Extração de 2os molares

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Extração dos Segundos Molares Superiores.
Uma nova abordagem para os tratamentos da Classe II, em pacientes adolescentes.
Extraction of Upper Second Molar.
A New Approach for Class II Treatment in Adolescent.
1- Resumo
O objetivo deste artigo é apresentar uma nova abordagem terapêutica para os
tratamentos ortodônticos das maloclusões significativas de Classe II, em pacientes
adolescentes, que pouco colaboram ao tratamento conservador, sem extrações dentárias.
Para realizar esta nova proposta de tratamento, é necessário ter um bom diagnóstico,
onde a definição da forma e do tamanho do germe do terceiro é de grande importância
para que possamos substituí-lo pelo segundo molar a ser extraído, pois segundo Mollin
(1984) a extração dos segundos molares facilita a distalização dos primeiros e evita a
impactação dos terceiros. Ainda como propósito deste artigo faremos uma revisão da
literatura pertinente ao tema e mostraremos através de casos clínicos a técnica adotada
para a distalização dos primeiros molares, bem como, todos os requisitos que devem ser
observados para que possamos realizar um bom diagnóstico ortodôntico.
Unitermos: extração, segundos molares, adolescentes, distalização
2- Introdução e Revisão da Literatura
Grande parte da prática ortodôntica consiste nos tratamentos da maloclusões
ântero-posteriores. Seguindo esta classificação encontramos a Classe II, que representa a
grande maioria dos pacientes que procuram o tratamento. Tendo em vista que o
diagnóstico ortodôntico é estritamente morfológico e que existe uma grande variabilidade
de respostas individuais frente as abordagens terapêuticas, é necessário termos em mãos
um bom diagnóstico ortodôntico e várias opções de tratamentos, para que possamos
englobar a maioria dos pacientes, evitando assim, tentativas heróicas de tratamentos que
levam a danos teciduais irreparáveis . Discutiremos a seguir duas propostas de
tratamentos para a Classe II em pacientes adolescentes, onde a tentativa de tratamento
sem extração requer uma boa colaboração dos pacientes, e quando esta não existe, as
extrações dentárias oferecem resultados finais aceitáveis.
2.1.- Tratamento Convencional. Extração dos pré-molares superiores.
Para descobrir a ocorrência das extrações dos primeiros pré-molares superiores para a
camuflagem da Classe II, Proffit(1994) fez uma revisão de 40 anos das frequências de
extrações dentárias na clínica da Universidade da Carolina do Norte (EUA), e encontrou
a porcentagem de pico de 16% em 1968 e 1973, observando também uma diminuição
deste índice ao longo do tempo, pois a frequência em 1993 alcançou 8%, acreditando ele,
que esta diminuição ocorreu principalmente pela introdução dos aparelhos ortopédicos
funcionais no final da década de 70 e por contínuas alterações na técnica e no
conhecimento ortodôntico.
Uma das grandes desvantagens das extrações dos pré-molares superiores, segundo
Graber(1969), é restringir o crescimento mandibular em pacientes que possuem uma
grande expectativa de crescimento horizontal da mandíbula, tendo como consequência
clínica à longo prazo, o aparecimento do apinhamento tardio nos incisivos inferiores e a
grande dificuldade encontrada em manter os espaços das extrações fechados.
Considerando a tendência de crescimento facial, McLaughlin e Bennett(1997)
recomendam a extração dos pré-molares superiores em pacientes de ângulo alto, com
uma ligeira mordida aberta, pois estes pacientes possuem uma baixa expectativa de
crescimento horizontal da mandíbula.
Outro fator importante que deve ser observado antes de extrair os pré-molares superiores
é a estabilidade do arco dentário inferior, sendo a posição dos incisivos um fator chave
para selecionar os pacientes, pois quando os incisivos se encontram muito inclinados para
vestibular, esta proposta de tratamento se torna inviável.
