1,2 Discuta os principais mecanismos pelos quais microorganismos endofíticos aumentam o desempenho vegetal. Microrganismos endofíticos têm apresentado a capacidade de estimular o crescimento das plantas por mecanismos diretos (fixação de nitrogênio e/ou produção de fitormônios) e por mecanismos indiretos (antagonismo contra patógenos ou resistência a drogas). É possível que bactérias epifíticas ou endofíticas possam promover o aumento de produtividade da planta por sintetizar substâncias que atuam na regulação do crescimento e/ou por fixar nitrogênio atmosférico. Entretanto, o conhecimento do genótipo da planta e do microrganismo envolvido na promoção é de extrema importância. Neste aspecto, bactérias endofíticas dos gêneros Acetobacter, Acinetobacter, Actinomyces, Agrobacterium, Azospirillum, Bacillus, Burkholderia, Curtobacterium, Pantoea, Pseudomonas e Xanthomonas, entre outros têm sido freqüentemente utilizadas. Além das bactérias, os fungos endofíticos também podem promover o crescimento vegetal; entre as espécies mais estudadas está Piriformospora indica, umbasidiomiceto que coloniza endofiticamente raízes de inúmeras espécies vegetais, aumentando o seu crescimento. À medida que microrganismos endofíticos, principalmente fungos e bactérias, foram sendo bem estudados, verificou-se que eles poderiam possuir propriedades importantes, tais como a de conferir maior resistência de seus hospedeiros a condições de estresse hídrico, alterar propriedades fisiológicas de plantas que os albergam, produzir hormônios vegetais e outros compostos, tais como enzimas e fármacos de interesse biotecnológico. Os estudos de microrganismos endofíticos também mostraram que estes podem produzir metabólitos secundários tais como: antibióticos, substâncias antimicrobianas e citostáticas. A associação mutualística formada entre fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e as raízes é de grande importância e interesse, devido aos benefícios causados principalmente para as plantas que passam por fase de viveiro, pois antecipa o tempo de transplantio para o campo, estimulando o crescimento precoce da muda e consequentemente reduzindo o seu tempo de produção, o que aumenta a produtividade do viveiro, a rotatividade na ocupação da infra-estrutura e a eficiência de utilização da mão-de-obra especializada. Favorece também a tolerância aos estresses climáticos e edáficos, aumenta a resistência das plantas a patógenos, a sobrevivência das mudas ao transplantio para o campo, além de minimizar o uso e gastos com fertilizantes, uma vez que aumenta a eficiência na utilização dos nutrientes disponíveis no substrato ou dos nutrientes adicionados pela adubação. O tempo de permanência das mudas no viveiro e a sua qualidade são fatores importantes no custo de produção. Portanto, a busca de alternativas, que acarretem melhoria na qualidade sanitária do substrato e utilizem como manejo a inoculação de FMAs eficientes, pode garantir a produção de mudas sadias e mais precoces. Em culturas que passam pela fase de mudas, a micorrização pode aumentar significativamente o desenvolvimento da planta, principalmente quando se utilizam substratos desinfestados, por vapor ou fumigação, nos quais foi eliminada a microbiota benéfica, como os FMAs, além dos patógenos. Apesar dos benefícios que a associação propicia, ainda há problemas quanto à produção de inóculo de FMAs em larga escala, capaz de atender à demanda, o que dificulta a sua utilização. Os fitormônios, como também são chamados os hormônios vegetais, são substâncias orgânicas atuantes nos diferentes órgãos das plantas: raiz, caule, folhas, flores e frutos, responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento do vegetal. Os hormônios são sintetizados em pequenas frações, com função direcionada a locais específicos. A produção hormonal pode, conforme a espécie vegetal, obedecer indiretamente os fatores climáticos, sendo observável à medida que sucedem as estações sazonais do ano: primavera, verão, outono e inverno. Fatores como: intensidade luminosa, temperatura, umidade e concentração de gases, influenciam na formação e amadurecimento dos frutos, abscisão foliar (queda das folhas), floração e crescimento do caule e da raiz por alongamento celular. Entre as categorias de hormônios vegetais, destaca-se: As auxinas (ácido indolacético – AIA), giberelinas, etileno, ácido abscísico e citocininas. Auxinas → Responsáveis pelos tropismos (foto e geotropismo), desenvolvimento dos frutos, alongamento celular radicular e caulinar. Esse fitormônio é produzido no meristema apical do caule, primórdios foliares, flores, frutos e sementes. Transportado pela extensão do vegetal através dos vasos xilema e floema. Etileno → sua concentração realiza o amadurecimento dos frutos e indução da abscisão foliar. Esse gás é produzido em diversos locais da planta, difundindo-se entre as células. Citocianinas → Hormônio que retarda o envelhecimento das plantas, estimula as divisões celulares e desenvolvimento das gemas laterais. É produzido nas raízes e transportado para a planta através do xilema. Giberelinas → Atua na floração, promove a germinação, desenvolvimento dos frutos. É sintetizado no meristema de sementes e frutos, transportado pelo xilema. Ácido abscísico → Provoca indução do fechamento dos estômatos, envelhecimento de folhas, dormência de sementes e gemas, inibe o crescimento das plantas. Sua produção ocorre em diversos órgãos da planta: caule, folhas e extremidade da raiz (a coifa). A difusão desse hormônio ocorre através dos vasos condutores de seiva. Os microrganismos endofíticos podem desempenhar importante papel na reabilitação e sustentabilidade dos ecossistemas, uma vez que incorporam N por meio da fixação biológica em quantidades que podem variar de 25 a 50 kg ha/ano de N e produzem e liberam substâncias reguladoras do crescimento vegetal, como auxinas, giberelinas e citocininas, as quais contribuem para melhorar a nutrição mineral e utilização de água pelas plantas. Bactérias que habitam as raízes de plantas e exercem efeitos positivos sobre elas são denominadas rizobactérias promotoras de crescimento vegetal. Os efeitos positivos desses organismos podem ocorrer por influência direta (aumento da solubilização e entrada de nutrientes ou produção de reguladores de crescimento vegetal) ou indireta (supressão de patógenos, por produção de sideróforos ou antibióticos). Pela sua habilidade em converter nitrogênio atmosférico em amônia, que pode ser utilizada pela planta, as bactérias diazotróficas também são consideradas promotoras de crescimento vegetal. Em razão de sua capacidade de sobreviver em ambientes deficientes em nitrogênio, as bactérias diazotróficas podem enriquecer seletivamente a rizosfera, local em que habitam como organismos de vida livre ou estão associadas assimbioticamente a plantas. A cooperação microbiana na rizosfera reflete também na formação e estabilização de agregados do solo. Cobriu bem o assunto 1,0 Relacione a resistência a herbívoros e a fitopatógenos foliares de acordo com Choudhary et al (2011). Os microrganismos endofíticos habitam um nicho ecológico semelhante aquele ocupado pelos fitopatógenos e pelos herbívoros, podendo assim controlálos por meio de competição por nutrientes, produção de substâncias antagônicas, parasitando o patógeno ou mesmo induzindo a planta a desenvolver resistência. Além disso, podem colonizar a planta e posteriormente parasitar um inseto praga que tentar se alimentar da planta hospedeira. Para aumentar os efeitos benéficos destes microrganismos para a planta, permitindo a sua utilização na agricultura, deve-se inicialmente conhecer as espécies microbianas envolvidas e as estratégias utilizadas pelos microrganismos nesta interação, para posteriormente poder cultivar o(s) microrganismo(s) e reinoculá-lo(s) nas plantas de interesse. Segundo o autor isto ocorre devido à promoção da resistência sistêmica induzida que são ocasionadas devido à associação com PGPR. Um dos mecanismos é a produção de substâncias microbianas voláteis que atuam como moléculas sinalizantes à defesa das plantas. Também, maior crescimento da planta proporciona menor quantidade de N solúveis fazendo com que a absorção destes elementos por fitopatógenos foliares ocorra com maior gasto de energia, fato que é inviável em alguns casos, além de promoverem um estímulo às defesas das plantas. Quer me explicar como um microorganismo vai controlar um herbívoro por competição por nutrientes, como você começou a explicar? O resultado desta afirmativa é que o primeiro parágrafo ficou sem pé nem cabeça. Se salvou por conta do segundo 0,0 Relacione estratégias de sobrevivência dos microorganismos com sua posição em relação às raízes. Uma das mais importantes estratégias de sobrevivência dos microrganismos é sua habilidade em colonizar um nicho ecológico onde possa se multiplicar. O elemento chave nesta estratégia são estruturas da superfície celular responsáveis pela aderência das células às superfícies. Os microrganismos podem utilizar surfactantes ligados à parede para regular as propriedades da superfície celular, visando aderir ou se desligar de um determinado local de acordo com sua necessidade para encontrar novos habitats com maior disponibilidade de nutrientes ou se livrar de ambientes desfavoráveis. Esta estratégia de sobrevivência é comum a vários microrganismos do solo como fungos filamentosos e actinomycetes 1. Fora da rizosfera têm como exemplos os osmoprotetores (K, glutamato, trehalose, proline, glicine beatine, proline beatine e ectoine, etc). Para combater o estresse osmótico, certas plantas, algas marinhas, bactérias e outros organismos acumulam substâncias atóxicas no citoplasma de suas células, os osmoprotetores. Estes são compostos também denominados de solutos compatíveis porque, mesmo em concentrações elevadas, eles não inibem a atividade de enzimas e, tampouco, interferem na estrutura celular. A função primária dessas substâncias é a de aumentar a pressão osmótica e, desta forma, manter o turgor e a entrada de água nas células, reduzindo a maior perda de água. Estes solutos também poderiam agir como antioxidantes ou, mesmo, chaperonas químicas, pela estabilização direta de membranas ou proteínas. Como as membranas apresentam um papel central em várias funções celulares, é crucial para a sobrevivência da planta o impedimento de danos ou o reparo dos mesmos nestas estruturas. Jesus não tem nada a ver com cuscuz… primeiro é evidente que se não colonizar um nicho ecológico não vai sobreviver, mas o que isto tem a ver com a rizosfera? O ponto central aqui seria relacionar estratégias reprodutivas e de crescimento com disponibilidade e tipos de nutrientes. Microorganismos adaptados para a rizosfera se multiplicam mais rápido com fontes de C mais simples, do que os adaptados para o solo não-rizosférico 2,4 - Resuma o capítulo de modo a permitir um bom entendimento As raízes são órgãos