O Estado do Maranhão São Luís, 29 de dezembro de 2015. Terça-feira GERAL 13 casos de síndrome de Guillain-Barré já foram confirmados no Maranhão Doença rara que gera fraqueza muscular e pode causar paralisia é complicação do zika vírus; em todo o país, já ocorreram 554 notificações D epois dos casos de microcefalia, outra complicação associada ao zika vírus começa a preocupar as autoridades de saúde do Nordeste e outras regiões do país, a síndrome de Guillain- Barré, uma doença rara que gera fraqueza muscular e pode causar paralisia. O Ministério da Saúde admite que houve um avanço dos casos, mas diz não ter dados nacionais da doença, que não é de notificação compulsória ao órgão federal. Mas levantamento feito junto às secretarias estaduais de Saúde mostra que este ano já ocorreram 554 notificações, das quais 13 foram confirmadas no Maranhão. Segundo o levantamento, a maioria dos casos notificados ocorreu entre maio e outubro deste ano. No Maranhão, foram 32 casos suspeitos dos quais 13 foram confirmados. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), após a investigação, ficou constatado que há ligação com infecção viral do zika. Dos 554 casos suspeitos, 165 já foram confirmados em todo o país. A Bahia aparece como o estado com maior número de notificações. Foram 156 casos com 65 confirmados e os demais em investigação. Em seguida, vem Pernambuco, com 127 registros, 46 confirmados e 81 em apuração. Além do Nordeste, estados de outras regiões com circulação de zika também já investigam aumento nos registros. No Rio de DOENÇAS TRANSMITIDAS PELO AEDES AEGYPTI Dengue Somente este ano, 7.237 casos de dengue foram registrados no estado, enquanto no ano passado o número foi de 3.381. O maior surto da doença no Maranhão, nos últimos 10 anos, ocorreu em 2007, quando 15.818 pessoas sofreram com os sintomas, seguido de 2012, com 14.386. registros, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Chikungunya O Maranhão aparece entre os 11 estados do país com casos importados de Chikungunya. Foram registrados em 2015, até 14 de novembro, 17.146 casos suspeitos de febre chikungunya, sendo 6.726 confirmados, em todo o Brasil. Janeiro, há quatro casos suspeitos. Infecção A síndrome de Guillain-Barré costuma aparecer de quatro dias a quatro semanas após um quadro de infecção. Entre as causas mais conhecidas estão o citomegalovírus e o vírus Epstein-Barr. Os novos casos, porém, têm tido exames descartados para esses agentes. Ao mesmo tempo, crescem os relatos Os dados são do Ministério da Saúde, com base no Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti e cuja atualização dos dados foi divulgada em 24 de novembro. Zika vírus São Luís figura como a cidade em que ocorreu a primeira morte com ligação com o zika vírus no Brasil. O Instituto Evandro Chagas notificou o de uma associação da síndrome ao zika vírus, transmitido peloAedes aegypti, mosquitos que também transmite a dengue e febre chikungunya. O desenvolvimento de testes rápidos para o zika é uma das apostas do Ministério da Saúde para acompanhar melhor possíveis complicações relacionadas ao vírus. O Governo Federal estuda também um protocolo para ampliar a investigação de doenças neurológicas rela- Ministério da Saúde sobre dois óbitos relacionados ao vírus no dia 27 de novembro. As análises indicam que o agente pode ter contribuído para o agravamento dos casos e as mortes. Um deles foi de um morador da capital com histórico de lúpus e de uso crônico de medicamentos corticóides. Microcefalia O número de casos de microcefalia aumentou 210% no Maranhão, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. O último boletim divulgado pelo órgão, dia 24, mostra que o total de casos, que até o dia 4 deste mês era de 28, saltou para 87. Os casos foram confirmados em 43 cidades do estado, entre elas a capital. cionadas ao zika vírus, caso da síndrome de Guillain-Barré e da microcefalia. Pacientes com Guillain-Barré podem apresentar dificuldade para andar e para segurar objetos. A extensão dos danos e o tempo de recuperação variam conforme o caso. Em geral, começa a ocorrer seis meses após o início dos sintomas. Leia mais em Vida 8 5 Pacientes do Maranhão são rejeitados no CE Hospital de Messejana só atende pacientes locais para tratamento em cardiologia e pneumologia Pacientes do Maranhão que necessitam de tratamento especializado em cardiologia e pneumologia precisam se deslocar para unidades de saúde em outros estados. Uma das unidades procuradas é o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), no Ceará. No entanto, por causa do corte de recursos, o hospital não está mais recebendo pacientes de outros estados e os maranhenses precisam voltar para casa sem o atendimento. O Hospital de Messejana é uma unidade terciária especializada no diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas e pulmonares. A unidade de saúde é referência no transplante cardíaco de adultos e crianças e pioneiro no Nordeste em implante de coração artificial, dispositivo de assistência ventricular usado como suporte circulatório em pacientes da lista de espera para transplante. Desde junho de 2011, tornou-se o primeiro hospital de Norte e Nordeste a realizar transplante pulmonar. A unidade é procurada por pacientes de diversos estados, a exemplo do Maranhão, Piauí e Alagoas, que enviam pacientes para fazerem tratamento na unidade. Entretanto, o Hospital de Messejana não está recebendo crianças de outros estados há uma semana por causa dos cortes nos recursos destinados à unidade. Só este ano, foram, em média, dois transplantes por mês. Despesas A direção do hospital informou que está cortando despesas e só vai atender pacientes de fora depois de março do ano que vem. Isso com- promete o atendimento a recémnascidos com doenças cardíacas graves e pacientes do Maranhão, Piauí e Alagoas, pois os três estados não têm unidades de saúde que prestem esse tipo de atendimento. Hospital de Messejana é referência no país O Estado procurou a Secretaria de Estado da Saúde do Ceará para saber quantos maranhenses buscaram atendimento na unidade este ano, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. A Secretaria de Saúde cearense informou apenas que a prioridade é atender os pacientes do próprio estado. TFD Já a Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES) informou que o tratamento cardiológico realizado fora do Maranhão é feito por meio do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) somente em situações específicas para intervenções cirúrgicas de doenças raras e complexas, ofertadas em poucos centros de referência no país, sobretudo em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). A SES informou ainda que está monitorando possíveis casos de pacientes maranhenses que precisem realizar cirurgias no Ceará e deslocando esses pacientes, por meio do TFD, para outras unidades especializadas de referência cardiológica no país.