Fatores importantes que devem ser considerados no tratamento.
tamanho e forma do dente a ser extraído
controle da ancoragem
controle da inclinação dos incisivos
cuidados no acabamento
análise funcional
Tamanho e forma do dente
Segundo McLaughlin e Bennett(1997) é importante verificar o tamanho e a forma dos
pré-molares superiores antes de indicar as extrações dentárias, pois em alguns casos o
segundo pré-molar pode ter menor tamanho, justificando a sua extração para evitar a
presença de espaços residuais no local das extrações. Quando os pré-molares possuírem o
mesmo tamanho a extração do primeiro pré-molar deve sempre ser preferida, para
fortalecer o sistema de ancoragem.
Controle da ancoragem
Normalmente o sistema de ancoragem é rígido, necessitando de aparelhos intra-orais, tais
como a barra palatina, o botão de Nance para estabilizar os dentes posteriores durante a
retração dos dentes anteriores. Outro fator importante é bandar os segundos molares
superiores, pois estes dentes oferecem uma ancoragem adicional, reforçando o bloco
posterior durante a mecânica de deslizamento, usada para fechamento dos espaços na
técnica do aparelho versátil MBT.
Fig. 1. Uso da barra palatina.
Controle da inclinação dos incisivos
O gerenciamento da inclinação dos incisivos durante a fase de fechamento dos espaços é
essencial, pois em muitos casos, são necessários torques vestibulares adicionais, para
manter o trespasse horizontal durante a retração dos dentes anteriores, preservando assim,
o sistema de ancoragem e evitando a abertura de espaços residuais na fase de contenção
ortodôntica, causada pela inclinação incorreta dos incisivos no final do tratamento.
Cuidados no acabamento
Como os molares superiores terminam em oclusão de Classe II, torna-se necessário nos
estágios finais do tratamento remover a angulação de 5 graus existente na banda dos
molares superiores do sistema de aparelho pré-ajustado, pois estas angulações não são
apropriadas. Nestas situações os molares deverão permanecer com seus longos eixos
perpendiculares ao plano de oclusão.
Fig 2. A figura desmostra que a
angulação de 0º esta melhor
indicada quando os molares se
encontram em relação de Classe
II.
Outra manobra ortodôntica importante é rotacionar os molares superiores para que
ocupem mais espaço no arco dentário, quando os molares estão em relação de Classe II.
Uma ótima idéia sugerida pelo Dr. Hugo José Trevisi(1997), é na fase de acabamento
trocar os tubos dos molares superiores, do aparelho versátil MBT, pelos tubos dos
segundos molares inferiores do lado oposto, que possuem zero grau de rotação.
Fig 3. Classe II
Classe I
Fig 4. Rotação dos molares após a utilização
do tubo 0º de rotação.
Análise Funcional
Ingerval (1976), salientou a importância de realizar uma análise funcional antes, durante
e após o tratamento ortodôntico , e acredita que a presença de interferências oclusais póstratamento deve-se aos seguintes fatores: falha na relação ântero-posterior dos maxilares ;
torque lingual insuficiente nos molares superiores ; torque lingual excessivo nos molares
inferiores ; falta de coordenação na largura e na forma do arco dentário, principalmente
na região terminal. Ele indica também procedimentos de ajuste oclusal para equilibrar a
oclusão, pois é um método profilático para evitar e aliviar os sintomas de D.T.M.
Segundo McLaughlin e Bennett (1997), nos casos de extração dos pré-molares superiores
deve-se tomar o cuidados para angular e rotacionar os molares superiores, conseguindo
assim uma relação funcional adequada, e após 6 a 12 meses de contenção pode-se ser
feito um mínimo desgaste para melhorar a oclusão.
Fig 6. Um bom posicionamente
dos molar é impressíndivel para
se obter
uma boa oclusão
funcional.
2.2 - Extração dos segundos molares superiores.
Para extrair os segundos molares superiores é preciso realizar um profundo estudo
radiográfico da região dos terceiros molares, onde as radiografias panorâmicas, oferecem
bastante segurança para analisar a forma e o tamanho do germe do terceiro molar.