heterotróficos das plantas cujas principais funções são o suporte e a absorção de água e nutrientes. No solo, as raízes têm outras importantes funções que são mediadas por meio da liberação de diversos tipos de materiais orgânicos oriundos da fotossíntese. Estima-se que 60% do carbono fotoassimilado seja transportado para as raízes. Desses 50% são liberados na forma de CO2 pela respiração e, os outros 50%, utilizados para o crescimento das raízes ou liberados para o solo, onde este contribui para o aumento da MO do solo, bem como para a nutrição dos organismos. Os efeitos das raízes no solo podem ser físicos (ação agregante sobre as partículas do solo), químicos (modificações do pH) e biológicos (ecossistema microbiano muito especializado que suporta população várias vezes superior ao solo adjacente). Rizosfera é denominada como a zona de influência das raízes que vai desde sua superfície até uma distância de 1 a 3 ou de 1 a 5 mm. A rizosfera é dividida em ectorrizosfera (área externa das raízes) e endorrizosfera (compreende os tecidos corticais até o rizoplano), a superfície limítrofe entre a raiz e o solo é denominada rizoplano. As propriedades físico-químicas da rizosfera têm elevada estabilidade, que, associadas ao fornecimento constante de substratos orgânicos e fatores de crescimento, favorecem intensa atividade metabólica das populações, influenciando diretamente e positivamente o tempo de geração microbiano. Espécies de Pseudomonas e Bacillus têm tempos de geração respectivamente 15 e 2,5 vezes menores na rizosfera do que no solo não rizósferico devido à maior disponibilidade de substratos. Por isso se considera que a rizosfera é o “paraíso dos microrganismos”. Os compostos orgânicos depositados na rizosfera variam desde os simples solúveis em água até os de grande complexidade e insolúveis em água. Eles podem ser separados em dois grandes grupos: os liberados de células vivas para o solo e os liberados de tecidos senescentes ou mortos. Esses grupos podem ser divididos em categorias: exsudatos, secreções, mucilagens, mucigel e lisados. Exsudatos e secreções são compostos orgânicos produzidos pelas plantas que têm alta diversidade. Esses compostos são utilizados pelos microrganismos e também podem ser produzidos por eles. Esses compostos compreendem vários tipos de aminoácidos, ácidos orgânicos, carboidratos, derivados de ácidos nucléicos, fatores de crescimento e enzimas, além de diversos outros compostos. O composto exsudado em maior quantidade pela maioria das plantas é a glicose. A mucilagem e o mucigel têm grupos carboxílicos e outros sítios de troca de ânions e cátions, pois são compostos por polissacarídeos ácidos, por isso devem desempenhar importante papel na nutrição vegetal, trocando íons e sendo fonte de prótons. A mucilagem na ponta das raízes tem efeito lubrificante no contacto com o solo e protege as raízes da dessecação, o que é necessário, principalmente se considerarmos que a ponta da raiz é uma zona de crescimento ativo com tecido novo e, portanto, mais delicado. Alguns compostos aplicados via foliar podem alterar a microbiota rizosférica, seja por sua ação direta, seja pela modificação das condições físicas e químicas, por isso, têm potencial para uso em controle biológico. Os materiais biológicos depositados na rizosfera, além de serem extremamente diversos, variam em quantidade e qualidade, dependendo de diversos fatores como: espécie vegetal, idade e vigor das plantas, tipo de solo e fatores ambientais, como luz, temperatura e umidade, entre outros. Os fatores que influenciam positivamente a fotossíntese também influenciam positivamente a quantidade de exsudados. A quantidade de aminoácidos, por exemplo, parece ser maior em leguminosas fixadoras de nitrogênio, como ervilha e feijão, provavelmente porque têm teor mais alto de nitrogênio em seus tecidos. A deficiência de N afeta a quantidade de compostos nitrogenados como amidas e aminoácidos. Injúrias causadas por diversos fatores podem ocasionar aumento na quantidade de exsudatos, influenciando, assim, a disponibilidade de substratos para o metabolismo microbiano, mas também ocasionando estresse na planta. Entre os fatores físico-químicos mais alterados no ambiente rizosférico, pode-se citar o pH, influenciado não só pela extrusão de H+ ou HCO3-, mas também pelos exsudados radiculares, absorção de nutrientes pelo sistema radicular e processos como a fixação biológica de N2 . Esta última tende a liberar prótons e reduzir o pH rizosférico devido a incorporação de N2 como NH3. De modo geral o pH rizosférico pode diferir de uma a duas unidades em ralação ao pH do solo adjacente. Quando a absorção de cátions excede a de ânions, ocorre uma extrusão líquida de H+ causando acidez na rizosfera. Já, quando ânions são mais absorvidos que cátions, ocorre extrusão líquida de HCO 3com consequente elevação do pH. Quanto ao potencial hídrico da rizosfera, este pode ser bastante variável, e é influenciado pela planta, pois depende do gradiente existente entre folhas (evapotranspiração) e raízes, que por sua vez, é influenciado pelos fatores climáticos e edáficos. Alguns gêneros de bactérias mais abundante na rizosfera com Artrhobacter e Bacillus, possuem estruturas de resistência (artrósporos e endósporos) a estresses, como a seca prolongada. Para bactérias endofíticas, o potencial hídrico dentro da planta deve ser considerado. Como exemplo, potenciais hídricos elevados podem diminuir a atividade da nitrogenase em nódulos formados por rizóbio em leguminosas. A osmolalidade da solução do solo rizosférico é mais elevada que naquele não rizosférico, como conseqüência da exclusão de solutos durante a absorção de águas pelas raízes, liberação de exsudados radiculares e de expolímeros, tanto pelas raízes como pelos organismos. Mecanismos osmoreguladores ajustam níveis de SC (solutos compatíveis) pela regulação de sua biossíntese, catabolismo, absorção e refluxo. Dependendo da espécie bacteriana, um mesmo composto pode atuar como SC ou OP (osmoprotetores), tais como glicina betaína, glicina prolina, ectoína e trehalose. Como mencionado, a rizosfera é o paraíso dos microrganismos. Calcula-se que por grama de raiz são produzidos: de 10 a 100 mg de exsudatos, 100 a 250 mg de material solúvel e 20 a 50 mg de mucigel, mucilagem e células mortas, mais tais números podem variar dependendo da espécie vegetal e condições ambientais. Devido não só à quantidade, mas também à diversidade de compostos orgânicos depositados na rizosfera, assim como ao ambiente físico-químico, a quantidade de diversos tipos de microrganismos na rizosfera pode exceder mais de mil vezes aquela do solo não rizosférico. Devido ao efeito rizosférico, à medida que a distância da rizosfera diminui, aumenta a incidência de organismos dos mais diferentes grupos, como bactérias, actinomicetos e fungos. Os microrganismos rizosféricos podem se dividir em oportunistas e estrategistas. Os oportunistas são pequenos, de crescimento rápido, têm alta capacidade competitiva e se localizam principalmente nas raízes mais novas. Os estrategistas são maiores, têm crescimento mais lento e têm alta longevidade, são especializados e predominam nas raízes mais velhas. Eles podem se dividir ainda em saprófitas, simbiontes e patógenos. O efeito rizosférico não é específico, ou seja, não ocorre favorecimento de determinada espécie. No entanto bactérias gram-negativas parecem ser favorecidas na rizosfera para trigo e soja, pois têm alta taxa de crescimento e respondem mais imediatamente a adição de aminoácidos e açúcares solúveis, além de produzir e resistir a grande número de antibióticos abundantes na rizosfera, devido ao grande antagonismo entre os microrganismos. Alguns dos gêneros mais representativos encontrados na rizosfera das plantas cultivadas são: Alternaria, Aspergillus, Acaulospora, Fusarium, Gigaspora, Glomus, Mucor, Penicillium, Pythium, Rhizoctonia, Scutellospora. A comunidade microbiana na rizosfera é representada por populações diversificadas e numerosas em estado de equilíbrio dinâmico, refletindo o ambiente físico, químico, biológico e suas relações. Assim, a comunidade reflete seu habitat, em que a densidade de uma população microbiana aumenta até encontrar limitações de natureza abiótica e biótica. Desta forma, a existência de um microrganismo em um determinado tempo e lugar, resulta da sua evolução, da existência de fatores abióticos favoráveis ou desfavoráveis ao seu desenvolvimento e das interações benéficas e/ou deletérias exercidas por outras populações da comunidade microbiana. Portanto, as influências de naturezas diversas, provenientes das interações biológicas são determinantes das densidades e das atividades das populações na comunidade microbiana rizosférica. Na natureza podem ocorrer também diversas substâncias alelopáticas que inibem ou estimulam os microrganismos, além de outras que atuam como sinais moleculares em simbioses mutualístas ou parasíticas de microrganismos e plantas. Compostos aleloquímicos podem sair das plantas por volatização, lixiviação das plantas ou de resíduos pela chuva, da decomposição de resíduos ou pela exsudação das raízes. O potencial da FBN, assim como o de outros processos microbianos, é função da quantidade de compostos orgânicos depositados na rizosfera, da eficiência da conversão desses substratos e da proporção do substrato utilizada. No entanto todos esses processos também podem ser inibidos ou estimulados por aleloquímicos. Na rizosfera, dependendo de diversos fatores, os patógenos podem ser inibidos ou favorecidos através de vários efeitos, influenciando na incidência de doenças sobre as plantas. Microrganismos endofíticos podem ser fungos ou bactérias que, durante todo ou parte do seu ciclo de vida, invadem tecidos de plantas vivas através de infecções não aparentes e sem causar sintomas de doença. Bactérias que habitam a endorrizosfera são consideradas endofíticas, mas comprendem também espécies que colonizam tecidos internos de órgãos vegetais como caule, folhas, etc. O solo parece ser a principal fonte dos endofíticos, pois muitas espécies encontradas em raízes, folhas, sementes e óvulos são geralmente similares aquelas encontradas nas zonas do solo adjacentes as raízes. O ponto de entrada dos endofíticos nos tecidos vegetais compreendem: feridas, geralmente associadas a pontes de emergência de raízes laterais ou a fricção com os minerais do solo, estômatos e lenticelas, entre outros. Elas também podem realizar a penetração através de tecidos intactos, produzindo enzimas hidrolíticas, como as bactérias patogênicas. Apesar de sua interação com plantas não envolver compatibilidade morfológica, bioquímica e fisiológica, como nas simbioses de plantas com microrganismos, os endofíticos apresentam uma vantagemem relação aos organismos da ectorrizosfera ou de outras zonas externas aos órgãos vegetais, pois não estão sujeitos à interferência da grande variação dos