Os componentes eletrônicos possuem diversas características como

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Professor Dário - CTU/UFJF - Pernas dos componentes - 09/06/04 - página 1 de 8
Os componentes eletrônicos possuem diversas características como tamanho e forma.
Todos eles possuem terminais (pernas) que devem ser identificadas de forma correta,
pois, caso contrário, podem se danificar se ligados de modo errado.
Os símbolos nem sempre correspondem ao aspecto físico real do componente. Por vezes
vemos uma simples bolinha em um esquema enquanto que na verdade ela pode representar um
componente de grandes proporções. Essa simbologia, que parece em primeiro plano confundir,
na verdade simplifica. Desenhar um símbolo não exige grande destreza ao passo que o aspecto
real nos obriga a ter noções de geometria para que o desenho final não acabe se parecendo com
tudo menos com o componente.
Estas páginas vão mostrar, além dos símbolos, a forma física e a identificação dos
terminais. Procure mantê-las à mão e guarde-as sempre. Elas servirão de consulta em muitas
ocasiões. Boa sorte e divirta-se!
Professor Dário - Informática - CTU/UFJF.
Os primeiros componentes que vimos foram os resistores fixos.
Apesar de simples o seu desenho, eles não poderiam faltar aqui. Ao
lado vemos os mais comuns. O número 1 é maciço, feito de
cerâmica para ajudar na resistência mecânica e dissipar melhor o
calor. A “resistência” dele à passagem de energia é feita por uma
camada de grafite que recobre todo seu corpo. Por cima do grafite é
pintada uma cor neutra, bege ou verde escuro e, por último, as cores
da leitura do valor. Em 2 temos um resistor formado fisicamente por
um bloco de cerâmica sem pintura. Assim ele sempre aparece todo
branco. Como é grande, não se usa o código de cores. Escreve-se
sobre ele o valor, potência de dissipação e tolerância. Em 3 aparece outro mais esquisito ainda.
Ele é um tubo oco e os terminais dele são para se soldar fios. Isso é necessário devido ao fato
dele ter de ficar longe do projeto pois se aquece muito, podendo danificar placas ou outros
componentes perto dele. (o ferro de solda que usamos tem 30W. Esse resistor, sozinho, tem
20W. Imagine o calor que ele produz!). Sua forma oca permite que o ar circule por dentro e por
fora dele, ajudando a dissipar o calor gerado. No 2 e no 3, a resistência é oferecida por um fio
longo e enrolado dentro dele, no caso do 2, ou em volta dele, no caso de 3. Esse fio, o nicromo, é
especial pois apresenta alta resistência, diferente do fio de cobre que procura ter a menor
resistência possível. Fato nos resistores: não possuem polaridade, ou seja, podem ser ligados de
qualquer lado. Em 4 vemos seu símbolo mais usado. Nos esquemas sempre é representado pela
letra R.
Os resistores variáveis (conhecidos também por
potenciômetros), vistos ao lado em suas diversas
formas, têm como característica variar sua resistência
conforme se gira um eixo que atua diretamente sobre
seu componente ativo. Eles podem ser: deslizantes (1)
ou rotativos (2). Ter chave liga-desliga (3). Ou serem
múltiplos, ou seja, vários resistores variáveis
acionados por um só eixo (4). Ao centro vemos seu
símbolo. Nos esquemas podem ser representados por
R, RV ou POT. Os mais comuns são os de pista de
grafite, mas outros, de maior potência, podem ser
encontrados. Nesse caso eles usarão como elemento resistivo o nicromo. Esses modelos são
muito utilizados quando se necessita de constantes ajustes na corrente de um circuito. O volume
dos aparelhos, por exemplo, se faz girando-se o eixo de um deles.
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Quando o ajuste não se faz constante, é feito uma única vez ou
apenas periodicamente, utilizamos o TRIMPOT, um tipo de
resistor variável que não possui eixo. Observe o seu símbolo e
veja que entre ele e o resistor variável a diferença é que no
primeiro é uma seta que cruza o componente. Nesse é um T.
No assunto resistores variáveis, encontramos o LDR (à esquerda)
que diminui sua resistência quando se é iluminado. O diâmetro dele
pode variar de 5 a 25mm. O tamanho corresponde à potência de
dissipação. À direita vemos o aspecto físico dos termistores, que
variam com a temperatura. Os NTC e PTC são fisicamente
semelhantes. O diâmetro fica entre 5 e 15mm. Entre as pernas deles
estão seus respectivos símbolos.