De acordo com Graber(1969), deve-se observar os seguintes fatores para extrair os
segundos molares nos tratamentos da Classe II : inclinação excessiva dos incisivos
superiores ; mínima sobremordida ; e a presença do terceiro molar em boa posição,
apresentando uma boa anatomia. E quando estes requisitos são observados num caso
individual, esta tomada terapêutica torna-se uma boa opção de tratamento.
Comparando 22 casos tratados com extração dos primeiros pré-molares com 22 casos
tratados com extração dos segundos molares, Staggers(1990) observou que o lábio
inferior nos casos de extração dos primeiros pré-molares estava mais retraído, entretanto
o perfil facial resultante das extrações dos segundos molares não pareceu ser
estatisticamente diferente dos pacientes que extraíram primeiros pré-molares. Estes
resultados não apoiam a tese que a extração dos segundos molares oferece melhores
resultados na estética facial, em relação aos casos tratados com extrações dos primeiros
pré-molares.
Basdra et al(1996)., revisaram 32 casos de Classe II, divisão 1 seguidos de extrações dos
segundos molares e concluíram que esta abordagem terapêutica representa uma
alternativa válida para os tratamentos da Classe II com compensação dento-alveolar, mas
não é um esquema de rotina, pois possui indicações rigorosas. Quando o caso individual
satisfaz os elementos de diagnóstico, torna-se uma abordagem muito boa e conveniente
para os tratamentos dento-alveolar da Classe II.
2.3.Questionamentos importantes.
Quando extrair os segundos molares?
Em qual paciente extrair os segundos molares?
2.3.1.Quando extrair os segundos molares?
As radiografias panorâmicas oferecem grande confiabilidade no diagnósticos, podendo
ser completado por radiografias periapicais que sofrem menos distorções da imagem. A
fase ideal para extrair os segundos molares superiores é quando o germe terceiro molar
encontra-se com a coroa formada e a raiz iniciando o processo de rizogênese, pois desta
maneira o germe do terceiro molar, através do seu movimento mésio-oclusal de erupção
ocupará o espaço deixado pelo segundo molar, mantendo um bom ponto de contato com
o primeiro molar que foi previamente distalizado. Antes da formação da coroa do germe
do terceiro molar não se deve recomendar a extração do segundo molar, pois seria um
risco muito grande prever a anatomia do terceiro molar, que é muito variável. Deve ser
evitado também extrair os segundos molares após a erupção dos terceiros molares, pois
desta forma sobraria muito espaço residual proveniente das extrações dentárias, levando
muito tempo para o fechamento completo dos espaços. Outra consequência desfavorável
da extração tardia dos segundos molares é a grande inclinação do eixo axial dos terceiros
molares durante a mecânica de fechamento dos espaços, que poderá acarretar reabertura
de espaços na fase de contenção ortodôntica.
Fig 7. Fase ideal para indicar a extração do
molar superior.
Fig 8. Formação do germe do terceiro molar
a extração do segundo molar.
2.3.2. Em qual paciente extrair os segundos molares ?
Em relação ao padrão muscular, os pacientes que apresentarem padrão vertical de
crescimento com a mordida ligeiramente aberta na região anterior, se enquadraram
perfeitamente nesta proposta de tratamento, pois o efeito dentoalveolar da extração dos
segundos molares é a rotação horária do arco dentário superior, favorecendo o
fechamento da mordida aberta anterior. Sendo assim, nos pacientes com tendência
horizontal de crescimento ao realizarmos esta proposta de tratamento teremos problemas
para controlar o sobremordida profunda no decorrer da mecânica ortodôntica.
Outra recomendação importante é realizar estas extrações somente em pacientes que
apresentarem Classe II significativas, que não aceitam as propostas convencionais de
tratamento, e que possuem um bom germe do terceiro molar, tendo a coroa uma boa
forma e um bom tamanho.