fatores químicos, físicos e biológicos que ocorrem nessas zonas e que podem afetar os processos mediados por eles. Em um experimento realizado demonstrou que os microrganismos também estimulam a exsudação das plantas. Quando cultivadas plantas em solo estéril e não estéril, observaram que maior porcentagem de CO2 fixado fotossinteticamente era liberado na rizosfera quando microrganismos estavam presentes. Substâncias reguladoras do crescimento de plantas (SRCP), são compostos orgânicos de ocorrência natural que influenciam processos fisiológicos nas plantas em concentrações muito abaixo daquelas nas quais os nutrientes ou vitaminas podem afetar tais processos. Existem 5 classes de SRCP: auxinas, giberelinas, citoquininas, etileno e acido abcísio, substâncias estas que podem ser produzidas pelas próprias plantas, sendo chamadas de endógenas ou fitormônios. Uma parcela significativa dos microrganismos rizosféricos, tanto benéfico como patógenos, também produz SRCP que, no caso é denominada exógena e um mesmo organismos pode produzir mais que uma SRCP. Grupos de microrganismos especializados do solo são capazes de solubilizar minerais contendo P, Ca, K, Mg e outros elementos essências as plantas. Os mecanismos responsáveis pela solubilização geralmente encontram-se associados a excreção de ácidos orgânicos, com conseqüente diminuição do pH. Microrganismos solubilizadores parecem ser mais abundantes na rizosfera de plantas. Por sua vez, as espécies vegetais, através de efeito rizosférico diferenciado, além de fatores ambientais, também influenciam e favorecem as populações de solubilizadores e, assim, estas podem contribuir de maneira mais significativa para a nutrição vegetal. Plantas em condições estéreis podem absorver nutrientes em menor quantidade do que na presença de microrganismos. O efeito é positivo devido a processos microbianos como FBN, micorrizas e solubilização de minerais que disponibilizam nutrientes em maior quantidade para as plantas. A translocação dos nutrientes parece també, ser afetada pelos microrganismos, dependendo da espécie vegetal, pode haver maior ou menor translocação de P para a parte aérea na presença de microrganismos. Principalmente em condições com baixa disponibilidade de nutrientes os microrganismos podem competir com as plantas por nutrientes, ocasionando diminuição do seu conteúdo nos tecidos vegetais e conseqüente deficiência de elementos nas plantas. No que diz respeito às reações de quelação e complexação de metais, o exemplo mais expressivo é o das bactérias que produzem substâncias denominadas sideróforos. Tais substâncias têm alta afinidade por Fe formando quelatos com esse elemento, tornando-o menos disponível, principalmente para patógenos que ocorrem na rizosfera, sendo, portanto um dos mecanismos de controle biológico. Patógenos são microrganismos que causam desordens no metabolismo nutrição e/ou fisiologia das plantas resultando em: redução de crescimento e fotossíntese, aumento da respiração, alteração do metabolismo, entre outros. Além das simbioses, outros organismos benéficos para as plantas podem ser manipulados para aumentar a produtividade vegetal. Os mais utilizados eram os fixadores de N2. Denominaram essas bactérias de rizobactérias e definiram como tais as bactérias que vivem na rizosfera sem estabelecer relações simbióticas com plantas; produzem substâncias promotoras de crescimento vegetal; interferem na nutrição das plantas, etc. A colonização da rizosfera de plantas através da inoculação inicia através da inoculação das sementes, o substrato mais utilizado é a turfa, porém, por ser um recurso natural não renovável, têm-se realizado pesquisas para obter respostas sobre sua viabilidade por longos períodos. Antes da colonização dos tecidos vegetais externos e internos, as bactérias necessitam se multiplicar. Solos podem ser considerados supressivos ou condutivos se inibem ou estimulam em diferentes graus a propagação de doenças. Os mecanismos pelos quais os solos podem ser supressivos ou condutivos ainda não estão elucidados, no entanto, fatores bióticos e abióticos, atuando separadamente ou em conjunto podem contribuir para o controle da incidência de doenças. Contudo observa-se que o sucesso das tecnologias microbianas aplicadas ao ambiente rizosférico, depende do conhecimento dos diversos fatores físicos, químicos e biológicos, e da interação entre eles. Excelente 1,2 Considerando a definição mais usual para rizosfera, faz sentido dizer que uma amostragem de solo foi conduzida nela? Justifique sua posição, e caso discorde indique como esta amostragem deveria ser conduzida. Não, não existe como fazer amostragem na rizosfera, visto que esta compreende apenas uma distância de 1 a 3 mm. Essa amostragem deveria ser realizada, apartir da coleta do solo que fica aderido nas raízes após a planta ser retirada do solo. Curta, direta e correta. Excelente 1,2 Discuta as principais modificações físico-químicas impostas pelo sistema radicular na rizosfera, e como estas podem afetar a microbiota do solo. As raízes das plantas absorvem íons da solução do solo de forma diferenciada, o que pode levar à depleção ou ao acúmulo de determinados íons na rizosfera. Além disso, também liberam H+, HCO3- e CO2, o que causa mudanças no pH. O consumo ou liberação de O2 também levam a alterações no potencial redox, isso ocorre em ambientes encharcados onde mesmo a maior parte do ambiente sendo anaeróbico, existe uma parte que pode conter microrganismos aeróbicos. Como conseqüência ocorre alterações na disponibilidade de nutrientes e na atividade microbiana. As propriedades físico-químicas da rizosfera têm elevada estabilidade, que, associadas ao fornecimento constante de substratos orgânicos e fatores de crescimento, favorecem intensa atividade metabólica das populações, influenciando diretamente e positivamente o tempo de geração microbiana. Espécies de Pseudomonas e Bacillus, por exemplo, têm tempos de geração respectivamente 1,5 e 2,5 vezes menores na rizosfera do que no solo não rizósferico devido à maior disponibilidade de substratos. Por isso se considera que a rizosfera é o “paraíso dos microrganismos”. Deve-se ressaltar que a disponibilidade dos elementos minerais no solo depende de vários fatores como: pH, umidade, concentração do elemento no solo, aeração, matéria orgânica, competição entre os íons pelos mesmos ou diferentes sítios de absorção na membrana plasmática do sistema radicular. Além desses itens acima citados deve-se sempre levar em consideração que as raízes também possuem grande influência sobre a rizosfera, e assim, sobre a disponibilidade dos nutrientes, devido as modificações nas concentrações dos nutrientes, no pH da rizosfera, e na produção de exsudatos radiculares. Ok, em particular o primeiro parágrafo, embora não tenha idéia como a raiz pode liberar O2 0 - Com base no exposto por Grover et al (2011), descreva de forma sintética, em linhas gerais e sem se preocupar com detalhes metodológicos, como você organizaria um projeto para encontrar PGPR que ajudem a resistência à seca, da fase de coleta de amostras ao experimento de avaliação do efeito. Um dos desafios no desenvolvimento de PGPR para aplicação comercial é garantir que seja feita uma seleção eficaz e os procedimento de triagem estejam no lugar, de modo que os organismos mais promissores sejam identificados e levados para a frente. Na indústria química agrícola, milhares de compostos potenciais são avaliados anualmente em eficiente de alto rendimento ensaios para escolher o melhor um ou dois compostos para o desenvolvimento. Abordagens semelhantes ainda não estão no lugar para PGPR. Estratégias eficazes para a seleção inicial e triagem de isolados rhizobacterial são obrigatórios. Pode ser importante considerar a especificidade da planta hospedeira ou adaptação a um determinado solo, condições climáticas ou patógeno em selecionar as condições de isolamento, e testes de rastreio. O modelo spermosphere, uma técnica de enriquecimento que se baseia em exsudatos de sementes como fonte de nutrientes, pode ser utilizado para a seleção e isolamento de bactérias promissoras N2-fixação rizosfera. Uma abordagem para a seleção de organismos com potencial para controle de fitopatógenos do solo-borne é isolar a partir de solos que são supressivas ao patógeno. Outras abordagens envolver a seleção com base em características conhecidas para ser associado com PGPR como a colonização das raízes , 1aminociclopropano-1-carboxilato (ACC) deaminase atividade, e antibiótico e sideróforos de produção. O desenvolvimento de sistemas de elevada capacidade de análise e bioensaios eficaz facilitará a seleção de linhagens superiores. Antes do registro e comercialização de produtos PGPR, uma série de obstáculos devem ser superados. Estes incluem a escala de produção e do organismo em condições de fermentação comerciais mantendo a estabilidade, qualidade e eficácia do produto. Desenvolvimento de formulações deve considerar fatores como a vida de prateleira, a compatibilidade com as práticas de aplicativo atual, custo e facilidade de aplicação. Saúde e testes de segurança podem ser necessários para tratar de questões como não-alvo efeitos sobre outros organismos, incluindo alergenicidade toxigenicidade, e patogenicidade, persistência no ambiente, e potencial para transferência horizontal de genes. A alegação de produto, seja como um complemento de fertilizantes ou para controle biológico, irá determinar a que aplicações agência federal para o registro deve ser abordada no Canadá e nos EUA. Custos de capitalização e mercados em potencial deve ser considerado na decisão de comercializar. Primeiro, você adotou um ponto de vista bastante estranho para uma pesquisa no Brasil se preocupar tanto com os organismos reguladores norteamericanos. Isto é o suficiente para deixar qualquer um com um pulgueiro atrás da orelha. Segundo, não vi nenhum indicativo de que tenha se apercebido que a pergunta foi relacionada especificamente com PGPR para resistência a seca, e em momento nenhum você discute a necessidade de selecionar sob condições de seca. 0.5 Discuta como os sinais moleculares podem afetar o relacionamento entre plantas e microbiota, e qual o papel da rizosfera nisto. Não é mais possível estudar apenas o microrganismo isolado, sem levar em conta a complexidade do habitat em que deverá se estabelecer. Para o estabelecimento de uma rizosfera benéfica, um dos aspectos mais importantes de uma rizosfera estabelecida é a presença de uma comunidade microbiana complexa e substratos orgânicos liberados das raízes. Relações benéficas, patogênicas e neutras são reguladas por complexos sinais moleculares que ocorrem aí, uma das necessidades de pesquisa no futuro próximo é o estudo das trocas de sinais entre plantas e bactérias. Um exemplo que pode ser citado é a habilidade que espécies de Trichoderma spp, têm em relação à permutação de sinais moleculares com a