Depois dos resistores vimos os capacitores. Os principais podem ser vistos aqui abaixo. No 1
temos o do tipo cerâmico. Em 2 os de poliéster metalizado. Em 3 e 4 são os eletrolíticos. O 3 é
do modelo radial e o 4 axial. Essas diferenças se referem a como as pernas saem do componente.
Os dois últimos são os únicos polarizados, ou seja, tem lado certo para serem ligados ao circuito.
O símbolo em A é dos dois primeiros e em B é os dois últimos. Lembre-se que todos possuem
tensão máxima e se ela for ultrapassada, eles podem explodir!
Os diodos. O primeiro tem formato de bola e é feito de epóxi. Em 2, o
mais comum da série 1NXXXX, que pode ser de vidro ou epóxi. Em
3, um de alta corrente, seu corpo é todo metálico e termina em um
parafuso usado para fixação. Permite grande corrente sem que se
queime. Em 4 um modelo que parece um projétil (bala de revólver)
da série BY. A faixa que aparece em um dos lados dos diodos 1 e 2,
indica qual é o lado K. Alguns, como o 3 e 4, apresentam o símbolo
gravado no corpo, para facilitar a identificação de seus terminais. Em
5 vemos o símbolo dos diodos. Note que todos eles estão voltados
para o mesmo lado. Os diodos possuem lado certo para serem
ligados. Se inverter, certamente o circuito não vai funcionar ou pode
queimar.
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O LED é um diodo que emite luz ao ser percorrido por energia
elétrica. Observe que ele possui, quando novo, uma perna maior
que a outra. A maior é o Anodo e a menor o Catodo (K). Pode-se
perceber também que ele possui uma marca próximo ao terminal
K. Perto deste terminal a borda dele se torna reta. Independente da
cor, todos seguem esse mesmo padrão para se diferenciar o
terminal A do K.
Os transistores são componentes que amplificam a corrente. Eles, desde que não
seja especificado ao contrário, utilizam os símbolos indicados ao lado. O que vai
fazer diferença entre os vários modelos é a descrição dele próxima ao símbolo.
Os dois tipos básicos são os NPN e PNP. O primeiro a seta aponta para fora do
símbolo. O PNP a seta aponta para dentro. Lembre-se que a carga, equipamento
que está sendo alimentado, deve ficar entre o coletor e a alimentação. No caso do
NPN ela fica entre o positivo e o coletor. No PNP fica entre o coletor e o
negativo.
Os tipos de transistor são vários. Em nosso curso utilizaremos principalmente os BC, BD, TIP e
2N, que são, respectivamente, de baixa, média, média-alta e alta potência.
Nos modelos BD e
TIP existem furos
para
que
sejam
fixados dissipadores
de calor. Isso é
necessário, pois esses
modelos apresentam uma corrente maior o que gera mais calor.
Esse calor deve ser transferido para o ambiente utilizando
técnicas como as que veremos abaixo. Observe que o BD tem,
de um lado, uma chapinha de metal (como está na figura).
Quando se utilizar um dissipador, essa chapinha deve estar voltada para ele no momento de
fixação. Ela serve também para orientar no momento de saber quais são os terminais do
transistor. Por último temos o 2N, um transistor de alta potência. Ele é redondo e todo metálico.
Veja em 1 sua forma física e em 2 seus terminais. Note bem que, olhando por baixo, vemos que
temos apenas duas pernas saindo dele e elas estão “fora de centro”. Isso ajuda a definir a posição
dos terminais base e emissor. O coletor está ligado diretamente ao corpo do transistor e, já que
ele é metálico, cuidado pois todo ele será o coletor.
Parecido com o transistor, mas muito
diferente em funcionamento, temos o
SCR e o TRIAC. Na ordem temos o
MCR (3 Ampères) e o TIC (5 Ampères)
que são SCRS. O TRIAC tem o mesmo
funcionamento que o SCR porém é
utilizado em CA e tem capacidade para
5 Ampères.
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Todo componente sofre com a ação do calor. Se for demasiado ele pode se
queimar. Assim, precisamos utilizar um meio que os ajudem a “refrescar”. Nos
esquemas, quando se mostra obrigatório o uso de dissipadores, temos a indicação
conforme vemos ao lado. Foi utilizado um transistor mas qualquer componente
pode precisar. Assim, ao vermos um componente cercado por estas pontas,
saberemos que ele precisará de dissipador.