3 – Técnica adotada para a distalização dos primeiros molares superiores
A distalização do primeiro molar superior após a extração dos segundos molares é
realizada com certa facilidade, pois após a extração dentária ocorre uma descompressão
da região posterior, facilitando o movimento distal dos primeiros molares e evitando
também a impactação dos terceiros molares. Este tratamento é normalmente dividido em
três fases:
•
•
•
Alinhamento e nivelamento até o arco .020 de aço
Extração dos segundos molares e distalização dos primeiros molares
Controle da ancoragem superior e retração dos dentes anteriores
Alinhamento e nivelamento
Uma das grandes diferenças entre o aparelho convencional e o aparelho pré-ajustado é
percebida na fase inicial do tratamento ortodôntico , pois os dentes anteriores mostram
uma tendência de protrusão no início do tratamento em consequência das fortes
angulações presentes nos braquetes dos dentes anteriores dos sistemas pré-ajustados.
Estas angulações foram sensivelmente diminuídas no aparelho Versátil MBT como
mostra a figura abaixo, propiciando um melhor controle dos dentes anteriores e mais
rapidez na fase inicial do tratamento.
A sequência de arcos utilizados no sistema de aparelhos versátil MBT , depende do
nivelamento a ser realizado, pois quando temos uma sobremordida para corrigir, além
dos arcos iniciais de memória ( nitinol ou termoativado) devemos usar os arcos de aço
.018 e .020 de boa têmpera , tipo australiano, para termos eficiência no nivelamento da
Curva de Spee. Então a sequência de arcos preconizada na técnica é:
-
Arco .016 termoativado
Arco .018 e .020 de aço australiano
Arco retangular .019 / .025 de aço
Técnica utilizada para a distalização dos primeiros molares.
A técnica utilizada para a distalização dos primeiros molares consiste no uso do botão de
Nance confeccionado com bandas nos segundos pré-molares superiores, e instalado no
arco .020 de aço australiano , com molas abertas entre a banda dos primeiros molares e o
botão. Para que a distalização ocorra de maneira eficaz a mola deverá ser trocada a cada
21 dias e sempre verificando se a extremidade do arco ultrapassa a distal do tubo do
molar em aproximadamente 3mm, para que não ocorra bloqueio na distalização.
Outra recomendação da técnica é utilizar elásticos de Classe II , aplicado nos caninos
superiores para evitar protrusão dos dentes anteriores, provocada pela resultante anterior
de força da mola aberta. Em relação ao arco inferior este, deve estar estabilizado com o
arco retangular, para resistir a tendência de protrusão causada pelo elástico intermaxilar.
Outro método eficiente para a distalização é combinar o cursor com elástico de classe II
diurno, com aparelho extra bucal noturno, não se esquecendo que o arco inferior deve
estar estabilizado, com o arco retangular.
Fig 10. Distalização dos primeiros molares.
Controle da ancoragem após a distalização dos primeiros
Esta é a fase mais difícil do tratamento com extrações dos segundos molares, pois existe
risco eminente de se perder ancoragem durante a fase de retração dos dentes anteriores.
Para evitar este fator desfavorável, aconselhamos sempre obter uma sobrecorreção na
relação dos molares, pois caso ocorra perda de ancoragem os molares entraram em
relação de Classe I.
O aparelho preconizado para a preservação da ancoragem é a barra palatina, que deverá
estar passiva para favorecer o fechamento dos espaços através da técnica do
deslizamento. Podemos ainda associar o aparelho extra bucal noturno, como reforço
adicional de ancoragem, só que desta forma a alça da barra palatina deverá estar voltada
para a região anterior. A barra deverá ser removida após os caninos entrarem em
normoclusão.
4 - Descrição dos casos clínicos
Apresentaremos dois casos clínicos tratados com extração dos segundos molares
Caso clínico 1
Dados gerais e Análise facial
Paciente B.S.S. leucoderma, do sexo feminino com 15 anos e 05 meses de idade, em
relação à análise facial frontal ela apresenta uma face simétrica , com proporcionalidade
dos terços faciais, categorizando o tipo facial em mesiofacial. Em relação a vista lateral a
paciente apresentava um ângulo do perfil de 167º , característico da Classe I ( norma 165º
a 175º), com uma boa linha do corpo mandibular e o ângulo nasolabial se encontra dentro
da normalidade.
