Procedimentos para casos de autópsias H1N1

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Procedimentos para casos de autópsias de pacientes
infectados ou suspeitos para infecção por H1N1
CUIDADOS PRÉ E PÓS-AUTÓPSIA
Protocolo de transporte do corpo
O transporte do corpo não requer cuidados especiais adicionais quando os
corpos forem transportados no recipiente de transporte adequado. Higiene das
mãos deve ser realizada após o transporte. Precauções de rotina devem ser
tomadas no manuseio dos indivíduos e no preparo dos corpos para autópsia ou
transferência para o mortuário. È recomendado o uso de equipamento de
proteção individual (EPI) como máscara, gorros, aventais e proteção ocular.
Após retirar o EPI, higiene das mãos deve ser feita.
Procedimentos de autópsia
Em geral, todas as precauções que tomamos de rotina devem ser mantidas
nas autópsias de casos de H1N1. No entanto, cuidado e proteção respiratória
adicional é necessário durante a autópsia que gerará aerossóis (por ex,
serragem de ossos). É prudente minimizar o pessoal envolvido no
procedimento.
Apenas um técnico, um residente e o assistente responsável devem participar
do processo.
As autópsias devem ser feitas após 6-12 horas do óbito.
Equipamentos de Proteção Individual - EPI
Preparar todo o material antes de adentrar a sala de autópsia!
1.Máscara de proteção respiratória (Respirador Particulado)
Quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de
aerossol nos pacientes com infecção por influenza deve utilizar a máscara de
proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima na filtração
de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3).
As nossas máscaras estão com no SVOC, Sr. Rubens. Existem ainda algumas
na sala dos residentes.
A máscara de proteção respiratória deverá estar apropriadamente ajustada à
face. A forma de uso, manipulação e armazenamento deve seguir as
recomendações do fabricante. Deve ser descartada após o uso.
2. Luvas
- Usar duas luvas cirúrgicas e a luva de borracha amarela
- Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como
telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas para evitar a
transferência vírus para outros pacientes ou ambientes;
- Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas (as luvas não devem ser
reutilizadas);
- O uso de luvas não substitui a higienização das mãos;
- Proceder à higienização das mãos imediatamente após a retirada das luvas,
para evitar a transferência do vírus para outros pacientes ou ambientes;
observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das
mãos, abaixo descrita:
Retire as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho com os dedos
da mão oposta;
Segure a luva removida com a outra mão enluvada;
Toque a parte interna do punho da mão enluvada com o dedo indicador oposto
(sem luvas) e retire a outra luva.
3. Protetor Ocular ou Protetor de Face
Os óculos devem ser exclusivos de cada profissional responsável pela
assistência, devendo, após o uso, sofrer processo de limpeza com água e
sabão/detergente e desinfecção. Sugere-se para a desinfecção álcool a 70%,
hipoclorito de sódio a 1% ou outro desinfetante recomendado pelo fabricante.
4. Gorro descartável
5. Capote/avental
O capote ou avental deve ser de mangas longas, punho de malha ou elástico e
abertura posterior. Além disso, deve ser confeccionado de material de boa
qualidade, não alergênico e resistente; proporcionar barreira antimicrobiana
efetiva, permitir a execução de atividades com conforto e estar disponível em
vários tamanhos. O capote ou avental sujo deve ser removido após a
realização do procedimento. Após a remoção do capote deve-se proceder a
higienização das mãos para evitar transferência do vírus A (H1N1) para o
profissional, pacientes e ambientes.
Usar o avental de pano e o avental de plástico, além da proteção de plástico
para recobrir os braços.
6. Higienização das mãos com preparação alcóolica
A higienização das mãos com preparação alcoólica (sob a forma gel ou líquida
com 1-3% glicerina) deve ser realizada antes e após remoção de luvas.
a.Técnica “Fricção Anti-séptica das Mãos (com Preparações Alcoólicas)”
- Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir todas
as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante);
- Friccionar as palmas das mãos entre si;
- Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda
entrelaçando os dedos e vice-versa;
- Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados;
- Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta,
segurando os dedos e vice-versa;
- Friccionar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda,
utilizando-se movimento circular e vice-versa;
- Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão
direita, fazendo um movimento circular e vice-versa;
- Friccionar os punhos com movimentos circulares;
- Friccionar até secar espontaneamente. Não utilizar papel toalha.
- Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos.
Publicações e materiais sobre o tema se encontram no seguinte endereço
eletrônico:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/publicacoes.htm
A sala de autópsia
De preferência, as autópsias devem ser realizadas em salas que tenham um
sistema adequado de ventilação (Isto incluiria um mínimo de seis a doze trocas
de ar por hora, exaustão direta de ar para o exterior, entre outros). Se houver
controle de fluxo laminar na mesa de autópsias este deve ser usado, mas não
elimina a necessidade de EPI.
Ao término da autópsia
Todos os equipamentos de proteção externa devem ser removidos
imediatamente após deixar a área de autópsia e descartados na lavanderia ou
receptáculos de lixo, ou na antecâmara da sala de autópsia ou imediatamente
dentro da entrada se não houver antecâmara. Lave as mãos após retirar o EPI.
PROCEDIMENTOS DURANTE A AUTÓPSIA
Recomendações do Ministério da Saúde de 15/07/2009 para manipulação de
tecidos em casos suspeitos.
