tratamento de lipodistrofia ginóide com ultrassom

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Revista Eletrônica FACIMEDIT, v5, n1, Jan/Ago. 2016
ISSN 1982-5285 – ARTIGO ORIGINAL
TRATAMENTO DE LIPODISTROFIA GINÓIDE COM
ULTRASSOM TERAPÊUTICO E DRENAGEM LINFÁTICA
MANUAL
Lipodystrophy Gynoid Treatment Therapeutic Ultrasound and Manual Lymphatic
Drainage
CASTRO, Karine de1
CROVE, Elaine Herculano2
MOREIRA, Fernando Freitas3
SILVA, Alessandra Maciel da4
ARMONDES, Carla Caroline Lenzi5
SAVI, Vanessa Koppe6
RESUMO
A lipodistrofia ginóide é um problema estético e funcional e até mesmo emocional. Este
projeto tem como objetivo verificar a atuação do ultrassom terapêutico e da drenagem
linfática manual no tratamento da lipodistrofia ginóide. Participaram desta pesquisa 5
voluntárias, na faixa etária entre 18 e 35 anos. Primeiramente, as voluntárias passaram por
uma anamnese e exame físico geral. Os parâmetros escolhidos foram a perimetria da região
glútea e superior da coxa e os registros fotográficos. As voluntárias foram submetidas a 20
atendimentos, primeiramente, realizou-se a aplicação do ultrassom, seguida da estimulação
dos gânglios linfáticos e depois a drenagem linfática manual. Após a realização da técnica,
as voluntárias foram reavaliadas, para a obtenção dos resultados. Constatou-se que houve
uma diminuição geral das medidas após os atendimentos. Na região glútea, 20 cm abaixo da
CIPS e logo abaixo da prega glútea direita foram as regiões que obtiveram uma diminuição
das medidas, sendo de 2,97% (± 0,70) e 3% (± 1,40). Com relação ao grau de acometimento
40% das voluntárias apresentaram redução do mesmo, já 60% das voluntárias apresentaram
apenas uma melhora no aspecto visual, não havendo redução no grau de acometimento.
Portanto, conclui-se que a atuação do ultrassom e drenagem linfática manual auxilia na
melhora do aspecto visual do tecido acometido por esta patologia.
Palavras chave: Ultrassom, Lipodistrofia, Drenagem.
1
Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal
- FACIMED. EMAIL: [email protected]
2
Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal
Cacoal - FACIMED. EMAIL: [email protected]
3
Acadêmico do Curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal
- FACIMED. EMAIL: [email protected].
4
Bacharel em Fisioterapia - Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED.
5
Docente do curso de Bacharelado em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Biomédicas de CacoalFACIMED. Bacharel em Fisioterapia – UNESP. Mestre em Engenharia Biomédica docente do curso de
fisioterapia da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED. EMAIL:
[email protected]
6
Docente do curso de fisioterapia da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED.
EMAIL: [email protected]
Local da realização do trabalho: Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED. CACOAL
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ABSTRACT
The gynoid lipodystrophy is an aesthetic and functional problem and even emotional. This
project aims to check the effectiveness of therapeutic ultrasound and manual lymphatic drainage
in the treatment of gynoid lipodystrophy. Participated in this research five volunteers, aged
between 18 and 35 years. First, the volunteers underwent a medical history and general physical
examination. The parameters chosen were perimetry the gluteal and upper thigh and
photographic records. The volunteers were subjected to 20 calls, first, took place the application
of ultrasound, followed by stimulation of the lymph nodes and then the manual lymphatic
drainage. Upon completion of the technique, subjects were re-evaluated to obtain the results. It
was found that there was a general decrease of the measures after the consultations.
Ventrogluteally 20 cm below the CIPS and just below the right gluteal fold regions which were
obtained a reduction of the measures, and 2.97% (± 0.70) and 3% (± 1.40). Regarding the
degree of involvement 40% of the volunteers showed a reduction of the same, as 60% of the
volunteers had only an improvement in the visual appearance, with no reduction in the degree of
involvement. Therefore, it is concluded that the performance of ultrasound and manual
lymphatic drainage aids in improving the visual appearance of the tissue affected by this
disease.
Keywords: ultrasound, lipodystrophy and drainage.
INTRODUÇÃO
De acordo com Menezes (2009), a maior preocupação estética das mulheres está
relacionada à lipodistrofia ginóide, conhecida também como celulite, e que chega a
atingir 85-98% das mulheres de todas as raças.
