estudos molecular de isolados do vírus da hepatite ae

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MICROBIOLOGIA
ESTUDOS MOLECULAR DE ISOLADOS DO VÍRUS DA HEPATITE A E ASPECTOS
EPIDEMIOLÓGICOS DE UM SURTO OCORRIDO EM UMA ESCOLA PÚBLICA EM
PARACAMBI, RIO DE JANEIRO.
Livia Melo Villar 1, Armando Meyer 2, Elisabeth Lampe1 , Ana Maria Coimbra Gaspar 1 [email protected]
1 - Depto.de Virologia, IOC, Fiocruz /RJ; 2 – Lab. de Toxicologia, Cesteh, ENSP, Fiocruz / RJ
(INTRODUÇÃO) O Vírus da hepatite A (HAV), classificado como único membro do gênero hepatovirus dentro da
família Picornaviridae, é um importante vírus hepatotrópico. O genoma do HAV é formado por uma fita simples de
RNA de polaridade positiva com aproximadamente 7,5 kb de comprimento e é diferenciado em sete genótipos. A
maioria das cepas humanas pertencem ao genótipo I e III que são divididas em sub-genótipos A e B. Devido ao
limitado número de estudos, a distribuição de genótipos do HAV no Brasil ainda não é bem conhecida. O vírus é
transmitido pela via fecal-oral e é responsável por mais de 60% dos casos agudos de hepatite no Brasil. A
epidemiologia do HAV está estreitamente relacionada ao nível sócio-econômico e às condições de saneamento
básico. Nos últimos anos, o padrão da epidemiologia do HAV em algumas regiões do Brasil têm mudado devido às
melhorias nas condições sanitárias e higiênicas.
(METODOLOGIA) Esta situação aumenta o número de pessoas suscetíveis gerando condições para ocorrência de
surtos. Em junho de 2000, um surto envolvendo 14 casos clínicos da doença ocorreu em uma escola pública no
município de Paracambi (RJ). Com o objetivo de determinar a prevalência de anticorpos, os genótipos circulantes e os
fatores de risco para transmissão neste surto, foram analisadas as amostras de soro de 299 estudantes e 19 amostras
de fezes.
(RESULTADOS) Um total de 157 alunos apresentavam o marcador anti-HAV total e destes 93 estavam na fase aguda
da infecção como foi demonstrado pelo teste ELISA anti-HAV IgM. As amostras de soro positivas para anti-HAV IgM e
as amostras de fezes foram avaliadas pela técnica de RT-PCR sendo que 44 e 3 foram positivas, respectivamente. A
seqüência nucleotídica de 247 pares de base da região VP1/2A do genoma do HAV foi determinada em 18 amostras.
Pela análise filogenética 9 amostras foram classificadas no genótipo IA e 9 pertenciam ao genótipo IB. Nas amostras
do genótipo IA encontramos maior variabilidade genética do que no genótipo IB. A maioria das cepas deste surto
apresentaram grande homologia com cepas previamente isoladas no Rio de Janeiro indicando a circulação endêmica
de algumas cepas. Na análise dos fatores de risco, não obtivemos nenhuma associação com os fatores de risco
domiciliares.
(CONCLUSÃO) A co-circulação de dois genótipos, a falta de associação com os fatores de risco domiciliares e a
contaminação fecal da água na ocasião do surto sugerem que este ocorreu por uma fonte única de contaminação- a
água.
(Agência Financiadora) CNPq
54.ª Reunião Anual da SBPC – Goiânia, GO- Julho/2002
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