Evidenciação dos riscos e oportunidades empresariais devido a mudanças climáticas: um estudo com empresas do ramo de energia elétrica listadas na BM&FBovespa. PAULA FLORENCIA ALMEIDA DE AMORIM UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA [email protected] DANILO GOMES DA SILVA SENAI [email protected] TANIA CRISTINA AZEVEDO Universidade Estadual de Feira de Santana [email protected] JOÃO VICENTE COSTA NETO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA [email protected] Evidenciação dos riscos e oportunidades empresariais devido a mudanças climáticas: um estudo com empresas do ramo de energia elétrica listadas na BM&FBovespa. Disclosure of corporate risks and opportunities due to climate change: a study of companies in the electric power listed in BM&FBovespa. RESUMO Este estudo tem como objetivo identificar quais riscos e oportunidades diante de mudanças climáticas são evidenciados pelas empresas brasileiras do ramo de energia elétrica listadas na BM&FBOVESPA. A pesquisa caracteriza-se como descritiva e documental, com abordagem qualitativa. A população é constituída pelas empresas brasileiras do ramo de energia elétrica que publicaram relatórios de sustentabilidade no ano de 2013, seguindo as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI), a amostra intencional é formada por 6 empresas. A pesquisa foi desenvolvida a partir da categorização dos riscos e oportunidades empresariais considerados na literatura como resultantes das mudanças climáticas. Com a pesquisa, pode-se concluir que as empresas evidenciaram mais oportunidades do que riscos, predominando informações sobre as atividades operacionais. Menor ênfase foi dada para as questões que envolvem a imagem corporativa. Nenhuma empresa apresentou informações quantitativas monetárias acerca das implicações financeiras das mudanças climáticas aos seus negócios. Palavras Chave: Evidenciação; Riscos; Oportunidades; Mudanças Climáticas; Governança Corporativa ABSTRACT This study aims to identify risks and opportunities facing climate change are evidenced by Brazilian companies in the electric power listed in BM&FBOVESPA. The research is characterized as descriptive and documentary, with a qualitative approach. The population is composed by Brazilian companies in the electricity that published sustainability reports in 2013, following the guidelines of the Global Reporting Initiative (GRI), the intentional sample consists of 6 companies. The survey was developed from the categorization of risks and business opportunities considered as resulting from climate change. Through research, we can conclude that companies showed more opportunities than risks predominating information on operational activities. Less emphasis has been given to issues involving corporate image. No company presented monetary quantitative information about the financial implications of climate change to their business. Key Words: Disclosure; risks; opportunities; Climate Change; Corporate Governance. 1. INTRODUÇÃO O fenômeno das mudanças climáticas tem sido amplamente discutido nos diversos âmbitos da sociedade devido a seus efeitos trazerem consequências de caráter social, XVI ENGEMA 2014 1 econômico e ambiental. O conceito de mudança climática parte de estudos científicos aceitos pela comunidade internacional no qual se afirma que a temperatura do planeta está aumentando e trazendo consigo sérias consequências. Conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2007), as alterações climáticas exacerbadas provocam derretimento das camadas de gelo, aumento do nível do mar, intensifica a ocorrência de furacões, secas e enchentes restringindo o abastecimento de água, energia, agricultura, trazendo um ambiente de incertezas ambientais e econômicas. Para Romeiro (2012), a urgência da problemática do aquecimento global coloca em debate a relação entre o tratamento do risco ambiental e o “trade-off” entre crescimento econômico e meio ambiente. Neste contexto, as empresas tem que aprender a lidar com os riscos aos quais estão expostas e ao mesmo tempo adotar uma postura proativa para aproveitar as oportunidades. Para atingir a boa gestão de riscos novos desafios são lançados para os gestores das organizações: melhoria operacional, escassez de insumos, possíveis sanções, mudanças repentinas na legislação de proteção ao meio ambiente, imagem no mercado. A boa gestão de riscos consiste essencialmente em tomar as decisões certas ao lidar com diferentes tipos de riscos (DAMODARAN, 2009). Os impactos causados pelas mudanças climáticas também influenciam na decisão de aquisição de investimentos de investidores, os quais demandam mais informações sobre a postura das empresas para mitigarem os riscos nos seus negócios, bem como explorar novas oportunidades. A divulgação destas informações tem-se mostrado importante para determinar a compra e venda de ações no mercado de capitais (FERNANDES et al, 2010). No entanto, segundo estudo da KPMG, (2013), as empresas brasileiras apresentaram queda no reporte de riscos ambientais em seus relatórios de sustentabilidade. Na opinião de Gomes e Garcia (2013), são desafios atuais para as organizações na gestão de riscos quantificar restrições de tempo, alterações de orçamento, custos, benefícios e reputação. Assim, o reporte de indicadores relacionados a variações climáticas e suas implicações financeiras exigem o emprego de instrumentos de mensuração e divulgação para os quais muitas empresas não estão preparadas. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil detém um dos maiores potenciais hidrelétricos do mundo, sendo que sua matriz energética é composta, predominantemente, por esta fonte. Este setor também sofreria com potenciais efeitos das alterações climáticas, principalmente pelos seus efeitos sobre os recursos hídricos. Investigar quais riscos e oportunidades para este ramo de atividade é importante por tratar-se de um setor de utilidade pública que tem repercussão direta em demais setores econômicos e no modo de vida atual. Considerando as crescentes demandas por transparência das informações sobre a postura das empresas diante das mudanças climáticas, bem como seus riscos e oportunidades e suas implicações financeiras questiona-se: Quais os riscos e oportunidades devido a mudanças climáticas estão sendo evidenciados nos relatórios de sustentabilidade das empresas do segmento de energia elétrica listadas na BM&FBOVESPA? O objetivo geral da pesquisa é identificar quais os riscos e oportunidades devido a mudanças climáticas estão sendo evidenciados no indicador EC2 dos relatórios de sustentabilidade enquadradas no modelo GRI das empresas do ramo de energia elétrica listadas na BMF&BOVESPA. Como objetivo específico pretende-se analisar se existe variação entre o nível de evidenciação de riscos e oportunidades e qual o tipo de sentença é divulgada pelas empresas nos relatórios de sustentabilidade. XVI ENGEMA 2014 2 Este estudo justifica-se pela crescente preocupação com os impactos das mudanças climáticas na atividade empresarial. A pesquisa também pode orientar gestores, clientes e investidores sobre quais riscos e oportunidades relacionadas a mudanças climáticas são identificadas para as empresas, auxiliando-os em sua tomada de decisão. Este estudo também contribui com as pesquisas que relacionam o fenômeno das mudanças climáticas com questões de ordem econômica, buscando trazer um perfil de divulgação deste indicador com relação às empresas atuantes no ramo de energia elétrica. Este artigo foi estruturado em quatro partes: A primeira traz as considerações inicias. Na segunda é apresentado o referencial teórico que contextualiza a problemática das mudanças climáticas nos negócios e a categorização dos riscos e oportunidades. Na terceira são descritos os aspectos metodológicos e a análise dos resultados da pesquisa, e na última parte são feitas as considerações finais. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 RISCOS E OPORTUNIDADES CLIMÁTICOS O risco é inerente a qualquer negócio e o seu conhecimento por parte das empresas é primordial para a boa gestão. Para o IBGC (2007, p.11) risco é “a possibilidade de algo não dar certo, mas seu conceito atual envolve a quantificação e qualificação da incerteza, tanto no que diz respeito às perdas como aos ganhos”. Segundo a definição do COSO (2004, p. 16), o risco é representado pela possibilidade de que um evento ocorra e cause um impacto desfavorável que impeça a criação de valor e afete negativamente a realização dos objetivos. Estas possibilidades de implicações financeiras para os negócios demandam das empresas a formulação de estratégias para o gerenciamento dos riscos. A adoção de boas práticas de gestão de riscos chama a atenção neste contexto como um ponto importante na avaliação de investimentos, pois mostra uma maior maturidade da empresa por conhecer seus riscos e geri-los e até mesmo buscar novas oportunidades de negócios. A capacidade de administrar riscos e a vontade de fazer opções ousadas foram decisivas para o desenvolvimento do sistema econômico (Bernstein, 1997). Quando estratégias de gerenciamento de riscos são bem implementadas, os riscos podem gerar oportunidades. Neste sentido, a oportunidade pode ser entendida como “a possibilidade de que um evento ocorra e influencie favoravelmente a realização dos objetivos” (COSO 2004, p. 16). Neste contexto, as mudanças climáticas configuram-se como potenciais geradoras de riscos que podem influenciar os negócios. Segundo o Painel Intergovernamental Climático (IPCC, 2007), devido às mudanças climáticas e o aquecimento do planeta é previsto um aumento da intensidade e frequência de furacões, chuvas, enchentes, secas que certamente trará prejuízos econômicos