A lipodistrofia ginóide recebe outras designações como: fibro edema gelóide,
hidrolipodistrofia, infiltração celulítica, paniculopatia edemato fibro esclerótica,
lipoesclerose nodular e outros (CORRÊA, 2005).
Segundo Mendonça e Rodrigues (2010), a lipodistrofia ginóide (LDG) surge a
partir da mudança do tecido gorduroso, dos tecidos conectivos e dos vasos sanguíneos e
linfáticos. O estrógeno, hormônio feminino, pode agir nos vasos, aumentando ou
diminuindo a irrigação da área. Isso compromete os tecidos, podendo produzir uma
reação fibrótica.
Essa patologia é considerada multifatorial e pode ser causada por efeitos
hormonais, predisposição genética, inatividade física, obesidade, tabagismo, estresse e
maus hábitos alimentares (MILANI; JOAO; FARAH, 2006).
De acordo com Menezes (2009), a lipodistrofia ginóide pode ser classificada em
quatro fases: A fase inicial, onde o processo já está instalado internamente, mas não
pode ser visto ou sentido; na segunda, inicia-se a evolução do processo, caracterizada
por mudanças estruturais que vão ficando cada vez mais acentuadas; nesse caso, os
primeiros sintomas passam a ser visíveis e podem ser sentidos sob palpação, a pele
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ganha um aspecto de casca de laranja e com ondulações; já na terceira fase, há presença
de nódulos, os sinais são bem visíveis, não necessitando de palpação para serem
percebidos, a pele áspera aparenta uma casca de laranja e a pele esta edemaciada, ocorre
sensação de perna pesada; na quarta fase, ela é dura e a pele fica “lustrosa”, cheia de
depressões, as pernas ficam inchadas, pesadas, doloridas e a sensação de cansaço está
presente, mesmo sem esforço físico.
Uns dos tratamentos que apresentam benefícios a essa patologia é o ultrassom
terapêutico, devido aos seus efeitos biofísicos específicos já conhecidos, como o
aumento da circulação, com consequente neovascularização e relaxamento muscular,
efeito mecânico, caracterizado pela micromassagem, o rearranjo e extensibilidade das
fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido, e também por seus
efeitos de veiculação de substâncias por fonoforese (MILANI; JOAO; FARAH, 2006).
Segundo Cunha (2007), a drenagem linfática manual é de grande importância no
tratamento da lipodistrofia ginóide, diante do quadro de estase sanguínea e linfática.
Essa técnica consiste em captar o líquido intersticial excedente que originou o edema e
evacuá-lo em direção as reservas ganglionares, mantendo, dessa forma, o equilíbrio
hídrico dos espaços intersticiais.
O presente trabalho teve como objetivo verificar a atuação do ultrassom terapêutico e da
drenagem linfática manual no tratamento da lipodistrofia ginóide.
MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra foi selecionada de maneira aleatória simples, a mesma foi
caracterizada por 5 pacientes do sexo feminino, na faixa etária dos 18 aos 35 anos, que
residem na cidade de Cacoal – RO.
Os Critérios de inclusão foi apresentarem LDG na região dos glúteos e
superiores das coxas, apresentarem qualquer grau de LDG, e Sedentárias. Os Critérios
de não inclusão da pesquisa foram pacientes que apresentaram lesão muscular na região
a ser tratada, pacientes que praticantes de atividade física, pacientes em tratamento
específico para LDG, mulheres com idade superior á 35 anos, mulheres com idade
inferior á 18 anos, mulheres que se recusaram a assinar o TCLE.
A pesquisa foi iniciada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de ciências biomédica de Cacoal – RO, com o protocolo de n° 892/12 e
autorização da clínica onde foi realizado o estudo. Todas as participantes foram
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esclarecidas sobre os objetivos do estudo e os procedimentos metodológicos da pesquisa
e aquelas que concordaram em participar assinaram um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido. Em todas as fichas de avaliação, os indivíduos foram identificados por
números visando preservar sua identidade.
