1 OS ASSISTENTES SOCIAIS NOS HOSPITAIS DE

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OS ASSISTENTES SOCIAIS NOS HOSPITAIS DE EMERGÊNCIA.
Marcelo E. Costa, Jacqueline Benossi, João Paulo C.Silva e orientadora Nancy J.
Inocente.
Universidade do Vale do Paraíba, Faculdade de Ciências da Saúde, Praça Candido Dias Castejon, Nº 116,
Centro, São José dos Campos – São Paulo.
[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]
Resumo - O Objetivo do estudo é analisar o trabalho do Assistente Social em Hospitais de Emergências. O
método empregado foi estudo exploratório e revisão bibliográfica. O Assistente Social deve estar preparado
para atender os diversos conflitos e orientar os pacientes de seus direitos sociais. A humanização hospitalar
deve ser um fator decisivo para o bem-estar do usuário, demonstrando a importância da informação do
Assistente Social sobre os direitos dos usuários. Esse trabalho demonstra a suma importância do Assistente
Social no espaço hospitalar. Conclui-se que houve certa dificuldade nas pesquisas em função dos poucos
estudos encontrados sobre o tema especifico.
Palavras-chave: Serviço Social. Emergência. Hospitais. Humanização. Orientação.
Área do Conhecimento: Faculdade de Serviço Social, Ciências da Saúde.
Introdução
O Serviço Social, de um modo geral e na área
da saúde em particular, atua em parceria com
outros profissionais. Integram as profissões de
saúde regulamentadas pelo Conselho Nacional de
Saúde. (OLIVAR 2006).
Cabe ao profissional em Serviço Social garantir
o cumprimento de direitos dos usuários
anteriormente negligenciados dentro do Sistema
de Saúde Publica.
A emergência/urgência é o lugar onde se dá o
inesperado e o Assistente Social deve estar
preparado para atender os diversos conflitos e
orientar os pacientes de seus direitos sociais.
(ANJOS, et al, 2004).
A humanização hospitalar deve ser um fator
decisivo para o bem-estar do usuário,
demonstrando a importância da informação do
Assistente Social sobre os direitos dos usuários.
O objetivo do estudo é analisar o trabalho do
Assistente Social em Hospitais de Emergências.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório e de
revisão bibliográfica (GIL, 2002). Os dados de
pesquisa foram obtidos através de sites na
Internet sobre o assunto e consultas em livros e
revistas especializadas em Serviço Social.
A seleção dos autores citados neste artigo deu
se pelo uso das seguintes palavras-chave: Serviço
Social, Hospital, Emergência.
A Atuação do Assistente Social
Para início de análise, deve-se considerar a
profissão sob duas perspectivas que são duas
faces da mesma moeda: uma realidade
representada pelo discurso teórico-ideológico
sobre o exercício profissional e outra como uma
profissão influenciada diretamente pela realidade
social que dá um rumo à prática profissional,
independentemente
das
vontades
e/ou consciências
dos
assistentes
sociais
(IAMAMOTO, CARVALHO, 2000).
O Serviço Social está inserido na organização
da sociedade capitalista, portanto não pode fugir a
essa realidade. Faz parte da "engrenagem".
Participa tanto dos mecanismos de domínio e
exploração como da resposta às necessidades da
classe
trabalhadora,
reproduzindo
os
antagonismos de interesses. Lembrando que o
profissional é um ser individual que faz parte da
coletividade (IAMAMOTO; CARVALHO, 2000).
Os capitalistas e seus representantes no
Estado são os principais contratantes dos
profissionais e os trabalhadores assalariados
seus clientes ou usuários. Ambos, os contratantes
e os usuários são representantes de interesses de
classes, personificam categorias econômicas
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2000).
É importante entender que o Serviço Social
está estreitamente ligado ao setor público e
XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
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Privado. Seu significado social só pode ser
compreendido levando-se isso em conta
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2000).