mundiais. Estes efeitos podem impactar as estruturas físicas das organizações atingindo seus edifícios, instalações, equipamentos, a oferta de insumos e o processo produtivo, bem como nos sistemas de transporte e de energia e abastecimento dos quais as empresas dependem para operar. Além de efeitos físicos, podem trazer incertezas quanto às regulamentações acerca de mudança do clima e ao comportamento de acionistas e clientes. Todos estes efeitos podem trazer implicações financeiras às empresas ameaçando a continuidade dos negócios e simultaneamente oportunidades podem ser geradas devido a ações adaptativas e mitigadoras dos riscos. Sussman e Freed (2008) categorizaram os riscos climáticos em três grupos: (i) Riscos para as Operações Centrais da Empresa através de efeitos diretos sobre as instalações, XVI ENGEMA 2014 3 edifícios e infraestrutura; (ii) Riscos para a Cadeia de Valor que consistem em influência sobre a qualidade ou a quantidade de fatores de produção ou na demanda; e Riscos na Rede mais Ampla de Oferta e Demanda, que trata especificamente do impacto sobre as empresas públicas ou privadas de serviços de geração de eletricidade, abastecimento de água e esgoto que podem afetar a cadeia de abastecimento de muitos negócios. Para Hoffman (2004), os riscos climáticos podem trazer consequências naturais e consequências financeiras. Os riscos associados a danos físicos e a remediação de incêndios, inundações, tempestades e secas advém de consequências naturais. O risco associado com os custos das emissões de gases de efeito estufa sob um regime de mitigação obrigatória geraria consequências financeiras devido a despesas inesperadas com regulamentos, multas e impostos. Apesar das implicações financeiras, a opção por negligenciar as mudanças climáticas pode também submeter empresas a riscos de reputação e responsabilidade legal (KOLK; PINKSE, 2008). A divulgação de informações sobre riscos foram objeto de diversos estudos, em sua maioria com foco na evidenciação de riscos por instituições financeiras. Goulart e Carvalho (2009) pesquisaram o grau de evidenciação por quatro bancos brasileiros e um banco estrangeiro para fins comparativos e concluíram que entre 1997 e 2002, apesar de incipiente, houve um crescimento na evidenciação de informações sobre risco de mercado. Alves e Alves e Cherobim (2008) verificaram os níveis de divulgação do risco operacional de bancos do país e do exterior, de acordo com as recomendações do Comitê da Basiléia, entre os anos de 2003 e 2004. Os estudos indicaram que os bancos do exterior divulgaram mais subcategorias e que a subcategoria com maior evidenciação foram as relacionadas ao risco operacional. Beuren e Zonatto (2010) categorizaram os riscos evidenciados nos relatórios de administração de empresas brasileiras com emissão de American Depositary Receipt e concluíram que apesar de constar uma maior evidenciação de riscos operacionais, não há padronização nos tipos de riscos evidenciados. Alguns estudos foram realizados acerca dos riscos empresariais relacionados especificamente às empresas do ramo de energia elétrica, com enfoques na identificação dos riscos e sua evidenciação. Souza (2008) analisou a dinâmica de gestão de riscos no ambiente de contratação regulada do setor elétrico brasileiro. Fernandes et al (2010), investigou a evidenciação dos riscos do setor de energia elétrica que são importantes para a decisão de investidores no mercado de capitais. A pesquisa mostrou que os riscos estratégicos e os riscos operacionais foram os mais divulgados, porém contaram lacunas quanto á evidenciação de riscos de imagem. Andrade (2012) realizou um estudo de caso com a CHESF, onde empregou o Painel de Especialistas, o Método Delphi e a Matriz Swot para identificar evidências econômicas e ambientais em relação ao risco estratégico, provocados por mudanças climáticas. Os resultados mostraram que os riscos hidrológicos são as maiores ameaças às empresas do ramo. O setor de energia elétrica também sofreria com potenciais riscos resultantes dos efeitos das alterações climáticas. O pico de demanda de eletricidade devido a dias mais quentes poderia ultrapassar a capacidade máxima dos sistemas de transmissão. As tensões do sistema devido ao aumento do calor poderiam provocar riscos de danos à infraestrutura e instalações e incertezas poderiam ocorrer sobre a saída de energia de usinas hidrelétricas devido à escassez de água (SUSSMAN; FREED, 2008). As flutuações dos custos de geração de energia estão relacionadas, entre outros fatores, com a variação das condições climáticas. Em períodos de baixa afluência, a estrutura do mercado de energia pode elevar custos na produção levando à compra de energia a valores elevados, para o cumprimento de contratos (SOUZA, 2008). Estes fatores representam riscos XVI ENGEMA 2014 4 à segurança energética do setor, pois