planta hospedeira. Além disso, o antagonista seria capaz de fabricar pelo menos três tipos de elicitores: produzidos a partir de enzimas ou peptídeos, proteínas avr e oligossacarídeos ou compostos de baixo peso molecular. O primeiro tipo de elicitor possivelmente inclui uma serina protease e uma xilanase responsáveis pela indução da biossíntese de fitoalexinas e peroxidase, defesas naturais da planta ao ataque de fitopatógenos. Novamente muito pouco ligado com a pergunta, em particular no início. Este tipo de blah-blah-blah inicial fica muito, muito pouco informativo, e diga-se de passagem, pouco técnico, a meu ver. Por exemplo, uma expressão como “uma das necessidades de pesquisa no futuro próximo” cheira muito mais a Discovery Channel do que a Revista Brasileira de Ciência do Solo, ou Pesquisa Agropecuária Brasileira. Sugiro fortemente que adote uma posição bem mais centrada e resumida, cobrindo os pontos principais da pergunta. Enquanto a resposta da pergunta sobre rizosfera foi perfeita, neste caso você ficou rodando, rodando e não disse quase nada. [1.200] Discuta os PGPR, enfocando em ganhos agronômicos e mecanismos de ação mais comuns. Discuta em particular situações em que há uma maior probabilidade de aumento na produção pelo uso desta tecnologia. O crescimento e atividade microbianos são intensos na rizosfera, porque os compostos orgânicos liberados pelas raízes podem ser utilizados como fonte de energia e carbono. Bactérias que se associam às plantas, colonizando suas raízes, são denominadas rizobactérias, e podem ser classificadas de acordo com seus efeitos sobre o crescimento vegetal: benéficas, deletérias ou neutras . Quando benéficas, as bactérias colonizam o sistema radicular e promovem o crescimento vegetal, sendo denominadas rizobactérias promotoras de crescimento vegetal – plant growth promoting rhizobacteria (PGPR). Bactérias diazotróficas do gênero Azospirillum spp. são consideradas PGPR, devido à sua capacidade de estimular o crescimento das plantas pela produção de fitormônios, redução do potencial de membrana das raízes, síntese de enzimas, solubilização de fosfato inorgânico e mineralização de fosfato orgânico. Indiretamente, promovem o crescimento vegetal reduzindo ou prevenindo a ação de microrganismos patogênicos, devido à produção de antibióticos ou sideróforos. Entre as rizobactérias existe um gradiente de proximidade e intimidade com a raiz: bactérias vivendo no solo ao redor das raízes (utilizando metabólitos liberados pelas raízes como fontes de C e N), bactérias colonizando o rizoplano (superfície da raiz), bactérias residindo no tecido radicular e bactérias vivendo no interior das células em estruturas radiculares especializadas (nódulos, como é o caso da interação rizóbio-leguminosas). Rizobactérias que se instalam no interior das raízes das plantas, formando associações, são endofíticas. As PGPR podem afetar o crescimento das plantas de forma direta ou indireta. Promoção direta envolve a produção de compostos para nutrir as plantas ou facilitar a entrada de certos nutrientes do ambiente para as plantas. Os mecanismos de ação direta incluem: a) Fixação biológica de nitrogênio (FBN) É o processo de conversão de N2, um gás inerte presente em grande quantidade na atmosfera, praticamente inesgotável, em NH3, o qual é mediado principalmente por bactérias. Esse processo fornece compostos nitrogenados diretamente para as plantas por meio de associações, ou quando os organismos morrem e os liberam no ambiente, fornecendo o nitrogênio necessário para o desenvolvimento vegetal ). b) Síntese de sideróforos Ferro é um nutriente essencial para as plantas, mas relativamente insolúvel na solução solo. As plantas preferem para absorção formas de ferro reduzidas, como íon Fe2+, mas íons Fe3+ são mais comuns no solo. Os sideróforos são moléculas secretadas por microrganismos que seqüestram ferro de baixo peso molecular e o disponibilizam para as plantas em forma de complexo sideróforo-Fe3+. Os sideróforos são sintetizados em resposta à baixa disponibilidade de Fe3+ em solução e atuam como promotores de crescimento vegetal porque disponibilizam o ferro absorvido para o crescimento vegetal, além de imobilizar o ferro que estaria disponível c) para a proliferação Produção de fitopatógenos. de fitormônios Recentemente, tem aumentado a evidência de que bactérias diazotróficas apresentam papel importante no desenvolvimento vegetal através da síntese e exportação de fitormônios ou reguladores de crescimento vegetal (Plant Growth Regulators – PGRs). PGRs são substâncias orgânicas que, sob concentrações muito baixas, influenciam processos fisiológicos nas plantas e podem ser: - Auxinas – a capacidade de sintetizar auxinas é largamente observada em microrganismo do solo e associados a plantas. - Citocininas – o isolamento e a quantificação de citocininas em bactérias diazotróficas tem recebido pouca atenção, pois compreendem um grupo de compostos presentes em pequenas quantidades em amostras biológicas, dificultando sua identificação e quantificação. Giberelinas – A giberelina mais conhecida é a GA3 e a mais ativa em plantas é a GA1, que é responsável pelo alongamento do caule. Muitas observações sugerem que as giberelinas podem ser produzidas por microrganismos, induzindo ou promovendo o crescimento de plantas hospedeiras. Azospirillum spp. apresentam um importante papel nos primeiros estágios de crescimento em gramíneas devido às giberelinas que produzem. - Etileno – a resposta das plantas a diferentes formas de estresse, inclusive infecções fitopatogênicas, envolve a produção endógena de etileno. Quando as células vegetais percebem as moléculas de etileno, desencadeiam processos de resposta ao estresse, levando à senescência as células próximas ao sítio de produção de etileno, pois embora seja considerada molécula mensageira secundária, estimula a senescência, a abcissão de frutos ou folhas, o desenvolvimento de doenças, a inibição do crescimento, a síntese de enzimas (quitinase) d) e antibióticos. Solubilização de fósforo Depois do nitrogênio, o fósforo é o segundo mineral limitante do crescimento vegetal. No solo há grandes reservas de P em formas insolúveis, que não podem ser utilizadas pelas plantas. Entre as bactérias presentes na rizosfera, algumas são capazes de secretar ácidos orgânicos e fosfatases que facilitam a conversão das formas insolúveis de P em formas disponíveis para as mesmas, disponibilizando o nutriente para as plantas hospedeiras . Diferentes espécies de bactérias foram identificadas como capazes de solubilizar compostos fosfatados inorgânicos, como Pseudomonas, Bacillus, Rhizobium, Burkholderia. Existem populações consideráveis deste grupo de bactérias nos solo e na rizosfera vegetal. A solubilização de fósforo está relacionada a fatores ambientais, como níveis nutricionais e interação com outros microrganismos do ambiente. O mecanismo mais comum de solubilização de fosfatos minerais consiste na ação dos ácidos orgânicos sintetizados pelas bactérias. A produção de ácidos orgânicos resulta em acidificação da célula microbiana e seu microambiente. Em conseqüência, o Pi é liberado do mineral pela substituição por Ca2+. O ácido mais frequentemente observado entre os solubilizadores de fosfatos é o ácido glucônico, mas foram observados também ácidos cetoglucônico, lático, isovalérico, isobutírico, acético, glicólico, malônico e succínico em diferentes espécies de bactérias . Quanto aos sistemas de produção agrícola, o sucesso na utilização de bactéria diazotróficas está relacionado à habilidade de selecionar, incorporar e manter populações benéficas no campo. A rotação de culturas e a forma de manejo da lavoura podem influenciar as populações microbianas do solo, sendo que se busca o desenvolvimento de sistemas de produção que beneficiem as populações de diazotróficos. Aplicações de protetores vegetais químicos, por sua vez, reduzem a quantidade e a qualidade de populações microbianas específicas . excelente [0.000] Discuta as principais modificações físico-químicas impostas pelo sistema radicular na rizosfera, e como estas podem afetar a microbiota do solo Os microrganismos são grandemente afetados pelas condições químicas e físicas do meio ambiente. A presença de microrganismos em determinado solo é função das condições ambientais dominantes e dos limites da sua bagagem genética. O sucesso de um organismo em qualquer habitat é função da extensão e da rapidez de suas respostas fisiológicas às condições ambientais predominantes. Limitações físicas e químicas aos microrganismos podem ocorrer nos solos, mas muitas espécies são capazes de se adaptar a essas condições. As condições abióticas, tais como luz, temperatura, umidade, entre outras, são muito importantes para a sobrevivência e desenvolvimento dos microrganismos. Quanto mais favoráveis forem as condições abióticas de um sistema, maior será a diversidade de microrganismos. Pode-se citar como exemplo no solo, a diferença existente entre as condições de solo não cultivado, onde a diversidade e quantidade de microrganismo é muito pequena e, sua maioria encontra-se em estado de dormência, de outro solo cultivado e, principalmente daquele rizosférico, que apresenta grande diversidade de microrganismos por ser mais enriquecido em nutrientes para o bom desenvolvimento desses, condições mais favoráveis de umidade, pH, matéria orgânica, maior potencial redox, etc. Portanto, tem-se maior diversidade microbiana em ambientes com condições abióticas que favoreça a maioria dos microrganismos, ou seja, condições medianas, que fuja de seus extremos tais como: temperaturas muito baixas ou muito elevadas, condições de seca ou de alagamentos, pH muito ácido ou alcalino demais. veja qual foi a pergunta, e se está respondendo. Estou perguntando especificamente sobre o que o sistema radicular muda nos aspectos físicoquímicos do solo, e você está falando em como estes aspectos influenciam a microbiota, de forma muito genérica, diga-se de passagem. [1.200] Discuta as principais perdas de carbono pelo sistema radicular, e suas consequências para a planta e os microorganismos da rizosfera As principais perdas de carbono pelo sistema radicular é através de exsudatos que apresentam diversidade química, com baixo peso molecular, geralmente solúveis em água, provenientes de diversos processos metabólicos, são liberados (sem gasto de energia)para os espaços intercelulares e em seguida para o solo. Secreções, apresentam peso molecular baixo ou alto, atravessam as barreiras das membranas com gasto de energia metabólica, liberados juntos com exsudatos, resultantes de processos metabólicos. Ambos são compostos orgânicos produzidos pelas plantas que são utilizados pelos microrganismos, a determinação dos compostos orgânicos excretados pelas plantas na rizosfera deve ser feita na ausência de microrganismos, isto é, em condições axênicas. O composto exsudado em maior quantidade pela