Foram utilizados os seguintes instrumentos ultrassom terapêutico (KLD –
Esthétic Avatar) com frequência de 3 MHZ continuo e o tempo de aplicação, mensurado
2 minutos para áreas próximas de 10 cm² para realização do tratamento de lipodistrofia
ginóide, Guirro e Guirro (2004). Gel á base de água (carbogel): como via de
acoplamento entre o transdutor e a pele. O transdutor foi mantido sempre perpendicular
á área tratada e em constante movimentação, para diminuir a energia refletida e
refratada. Maca (IMER): para participante ficar em decúbito ventral durante o
tratamento. Papel toalha: para higienização das regiões a serem tratadas. Fita métrica
plástica (Fitness): para realização da perimetria antes e depois do tratamento com
objetivo de comparação. Lápis demográfico: para marcar os pontos anatômicos. Ficha
de Avaliação (segundo Borba (2006), que foi adaptada por não apresentar perimetria):
para armazenar dados subjetivos e objetivos sobre as participantes. Câmara Digital
Fotográfica (OLYMPUS) 12 Megapixels: para registro fotográfico das regiões tratadas
na primeira e na última sessão, para verificar os efeitos obtidos.
A drenagem linfática manual foi realizada nas coxas e regiões glúteas das
voluntarias,
utilizando
técnicas
tradicionais,
obedecendo
á
seguinte
ordem:
Bombeamento dos linfonodos inguinais e poplíteos, deslizamento simples, deslizamento
direcionado, amassamento, bombeamento com deslizamento, deslizamento final e
bombeamento final dos linfonodos inguinais e poplíteos, foram realizados cinco
repetições de cada movimento.
COLETA DE DADOS
O procedimento da coleta na primeira sessão foi aplicada a ficha de avaliação da
lipodistrofia ginóide que obteve: Identificação; investigação sobre possíveis patologias
do sistema circulatório; disfunção hormonal; fraturas não consolidadas; processo
inflamatório agudo na articulação; lesão muscular/ tendinosa; espasticidade/ miotonias;
alergias a corrente elétrica ou produtos; fumantes; pratica atividades físicas; tipos de
alimentação; tratamentos anteriores e resultados; período de aparecimento da celulite
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grau e localização; uso de anticoncepcional. O exame físico constou de: inspeção;
palpação; teste casca de laranja, teste de preensão e perimetria.
A perimetria foi realizada com as voluntárias em posição ortostática, glúteos
relaxados e de costa em relação à pessoa que efetuou as medidas. Os pontos anatômicos
citados foram marcados com lápis demográfico á 10 cm, 15 cm, 20 cm abaixo da crista
ilíaca póstero superior e abaixo da prega glútea direita e esquerda para facilitar a
efetuação da perimetria.
Foi realizado registro fotográfico das regiões a serem tratadas, em vista
posterior, enfatizando-se a região acometida, tiradas a uma distância de 75 cm da
participante, a qual permaneceu em posição ortostática com os glúteos relaxados e
depois contraídos. Esse registro serviu como base de comparação para a verificação da
eficácia do tratamento, permitindo visualizar os resultados obtidos.
Esta pesquisa foi realizada na clinica de fisioterapia da Faculdade de ciências
biomédica de Cacoal (FACIMED), localizada na Avenida Projetada, 2070, Bairro
Jardim Eldorado, Cacoal – RO. Os atendimentos foram realizados das 15:25 ás 19:10
horas. Cada participante recebeu 20 atendimentos divididos em 3 sessões por semanas,
em dias alternados, num total de 15 atendimentos por semanas, cada sessão teve
duração de 45 minutos. O intervalo entre tratamentos sucessivos depende da natureza da
lesão, aguda ou crônica. As lesões com caráter agudo devem ser tratadas diariamente e
as lesões com caráter crônico, em geral menos severo, poderão ser tratados em dias
alternados, duas ou três vezes por semana (FUIRINI; LONGO, 1996).
Lima et al. (2006), realizou um trabalho para demonstrar a eficácia da drenagem
linfática manual no tratamento de lipodistrófia ginóide, este estudo foi realizado por 15
mulheres com idade entre 18 a 27 anos com duração de 20 sessões. Os resultados foram
satisfatórios e obtiveram diminuição nas medidas da perimetria após as sessões de
tratamento.
Após as 20 sessões as voluntarias foram submetidas á perimetria exatamente
sobre os pontos anatômicos citados anteriormente, e os dados obtidos foram
comparados ás medidas realizadas no inicio do tratamento. E as voluntarias foram
fotografadas novamente para verificação da evolução do tratamento. O grau de
acometimento foi avaliado através do aspecto visual fotográficos, antes e depois dos
atendimentos.
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RESULTADOS
De acordo com a ficha de avaliação participaram desta pesquisa 5 voluntárias do
sexo feminino. Constatou-se que a faixa etária das participantes variou entre 18 e 24
anos, com uma idade média de 22 (± 2,34) anos.