afetam diretamente a cadeia de valor em seu insumo de maior importância na geração hidrelétrica. No Quadro 1 é apresentado um resumo dos principais riscos climáticos identificados por pesquisadores que podem afetar empresas do setor de energia elétrica. CATEGORIAS DETERMINANTES BASE TEÓRICA Hoffman (2004); As mudanças climáticas podem gerar secas, inundações e furacões implicando em riscos físicos ao ativo imoRISCOS OPERACIONAIS Sussman e Freed (2008) bilizado tais como danos a instalações e edifícios. Hoffman (2004); As políticas de mitigação obrigatória de emissões de gases de efeitos estufa GEE podem gerar custos com reRISCOS REGULATÓRIOS gulamentos, multas, impostos. Riscos ambientais podem estar associados a prazos de licenciamento e aos Souza (2008) custos ambientais. Qualidade e quantidade de fatores de produção podem ser afetados pela indisponibilidade de recursos naturais. RISCOS PARA A CADEIA A incerteza de produção de eletricidade, bem como a incerteza do consumo de eletricidades expõem aos riscos Sussman e Freed (2008) DE VALOR de demanda e volume que afetam a cadeia de valor. Em períodos de baixa afluência, os riscos hidrológicos poSouza (2008) dem elevar os custos de produção de energia atingem os preços, levando a compra a preços elevados para o cumprimento de contratos. Kolk; Levy e Pinkse (2008) A negligência da empresa aos efeitos das mudanças climáticas podem afetar a sua imagem perante clientes, RISCOS DE IMAGEM fornecedores, investidores, sociedade. Quadro 1: Riscos devido a mudanças climáticas associados ao setor de energia elétrica. Fonte: Elaboração própria com base na literatura pesquisada. As ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas fazem parte do conjunto de medidas geralmente adotadas na gestão do risco climático das empresas e influenciam ao mesmo tempo o processo de compreensão dos riscos e a sistematização de oportunidades geradas. De acordo com o IPCC (2007) o processo de mitigação envolve ações para reduzir os efeitos do aquecimento global, enquanto que a adaptação são ações de iniciativa de adoção de medidas quanto aos efeitos já presentes ou esperados das mudanças climáticas. Nesse sentido, a inserção da variável ecológica na estratégica da empresa é destaque entre as respostas das empresas aos efeitos das mudanças climáticas. As oportunidades são geradas através de redução dos custos, reaproveitamento e venda de resíduos, reciclagem, descoberta de novos componentes e novas matérias-primas que resultem em produtos mais confiáveis e tecnologicamente mais limpos que reflitam melhora dos processos produtivos (DONAIRE, 2010). A adesão do Protocolo de Quioto, numa política de redução de emissões de GEE e comércio no Mercado de Créditos de Carbono tanto regulado quanto voluntário, geram vantagem competitiva para as organizações. Oportunidades para indústria seriam geradas através do desenvolvimento e comercialização de novos produtos e novas tecnologias, serviços de orientação a outras empresas para conter a redução de perdas pela adoção de medidas adequadas de adaptação e reforço da reputação do negócio (SUSSMAN; FREED, 2008). As empresas que obtém recursos internos através do comércio de emissões, melhoria de processos, desenvolvimento de produtos e domínio da gestão ambiental apoiariam regulamentos restritos da mudança do clima por lhes permitir manter vantagens competitivas (KIM, 2008). Dessa forma, a própria regulamentação de políticas de emissões de gases de efeito estufa pode contribuir para os interesses organizacionais de empresas que estão preparadas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Nesse entendimento, Hoffman (2005) categorizou sete tipos de oportunidades para as empresas frente às mudanças climáticas: melhoria operacional, antecipação e influência sobre as regulamentações de mudança climática, redução de custos de gestão, elevação da reputação corporativa, oportunidades mercadológicas e melhorar a gestão de recursos humanos. Dessa forma, todas as melhorias do desempenho ambiental, principalmente relacionadas aos processos de produção e redução de gases de efeito estufa, representam vantagem competitiva e potenciais oportunidades para as empresas. XVI ENGEMA 2014 5 O entendimento que mudanças climáticas impactam na sustentabilidade dos negócios aliada a uma postura de transparência em sua relação com as partes interessadas é um passo importante para a empresa consolidar o seu diferencial competitivo adotando medidas para o enfrentamento dos riscos climáticos e aproveitamento das oportunidades. 2.