DISCUSSÃO CLÍNICA Estudando juntos! Reunião das 8h Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal www.paulomargotto.com.br [email protected] Construindo o limite de viabilidade; Periviabilidade (ao redor da viabilidade); Construindo o limite de viabilidade; Hiperleucocitose (reação leucemóide) no recém-nascido pré-termo; Transfusão sanguínea nos recém-nascidos 1-PERIVIABILIDADE (ao redor de viabilidade):além da idade gestacional (importância de outros fatores clínicos. Na busca da melhor decisão sobre os recémnascidos (RN) que se encontram na periviabilidade na nossa Unidade, trouxemos novas informações adquiridas por ocasião da nossa presença no 30th International Workshop on Surfactant Replacement, ocorrido em Estocolmo, Suécia, entre os dias 5-6 de junho de 2015. Neste encontro, o Dr. Eric Shinwell abordou sobre a Ética do nascimento nos limites de viabilidade: o negócio arriscado da predição. Na tomada de decisão para os recém-nascidos entre 23 semanas e 24 semanas e 6 dias que se encontram na zona cinzenta a partir de dados internacionais, não somente a idade gestacional, como também outros fatores clínicos exercem importância, como o peso ao nascer, sexo, nascimento único e mais recentemente (maio de 2015), intervenções obstétricas, como uso de, terapia para tocólise, corticosteróide pré-natal e cesariana influenciam a decisão do neonatologista. Do ponto de vista ético, cada Serviço deve ter o seu limite de viabilidade (cada Serviço tem que conhecer a sua capacidade de manter um RN naquelas condições com qualidade de vida). A zona cinzenta, considerada limite entre a autonomia do paciente ou de seus familiares e a futilidade do tratamento, para os dados perinatais da Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF está entre 2424semanas e 6 dias. Nesta faixa de idade gestacional, as intervenções obstétricas terão profundas influências nos neonatologistas, principalmente o uso de esteróide pré-natal. É citado um caso que mostra que prever o futuro de uma única criança com base em estatísticas de população é um negócio arriscado e, consequentemente, o neonatologista ético deve empregar uma generosa dose de humildade quando estiver usando a sua bola de cristal. PERIVIABILIDADE (ao redor de viabilidade):além da idade gestacional (importância de outros fatores clínicos) Autor(es): Paulo R. Margotto 2-Construindo o limite de viabilidade. Em Reunião com a Chefia da Obstetrícia/Ginecologia, os neonatologistas realizaram Reunião na concretização do Limite de Viabilidade no Serviço, na qual foi proposta a zona cinzenta (limite entre a autonomia do paciente ou de seus familiares e a futilidade do tratamento) de 24 semanas-24semanas 6 dias, com base em dados do Serviço. Neste limite proposto, a abordagem obstétrica (esteróide pré-natal, tocólise, cesariana) tem importante impacto na decisão do neonatologista. Associado a esta interação obstetraneonatologista, fatores que devem ser levados em conta na melhor decisão principalmente naqueles no limite da periviabilidade (próximos a viabilidade que é 25 semanas de idade gestacional), são: o sexo feminino, o nascimento único e o peso ao nascer. :: Construindo o limite de viabilidade (Discussão com a Obstetrícia) Autor(es): Paulo R. Margotto 3-Caso Clínico: hiperleucocitose no recém-nascido pré-termo: trouxemos informações recentes sobre esta situação na UTI Neonatal (ocorre entre 1,5 a 15%, durante por volta de 1,5 a 32 dias); os valores de leucócitos podem chegar até 229.300/mm3! e os pacientes não apresentam distúrbios na microcirculação e disfunção dos órgãos. Entre as causas, a trissomia do 21, corioamnionite histológica (associou-se a 7 vezes mais), funisite, infecções perinatais e esteróide pré-natal. :: Caso Clínico: Hiperleucocitose no recém-nascido pré-termo Autor(es): Sérgio Cabral Filho, Márcia Pimentel de Castro, Paulo R. Margotto 4- Transfusão sanguínea nos recém-nascidos de Robin K. Whyte, Apresentado pela Dra. Débora Matias, sob a Coordenação da Dra. Marília Aires, com o objetivo de fornecer recomendações do uso de hemoconcentrados em recém-nascidos (RN) com bases nas evidências. A hemotransfusão é um transplante de tecido ativo e não é totalmente livre de risco e entre as complicações, está a lesão pulmonar aguda devido à hemotransfusão, conhecida como TRALI-pensar nesta situação no RN que piora após uma transfusão sanguínea). As indicações mais fequentes para a transfusão de sangue no RN são para o tratamento agudo do choque hemorrágico perinatal ou cirúrgico e para a correção periódica da anemia da prematuridade (esta é, em parte uma exacerbação da anemia fisiológica do RN, associada a uma resposta pós-natal reduzida à eritropoietina, aumento da coleta de sangue e rápido aumento do volume sanguíneo do crescimento). Sangue total não é mais oferecido por serviços de transfusão; hemoconentrados armazenados são seguros e úteis até 42 dias! Nos links discutimos pontos polêmicos como transfusão restrita versos liberal nos pré-termos, transfusão sanguínea e enterocolite necrosante (sem evidência de associação!), assim como o uso de dieta durante o processo da transfusão (pode sim aumentar o risco, devido a queda da oxigenação mesentérica durante a transfusão), uso de eritropoietina (risco de aumento de retinopatia da prematuridade), uso de furosemide (tanto antes como depois, sem significação clínica) e lembrar sempre: "o risco da transfusão demanda cuidadosa razão da transfusão". É fundamental que todo serviço tenha um protocolo de transfusão. :: Transfusão sanguínea nos recém-nascidos Autor(es): Robin K. Whyte, Ann L. Jefferies. Apresentação: Débora Matias Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal do HRAS/HMIB/SES/DF Brasília, 14 de julho de 2015