [email protected], [email protected], [email protected] INTRODUÇÃO O tratamento endodôntico consiste em limpeza, desinfecção, moldagem e obturação do canal radicular, buscando o reparo tecidual (COHEN e HARGREAVES, 2007). Os instrumentos endodônticos sofrem tensões extremamente adversas que variam com a anatomia do canal radicular, com as dimensões dos instrumentos e com a habilidade do profissional (LOPES et al., 2011). Essas tensões adversas modificam continuamente a resistência à torção e a flexão dos instrumentos durante a instrumentação de um canal radicular (SOARES e GOLDBERG, 2011). A frequência de instrumentos endodônticos fraturados no interior dos canais radiculares varia de 2 a 6% (Kerekes e Tronstad, 1979) e conforme estudo de Nagai et al. (1986) o sucesso na remoção tem sido reportado variando de 55 a 79% dos casos. Vários relatos de casos mostram como os instrumentos podem ser removidos do interior dos canais radiculares (HARTMANN e BARLETTA, 2009). OBJETIVO A proposta METODOLOGIA deste trabalho é relatar instrumento endodôntico que ocorreu na Clínica um caso clínico Odontológica de fratura de III da escola de Esse poster foi baseado em um caso clínico e embasado em revisão bibliográfica, abordando o tema de fratura de lima endodôntica. Odontologia da IMED. RELATO DO CASO Paciente, sexo feminino, 24 anos, apresentou-se à Clínica Odontológica da IMED com dor. Após a anamnese constatou-se a necessidade de tratamento endodôntico do dente 36 (Fig. 1), com diagnóstico de pulpite irreversível, pois a dor era espontânea, intensa e difusa aliviando com o frio. Na primeira consulta, o paciente foi anestesiado, o dente foi abordado, executado o isolamento absoluto (IACO) e os canais radiculares explorados. Foi então colocado Calen como medicação intra-canal (MIC). Na segunda cosulta, os mesmos procedimentos foram executados, os canais radiculares instrumentados e novamente o Calen foi utilizado como MIC. Na sessão seguinte a paciente retornou, os procedimentos de anestesia e IACO foram novamente executados e os canais foram inundados com NaOCl 2,5% para a prova dos cones. Ao processar a radiografia da prova do cone contatou-se a fratura da lima neste canal radicular (Figura 2). Observando a posição da lima, a dificuldade de retira-lá e a condição pulpar (polpa viva) seguiu-se com a obturação dos canais radiculares. A figura 3 mostra a radiografia final comprovando a obturação dos canais radiculares e a restauração definitiva com resina composta. Figura 1: Radiografia Inicial CONCLUSÃO Figura 2: Radiografia da prova do cone. Na seta a lima fraturada. Figura 3: Radiografia mostrando o tratamento endodôntico e restaurador final. Durante o tratamento endodôntico, acidentes podem ocorrer dificultando assim a conclusão do tratamento. Em alguns casos de fratura o fragmento pode servir como obturação do canal radicular, o prognóstico será favorável se o fragmento estiver a nível apical e menos favorável se estiver a nível cervical ou médio do canal radicular. Outro fator importante é o da condição pulpar prévia, se polpa vital ou necrosada, pois a polpa vital está normalmente inflamada e não contaminada. O prognóstico do caso também depende da qualidade da obturação final, que tem como objetivo conseguir o selamento tridimensional da região. REFERÊNCIAS 1. COHEN, S.; HARGREAVES, K. M. Caminhos da polpa. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 2. LOPES et al., Fracture of endodontic instruments. Clinical recommendations: Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 68, n. 2, p. 152-6, jul./dez. 2011 3. SOARES, I. J.; GOLDBERG, F. Endodontia: técnica e fundamentos. Porto Alegre: Artmed. 2011. 4. NAGAI et al., Ultrasonic removel of broken instruments in root canals. Int Endod J1986;19:298-304. 5. KEREKES, K. TRONSTAD, L. Morfometric observations on root canals of human molares. J. Endodon 3: 114, 1979. 6. HARTMANN, M. S. M; BARLETTA, F. B. Remoção de instrumento endodôntico fraturado - caso clínico. FULL Dentistry in Science. 2009; 69 a 73.