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA E EVIDENCIAÇÃO Os desdobramentos das discussões do impacto das mudanças climáticas no mundo, notadamente influenciada pela atuação das Organizações das Nações Unidas (ONU), Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), conferências e tratados Eco-92, Agenda 21, Rio + 10, Protocolo de Quioto e pela consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável, direcionaram parte importante da responsabilidade social e ambiental para as organizações. A crescente preocupação com os impactos das mudanças climáticas na atividade empresarial também demandam mais informações das empresas sobre sua postura diante dos riscos aos seus negócios. Neste sentido, a inclusão dos aspectos que envolvem a sustentabilidade empresarial e a governança corporativa no planejamento estratégico são consideradas ideais para o enfrentamento dos riscos e reforço à competitividade e continuidade das empresas. Para a integração desses aspectos a empresa deve atuar de forma sustentável com suas estratégias norteadas pelo conceito do triple bottom line, numa visão holística que atende aos aspectos econômicos, sociais e ambientais (HART; MILSTEIN, 2004; VELANI 2007). Para a adoção de uma política clara de comunicação e relacionamento com as partes interessadas, a organização deve divulgar relatórios periódicos contendo, entre outros, informações sobre os riscos da atividade, informações de ordem socioambiental e informações econômico-financeiras. O Código das Melhores Práticas do IBGC (2009) determina que os relatórios periódicos devem estar pautados nos princípios da transparência (disclosure), da prestação de contas (accountability), da equidade (equity) e da obediência às leis (compliance), seguindo as tendências internacionais de contabilidade e de diretrizes para a elaboração de relatórios que incluam aspectos econômico-financeiros, sociais, ambientais e de Governança Corporativa. As demonstrações contábeis abrangem relatórios suplementares que podem incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e as diretrizes de sua evidenciação são congruentes às que norteiam as boas práticas de governança corporativa. Conforme a Resolução CFC 1.374/2011, as informações contábeis devem atender aos pressupostos da comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. Portanto, as informações contidas nos relatórios de sustentabilidade devem habilitar os interessados a avaliar o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Nesta perspectiva, a evidenciação exerce um papel de grande relevância no sentido de suprir os diferentes públicos interessados de informações sobre as organizações. Para Gourlart (2009), disclosure ou evidenciação consiste na abertura da empresa por meio da divulgação de informações e da transparência corporativa e é característica fundamental da dos sistemas de governança. De acordo com a GRI (2006), a transparência das ações das empresas em relação à sustentabilidade das atividades organizacionais é do interesse de diferentes públicos, incluindo o mercado, trabalhadores, organizações não governamentais, investidores e contadores. Portanto, a evidenciação das informações deve atender conjuntamente aos interesses dos acionistas e o relacionamento de todas as partes interessadas, sejam elas internas ou externas. XVI ENGEMA 2014 6 No entanto, a inclusão destas diretrizes na gestão da empresa pressupõe investimentos, custos para o processo produtivo e desafios para sua mensuração, bem como o levantamento de indicadores de desempenho para suprir a demanda por informações dos stakeholders, conduzindo à necessidade de adotar um sistema de controladoria ambiental. Para Gomes e Garcia (2013), o sistema de controladoria ambiental identifica, mensura, acumula, analisa e interpreta as ações ecoeficientes empregadas pela empresa gerando informações financeiras e não financeiras fundamentais para a os gestores em sua tomada de decisão relativa a questões ambientais e adoção de ações da Responsabilidade Social Corporativa. Gomes e Garcia (2013) destacam que os modelos de relatórios de sustentabilidade e indicadores ambientais e sociais, em geral, são delineados para o stakeholders, cada um com objetivos específicos. O GRI visa apoiar a tomada de decisões por meio de indicadores de desempenho econômico, social e ambiental, o Modelo ETHOS é utilizado como ferramenta de gestão da Responsabilidade Social Empresarial, já os modelos Ibase e NBC T15 demonstram a relação entre investimentos sociais e ambientais com a riqueza da empresa. Entretanto, existe ainda uma carência de conhecimento em compreender e desenvolver indicadores de desempenho que reflitam o desempenho econômico, ambiental e social de uma organização bem como na padronização destas informações para fins comparativos (RIBEIRO et al 2012). No esforço para suprir parte dessas demandas, foram elaboradas as estruturas dos relatórios da GRI dentro da perspectiva da sustentabilidade empresarial. O modelo GRI contempla informações acerca da Estratégia, Perfil, Governança, Processos de gestão e Indicadores de desempenho organizacional. O indicador de desempenho econômico EC2 trata