Quanto ao uso de anticoncepcional constatou-se que 3 participantes (60%)
faziam uso do mesmo e 2 participantes (40%) não faziam uso deste medicamento, com
relação ao uso de cigarro relatou que 100% não faziam uso do mesmo. De acordo com
as participantes, 2 relataram (40%) inicio da LDG na gravidez e 3 das participantes
(60%) tiveram inicio na adolescência. Quanto ao grau da LDG 3 das voluntárias (60%)
apresentavam grau 2,
1 das participantes (20%) apresentava grau 1 e a outra
apresentava grau 3. Segundo os critérios de inclusão e exclusão dessa pesquisa 100%
das participantes não praticavam atividade física.
Em relação aos testes realizados antes e depois das avaliações observou-se que:
O teste de “casca de laranja” (consiste em pressionar o tecido adiposo entre os dedos
polegar e indicador ou entre palmas das mãos. Será positivo se a pele parecer com uma
casca de laranja, com aparência rugosa) foi positivo em 100% das participantes tanto
antes quanto após o tratamento.
120
100
80
60
40
20
0
90,6 89,4
98,4 96,6
103,8 100,8
61,6 59,8
61,8 60,6
10cm abaixo CIPS 15cm abaixo CIPS 20cm abaixo CIPS abaixo da prega abaixo da prega
glútea ‐ Direita glútea ‐ Esquerda
Antes
Depois
GRAFICO 1: Média das variáveis da perimetria das regiões 10cm abaixo CIPS, 15cm abaixo
da CIPS, 20cm abaixo da CIPS, abaixo da prega glútea direita e abaixo da prega glútea esquerda
realizado antes e após os 20 atendimentos. Fonte: própria autora.
O gráfico 1 demonstra as médias de cada região anteriormente e após o
tratamento. A região 10 cm abaixo da CIPS, antes do atendimento obteve uma média de
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90,6 (± 3,28) cm e depois do atendimento 89,4 (± 3,78) cm. Já a região 15 cm abaixo da
CIPS obteve uma média de 98,4 (± 3,20) cm antes e depois do atendimento 96,6 (±
1,94) cm. Na região 20 cm abaixo da CIPS, antes do atendimento obteve uma média de
103,8 (± 1,92) cm e depois do atendimento 100,8 (± 1,78) cm. Abaixo da prega glútea
direita antes do atendimento 61,6 (± 1,14) cm e depois do atendimento 59,8 (± 0,83) cm.
Abaixo da prega glútea esquerda obteve uma média 61,8 (± 0,83) cm antes e 60,6 (±
0,89) depois dos atendimentos.
Participantes
4
2,97
3
2
1,38
3
1,98
1,84
1
Participantes
0
10cm abaixo
CIPS
15cm abaixo
CIPS
20cm abaixo
abaixo da
abaixo da
CIPS
prega glútea ‐ prega glútea ‐
Direita
Esquerda
GRÁFICO 2: Média em percentual da diminuição das variáveis da perimetria das regiões 10cm
abaixo CIPS, 15cm abaixo da CIPS, 20cm abaixo da CIPS, abaixo da prega glútea direita e
abaixo da prega glútea esquerda realizado antes e após os 20 atendimentos. Fonte: própria
autora.
Observa-se que há variação entre as médias de antes e depois, mostram que no
geral houve melhora da redução de medidas. Na região 10 cm abaixo da CIPS obteve
uma diminuição de 1,38% (± 2,55). Na região 15 cm abaixo da CIPS teve uma redução
de 1,84% (± 1,48). Nas regiões de 20 cm abaixo da CIPS e abaixo da prega glútea
direita, foram as regiões que apresentaram maior redução de medidas, sendo 2,97% (±
0,70) e 3% (± 1,40) respectivamente. Na prega glútea esquerda apresentou diminuição
de 1,98% (± 1,39) conforme ilustra no gráfico 2.
De acordo com a avaliação e reavaliação segue abaixo as fotografias do antes e
depois dos 20 atendimentos mostrando o resultado maior eficácia e o resultado menor
eficácia.
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Resultado com maior eficácia:
Foto 1: 1° paciente (22 anos) antes das 20 sessões (foto esquerda glúteos relaxados e direita sob
contração glútea). Observou-se que antes do tratamento a participante apresentava grau 1 no
glúteo esquerdo e grau 2 no glúteo direito e superior das coxas, conforme ilustra à foto 1. Fonte:
própria autora.