Fig 11.Vista da face em norna frontal
Fig 12.Vista da face em norma lateral
Análise dos modelos de estudo e radiografia panorâmica inicial
Para analisar os modelos de estudo no sentido sagital, usamos a recomendação de
Andrews (1989), onde a relação interarcos é definida pela distância entre a ponta da
cúspide do segundo pré-molar superior e o ponto de contato dental entre o segundo prémolar inferior e o primeiro molar permanente. Neste caso a paciente apresentava uma
relação interarcos de Classe II, sendo 5 mm do lado direito e 2 mm do lado esquerdo.
Analisando os modelos no sentido frontal a paciente apresenta um trespasse vertical
acentuado 6 mm, devido a profundidade da Curva de Spee, com desvio da linha mediana
superior para o lado esquerdo e no sentido transversal apresentava uma boa forma de
arcos dentários, sem atresias. Observamos na radiografia panorâmica a formação do
germe dos terceiros molares, onde os superiores apresentam a coroa já definida,
iniciando o processo de rizogênese.
Fig 13. Modelos de estudos e radiografia panorâmica inicial.
Análise cefalométrica
Realizando um estudo cefalométrico, concluimos que a paciente apresenta um padrão
equilibrado de crescimento, confirmados pelos ângulos MM = 33 , GoGn-SN = 66 , e
AFAI = 64 mm
Em relação ao posicionamento das bases apicais observamos o ANB = 3 e Wits = 3mm
mostrando um bom relacionamento intermaxilar.
Os incisivos encontram-se ligeiramente inclinados para palatina conforme o ângulo
1.Pl.Mx = 107 e os incisivos inferiores também ligeiramente inclinados para lingual ,
confirmado pelo ângulo 1. Pl.Mand = 94.
Análise Cefalométrica Trevisi
SNA = 78º
ANFH = -5mm
SNB = 75º
PNFH = -9mm
ANB = 3º
Wits = 3mm
GoGnSN = 33º MM = 33º
GnSN = 66º
AFAI = 64mm
1.NA = 27º
1PlMx = 107º
1-NA= 5mm
1-AP = 3mm
1.NB = 25º
1.PlMand= 94º
1-NB = 3mm 1-AP = 0mm
PlOclusalSN = 14º
Plano de Tratamento Ortodôntico
A proposta inicial de tratamento definida através do diagnóstico ortodôntico, consistia no
uso do Aparelho Extra Bucal superior para obtenção da relação molar de Classe I , e logo
após, a paciente usaria aparelhos fixos pré-ajustados, prescrição Trevisi , da “A
Company”.
Esta proposta de tratamento foi mudada para a extração dos segundos molares superiores
durante a fase intermediária do tratamento devido a falta de colaboração da paciente, no
uso do AEB.
Fig 14. Nivelamento e alinhamento com arco .014 nitinol
Fig 15. Mecânica de distalização dos primeiros molares superiores
Fig 16. Ancoragem dos primeiros molares superiores com a barra palatina
Fig 17. Detalhes e acabamento.
Fig 18. Vista oclusal superior e inferior e a erupção dos terceiros molares superiores.
Fig 19. Contenção ortodôntica,
Fig 20. Vista oclusal mostrando a boa anatomia dos terceiros molares superiores.
Fig 21. Após 2 anos de contenção ortodôntica.
SNA = 78º
ANFH = -4mm
º
SNB = 74
PNFH = -10mm
ANB = 4º
Wits = 3mm
GoGnSN = 33º MM = 34º
GnSN= 65º
AFAI = 66mm
1.NA = 21º
1.PlMx = 101º
1-NA = 4mm 1-AP = 3mm
1.NB = 33º
1.PlMand = 102º
1-NB = 8mm 1-AP = 3mm
PlOclusal SN = 20º
Análise cefalométrica final.