especificamente de evidenciar as implicações financeiras e demais riscos e oportunidades devido a mudanças climáticas. O risco é inerente a qualquer atividade e no âmbito empresarial e sua evidenciação representa um importante auxilio aos investidores na avaliação de melhores oportunidades no mercado financeiro. A empresa que conhece bem os riscos intrínsecos à sua atividade tem maiores possibilidades de controlá-los e explorá-los ganhando assim mais credibilidade quanto à segurança do negócio junto aos possíveis investidores. Todas as empresas de maior sucesso chegaram ao auge depois de descobrirem os riscos e oportunidades específicos que tinham mais capacidade para explorar do que seus concorrentes (DAMODARAN, 2009). Assim, a visão de sustentabilidade empresarial aliada ao uso de instrumentos de gestão e controle através de indicadores de desempenho conduz a empresa ao alcance da eficiência de seus processos, ganho de vantagem competitiva e melhora das suas relações com suas partes interessadas. 3. METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Com o propósito de atingir os objetivos desta pesquisa foi realizada uma pesquisa descritiva. Na opinião de Gil (2002), o objetivo primordial da pesquisa descritiva é a descrição de características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Foi utilizada na pesquisa a abordagem qualitativa por meio da leitura e interpretação dos riscos e oportunidades evidenciados nos relatórios de sustentabilidade das empresas pesquisadas. Quanto ao instrumento de coleta de dados o procedimento adotado foi a pesquisa documental, com suporte da pesquisa bibliográfica. Na XVI ENGEMA 2014 7 análise e interpretação dos dados foi utilizado o método de análise de conteúdo. Para Beuren (2004), o método de análise de conteúdo tem por objetivo estudar as comunicações humanas, com maior ênfase no conteúdo das mensagens. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA Foram adotados os seguintes critérios para a seleção da amostra: (i) o universo das empresas selecionadas são as empresas do ramo de energia elétrica constantes na lista da BM&FBovespa disponibilizada no site; (ii) foram selecionadas 21 empresas que publicaram o relatório de sustentabilidade referentes ao ano 2013; (iii) excluiu-se do escopo as empresas que não utilizaram o modelo GRI ou que, utilizaram o modelo mas não responderam ao indicador EC2. Optou-se por este ramo de atividade por tratar-se de um setor de utilidade pública, por estar relacionado diretamente com a utilização de recursos hídricos que sofrem impactos diante de mudanças climáticas e que podem refletir em demais setores que dependem de energia elétrica para operar. Dessa forma, para a amostra, representando 29% dos relatórios de sustentabilidade localizados, foram selecionadas seis empresas do setor de energia elétrica, conforme descrito no Quadro 2: Razão Social AES BRASIL S.A. CEMIG DISTRIBUICAO S.A. CIA PAULISTA DE FORCA E LUZ (CPFL) DUKE ENERGY INT. GER. PARANAPANEMA S.A. EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A. ELEKTRO – ELETRICIDADE E SERVIÇOS S.A. Quadro 2: Empresas selecionadas. Fonte: Elaboração própria (2014) Atividade Pregão Geração e AES ELPA Distribuição Geração, Distribuição e CEMIG DIST Comercialização Geração e PAUL F LUZ Distribuição Geração e GER PARANAP Comercialização Geração, Distribuição e ENERGIAS BR Comercialização Distribuição ELEKTRO 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Como instrumento de coleta de dados neste estudo utilizou-se a pesquisa documental através do levantamento dos relatórios de sustentabilidade das empresas selecionadas e os questionários GRI respondidos e publicados nos sites das empresas. A análise e interpretação dos dados foram feitas através do método de análise de conteúdo com o objetivo de caracterizar e descrever os relatórios de sustentabilidade analisados. No estudo são analisados os riscos e oportunidades evidenciados nos relatórios de sustentabilidade enquadrados no modelo GRI, especificamente no indicador EC2. Os riscos evidenciados foram classificados de acordo com os respectivos conceitos sustentados na pesquisa bibliográfica e fundamentação teórica, categorizados conforme tabela abaixo: XVI ENGEMA 2014 8 RISCOS OPERACIONAIS RISCOS REGULATÓRIOS RISCOS PARA A CADEIA DE VALOR RISCOS DE IMAGEM Quadro 3: Riscos climáticos. Fonte: Elaboração própria baseada em Hoffman (2004); Sussman e Freed (2008); Kolk; Levy e Pinkse (2008); Souza (2008). As oportunidades evidenciadas foram classificadas de acordo com os conceitos sustentados na pesquisa de Hoffman (2005), conforme tabela abaixo: Melhoria Antecipação e influencia operacional sobre as regulamentações Novas oportunidades Acesso a novas Reduzir custos de negócio fontes de capital de gestão Elevar a Melhorar reputação gestão RH Quadro 4: Oportunidades devido a mudanças climáticas. Fonte: Baseada em Hoffman (2005). A classificação dos tipos de disclosure utilizados nos relatórios foi a empregada por Nossa (2002): Declarativa, Quantitativa Monetária, Quantitativa não-monetária, Quantitativa monetária e não-monetária. Para cada sentença relacionada aos riscos e oportunidades mencionadas foi atribuído o valor de 1 ponto e para os itens não mencionados foi atribuído 0 (zero) pontos. 