Foto 2: 1° paciente (22 anos) depois das 20 sessões (foto esquerda glúteos relaxados e direita
sob contração glútea). Depois das 20 sessões observou-se que o glúteo direito não apresentava
mais grau de acometimento da LDG, o glúteo esquerdo e parte superior das coxas evoluíram
para grau 1 (foto 2).
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Resultado com menor eficácia:
Foto 9: 5° paciente (18 anos) antes das 20 sessões (foto esquerda glúteos relaxados e direita sob
contração glútea). Observou-se a presença de LDG grau 2 nas regiões glúteas e superior das
coxas Fonte: própria autora.
Foto 10: 5° paciente (18 anos) depois das 20 sessões (foto esquerda glúteos relaxados e direita
sob contração glútea). Fonte: própria autora.
Depois das sessões observou que não houve diferença significante do antes e
depois do tratamento em comparação aos graus de classificação da LDG. Pode observar
que houve uma melhora tecidual onde a pele ficou com um aspecto mais liso.
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DISCUSSÃO
A justificativa do presente estudo baseia-se na utilização do ultrassom
terapêutico associado à drenagem linfática manual, visando reduzir a lipodistrofia
ginóide, um problema que atinge um grande número de mulheres causando nestas um
quadro patológico e estético indesejável (WEIMANN, 2004).
Existem vários fatores que favorecem o aparecimento da lipodistrofia ginóide.
Alguns fatores foram analisados e poderiam ter interferido no resultado da pesquisa,
como é o caso do anticoncepcional.
Segundo Guirro e Guirro (2004) e Borges (2006), por apresentarem hormônios
na sua fórmula, podem levar a uma alteração nos adipócitos, e desencadear ainda mais a
lipodistrofia ginóide.
Como podes se observar nessa pesquisa as participantes (60%) que faziam uso
de anticoncepcional (1°, 3° e 4°) obtiveram um bom resultado; as que não faziam uso
(2° e 5º) obtiveram resultados distintos, sendo que a 5º participante não apresentou
resultado satisfatório, o que vem a contradizer os autores citados acima.
Outras variáveis como tabagismo e o exercício físico, também poderiam ter
influenciado no resultado. Segundo Fernandes (2003), as substâncias do cigarro
determinam espessamento das paredes dos vasos sanguíneos prejudicando a circulação,
já deficiente na lipodistrofia ginóide.
Em relação à prática de exercícios físicos, 100% das participantes não
praticavam atividades físicas, já que essa variável apresentava-se como um critério de
exclusão, isso pode ter influenciado nos resultados, segundo Leite (2003) e Pravatto
(2007).
No presente estudo, não foram averiguados alimentação, posição preferencial
adotada durante o dia e tensão pré-menstrual. Estas variáveis segundo os autores citados
abaixo tem grande importância no nível de variabilidade dos resultados.
De acordo com Guirro e Guirro (2004) e Borges (2006), os hábitos desordenados
e abusos na dieta, dão origem com o passar do tempo, a desequilíbrios a nível celular
que originam uma reação em cadeia, influenciando diretamente na formação da
lipodistrofia ginóide.
Para Rossi (2001), a posição preferencial adotada durante o dia, como a postura
sentada por período prolongado, pode comprimir as cadeias ganglionares da região
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poplítea e inguíno - crural e agravar o quadro de lipodistrofia ginóide, devido à
resistência oferecida à circulação de retorno veno-linfático.
Oenning e Braz (2002) realizaram uma pesquisa do tratamento de lipodistrofia
ginóide associado ao ultrassom e observaram que no período pré-menstrual e menstrual,
houve piora no quadro de lipodistrofia ginóide.
Deve-se ressaltar que a perimetria realizada neste estudo não foi utilizada para
identificar a lipodistrofia ginóide ou classificá-la, mas como uma medida complementar
e indireta na avaliação, pois o aumento na circunferência da região glútea poderia estar
relacionada com o ganho de peso e este com a lipodistrofia ginóide. Observou-se que
todas as participantes tiveram diminuição da perimetria em alguma região que foi
mensurada.
Sabendo que a lipodistrófia ginóide é uma patologia multifatorial que causa
complicações estéticas, funcionais e sociais, o presente estudo mostra á população que o
tratamento de lipodistrofia ginóide apresenta bons resultados, porém é de grande valia
uma abordagem multiprofissional do distúrbio para obtenção de resultados mais
satisfatórios. Conforme afirma Milani, João e Farah (2006) e Guirro e Guirro (2004).