Fig 22. Radiografia panorâmica final, mostrando a posição desfavorável dos terceiros molares inferiores.
Fig 23. Fotografias finais.
Caso Clínico 2
Dados gerais e análise facial
Paciente J.T.L.N. leucoderma, do sexo masculino com 15 anos de idade, mostrando uma
face equilibrada, com proporcionalidade dos terços faciais, sem assimetrias evidentes.
Em norma lateral apresenta um ângulo do perfil de Classe I, com uma boa linha do corpo
mandibular.
Fig 24. Fotografias iniciais
Análise cefalométrica
Realizando a análise cefalométrica do paciente , concluimos que ele apresenta um padrão
equilibrado de crescimento, confirmando os dados da análise facial, com os ângulos
GnSN = 67º , GoGnSN = 31º , MM = 30º e o AFAI = 74mm.
O paciente apresenta também um bom relacionamento intermaxilar confirmando pelas
medidas do ANB = 2º e Wits = 4mm.
Analisando o posicionamento dentário encontramos os incisivos superiores e inferiores
inclinados para lingual, 1.PlMx = 107º e 1.PlMand = 89º.
SNA = 83º
ANFH = -1
SNB = 80º
PNFH = -3
ANB = 3º
Wits = 4
GoGnSN= 31º MM = 30º
GnSN = 63º AFAI = 74
1.NA = 22º
1.PlMx =107º
º
1.NB = 21
1.PlMand= 89º
1-NA = 5
1-AP = 4
1-NB = 6
1-AP = 3
PlOclusal SN = 6º
Análise dos modelos de estudo e radiografia panorâmica inicial
No sentido sagital encontramos uma relação de classe I do lado direito e uma relação de
classe II de Andrews, de 6mm do lado esquerdo, com falta de espaço para o canino
superior esquerdo, sendo que o mesmo erupcionou em posição ectópica . Na vista frontal
encontramos a linha mediana superior desviada para o lado direito e os modelos
apresentavam uma boa relação transversal. A radiografia panorâmica inicial mostra a
presença do germe dos terceiros molares apresentando uma boa anatomia.
Plano de tratamento ortodôntico
Após estudarmos todos os recursos de diagnósticos, optou-se pela extração do segundo
molar superior esquerdo, onde existia a relação molar de Classe II. O tratamento foi
realizado seguindo as recomendações da técnica já discutida anteriormente.
Fig 25. Confecção do botão de Nance
Fig 26. Mecânica de distalização dos primeiro molar superior
Fig 27. Distalização e controle de ancoragem do primeiro molar superior
Fig 28. Retração anterior com arco retangular .019/.025
Fig 29. Contenção ortodôntica
Fig 30. Vista oclusal dos arcos dentários
5 - Discussão
Após realizarmos uma revisão da literatura existente sobre o assunto e termos concluido
alguns casos com extrações dos segundos molares superiores, entendemos que este tipo
de tratamento torna-se uma válida opção de tratamento para as maloclusões de Classe II,
quando o paciente preenche todos os requisitos do diagnóstico . Caso o paciente não
esteja na idade ideal e não tenha um bom germe dos terceiros molares não é aconselhado
realizar este protocolo de tratamento e sim as propostas convencionais de tratamento
ortodôntico.
Concordamos também com Basdra et al.(1996), que analisando os casos tratados com
extração dos segundos molares concluíram que, estas extrações representam uma boa
alternativa para os tratamentos da Classe II com compensação dentoalveolar, não sendo
um esquema de rotina, pois possui indicações rigorosas.
Analisando cefalometricamente o efeito das extrações dos segundos molares na dimensão
vertical , observamos que não ocorre colapso na dimensão vertical após tais extrações,
pois houve uma constância nas medidas verticais analisadas e sim, ocorre uma mudança
dentoalveolar, através da rotação horária do plano oclusal causando a retroinclinação dos
incisivos superiores.