maioria das plantas é a glicose, que é um dos compostos mais utilizados pelos microrganismos. Vários compostos exsudados de baixo peso molecular são voláteis a temperaturas e pressões ambientais; assim, eles podem difundir-se a distâncias além da rizosfera, influenciando os organismos do solo não rizosférico. Alguns desses compostos podem também ter efeitos alelopáticos. As mucilagens são polissacarídeos hidratados contendo ácidos galacturônicos (glicose, galactose, arabinose), têm distintas origens:hidrolisadas de polissacarídeos das paredes celulares e células descamadas das pontas das raízes, secretada por microrganismos,degradação bacteriana de paredes de células velhas ou mortas.Mucilagens têm aspecto gelatinoso (1 – 10 µm de espessura em solossecos e até 50 µm em solos úmidos). Lubrificam as raízes facilitando seu avanço no solo e servem como proteção dos microrganismos contra a dessecação.O Mucigel (matrix) são material gelatinoso na superfície das raízes que inclui mucilagens naturais, produzidas por microrganismos e plantas,produtos da matéria orgânica e colóides minerais. Apresenta efeito marcante na agregação do solo durante o crescimento radicular. Na nutrição vegetal, trocando íons e sendo fontes de prótons . Ambos, são compostos por polissacarídeos ácidos, por isso devem desempenhar importante papel. Lisados são compostos resultantes da autólise de células epidérmicas velhas ou senescentes.Sistema radicular e microrganismos do solo são similares na exsudação de compostos orgânicos dificuldade na quantificação de exsudatos separadamente. Glicose são composto excretado de forma predominante pelas raízes e mais utilizado pelos microrganismos edáficos. Compostos excretados por plantas em condições axênicas: 1) Ácidosorgânicos (acético, butírico, fumárico, glicólico, láctico, málico, oxálico,tartárico, valérico, propiônico, cítrico, succínico); 2) Carboidratos(arabinose, desoxiribose, frutose, galactose, glicose, maltose, manose,oligossacarídeos, rafinose, ramnosa, ribose, sacarose, xilose); 3)Derivados de ácidos nucléicos (adenina, citosina, guanina, uridina); 4)Fatores de crescimento (biotina, niacina, colina, inositol, pantotenato,piridoxina, tiamina, calisteginas); 5) Enzimas (invertases, oxirredutases,fosfatase, protease, urease, amilase, celulase, liase, transferase); 6)Outros compostos (auxinas, glutamina, glicosídeos, peptídeos,saponinas, flavonóides, aleloquímicos, substâncias fluorescentes). ok, mas não lembrou de discutir uma muito importante em várias culturas que é a renovação do sistema radicular... em cana por exemplo, quase todo o sistema radicular é renovado após o corte, e portanto o C que estava lá é perdido pela planta [0.500] Relacione a resistência a herbívoros e a fitopatógenos foliares de acordo com Choudhary et al (2011). A comparação entre herbívoros e planta vem sendo feita com a indução de voláteis de plantas a herbívoros e um extintor as defesas das plantas e duas classes de sinalização de moléculas, C6 voláteis de folha verdes e C4 voláteis bacteriano que aumentam as defesas, assim a capacidade de mobilizar as respostas de defesa celular quando as plantas são confrontadas com herbívoro / patógeno a ataques. embora essencialmente correta, muito superficial, e simplesmente não deu para avaliar se VOCÊ entendeu o que estava tentando dizer. [0.500] Considerando a definição mais usual para rizosfera, faz sentido dizer que uma amostragem de solo foi conduzida nela? Justifique sua posição, e caso discorde indique como esta amostragem deveria ser conduzida. Não. A avaliação da biota do solo envolve a determinação da diversidade de espécie ocorrentes, a densidade, e a atividade destas espécies. Nesta determinação vários passos devem ser seguidos: amostragem da área estudada, o transporte e armazenamento da amostra, pré-incubação da amostra (para o restabelecimento e equilíbrio da atividade), preparo do material ser utilizado (vidrarias, meio de cultura, soluções etc.). As avaliações requerem algumas técnicas de esterilização, para sementes e nódulos é necessário fazer uma desinfestação superficial, a qual não necessitaria de uma esterilização, diferentemente para outros tipos de avaliação onde é necessário se fazer para eliminar qualquer tipo de contaminante. Dentre essas avaliações, elas podem ser diretas: neste tipo de avaliação pretende-se observar os organismos como ocorrem em seu habitat. Podem ser citados como exemplos: – avaliação da nodulação de raízes por rizóbios em leguminosas, e galhas formadas por nematóides que não são destacadas facilmente com nódulos – biomassa e densidade de macrofauna: contagem dos organismos maiores; – observações do número de forma de células, esporos, hifas e outras estruturas microbianas em microscópios – raízes colonizadas por fungos micorrízicos arbusculares. As amostras podem ser tratadas com corantes e fixadas; indiretas: nestas avaliações os processos de extração são mais complexos, abrangendo: Cultivo em meios nutritivos (por sua facilidade de execução é um dos métodos mais utilizados para avaliação de densidade, embora sofra limitação séria, pois se estima que 1% dos organismos do solo seja cultivável em meios artificiais. Assim contagens por este método apresentam sempre resultados subestimados da densidade de organismos do solo. A avaliação de determinado organismo em meio de cultura deve considerar seus requerimentos específicos nutricionais. Por exemplo, organismos fototróficos não necessitam de fonte de carbono orgânico no meio, mas apenas macro e micronutrientes e luz. Meios de cultura também são utilizados para seleção de organismos tolerantes a determinados estresses ou avaliação destes em amostras. Para isso o fator de estresse fará parte da composição do meio, como por exemplo: inibidores que eliminem a competição de outros grupos com o grupo alvo, por exemplo: actidione é inibidor de fungos, e fenol inibe o crescimento de bactérias. Uma vez crescidos no meio de cultura, os organismos alvos podem ser isolados em cultura pura, ou seja, separados de uma população microbiana mista, por repicagens (transferências sucessivas) de colônias isoladas para meio de cultura em placa onde as colônias podem ser distinguidas por suas características fenotípicas (morfológicas, fisiológicas e bioquímicas) e genéticas específicas de acordo com o objetivo do estudo). Boa parte das características genéticas requer grande quantidade de DNA adequado para sua análise que podem ser obtidas através do PCR, que é a amplificação de fragmentos específicos do DNA. Para o s procariotos as características genéticas são fundamentais para sua identificação quanto a espécie, apesar de que os estudos genéticos esta aumentando cada dia. Contagem de microrganismos em meios nutritivos: a contagem dos microrganismos tem como primeiro passo a diluição sucessiva da amostra em água ou soluções salinas estéreis. De cada diluição, ou de diluições selecionadas, retiram-se alíquotas de volume conhecido (0,1; 1mL, etc.) para transferência para o meio de cultivo que pode ser líquido ou sólido. Posteriormente as placas devem ser colocadas em local adequado para o seu crescimento, normalmente são utilizadas incubadoras que permitem o controle da temperatura e do fotoperíodo. Após o crescimento das colônias faz-se a contagem multiplicando o número obtido pelo fator de diluição. Biomassa microbiana: os principais métodos empregados atualmente para a avaliação da biomassa microbiana (BM) são da fumigaçãoincubação e fumigação-extração. Nos dois métodos é necessário remover do solo resíduos de fauna e de raízes (biomassa microbiana). Os resíduos grosseiros são retirados manualmente e por peneiramento. Fumigação-incubação: este método baseia-se nas seguintes premissas: a) a fumigação do solo mata a BM e não afeta a matéria orgânica morta;b) o número de organismos mortos na amostra não fumigada é negligível comparando àquele da amostra fumigada; o método tem por princípio a exposição do solo a clorofórmio puro por 24 horas. Após este procedimento o fumigante é removido em bomba de vácuo. Amostras de solo fumigadas e não fumigadas são incubadas a 25º C por 10 dias com 50% da capacidade de campo em frascos separados contendo NaOH ou KOH 1M, que vai capturar o CO2 resultante da respiração decorrente do crescimento dos organismos vivos que utilizam como substrato os organismos mortos pela fumigação. Fumigação e extração: neste método a amostras não são incubadas, o carbono liberado pela morte dos microrganismos pelo clorofórmio é determinado por extração (K2SO4), oxidação e digestão química seguidas de titulação. Os métodos apresentam limitações, vantagens e desvantagens. A simplicidade e o fato de que valores de taxa de respiração microbiana (liberação de CO2) também podem ser determinados são as principais vantagens do método CFI, e como limitação, destaca o fato de que ele não deve ser utilizado em área que recebeu adição recente de material orgânico; solo com pH em água inferior a 5,0 e a escolha do controle que melhor expresse o nível de respiração basal do solo. Quanto ao CFE, a principal vantagem é que não há dependência do estado fisiológico da população microbiana do solo. Quanto às desvantagens, destaca-se o fato de que na ausência de um analisador total de carbono, os procedimentos analíticos para determinação do C extraído das amostras são mais complexos e trabalhosos, envolvendo a utilização de produtos tóxicos. Biomarcadores: conhecidas como moléculas- assinatura, que são componentes químicos das células microbianas e de seus produtos extracelulares. São extraídos do solo de modo geral por métodos específicos, que presumem 100% de eficiência de extração e analisados por diferentes técnicas que requerem equipamentos sofisticados. Isolamento e identificação do DNA do solo: a análise do DNA pode ser feita diretamente do solo ou é feita a extração do microrganismo do solo e depois se extrai o DNA. A extração direta do DNA do solo envolve: a lise das células, separação do DNA de outros componentes celulares, tais como, polissacarídeos e proteínas purificação do DNA e precipitação. Já existe no mercado kits para extração de DNA do solo de maneira mais rápida e simples, por outro lado tem o custo elevado. A caracterização do DNA extraído pode ser feita por diversas técnicas simples ou combinadas: a)hibridização do DNA-DNA; b)polimorfismo em comprimento de fragmentos obtidos por restrição enzimática. O DGGE e o TGGE é uma técnica onde ambas o DNA é extraído de amostras de solo com comunidades mistas e fragmentos de DNA específicos (16S rDNA) são amplificados por PCR. A técnica de microarranjos de DNA pode ser usada para avaliar o genoma completo de um único organismo, tanto para expressão gênica e para descoberta de novos genes. Uma das limitações para a análise da diversidade são os “primers” usados na reação de PCR, os quais devido à especificidade para um grupo filogenético restringem a