O Serviço Social no Brasil é regulamentado
como uma profissão liberal, mas, no sentido
prático do termo, não tem sido assim. Por outro
lado existem traços liberais no fato da existência
de um código de ética; a falta de rotina da
intervenção; a relação singular com os usuários, o
que possibilita certo espaço para a atuação
técnica e a indefinição do "que é" e o “que faz"
esse profissional, abre uma possibilidade de
apresentar propostas de trabalho que ultrapassem
a
demanda
institucional
(IAMAMOTO;
CARVALHO, 2000).
O assistente social é um organizador, dirigente
e técnico que coloca sua capacidade a serviço da
classe a qual está vinculado. Cada classe cria
seus intelectuais. Na qualidade de intelectual seu
instrumento básico de trabalho é a linguagem
(IAMAMOTO; CARVALHO 2000).
O fato de o Serviço Social não possuir "status"
de ciência, não impede a possibilidade e a
necessidade desses profissionais produzirem
conhecimentos científicos, aliando teoria e prática
de forma dinâmica. (IAMAMOTO; CARVALHO,
2000).
assistentes sociais objetiva, também, a promoção
da saúde mental integral do paciente. A atuação
do Serviço Social visa atender, apoiar, facilitar a
compreensão, dar suporte ao tratamento, auxiliar
a entender os sentimentos, prestar esclarecimento
sobre a doença e fortalecer o grupo familiar.
Ficou evidente neste estudo a diferença entre o
assistencialismo conservador do Serviço Social do
passado e a importância dada hoje pela profissão
à democratização da informação e a garantia dos
direitos dos indivíduos. A sociedade mudou e o
Serviço Social, viu-se na obrigação de rever
conceitos e estratégias para uma melhor atuação
profissional. Foi constatada a importância da
atuação dos assistentes sociais nos hospitais de
emergência dentro do processo de "humanização"
do ambiente hospitalar (OLIVAR; VIDAL,
2006).
Os assistentes sociais trabalham em parceria
com outros profissionais, portanto a importância
da consciência coletiva de todos, para que o bemestar do paciente seja o foco principal (OLIVAR e).
Segundo Olivar e Vidal, 2006 estas são as
principais atividades desenvolvidas pelo Serviço
Social nas unidades de internação, emergência e
ambulatórios:
Resultados
O trabalho com pessoas hospitalizadas e seus
familiares torna visível a vulnerabilidade que
acomete todos os que passam por essa situação,
mostrando
a
importância
da
luta
pela
humanização do atendimento. Isso fica ainda mais
evidenciado quando se considera que, além de
estarem vivendo um momento de fragilidade e
ansiedade devido à enfermidade, muitas pessoas
têm seu sofrimento agravado por desconhecerem
seus
direitos
de
cidadania
(FERREIRA;
LUNARDI,2007).
Segundo Ferreira, o Serviço Social intervém
junto ao usuário no sentido de fortalecer sua
autonomia e informar-lhe sobre seus direitos como
cidadão. O trabalho desses profissionais está
voltado à promoção da emancipação do usuário,
para que possa ser agente no processo de
mudança de sua própria realidade.
De acordo com Ferreira e Lunardi, 2007, cabe
ainda ao assistente social estimular a participação
do usuário nas comissões de saúde, entre outras
ações, capacitando o indivíduo a ser sujeito no
processo de transformação da sociedade, partindo
da conscientização social, ou seja, uma mudança
global e não mais individual.
Ferreira enfatiza a importância da participação
da família na recuperação do paciente. A ação dos
•
Visitar pacientes das enfermarias e
emergências, visando à resolução de
problemas sociais e o fornecimento de
orientações e esclarecimentos a cerca das
normas e rotinas do hospital;
•
Notificar os conselhos municipais: criança
e adolescente, idosos, assistência social,
entre outros;
•
Comunicar a alta e orientar sobre o
processo de saída da unidade hospitalar.