Com os resultados obtidos nesta pesquisa pode-se observar que o tratamento
isolado de lipodistrofia ginoide não levaria a resultados satisfatórios. Visto que nesta
pesquisa foi utilizado ultrassom associado com drenagem linfática, e os resultados
foram bons, onde 2 participantes obteve redução do grau de acometimento e 3
participantes não apresentaram redução do grau de acometimento, mais apresentaram
redução da perimetria e uma melhora do aspecto visual tecidual.
Os resultados poderiam ser satisfatórios se o tratamento fosse acompanhado com
adoção de medidas alimentares equilibradas e com a prática de atividades físicas. Isso
vem a confrontar com as pesquisas realizadas por Lima et al. (2006) e Pieri e Brongholi
(2003),
Lima et al. (2006), realizou um trabalho para demonstrar a eficácia da drenagem
linfática manual no tratamento de lipodistrófia ginóide, este estudo foi realizado por 15
mulheres com idade entre 18 a 27 anos com duração de 20 sessões. Os resultados foram
satisfatórios e obtiveram diminuição nas medidas da perimetria após as sessões de
tratamento.
O presente estudo esta de acordo com a pesquisa de Marcant (2007), onde 10
mulheres que foram submetidas a 10 sessões, apresentaram resultados satisfatórios, na
qual todas as participantes obtiveram redução das medidas mensuradas e duas
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participantes apresentaram redução do grau de acometimento da LDG. Demonstrando
que a associação da drenagem linfática com o ultrassom é eficaz no tratamento de
lipodistrófia ginóide.
O ultrassom melhora a circulação, favorece as trocas metabólicas e evita fibroses
como o aspecto da “casca de laranja”, também faz com que ocorra a quebra das
moléculas de gordura. A drenagem linfática manual auxilia na eliminação desses
líquidos e toxinas, através da corrente linfática, fazendo com que essas impurezas sejam
excretadas (BORGES, 2006).
Em relação à classificação da lipodistrofia ginóide, de acordo com o estágio
encontrado, analisando-se, isoladamente, os glúteos e a parte superior das coxas, que
foram submetidos à terapia, observou-se, da primeira para a segunda avaliação, uma
melhora no aspecto visual tecidual da pele, com consequente redução do grau de
acometimento.
A avaliação realizada após as 20 sessões, verificou que as participantes 3, 4 e 5
(60%) não apresentaram decréscimo do grau de acometimento da LDG, a 1° e 2°
participantes (40%) obtiveram decréscimos do grau de acometimento.
Segundo Pravatto (2007), não foram encontrados estudos científicos que
comprovem o número mínimo eficaz de sessões de ultrassom associado á drenagem
linfática manual no tratamento da lipodistrofia ginóide.
Por fim, a lipodistrofia ginóide não pode ser tratada isoladamente é preciso
buscar a saúde da paciente em todos os seus aspectos, ou seja, o sistema muscular e a
gordura localizada também dever ser abordadas para devolver ou manter a harmonia
corporal. Isto pode ser obtido através da adoção de medidas alimentares equilibradas e
com a prática de atividades físicas (GUIRRO; GUIRRO 2004).
CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos através deste estudo, conclui-se que a atuação do
ultrassom terapêutico na frequência de 3 MHZ, modo continuo, associado à drenagem
linfática manual no tratamento de lipodistrofia ginóide, auxilia na melhora das
depressões teciduais, aspecto geral da pele e diminuição das medidas.
Apesar da notável melhora no aspecto visual da pele, constatou-se que os
números de sessões não foram suficientes para todas as participantes, já que as mesmas
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possuíam diferentes graus de acometimento da lipodistrofia ginóide. Uma boa
alimentação e a prática regular de exercícios físicos poderiam complementar o
tratamento.
O presente estudo mostra à população que esse tratamento funciona, porém é de
grande valia uma abordagem multiprofissional do distúrbio. Sendo assim, sugere-se
novos estudos sobre o assunto, com maior número de sessões e com mudança no estilo
de vida das pacientes para a obtenção de melhores resultados.
REFERÊNCIA
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Disponível em: http://www.fag.edu.br/tcc/2006/Fisioterapia/analise_da_
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BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte,
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FUIRINI, N. J.; LONGO, G. J. Ultrassom. Amparo: KLD – Biossistemas equipamentos
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