avaliação da riqueza (número de espécies). A proporção entre indivíduos é outro parâmetro que não pode ser analisado pelas técnicas disponíveis. Atividade biológica: a atividade biológica pode ser definida como toda reação bioquímica catalisada pelos organismos do solo que pode resultar também em atividade física, como no caso do efeito da excreção de polissacarídeos na agregação do solo. As atividades microbianas podem ser divididas em dois tipos: gerais e específicas. As gerais são aquelas provenientes de todos ou quase todos os microrganismos do solo, como a respiração, e a produção de calor. As atividades específicas são realizadas por grupos específicos, como os fixadores de nitrogênio, desnitrificadores, amonificadores, nitrificadores e metanogenicos. Essas atividades podem ser feitas diretamente no campo(in situ), sob condições naturais. Respiração: é um dos mais antigos parâmetros para quantificar a atividade microbiana. Representa a oxidação da matéria orgânica por organismos aeróbios do solo, que utilizam o oxigênio e CO2, podendo ser avaliada tanto pelo consumo de O2como pela produção de CO2. A determinação do O2 pode ser feita por cromatografia gasosa, e a do CO2 por titulação, cromatografia gasosa. Pode se medir a respiração basal da amostra adicionando-se uma fonte orgânica específica, exemplo, a glicose. Através de dados de respiração pode-se calcular o quociente metabólico, visto que esse índice pode contribuir para avaliação da qualidade do solo. ATP: é o mais importante agente acoplando processos exergônicos, que liberam energia, e endergônicos, que consomem energia, nas células. Produção de calor: A atividade metabólica pode ser determinada usando-se um microcalorímetro que detecta mudanças de até 106 ºC em relação a uma amostra esterilizada como referência. Atividades enzimáticas: várias atividades enzimáticas microbianas podem ser utilizadas para avaliar a biomassa microbiana do solo. Como exemplos destas enzimas podem ser citadas: -Desidrogenase: é medida através da taxa de redução do cloreto de trifeniltetrazolium para trifenil formazan que é estimado colorimetricamente; - Nitrogenase: é responsável pela fixação biológica do N2, sendo encontrada apenas em procariotos. Catalisa também outras reações, como por exemplo a redução do acetileno para etileno, que é muito utilizada em estudos diazotrópicos. O princípio deste método é a quantificação do etileno formado durante a incubação das amostras de solo ou raízes noduladas ou não, com acetileno dentro dos recipientes hermeticamente fechados a temperatura de 20 a 30 ºC. O etileno produzido é avaliado por cromatografia gasosa. Semidiretas: esse tipo de avaliação, as amostras do solo são submetidas a algum processo ou tratamento mais complexo que causa pouca ou nenhuma alteração na característica a ser estudada. Células ou componentes celulares são tratados com corantes fluorescentes, com ou sem antígenos específicos ou ligados a sondas genéticas, que são segmentos de DNA específicos marcados com corantes fluorescentes ou por radioatividade, utilizadas para detectar a presença de uma seqüência complementar de DNA ou RNA através da hibridização, para visualização em microscópio especifico. e isto por conta da primeira palavra de sua resposta, que foi a ÚNICA ligada com a pergunta. Eu não perguntei nada sobre métodos para avaliação da microbiota do solo, e sim sobre a rizosfera, que aliás é o tema do capítulo até onde me consta. Isto não quer dizer que o resto esteja errado, mas sim que não tem a menor relação com o que perguntei [2.400] Resuma o capítulo de modo a permitir um bom entendimento geral. A rizosfera é, pois, uma fonte de bactérias produtoras de metabólitos secundários, como auxina, antibióticos, ácidos, enzimas extracelulares etc. Algumas dessas bactérias são potentes agentes de controle de fungos patogênicos que atacam o sistema radicular, destacando-se principalmente bactérias do gênero Pseudomonas. As raízes apresentam principais funções na planta de suporte e absorção de água e de nutrientes e no solo são mediadas por meios da liberação de diversos tipos de matéria orgânica oriundos da fotossíntese, sendo esses fotossintatos tranlocados das folhas até as raízes através do floema. As raízes tem efeitos significativos sobre o solo que contribuem para alterar tanto as características físicas, químicas ou biológicas a seu redor. A rizosfera é a zona de influência das raízes que vai desde sua superfície até uma distância de 1 a 3 mm.As propriedades físico-químicas da rizosfera tem elevada estabilidade, que, associadas ao fornecimento constante se substratos orgânicos e fatores de crescimento, favorecem intensa atividade metabólica das populações, influenciando direta e positivamente o tempo de geração microbiano. Os compostos orgânicos depositados na rizosfera podem ser separados nos compostos liberados de células vivas para o solo e os liberados de tecidos senescentes ou mortos, sendo divididos como: exsudados, secreções, mucilagens ( tem importante função de lubrificação enquanto as raízes avançam no solo e também é um sítio importante de proteção dos microrganismos contra a dessecação), mucigel, lisados. Os exsudatos e secreções são compostos orgânicos produzidos pelas plantas que tem alta diversidade. Como esses compostos são utilizados pelos microrganismos e também podem ser produzidos por eles, a determinação dos compostos orgânicos excretados pelas plantas na rizosfera deve ser feita na ausência de microrganismos, isto é, em condições axênicas. O composto exsudado em maior quantidade pela maioria das plantas é a glicose. A mucilagem e o mucigel tem grupos carboxílicos e outros sítios de troca de ânions e cátions, pois são compostos por polissacarídeos ácidos, por isso devem desempenhar importante papel na nutrição vegetal, trocando íons e sendo fontes de prótons. Sua natureza hidrofílica relacionada com o grau de hidratação afeta a movimentação de íons a serem adsorvidos pelas plantas. Os materiais orgânicos depositados na rizosfera, além de serem extremamente diversos, variam em quantidade e qualidade, dependendo de diversos fatores como: espécie vegetal, idade e vigor das plantas, tipo de solo e fatores ambientais, como luz, temperatura e umidade. Os fatores que influenciam positivamente a fotossíntese influenciam positivamente a quantidade de exsudados, portanto, plantas mais vigorosas e mais velhas e plantas em solos ricos em nutrientes e sob condições ambientais ótimas, tendem a exsudar maiores quantidades de compostos orgânicos. Em relação aos fatores físico-químicos da rizosfera o pH é o que mais altera, influenciado não só pela extrusão de H+ ou HCO3-, mas também pelos exsudatos radiculares, absorção de nutrientes pelo sistema radicular e processos como fixação biológica de N2, tentendo a liberar prótons e reduzir o pH rizosférico devido a incorporação de N2 como NH3.A pressão parcial de oxigênio e a de gás carbônico da rizosfera são diferentes do solo não rizosférico devido à intensa respiração não só das raízes como da comunidade microbiana da rizosfera. O potencial hídrico na rizosfera varia bastante e é influenciado pela planta, pois depende do gradiente existente entre folhas e raízes, que é influenciado pelos fatores climáticos e edáficos. Esse potencial para bactéria endofídicas for elevado, podem diminuir a atividade da nitrogenase em nódulos formados por rizóbios em leguminosas. A osmolalidade da solução do solo rizosférico é mais elevada que no não rizosférico, como consequência da exclusão de solutos durante a absorção de água pelas raízes, liberação de exsudatos radiculares e de exopolímeros, tanto pelas raízes como pelos organismos.Os microrganismos rizosféricos podem se dividir em oportunistas e estrategistas. Os oportunistas são pequenos, de crescimento rápido, tem alta capacidade competitiva e localizam-se, principalmente nas raízes mais novas. Os estrategistas são maiores, tem crescimento mais lento e alta longevidade, são especializados e predominam nas raízes mais velhas. A comunidade microbiana pode variar em função da espécie vegetal, tipo de solo e cultivar vegetal, pois estes influenciarão compostos orgânicos exsudados em quantidade e qualidade, os quais, selecionarão ou fornecerão grupos nutricionais de organismos específicos na rizosfera. Na rizosfera, podem ocorrer diversas substâncias alelopáticas que inibem ou estimulam os microrganismos, além de outras que atuam como sinais moleculares em simbioses mutualístas ou parasíticas de microrganismos e plantas. Essas substâncias são essenciais para o crescimento, mas desempenham papel importante nas interações entre organismos e no estabelecimento e na manutenção das comunidades vegetais terrestres. Várias dessas subst6ancias servem de comunicação entre raízes de espécies vegetais vizinhas, entre raízes e insetos e raízes e microrganismos. A diversidae da cobertura vegetal do solo poderá favorecer a diversidade microbiana, pois, quanto maior a divresidade vegetal, maior a de compostos orgânicos secretados/ excretados, os quais, favorecerão o crescimento de organismos com requerimentos nutricionais mais diversos. Os microganismos endófitos são aqueles microrganismos que habitam o interior das plantas, sendo encontrados em órgãos e tecidos vegetais como as folhas, ramos e raízes. Esta comunidade endofítica é constituída principalmente por fungos e bactérias, e ao contrário dos microrganismos patogênicos, não causam prejuízos aos seus hospedeiros. Muito pelo contrário, os endófitos podem desempenhar relevante função para a sanidade vegetal, já que atuam como agentes controladores de microrganismos fitopatogênicos, além de poder funcionar também no controle de insetos e até proteger a planta contra herbívoros. Os endofídicos apresentam uma vantagem em relação aos organismos da ectorrizosfera ou de outras zonas externas aos órgãos vegetais, pois não estão sujeitos à interferência da garnde variação dos fatores químicos, físicos e biológicos que ocorrem nessas zonas e que podem afetar os processos mediados por eles. Os microrganismos causam efeitos morfológicos e fisiológicos diversos nas plantas como: danificação dos tecidos radiculares, alterações no metabolismo, utilização de certos componentes dos exsudatos, excreção de enzimas, toxinas e antibióticos e alteração na disponibilidade, acessibilidade e assimilação de nutrientes minerais, podendo ser benéficos como a decomposição e mineralização da matéria orgânica, fixação biológica de N2, dentre outros e maléficos como desnitrificação, redução de sulfato dentre outros. As rizobactérias promotoras do crescimento de plantas (RPCPs) constituem um grupo muito amplo de microrganismos, uma vez que sob essa designação incluem-se quaisquer bactérias que vivam na rizosfera e afetem beneficamente o crescimento de uma ou mais espécies vegetais. Muitos fatores como pH, temperatura, disponibilidade de nutrientes e composição e quantidade