Os ácidos nucléicos virais podem ser detectados em diversos tecidos,
principalmente de brônquios e pulmões, que constituem espécimes de escolha
para o diagnóstico laboratorial de vírus influenza pela técnica de Transcrição
Reversa associada à Reação em Cadeia mediada pela Polimerase (RT-PCR).
No entanto, considerando a principal infecção secundária à influenza, foram
contempladas neste item orientações para coleta de amostras para o
diagnóstico bacteriano diferencial, bem como para o diagnóstico
histopatológico.
Coleta dos espécimes teciduais
Devem ser coletados, no mínimo, 8 (oito) fragmentos de cada tecido (listados
no item abaixo) com dimensões aproximadas de 1 a 3 cm. Amostras de outros
sítios das vias aéreas também podem ser submetidas a culturas e a ensaios
moleculares. Colocar em recipientes separados e devidamente identificados as
amostras coletadas de órgãos diferentes.
Pontos anatômicos de coleta de amostras
1. Da região central dos brônquios (hilar), dos brônquios direito e esquerdo e
da traquéia
proximal e distal;
2. Do parênquima pulmonar direito e esquerdo;
3. Das tonsilas e mucosa nasal; (não iremos colher este material de mucosa
nasal)
4. De pacientes com suspeita de miocardites, encefalites e rabdomiólise podem
ser coletados fragmentos do miocárdio (ventrículo direito e esquerdo), SNC
(córtex cerebral, gânglios basais, ponte, medula e cerebelo) e músculo
esquelético, respectivamente;
5. Espécimes de qualquer outro órgão, mostrando aparente alteração
macroscópica, podem ser encaminhados para investigação da etiologia viral.
6. Em casos de crianças, não se esquecer do timo!
Acondicionamento das amostras
a. Para diagnóstico viral
As amostras frescas coletadas de diferentes sítios das vias respiratórias ou
qualquer outra localização anatômica devem ser acondicionadas
individualmente, em recipientes estéreis e a seco. Os tubos estéreis
encontram-se na sala dos residentes.
Imediatamente após a coleta, os espécimes identificados com sua origem
tecidual, e encaminhados em gelo seco para o Instituto Adolfo Lutz, no setor de
coleta.
RECEBIMENTO DE AMOSTRAS NO IAL CENTRAL:
8:00 às 17:00 h de segunda a sexta-feira;
8:00 às 14:00 h sábados, domingos e feriados.
ENVIAR AS AMOSTRAS AO IAL Central DEVIDAMENTE ACOMPANHADAS
COM O PEDIDO MÉDICO E FICHA DE NOTIFICAÇÃO COM TODOS OS
DADOS DO PACIENTE (nome completo legível, idade, sexo, profissão,
procedência, data do início dos sintomas, data da coleta da amostra,
especificar viagem recente para qual país e localidade).
IDENTIFICAR A AMOSTRA COMO INFLUENZA A/H1 origem suina e com
número do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação
(SINAN), registradas pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Municípios e do
Distrito Federal).
Caso a autópsia seja realizada a noite, guardar em freezer e encaminhar na
manha seguinte.
b. Para diagnóstico diferencial bacteriano
As amostras frescas coletadas de diferentes sítios das vias respiratórias ou
qualquer outra localização anatômica devem ser acondicionadas
individualmente, em recipientes estéreis e a seco. Imediatamente após a
coleta, os espécimes identificados com sua origem tecidual, devem ser
enviados ao IAL conforme item acima.
c. Envio de amostras e documentação necessária
_ Resumo do histórico clínico;
_ Cópia do laudo preliminar ou conclusivo da necropsia;
_ Cópia de qualquer resultado laboratorial pertinente;
_ Ficha completa de identificação do indivíduo com o endereço para envio do
resultado laboratorial.
d. Para processamento histológico
Retirar os pontos anatômicos acima identificados. Retirar no mínimo um
fragmento de cada lobo pulmonar, além dos brônquios principais e da traquéia.
A autópsia deve ser feita de maneira cuidadosa e rápida, porém completa, com
análise e representação de todos os órgãos. Representar todos os órgãos
afetados seja pela infecção viral e/ou pela doença de base do paciente.
Se for possível fotografar os órgãos afetados, o fotografo deverá seguir o
esquema de paramentação dos técnicos de autópsia.
e. Para microscopia eletrônica
O material deverá ser fixado em glutaraldeído e encaminhado para o
Laboratório de Microscopia Eletrônica da sua região, se houver.
Fragmentos de 2x2mm de tecido pulmonar, miocárdio, músculo esquelético
deve ser coletado. Em caso de órgãos suspeitos, coletar também fragmento do
órgão em questão.
Frascos de glutaraldeído devem ser estocados em freezer durante o final de
semana em caso de necessidade de uso.
Instituto Adolfo Lutz
Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 355- 7º Andar CEP: 012046-902 – São Paulo – SP
Tel 30682800
Lab. de Virologia tel 30682994, responsável Sra. Terezinha Paiva
Lab. De Microbiologia tel 30682892, 30682876, responsável Sra. Vera
Recebimento dos resultados
Todos os resultados serão encaminhados de forma concomitante a SVS/MS e
para as respectivas Secretarias Estaduais de Saúde.
Caso haja a suspeita da doença à autópsia (e não em vida, cuja
notificação foi feita pelo clínico), notificar o caso suspeito para o CVE 0800
55 54 66 ou e- mail : [email protected]
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