Em 1 temos a porca que vai ser fixado no parafuso 6. Em 2
temos um isolante plástico para que o parafuso nem a porca
não encoste no transistor. Em 3 o transistor. Em 4 uma
lâmina de mica, um isolante elétrico, mas condutor térmico
utilizado para que o corpo do transistor não encoste no
dissipador. Em 5 o dissipador propriamente dito. Em 7 e 8
vemos um transistor BC utilizando um dissipador, não é
comum, mas pode ser encontrado. Em 9 encontramos um
dissipador pequeno, pois o calor a ser dissipado é pouco.
Trata-se de uma lâmina metálica dobrada e fixada por
parafusos em um transistor BD.
O TRANSFORMADOR é um componente que eleva ou reduz valores de
tensão elétrica. Seu formato pode variar bastante, mas ele sempre terá um
primário, por onde entra a tensão e um secundário, por onde sai a
tensão. Esses fios saem dos dois lados dele, com podemos ver pela
figura.
O RELÉ é um componente que funciona como
um interruptor comum, com a diferença de ser
acionado eletricamente. Os contatos 1 e 2 são
para entrada da energia que vai ligar e desligar
o relé. O 4 é o contato comum que vai ficar
entre 3 que é o NF e 5 que é o NA. Acompanhe
pelo desenho que está na lateral do relé.
Depois de conhecidos os componentes, devemos decidir como eles serão ligado entre si
para montar o circuito desejado. Existem diversas técnicas.
Para se fazer um teste inicial, podemos ligar os
terminais dos componentes uns nos outros,
fazendo uma experiência. Essa técnica,
conhecida por MONTAGEM EM ARANHA, é
válida quando se utilizam poucos componentes
ou quando eles são simples. Os pontos marcados
pela letra S serão soldados. O ponto I é onde
improvisamos um interruptor. Uma vez
comprovado o funcionamento, podemos fazer
uma montagem definitiva, usando uma das
técnicas a seguir.
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Existem três tipos básicos de montagem. Um prima pela facilidade de produção
(parafusável), um está em meio termo (soldável) e o último preza pelo acabamento bem feito
(pci).
As montagens em barra são muito utilizadas por serem fáceis de serem feitas.
A primeira utiliza uma PONTE SOLDÁVEL, mais estável
fisicamente e também mais compacta, porém exige o uso de ferro de
soldar, solda, prática e paciência.
A segunda, CONECTORES PARAFUSÁVEIS, permite que os
componentes sejam ligados uns aos outros apenas com uma chave de
fendas.
O projeto proposto na página anterior poderia ser apresentado nos seguintes modos:
CONECTORES
PARAFUSÁVEIS
PONTE
SOLDÁVEL
PLACA DE
CIRCUITO
IMPRESSO
Para produzirmos o projeto em pci, devemos criar o desenho da placa, o que faz deste
método mais trabalhoso. Em compensação seu acabamento é muito superior.
O principal para se conseguir uma boa soldagem é o cuidado com o
equipamento.
1) Periodicamente, ou sempre que necessário, faça uma limpeza da
ponta do ferro, utilizando uma lixa fina (lixa de unhas) ou palha de
aço fina.
2) Em seguida passe um pouco de solda na ponta do ferro de modo a
deixar sua ponta brilhante. Esse procedimento é conhecido como
“estanhar a ponta do ferro”.
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O momento da soldagem deve ser feito com muita calma, cuidado, paciência e rapidez. Demorar
muito no momento de soldar um componente pode queimá-lo por excesso de calor.
Para diminuir a chance de
queima por excesso de
calor, podemos prender a
perna do componente
com um alicate enquanto
o soldamos. Assim, o
calor pode ser desviado
protegendo-o.
1 - Solda;
2 - Placa de circuito impresso;
3 - Película de cobre;
4 - Terminal do componente;
5 - Ponta do ferro de soldar.