Tomar providências relacionadas à alta de
pacientes portadores de doenças crônicodegenerativas e infecto-contagiosas e
vítimas de violência (urbana e doméstica);
•
Contactar os postos de saúde dos
municípios de abrangência da Divisão
Regional de Saúde para solicitar
ambulâncias para a alta, remoção e
transferências de pacientes;
•
Orientar os casos de óbitos: informar
sobre os direitos de seguros, previdências
e funeral;
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•
Convocar o paciente para o retorno
ambulatorial e reforçar a importância do
tratamento;
•
Comunicar e orientar os pacientes quanto
à data, horário e local de cirurgias;
•
Contactar por telefone e/ou telegrama a
alteração de datas de agendamento de
consultas/cirurgias;
•
Orientar os familiares e/ou paciente no
caso de cirurgia de grande ou médio porte,
sobre a importância e necessidade de
doação de sangue;
•
Inserir usuários especiais na rotina, após a
avaliação do caso;
•
Trabalhar
preventivamente na
democratização
de
informações
e
conhecimentos voltados para a promoção
da saúde, prevenção de doenças, danos,
riscos e agravos para o tratamento
médico. Reforçar a importância de
campanhas e multidões que o hospital
realiza;
•
Agendar o teste do pezinho e o retorno
ambulatorial do recém nascido.
Como se pode perceber o trabalho dos
assistentes sociais é de suma importância no
espaço hospitalar. A humanização do atendimento
hospitalar deve ser sua meta e o uso de seus
conhecimentos em benefício da população
necessitada seu objetivo.
.
Discussão
Hospitais de Emergência e o Serviço Social.
Retratar o trabalho do Assistente Social em
hospital de emergência significa estar atenta a
algumas características que desvendam a
particularidade desse complexo processo de
trabalho cuja estrutura é medida por uma política
de estado que consolida o trabalho (OLIVAR;
VIDAL, 2006).
É preciso entender a distinção entre urgência e
emergência. Para PAIM (OLIVAR; VIDAL, 2006),
emergência corresponde a um risco de morte
iminente, exige que o tratamento seja rápido
já que é necessária a manutenção das funções
vitais e evitar complicações graves. Urgência
significa um quadro clínico agudo ou cirúrgico,
sem risco de morte, o risco existe, mas não é
iminente.
Esta distinção é importante para a organização
e planejamento do trabalho de triagem nos
hospitais de alta complexidade. Com o aumento
de demanda desses serviços, há um enorme fluxo
de "circulação desordenada" dos usuários nas
portas dos prontos-socorros (PAIM, 1994).
Segundo
Anjos,
etal
(2007)
a
emergência/urgência é o lugar onde se dá o
inesperado e o assistente social deve estar
preparado para atender os diversos conflitos e
orientar os pacientes de seus direitos sociais
como: seguro obrigatório, indenização de acidente
de trabalho, encaminhamento, localização de
familiares, trabalho em rede com instituições, ou
mesmo atuar como retaguarda médica social nos
casos de moradia inadequada ou residências
distantes, tudo de acordo com a necessidade
apresentada pelos pacientes.
O processo de trabalho pelos serviços públicos
de saúde e mais especificamente pelos hospitais
de emergência diferencia-se das outras formas de
produção material e industrial, na medida em que
se produzem serviços e que tem a peculiaridade
de ser consumido no momento em que se é
produzido. Como qualquer forma de trabalho sob a
esfera de modo de produção capitalista, foi
influenciado pela inovação tecnológica e pelas
organizações cientificas do trabalho. Contudo, sua
organização é estruturada a partir de uma política
publica de estado, cujas inovações gerenciais e
tecnológicas passam por um crivo político,
estagnado sob a influencia das pressões da
sociedade civil e dos diversos interlocutores da
sociedade de consumo (OLIVAR; VIDAL, 2006).
O Serviço Social, de um modo geral e na área
da saúde em particular, atua em parceria com
outros profissionais. No entanto, de acordo com
OLIVAR (2006), falta de tempo para reunir os
membros da equipe e, principalmente, o não
pensar de forma coletiva fazem com que a
fragmentação do trabalho em saúde seja uma
característica.
O Profissional de Serviço Social na divisão do
trabalho é chamado a atuar nas instituições de
saúde a fim de administrar a tensão existente
entre as demandas dos usuários dos serviços
requeridos. Dessa forma as principais atividades
do Serviço Social concentra-se em atendimentos
individuais (OLIVAR; VIDAL, 2006).