de substratos na rizosfera podem afetar essa síntese por microrganismos. Os mecanismos responsáveis pela solubilização encontram-se associados à excreção de ácidos orgânicos, com consequente diminuição do pH. As espécies vegetais através de efeito rizosférico diferenciado, além de outros efeitos ambientais, também podem influenciar e favorecer as populações solubilizadoras, contribuindo assim para nutrição do vegetal. O efeito microbiano sobre a absorção de nutrientes pode ser elevadodevido a processos microbianos como FBN, micorrizas e solubilização de minerais que diponibilizam nutrientes em maior quantidade para as plantas. Em condições de baixa disponibilidade de nutrientes, os microrganismos podem competir com as plantas por nutrientes, ocasionando diminuição do seu conteúdo nos tecidos vegetais e consequente deficiência de elementos nas plantas, ocorrendo devido o tempo de geração dos microrganismos que é muito menor do que as células das raízes, causando uma incorporação mais rápida de nutrientes na biomassa microbiana. Nas reações de qualação e complexação de metais, os sideróforos tem afinidade por Fe formando quelatos com esse elemento, tornandoo assim menos disponível, principalmente para patógenos que ocorrem na rizosfera, sendo, portanto, um dos mecanismos de controle biológico. Os patógenos são microrganismos que causam desordens no metabolismo nutrição e/ou fisiologia das plantas resultando em: redução de crescimento e fotossíntese, aumento da respiração, alteração do metabolismo, interferência no sistema energético e translocação de nutrientes, alteração na pemeabilidade de membranas e teores hídricos, entre outros. As tecnologias microbianas envolve a RPCO que são bactéria que vivem na rizosfera sem estabelecer relações simbióticas com plantas; produzem substâncias promotoras de crescimento vegetal; interferem na nutrição de plantas; fazem controle biológico de fitopatógenso através de: produção de siderófors, HCN e/ou antibióticos, enzimas extracelulares e competição por nutrientes e sítios de infecção; são competidores eficientes que deslocam outros organismos. Uma função importante das RPCO é o controle biológico através da introdução de antagonistas a determinado patógeno pela inoculação de sementes, além do controle biológico o estabelecimento de organismos benéficos na rizosfera é o fenômeno das microbiostases que são propágulos de microrganismos que não germinam e se germinam não crescem ou ocorre disfunção no crescimento ou reprodução. O sucesso das tecnologias microbianas aplicadas ao ambiente rizosférico, depende do conhecimento dos diversos fatores físicos, químicos e biológicos, e da interação entre eles. tenha pena do leitor e faça uns parágrafos para facilitar a leitura. fora isto, bastante completo. Tive dificuldade de ler, realmente. [1.500] Discuta os principais aspectos do diagrama conceitual de relação microorganismo-planta no estresse ambiental (Grover et al, 2011), relacionando com os estresses específicos que poderíamos esperar que fossem afetados por alguns dos mecanismos. Além de microorganismos desenvolver também mecanismos podem conferir de tolerância algum grau ao de estresse, tolerância às plantas para estresses abióticos como a seca, refrigeração, salinidade, toxicidade do metal, e alta temperatura. As bactérias pertencentes a diferentes gêneros, incluindo Achromobacter, Bacillus ,Rhizobium, Pseudomonas, Burkholderia, Azospirillum, Microbacterium, Methylobacterium, Enterobacter etc têm sido relatadas por fornecer tolerância para hospedar plantas em diferentes ambientes de estresse abiótico.Uso desses microorganismo pode abrir uma nova e emergente aplicação de microorganismos. Uma variedade de mecanismos têm sido proposto provocando tolerância ao estresse nas plantas. Produção de ácido indolacético, giberelinas e alguns determinantes conhecidos por PGPR, resultam em aumento no comprimento da raiz, na superfície da raíz, levando a uma maior captação de nutrientes melhorando assim o desenvolvimento das planta sob condições de estresse. Bactérias promotoras do crescimento de plantas têm sido encontradas para melhorar o crescimento. Algumas cepas de PGPR produzem citocinina e antioxidantes, que resultam em ácido abscísico (ABA) acumulando e degradando espécies reativas de oxigênio. Atividades das enzimas com alta antioxidação estão ligadas a tolerância ao estresse oxidativo. Inoculação de Azospirillum brasilense no trigo sob estresse hídrico resultou em um melhor conteúdo de água e um resultado adicional em melhorar o rendimento e qualidade mineral na colheita de grãos. Muitos aspectos das plantas são regulados pelos níveis de etileno e está sujeito a regulamentação rigorosa, envolvendo fatores transcricionais e pós-transcricional regulada por estímulos ambientais, incluindo estresses bióticos e abióticos. Na via de biossíntese de etileno, S-adenosilmetionina (S-AdoMet) é convertido por 1sintase aminociclopropano-1-carboxilato (ACS) para 1-aminociclopropano-1- carboxilato (ACC), o imediato precursor de etileno. Sob condições de estresse, o etileno na planta regula a homeostase e resulta em redução de raiz e parte aérea. Na presença de ACC deaminase produzido pelas bactérias, as plantas com ACC é seqüestrada e degradada pelas células bacterianas para abastecer nitrogênio e energia. Além disso, através da remoção de ACC, as bactérias reduz o efeito deletério de etileno, melhorando estresse vegetal e promovendo o crescimento da planta . As interações complexas e dinâmicas entre os microorganismos, raízes, solo e água na rizosfera induz alterações nas propriedades físico-químicas e estruturais do solo. Polissacarídeos microbianos pode ligar as partículas do solo para formar macroagregados e microagregados. As raízes entre das plantas se microagregados Plantas tratadas encaixam e, com nas assim, hifas fúngicas estabilizam bactérias nos poros macroagregados. produtoras de exibição aumentam a resistência ao estresse hídrico do solo, devido à melhoria da estrutura podendo vincular o Na+, tornando-o indisponível para as plantas sob condições salinas. que Esses algumas tolerância ao rendimentos proteínas estresse, em que ambos Rizobactérias que condições de estresse, servir como e pode estudos são capazes também e habitam se ao os tendem promotores confirmaram traduz ser melhor mais fornecer ao estresse locais a de grão à adaptável crescimento melhorando ambiente expostos das ampla natural. freqüentes ou tolerantes plantas sob condições estressantes. o que diabos é uma bactéria produtora de exibição pelamordedeus? resposta muito, muito confusa. Sugiro fortemente que ao terminar de escrever alguma coisa, revise para clareza. [0.500] Discuta os principais mecanismos pelos quais microorganismos endofíticos aumentam o desempenho vegetal. O emprego de microrganismos em práticas agrícolas tem aumentado substancialmente nos últimos anos, pois tanto na promoção de crescimento vegetal como no controle biológico de pragas e doenças de plantas entre outras aplicações, eles se constituem em substitutos de produtos químicos, favorecendo desta maneira a preservação do ambiente.Microrganismos endofíticos têm apresentado a capacidade de estimular o crescimento das plantas por mecanismos diretos (fixação de nitrogênio e/ou produçãodefitohormônios) e por mecanismos indiretos (antagonismo contra patógenos ou resistência a drogas). É possível que bactérias epifíticas ou endofíticas possam promover o aumento de produtividade da planta por sintetizar substâncias que atuam na regulação do crescimento e/ou por fixar nitrogênio atmosférico. Os hormônios vegetais são reguladores naturais de crescimento das plantas, concentrações. Os influenciando os processos fisiológicosembaixas fitohormônios podem ser classificados como auxinas (diferenciação celular, crescimento radicular, promovem crescimento dos frutos e controlam a abscisão), citocininas (regu- laçãodocrescimento, diferenciação e senescência vegetal), giberelinas (divisão e alongamento celular, interrompem a dormência e aumentam o desenvolvimento dos frutos), ácido abscísico (regulação da transpiração, na quebra da dormência e no desenvolvimento inicial das sementes) e etileno (amadurecimento dos frutos, abscisão de folhas, flores e frutos, e expressão do sexo feminino). embora tenha listado os mecanismos mais comuns, listar não é discutir, que foi o que pedi [1.000] Discuta alguns dos mecanismos de atuação dos PGPR segundo Choudhary et al (2011) Rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (PGPR - Plant GrowthPromoting Rhizobacteria) atuam basicamente por meio da supressão de patógenos, liberação de hormônios de crescimento (AIA, giberilina), tolerância a estresses abióticos, indução de resistência sistêmica e fornecimento de nutrientes (N, P) para a promoção do crescimento das plantas. A proteção das plantas contra a ação de patógenos de solo se dá pela competição gerada na rizosfera entre estes microrganismos e a microbiota não patogênica (Pseudomonas, Bacillus entre outros). Esta competição geralmente ocorre pela disponibilidade de nutrientes, pela secreção de antibióticos e enzimas líticas, e pela estimulação das defesas da planta. Com isso podemos concluir a importância da manutenção da diversidade microbiana no solo. Sistemas de monocultivo tendem a selecionar grupos específicos de microrganismos no solo, sendo que grande parte destes, são microrganismos patogênicos. Portanto, a utilização deste tipo de manejo proporciona a diminuição de todos os mecanismos acima citados que reduzem a microbiota patogênica e promovem menor desenvolvimento das plantas com resposta na produtividade das culturas. Em condições de estresse abiótico (seca, salinidade, temperaturas elevadas etc.) diferentes espécies de bactérias podem auxiliar as plantas a enfrentar estas condições. Dentre Pseudomonas, estas bactérias Burkholderia, podemos Azospirillum, citar Rhizobium, Enterobacter entre Bacillus, outras. Um conhecido mecanismo contra a seca ou veranicos corresponde ao aumento do sistema radicular das plantas. Com este fato podemos destacar que diversas bactérias secretam hormônios como AIA e giberilina, os quais promovem o crescimento radicular, a área de superfície da raiz e o número de raízes proporcionando maior absorção de nutrientes e água pelas plantas, o que ocasiona maior crescimento e menor susceptibilidade as condições adversas do clima. Também existem bactérias que podem induzir resistência em plantas pela liberação de substâncias como o “1-aminocyclopropane-1-carboxylate (ACC) deaminase” o qual confere tolerância às plantas contra a seca e a salinidade. A tolerância a seca e a salinidade também foi evidenciada pela produção de prolina em plantas transgênicas que tiveram a inserção do gene proBA oriundos de Bacillus subtilis. Em milho também foi evidenciado aumento à tolerância a salinidade pelo aumento do contudo de prolina, redução extrusão de eletrólitos, manutenção