Análise de fluorescência em alimentos e materiais cotidianos Análise de fluorescência em alimentos e materiais cotidianos Ana Luiza Neves Soares, Danielle Lazzer Lucarini, Henrique Lopes Karam, Joyce Cristina Ribeiro, Luana Lúcia dos Santos, Victor Gonçalves Marques Professor: Maria Inês Ribas Rodrigues, CCNH Campus Santo André Resumo A fluorescência é comumente vista em lâmpadas fluorescentes e em letreiros de neon, por exemplo. No entanto, este fenômeno não ocorre apenas em objetos de iluminação. Substâncias com características fluorescentes podem estar presentes em outros lugares, como em alimentos. O intuito do experimento realizado foi contemplar e analisar a fluorescência, mostrando que ela pode ocorrer em alimentos e materiais cotidianos, e não apenas em objetos de iluminação. INTRODUÇÃO O efeito de fluorescência, explicado pelo modelo de Bohr, resume-se na capacidade de uma substância emitir luz visível ao ser submetida à radiação ultravioleta (invisível ao olho humano). Pela estrutura atômica proposta por Bohr, elétrons de um dado átomo, ao absorverem radiação UV, quantizam energia e podem ser capazes de passar de um estado fundamental para um estado excitado, emitindo, ao retornar, a diferença de energia dos estados na forma de radiação eletromagnética. [1] OBJETIVO Detectar o efeito da fluorescência em alimentos (água tônica, ovo marrom, hortelã e vitamina B). METODOLOGIA A metodologia é dividida em três partes: o preparo da solução, a iluminação com a lâmpada de luz negra e a medição da absorbância com o espectrofotômetro. Como a água tônica já é a própria solução, não foi feita a primeira etapa com sua amostra, sendo que o único processo realizado foi a retirada do seu gás com o auxílio de um agitador magnético. A preparação das soluções de hortelã e ovo marrom envolve a diluição desses alimentos em 50 mL de acetato de etila (para cada solução), após triturar as folhas de hortelã e dissolver a casca do ovo marrom em 15 mL de ácido clorídrico 10%. O complexo de vitamina B foi apenas diluído em água destilada. [2] Após o preparo das soluções, as amostras são expostas à luz negra, resultando nas diferentes cores emitidas, como mostrado nas figuras a seguir. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011 Análise de fluorescência em alimentos e materiais cotidianos Figura 1: Amostras analisadas sob a luz branca (à esquerda) e sob a radiação UV (à direita). Em cada imagem, da esquerda para a direita: água tônica, solução de vitamina B, solução com ovo marrom, e solução de hortelã. A terceira etapa envolve pegar pequenas quantidades de amostras e colocar no espectrofotômetro para criar um gráfico da absorbância em função do comprimento de onda, e entender o porquê das diferentes cores emitidas na segunda etapa. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em exposição à radiação UV, as amostras, apresentaram suas variações de emissão de fótons de acordo com suas propriedades fluorescentes, como o alcaloide quinina da água tônica, a clorofila da hortelã, a protoporfirina IX da casca do ovo marrom e a riboflavina da vitamina B, mostrado abaixo os resultados visíveis obtidos experimentalmente: Tabela I: Comparação entre as cores emitidas pelas amostras sob a luz branca e sob a radiação ultravioleta. Cor emitida sob Cor emitida sob Amostra radiação luz branca ultravioleta Água tônica Transparente Azul Hortelã Verde Vermelho Ovo marrom Marrom Magenta Vitamina B Amarelo Verde-amarelado Com as análises adquiridas espectrofotômetro, observou-se capacidade de absorbância de substância: pelo a cada Figura 2: Gráfico da absorbância em função do comprimento de onda (em nm). As diferentes emissões de fluorescência das amostras podem ser entendidas pela capacidade de absorbância de cada uma delas, como por exemplo, a Vitamina B, que mais emitiu fluorescência, foi também a que mais absorveu a radiação UV; a amostra de casca de ovo marrom foi a substância que menos absorveu a radiação UV e a que menos emitiu fluorescência, ou seja, que precisou de menos energia para excitar um elétron, com isso emitiu menos energia ao retornar ao estado fundamental. CONCLUSÕES Conclui-se que a diferença obtida nas análises é devido à mudança na quantidade de energia fornecida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]Peruzzo, F. M. Química: na abordagem do cotidiano. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2002. [2]Nery, A. L. P. e Fernandez, C.; Fluorescência e Estrutura Atômica: Experimentos simples para abordar o tema; disponível em http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/19a12.pdf; acessado em 07/07/2011. AGRADECIMENTOS À Professora Dr.ª Maria Inês Ribas Rodrigues e às técnicas do laboratório pelo auxílio e orientações no decorrer da realização do experimento. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011