O problema é que no atendimento individual,
entre quatro paredes, acaba priorizando o
aconselhamento, o encaminhamento e o apoio
psicológico, esquecendo se do social, sobre tudo
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porque a “Questão Social” não é individual /
peculiar, mas sim coletiva (OLIVAR; VIDAL,
2006).
Os assistentes sociais integram as profissões
de saúde regulamentadas pelo Conselho Nacional
de Saúde. Foi uma conquista da classe após
muitas lutas. “Os profissionais podem trazer
informações e conhecimentos sobre a população
usuária dos serviços de saúde e estratégias e
ações para além do tratamento de doenças", como
bem disseram (OLIVAR. VIDAL, 2006)
Os assistentes sociais conquistaram o direito
de exercerem suas atividades nos hospitais, logo
devem deixar bem claras suas intenções e ações,
pois do contrário à instituição decidirá por eles.
Cabe ao profissional garantir o cumprimento de
direitos dos usuários anteriormente negligenciados
dentro do Sistema de Saúde Pública (OLIVAR;
VIDAL, 2006).
Além da fragilidade e ansiedade vivenciadas
pelos enfermos e seus familiares, muitos deles
não têm conhecimentos de seus direitos de
cidadania, o que acaba aumentando seus
sofrimentos (OLIVAR; VIDAL, 2006).
O profissional pode e deve criar listas dos
serviços de saúde e bem-estar social no sentido
de realizar uma pesquisa de levantamento de
serviços disponíveis e de criar-se convênios de
cooperação técnica entre os hospitais e
instituições (OLIVAR; VIDAL, 2006).
Permita-se então dizer que, a despeito
do que se pode pensar, o espaço da
emergência de um hospital público é um
espaço legitima de atuação do Assistente
Social, no qual, alem de um atendimento
imediato, poderá ter o acompanhamento
daquele atendido e se utilizar daquele
momento de atendimento para um espaço
de particularidade, fazendo valer o
cumprimento
de
direitos
antes
negligenciados em toda trajetória daquele
sujeito dentro do sistema de saúde
publica (OLIVAR; VIDAL, 2006).
alternativas de enfrentamento (OLIVAR;
VIDAL, 2006).
Conclusão
. Sugere-se que os futuros profissionais e os
especialistas já formados na área de Serviço
Social desenvolvam estudos referentes a do
assistentes
sociais
na
área
hospitalar.,
especificamente. a prática dos assistentes sociais
nos hospitais de emergência
Referências
- ANJOS, K, C; EVANGELISTA, M, R, B; SILVA, J,
S; ZUMIOTTI, A, V. Artigo: Pacientes Vitimas de
Violência de transito: Analise do Perfil
Socioeconômico, Características do Acidente e
Intervenções do Serviço Social na Emergência,
Scielohttp//www.scielo.br/scielo.php?script=sciartte
x&pid=1413-78522007700050006&1... Data de
acesso 22/03/2009 p 1 a 9.
-FERREIRA, M,S,S; LUNARDI,L,S. Artigo:
Estratégias do Serviço Social para atenuar o
sofrimento e tornar a ajuda ao paciente mais
humana.
WWW.portalmedico.org.br/revista/bio14v1/simposi
os/simposio04.htm Data de acesso 31/03/09.
- GIL, A, C. Como elaborar projetos de pesquisa.
4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 175 p
- IAMAMOTO, M, V; CARVALHO,R. Relações
Sociais e Serviço Social no Brasil, Edição 16,
Editora Cortez, p 71 a 92./2000
- OLIVAR , M, S, P; VIDAL, D, L, C. O trabalho dos
Assistentes Sociais em Hospitais de Emergência.(
Revista do Serviço Social e Sociedade, Edição 92,
p 140 a 155 - 2006 )
Os Assistentes Sociais em uma
emergência devem procurar articular o
exercício profissional com a constante
pesquisa sobre a realidade, com esse
conhecimento fica mais fácil compreender
todas
as
transformações
na
contemporaneidade e, dessa forma
buscar, junto à população usuária, as
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