Outra colocação importante é que as extrações dos segundos molares não interrompe o
perímetro do arco dentário, como acontece nas extrações dos pré-molares superiores,
evitando assim o aparecimento de espaços residuais decorrentes das extrações dentárias.
6 – Conclusões
01 – As extrações dos segundos molares não são um procedimento de rotina na prática
ortodôntica, pois depende de um diagnóstico rigoroso, mas quando o caso individual
cumpre todos os requisitos de diagnóstico que devem ser observados, torna-se uma válida
opção para o tratamento dentoalveolar da Classe II, em pacientes adolescentes.
02 – Caso o paciente não esteja na idade ideal para este tratamento e não possua um bom
germe do terceiro molar, os autores recomendam os métodos convencionais de
tratamento para a Classe II.
03 – Uma das vantagens das extrações dos segundos molares em relação as extrações dos
pré-molares superiores é a não interrupção do perímetro do arco dentário com as
extrações dentárias, evitando o aparecimento dos espaços residuais durante a contenção
ortodôntica.
04 – Em relação aos aspectos funcionais nos casos tratados com extrações dos segundos,
é observado uma boa estabilidade oclusal, pois o tratamento é concluído com 28 dentes e
em normoclusão de molar e canino.
7 – Summary
This article has as objective to show a new therapeutic approach for the orthodontic
treatment in adolescents with meaningful class II malocclusion, and who poorly
collaborate to a non-extraction conservative treatment. Therefore, a good diagnosis is
necessary to accomplish this new treatment proposal.
In order to substitute the third molar by the second molar that will be extracted, the
definition of the size and the shape of the third molar is of high importance. According to
Mollin (1984), the extraction of the second molar makes easier the distalization of the
first molar, avoiding the impact of the third molar. It is also a purpose of this article to
show a literary review of the subject that has been discussed. We will show through
clinical cases the technic used to distalize the first molars, as well as, all the requirements
that must be observed to accomplish a good orthodontc diagnosis.
KeyWords : Extraction , second molars , adolescents, distalization
8 – Revisão bibliográfica
1- Andrews LF. Straight-Wire. O conceito e o aparelho. 1989
2- Basdra KE , Stellzig A , Komposch G. Extraction of maxillary second molar in the
treatment of Class II malocclusion . Angle Orthod 1996 ; 66 : 287-92
3- Bennett JC , McLaughlin RP. Orthodontic management of dentition with the
preadjusted appliance. 1997 Isis Medical Media Ltda.
4- Graber TM. Maxillary second molar extraction in Class II malocclusion. Am J Orthod
1969 ; 56 : 331-53
5- Ingervall B. Funcionally optimal occlusion the goal of orthodontic treatment. St Loius
1976 ; 70 : 81-90
6- Proffit WR. Forty-year reaview of extraction frequencies at university orthodontic
clinic. Angle Orthod 1994 ; 64(6)
7- Rosé MM , Vérdon P. Ortodoncia de Mollin 1994
8- Staggers JÁ. A comparison of results of second molar and first premolar extraction
treatment. Am J Orthod Dentofac Orthop 1990 ; 98 : 430-6
9- Trevisi H J. in: Bennett J C, McLaughlin R P. Orthodontic management of dentition
with the preadjusted appliance. 1997
Autores:
Reginaldo César Zanelato
Especialista em Ortodontia pela SPO 1992
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD – Presidente Prudente
Professor do Curso de Especialização en Ortodontia da Universidade de Cuiabá – UNIC
Hugo José Trevisi
Especialista em Ortodontia
Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD – Presidente Prudente
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade de Cuiabá - UNIC
Idealizador da Técnica dos Aparelhos Pré-ajustados MBT.
Adriano César Trevisi Zanelato
Especialista em Radiologia e Ortodontia
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade de Cuiabá - UNIC
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD – Presidente Prudente
Endereço:
Av. Washington Luis , 1516
Presidente Prudente, SP – CEP 19050-150
Fone (018) 221 4033
e-mail: [email protected]
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