3.4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste tópico, serão descritos e analisados os resultados obtidos na pesquisa. Na Figura 1 a seguir é demonstrado o percentual de cada tipo de risco evidenciado pelas empresas informados no indicador EC2 dos seus respectivos relatórios de sustentabilidade. Figura 1 – Riscos devido a mudanças climáticas evidenciados. Fonte: Dados da pesquisa (2014) Verifica-se a predominância de evidenciação dos riscos operacionais (42%) e a ausência de evidenciação de riscos a imagem corporativa. Estes achados corroboram com os resultados da pesquisa de Beuren e Zonatto (2010) onde ocorre também a predominância de evidenciação de riscos operacionais e ausência de informações sobre riscos de imagem. Riscos para a cadeia de valor representaram (33%) das evidenciações sobre riscos. Entre os riscos evidenciados, o risco com menor evidenciação foi o risco regulatório (25%). A Tabela 1 a seguir demonstra a quantificação de sentenças evidenciadas por empresa e por tipo de risco. A partir da análise da tabela, nota-se que a empresa que apresentou o maior número de XVI ENGEMA 2014 9 sentenças (7) foi a empresa EDP ENERGIAS DO BRASIL S.A e a empresa com menor número de sentenças (2) foi a CEMIG. Tabela 1- Nº de sentenças sobre riscos climáticos evidenciados por empresa: EMPRESA Cadeia de Valor EDP DUKE AES BRASIL CPFL ELEKTRO CEMIG TOTAL Fonte: Dados da pesquisa Imagem 4 2 Regulatórios Operacional TOTAL 2 2 2 8 0 1 1 6 3 2 1 1 2 1 10 7 6 3 3 3 2 24 Em relação à evidenciação de oportunidades devido a mudanças climáticas, a Figura 2 demonstra que a grande maioria das sentenças evidenciadas acerca do tema está relacionada com as oportunidades de melhoria operacional (54%), seguido por visão de novas oportunidades (16%) e redução de custos de gestão (14%). Há também uma significativa verificação de oportunidades de antecipação e influência na regulação acerca de mudanças climáticas vislumbradas pelas empresas (12%). As oportunidades menos vislumbradas pelas empresas foram de Reputação e Gestão de RH (2%). Figura 2 – Oportunidades devido a mudanças climáticas evidenciados. Fonte: Dados da pesquisa (2014) Na Tabela 2 abaixo, é feita uma análise individual das empresas que evidenciaram informações acerca das oportunidades: XVI ENGEMA 2014 10 Tabela 2 - Nº de sentenças sobre oportunidades diante de mudanças climáticas evidenciados pelas empresas Melhoria Antecipação e influencia Novas oportunidades Acesso a novas Reduzir custos Elevar a Melhorar EMPRESA TOTAL operacional sobre as regulamentações de negócio fontes de capital de gestão reputação gestão RH CPFL 5 DUKE 1 2 EDP 6 1 CEMIG 5 2 AES BRASIL 6 6 1 12 6 9 1 8 7 6 ELEKTRO TOTAL 23 5 7 0 6 1 1 1 1 43 Fonte: Dados da pesquisa Na análise individual das empresas percebe-se que a empresa que evidenciou maior expectativa de oportunidades devido a mudanças climáticas foi à empresa CPFL, com (12) sentenças relacionadas. A ELEKTRO, com apenas (1) sentença evidenciada foi à empresa que menos evidenciou informações acerca de oportunidades devido a mudanças climáticas. As oportunidades mais vislumbradas pelas empresas, com (23) evidenciações estão relacionadas com a Melhoria Operacional, seguido de Novas Oportunidades de negócios, com (7) sentenças evidenciadas. A tabela 3 abaixo apresenta o tipo de disclosure das sentenças relacionadas aos riscos. Verifica-se quanto ao tipo de disclosure de riscos, que foram apresentadas apenas sentenças declarativas. Tabela 3 - Nº de sentenças sobre riscos por categoria e tipo de disclosure Tipo de Disclosure * 1 2 3 4 TOTAL Categorias Cadeia de Valor 8 8 Imagem 0 0 Regulatórios 6 6 Operacionais 10 10 TOTAL 24 0 0 0 24 Fonte: Dados da pesquisa *Tipo de disclosure: (1) descritiva; (2) quantitativa não monetária; (3) quantitativa monetária; (4) quantitativa monetária e não monetária. Baseado em Nossa (2002). Na Tabela 4 abaixo, observa-se quanto ao tipo de disclosure de oportunidades, que predominaram sentenças declarativas. Para novas oportunidades de negócios, foi apresentada (1) sentença quantitativa não monetária e (1) sentença quantitativa monetária. A categoria com maior evidenciação foi a relacionada com melhoria operacional para a qual foi apresentada (1) sentença quantitativa não monetária e (22) sentenças declarativas. XVI ENGEMA 2014 11 Tabela 4 - Nº de sentenças por categoria e tipo de disclosure Tipo de Disclosure * 1 2 3 4 TOTAL Categorias Melhoria operacional 22 1 23 Antecipação e influencia 5 5 Novas oportunidades de negócios 5 1 1 7 Acesso a novas fontes de capital 0 0 Reduzir custos de gestão 6 6 Elevar reputação 1 1 Gestão RH 1 1 TOTAL 40 2 1 0 43 Fonte: Dados da pesquisa. *Tipo de disclosure: (1) descritiva; (2) quantitativa não monetária; (3) quantitativa monetária; (4) quantitativa monetária e não monetária. Baseado em Nossa (2002). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo foi identificar quais os riscos e oportunidades devido a mudanças climáticas estão sendo evidenciados nos relatórios de sustentabilidade das empresas do ramo de energia elétrica listadas na BM&FBOVESPA. Para atingir o objetivo, foi realizada uma pesquisa descritiva através da análise documental do indicador EC2 dos relatórios de sustentabilidade enquadradas no modelo GRI. A amostra da pesquisa foi composta por 6 empresas que apresentaram informações no indicador de desempenho EC2 do GRI em seus relatórios de sustentabilidade no ano de 2013. Para a identificação dos riscos evidenciados pelas empresas, foram consideradas as categorias: riscos operacionais, riscos para a cadeia de valor, riscos regulatórios e riscos de imagem. Para a identificação das oportunidades evidenciadas pelas empresas, foram consideradas as categorias: melhoria operacional, antecipação e influência sobre as regulamentações de mudança climática, redução de custos de gestão, elevação da reputação corporativa, oportunidades mercadológicas e melhorar a gestão de recursos humanos. Todas as empresas da amostra evidenciaram informação de algum tipo de risco. Foi constatada a predominância dos riscos operacionais (42%) e a falta de evidenciação dos riscos de imagem. Dentre os riscos evidenciados, o que apresentou menor percentual foi o regulatório (25%). A empresa que mais divulgou informações sobre seus riscos climáticos foi a EDP, em contrapartida a CEMIG apresentou o menor número. As informações evidenciadas foram preponderantemente informações declarativas. Nenhuma empresa apresentou informações quantitativas monetárias acerca dos riscos e oportunidades evidenciados e suas implicações financeiras. Apenas a empresa EDP mencionou como são calculadas as implicações financeiras diante de mudanças climáticas, mas sem informações mais detalhadas acerca dos instrumentos e quantificações. Quanto à evidenciação de oportunidades devido a mudanças climáticas, predominou a evidenciação de sentenças acerca de oportunidades de melhoria operacional (54%), as oportunidades menos vislumbradas pelas empresas foram de Reputação e Gestão de RH (2%) cada. A empresa com maior expectativa de oportunidades foi a CPFL, já empresa ELEKTRO foi a empresa que menos evidenciou informações acerca de oportunidades devido a mudanças climáticas. XVI ENGEMA 2014 12 Do total de evidenciações, (36%) foram evidenciação de riscos e (64%) foram evidenciações de oportunidades, notando-se uma diferença significativa de (28%) a mais de evidenciação de oportunidades em comparação com a evidenciação de riscos. Um ponto de conformidade é a predominância de evidenciação de riscos e oportunidades relacionadas com as atividades operacionais das organizações. A falta de informações sobre os riscos de imagem contradiz com os conceitos de riscos relacionados pelos autores pesquisados, pois os mesmos informam que as empresas estão expostas aos riscos de imagem devido a mudanças climáticas. Os resultados desta pesquisa corroboram com o de pesquisas anteriores acerca de riscos evidenciados por empresas de outros setores, onde também foi constatada maior evidenciação de riscos operacionais e falta de informações acerca de riscos de imagem. A ausência de informações quantitativas monetárias pode ser reflexo do despreparo das empresas em equacionar os aspectos financeiros dos impactos climáticos em seus negócios. As empresas pesquisadas demonstraram maior direcionamento de evidenciações no contexto das mudanças climáticas para os aspectos operacionais da atividade, tanto para a identificação de riscos quanto para as oportunidades. Como sugestão para trabalhos futuros é recomendado reaplicar esta pesquisa em empresas brasileiras de outros setores de atividades, principalmente as do setor de utilidade pública ou comparar os resultados desta com outras pesquisas que investigara a evidenciação de riscos e oportunidades devido a mudanças climáticas. REFERENCIAS ALVES, C. A. de M; CHEROBIM, A. P. M. S. Análise do nível de divulgação do risco operacional segundo recomendações do Comitê da Basiléia: Estudo em bancos do país e do exterior. Revista de Administração Mackenzie, V. 10, N. 2, mar./Abr. 2009, 2009. ANDRADE, E. S.M. de; CONSENZA, J. P.; ROSA, Luis P. Evidenciação do risco empresarial e ambiental diante das mudanças climáticas e do aquecimento global. Revista Contabilidade e Organizações. 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