A soldagem deve ser feita e modo eficiente. Falta de cuidados podem impedir o
funcionamento do projeto. Observe abaixo como a solda pode ficar:
Em 1 vemos uma soldagem perfeita. O terminal fica envolvido por um cone de solda, se
apresentando brilhante e com sua superfície regular;
Em 2 houve soldagem em que a placa estava suja, com poeira ou gordura das mãos. A solda
aderiu ao terminal, mas não na ilha correspondente;
Em 3 percebemos que foi usada uma quantidade excessiva de solda que se espalhou pela placa,
atingindo outros componentes. Esse tipo de erro pode causar a queima do circuito, se ele for
ligado;
Em 4 temos o oposto do que vimos em 2. Aqui o que está sujo é o terminal do componente. A
solda aderiu apenas na ilha e não no terminal.
Para se evitar os casos 2 e 4 devemos, antes de iniciar a soldagem, limpar a placa e os
componentes com palha de aço fina (bombril) e, em seguida, passar um pano seco ou pincel para
retirar os resíduos.
NUNCA SOPRE A PLACA COM A BOCA. A saliva que sairá junto com o ar pode oxidar a
placa. Existem sopradores mecânicos, parecidos com secadores de cabelos. Eles podem ser
utilizados, pois seu jato de ar é seco.
Quando ocorrer da solda ficar fosca ou irregular, maus-contatos podem surgir. Brinca-se,
dizendo que o problema é do Osmar... “osmarcontato”. No linguajar técnico, quando isso
acontece, usa-se a expressão solda fria. Nesse caso o circuito pode parar de funcionar
repentinamente e voltar a funcionar se dermos uns tapas nele. Normalmente esse defeito pode
aparecer também após quedas ou tombos. Sua correção é feita ressoldando-se todos os pontos de
solda do circuito, encostando neles a ponta do ferro de soldar.
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Se for necessário, podemos “acertar” as pernas dos
componentes com um alicate de bico de tamanho pequeno (6
polegadas).
Fazer isso com as mãos pode não ser eficiente além de
engordurar o componente, dificultando sua soldagem
posterior.
As placas de circuito impresso devem ser perfuradas. Existem dois modelos de furador.
O primeiro é elétrico e utiliza uma broca,
similar às utilizadas por dentistas. Além de
perfurar, este equipamento permite gravações
nas placas. Suas desvantagens são: exige
energia elétrica para funcionar; produz um
ruído inconveniente; acaba sendo mais
demorado para se fazer os furos; exige prática
para que se possa fazer os furos
adequadamente.
O segundo é manual, parecendo-se com um
grampeador. Suas principais vantagens são o
custo reduzido e a simplicidade no uso. Um
pouco de prática também é exigida para que se
possa fazer os furos nos lugares certos.
Outros componentes:
Chaves: largamente utilizadas em nossos projetos, possuem a
função de ligar/desligar, fazer contatos momentâneos, resetar
valores, dar pulsos...
Em 1 vemos uma chave conhecida por H-H. Em 2 vemos a
mesma chave só que pelo outro lado. A chave H-H na
verdade são dois interruptores separados acionados por um
mesmo botão. O pino B é o comum que pode ser ligado em A
ou C, dependendo de para qual lado está o botão. Na outra
fileira ocorre o mesmo. Em 3 temos um interruptor comum e
em 4 temos o desenho físico de um botão NA ou NF, que,
externamente são idênticos.
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Suportes para 2 ou 4
pilhas.
O fio vermelho é o
positivo e o preto o
negativo.
Garra jacaré: sua função é fazer contatos momentâneos em circuitos,
simplesmente “mordendo” determinados pontos. Nela podem ser
soldados fios ou componentes que podem ser utilizados para testes em
geral.
Plug P2
1) mono - 2) estéreo.
São utilizados para contatos ou ligações aos
circuitos. Sua principal utilização é em fones de
ouvido.
Esse representado é o macho. É necessário que
se tenha também o Plug P2 fêmea.
Porta fusível: o nome já diz tudo. Possui uma tampinha que lembra a
do tubo de pasta de dentes. Lá dentro fica o fusível.
Plug RCA macho: utilizado para conexões assim como o P2. A
diferença entre eles é que o RCA é mais resistente
mecanicamente e possui maior capacidade de corrente. Muito
utilizado em caixas de som.
Plug BANANA fêmea: apesar do nome estranho, ele é muito utilizado. Na
verdade é apenas um conector para um fio de cada vez. Deve ser usado
com o plug banana macho. Sua principal utilização é em circuitos onde se é
necessário ligar dispositivos momentaneamente.
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