do conteúdo de água nas folhas e absorção seletiva de K+ em milho pela co-inoculação Estresses oxidativos também de podem Rizobium ser e reduzidos Pseudomonas. pela utilização de microrganismos. Em experimento com alface a co-inoculação de Pseudomonas mendocina e Glomus intraradices ou G. mosseae aumentou a ação da enzima catalase oxidativa sob condições severas de seca e com isso pode-se diminuir as injúrias e efeitos deletérios ocasionados na planta pela ação do estresse oxidativo. A acumulação de Glutationa e ascorbato confere proteção e manutenção das funções metabólicas das plantas sobre estresse hídrico. Baixa concentração dessas substância foram evidenciadas em plantas de lavanda inoculadas com G. intraradices, o que conferiu alta tolerância das plantas a seca. Por último, segundo os autores do artigo as PGPR podem promover o crescimento de plantas pela mediação de sinais químicos que estimulam as defesas da planta contra doenças e pragas. Esse efeito “priming” da resistência das plantas tem custo mínimo e não afeta o seu crescimento. Esse sistema consiste na liberação de substâncias voláteis de diversos tipos de rizobactérias como: Paenibacillus alvei, Acinetobacter lwoffii, Curtobacterium sp., Arthrobacter oxidans etc. os quais atuam como sinais para as plantas que mobilizam as defesas celulares. ok, mas veja seus primeiro e último parágrafos. No primeiro diz que O (portanto único) mecanismo de atuação de PGPR no controle de patógenos é pela competição por nutrientes, enquanto no último menciona a indução de resistência sistêmica. Sempre é uma boa idéia planejar o que vai dizer, antes de começar a escrever, para evitar este tipo de problema [2.400] Resuma o capítulo de modo a permitir um bom entendimento geral. A rizosfera compreende a parte do solo que interage diretamente com a raiz, sendo sua interação principal a busca por nutrientes e água e o suporte vegetal. Neste processo de busca por nutrientes as raízes não se encontram passivas ao solo, estas podem, de acordo com suas necessidades, desencadear processos de alcalinização ou acidificação do solo visando à obtenção de maior quantidade de nutrientes que se encontram disponíveis na forma aniônica ou catiônica, respectivamente. Além disto, estes órgãos possuem efeitos significativos sobre as características físicas, químicas ou biológicas ao seu redor. A rizosfera corresponde à porção do solo interage com as raízes e pode ser modificada por esta, o que corresponde a uma região de aproximadamente 1-3 mm partindo da superfície da raiz (rizoplano). O ambiente rizosférico é abundante em nutrientes para os microrganismos, exsudatos radiculares, por isso nestes ambientes os microrganismos como Pseudomonas e Bacillus possuem taxa de “turnover” de 15 e 2,5 vezes maior na rizosfera do que no ambiente adjacente. Como principais efeitos das raízes sobre as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo podemos citar: (a) efeitos químicos: redução do potencial osmótico, modificação do pH (até duas unidades), liberação de compostos voláteis inibidores e alelopáticos, liberação de exsudatos, mucigel etc., liberação de compostos quelantes e fatores de crescimento etc; (b) físicos: atuação na agregação das partículas do solo, criação de potencial de água negativo etc. e (c) biológicos: favorece a proliferação de atividade de microrganismos específicos responsáveis por ciclos biogeoquímicos, de ciclagem de nutrientes etc. Diversas são as substâncias depositadas na rizosfera pelas raízes. Estas substâncias podem ser classificadas em dois grupos: os liberados de células vivas para o solo e os liberados de tecidos senescentes ou mortos. Sendo divididos nas categorias: (a) exsudatos: substâncias com grande diversidade química e baixo peso molecular que são excretadas das raízes passivamente mediante apoplasma; (b) secreções: substâncias com baixo ou alto peso molecular que atravessam a membrana plasmática com gasto de energia; (c) mucilagens: são polissacarídeos hidratados contendo cadeias de galactose e ácidos e ácidos poligaracturônicos. Sua origem é diversa podendo ser secretado pelo complexo de Golgi, pela hidrólise de polissacarídeos da parede celular etc.; (d) mucigel ou matrix: consiste no material gelatinoso da superfície das raízes que pode ter origem microbiana ou ser produto da própria raiz e (e) lisados: substâncias originadas da autólise de células epidérmicas velhas ou senescentes. Os exsudatos e secreções são compostos diversificados produzidos tanto pela planta quanto pelos microrganismos. Estas substâncias compreendem aminoácidos, ácidos orgânicos, carboidratos etc., sendo que o composto que é mais exsudado pelas plantas corresponde à glicose. A mucilagem e o mucigel possuem grupos carboxílicos (COO-) e outros sítios de trocas de ânions e cátions, fato que pode evidenciar a sua importância na nutrição vegetal pela troca de íons no solo. Um dos papéis da mucilagem sobre as raízes corresponde ao seu papel na lubrificação, fato que facilita a penetração das raízes no solo e pela ação protetora das raízes contra a dessecação. A deposição de substâncias na rizosfera (exsudatos, mucigel, lisados etc.) é influenciada por fatores como: a espécie vegetal, bem como a sua idade, vigor da planta, tipo de solo e fatores ambientais como: luminosidade, temperatura e umidade. Desta forma, a fotossíntese esta intimamente ligada com a exsudação, ou seja, quanto maior for à taxa de fotossíntese maior será a quantidade de exsudatos na rizosfera. De forma geral, leguminosas estão associadas à maior exsudação de aminoácidos enquanto que gramíneas estão associadas à exsudação de carboidratos. Uma diferença marcante entre espécies vegetais e seu potencial de exsudação de compostos corresponde à forma do seu sistema radicular. Diversos são estes: pivotante, fasciculado, seminais, basais, raízes adventícias, laterais etc., portanto, causando influxo diferencial de nutrientes para as raízes, tanto no tempo como no espaço. A alteração do pH da rizosfera corresponde ao processo físico-químico com mais destacada alteração proporcionada pelas raízes. Este processo consiste na liberação de H+ e HCO3-, além de exsudatos, absorção de nutrientes e processos como a FBN. O mecanismos de alteração do pH rizosférico esta relacionado com a absorção de nutrientes pela planta. A absorção de cátions ocasiona a liberação de H+ para o solo reduzindo o pH, enquanto que a absorção de ânions libera HCO3que alcaliniza o solo. Portanto, desbalanço nesta relação devido a modificações na nutrição mineral da plantas ou no caso das leguminosas a FBN, pode favorecer o aumento ou rebaixamento do pH da rizosfera, sendo que esta mudança pode influenciar grande parte da microbiota da rizosfera a qual é sensível ao pH como: Nitrossomonas e Nitrobacter, por exemplo. Além do pH, a osmolalidade é um fator de importância para os microrganismos da rizosfera. Este fato é divido a exclusão de diversos solutos em função da absorção de água pelas plantas e liberação de exsudatos tanto pela planta quanto pelos microrganismos. Este fato cria um potencial osmótico que pode favorecer a lise das células microbianas, sendo necessário que estas desenvolvem mecanismos contra a osmolalidade, dentre eles podemos citar: a produção de solutos compatíveis e a produção de osmoprotetores. A densidade e diversidade de microrganismos na rizosfera são muito elevadas. A diversidade de microrganismos pode chegar a ser mais de mil vezes superior do que a do solo não rizosférico, sendo que a principal razão deste fenômeno é devido à grande quantidade de exsudatos (carboidratos, aminoácidos etc.) que são fonte de alimento para os microrganismos, portanto, este é o motivo da rizosfera ser considerada o paraíso nutricional microbiano. Contudo, casos como os de algas fotossintetizantes não se enquadram neste contexto, sendo que seu desenvolvimento pode ser tão bom fora da rizosfera quanto dentro dela. Os microrganismos rizosféricos podem ser divididos em oportunistas e estrategistas, sendo que os primeiros são de crescimento rápido e de alta capacidade competitiva colonizando as raízes mais novas, enquanto que o segundo possuem crescimento mais lento e maior tempo de vida e colonizam preferencialmente, raízes mais velhas. A espécie vegetal pode também ser um fator de seleção da comunidade microbiana exercendo esta seleção pela quantidade e qualidade dos exsudatos na rizosfera. Outro fator de alteração da comunidade microbiana corresponde ao manejo do solo. Solos sob diferentes sistemas de manejo terão comunidades microbianos diferentes. Substâncias alelopáticas na rizosfera também podem exercer este efeito de inibição ou estímulo a alguns microrganismos. Os compostos aleloquímicos podem ser liberados da planta por volatilização, lixiviação, decomposição de resíduos ou pela exsudação das raízes. Os aleloquímicos mais expressivos são os ácidos fenólicos e seus derivados (terpenóides, cumarinas, flavonóides etc.). Alguns aleloquímicos são inibidores fúngicos como: catecol e ácido solicílico e de bactérias como: faseolina e taninos. O processo que ocasiona a atração ou repulsão de fungos e bactérias para a rizosfera é denominado de quimiotaxia, sendo controlado pela qualidade dos exsudatos radiculares. O microrganismos que habitam a endorrizosfera colonizando os tecidos vegetais são denominados de endofíticos. A interação destes microrganismos com as plantas se dá por mecanismos de compatibilidade morfológica, bioquímica e fisiológica. A vantagem dos microrganismos endofíticos em relação aos da ectorrizosfera é devido às mudanças físicas, químicas e biológicas na zona endorrizosfera serem pouco alteradas diminuindo fatores de estresse para a comunidade microbiana. Os microrganismos tem efeito direto sobre as plantas, seja pelo estímulo à exsudação ou na sua fisiologia como: (a) danificação de tecidos radiculares; (b) excreção de enzimas, toxinas e antibióticos; (c) alterações no metabolismo e (d) alteração na disponibilidade de nutrientes minerais para as plantas. Os microrganismos da rizosfera também podem produzir substâncias reguladoras do crescimento de plantas (SRCP) influenciando, assim, diversos processos fisiológicos na planta. Diversos fatores podem atuar na síntese de SRCP por microrganismos, como: pH, temperatura, disponibilidade de nutrientes etc. Níveis supraótimos de SRCP são considerados como elicitores de doenças. Os microrganismos da rizosfera podem também auxiliar a nutrição das plantas pela sua atuação na solubilização de nutrientes no solo. Contudo, em casos de escassez de nutrientes ou baixa disponibilidade destes, as plantas podem ser severamente prejudicadas, pois, o microrganismos são melhores competidores visto sua rápida taxa de crescimento, sua grande área de superfície etc. A atuação das bactérias na rizosfera também pode ser evidenciada pela produção de sideróforos, que são substâncias que complexam o ferro em uma forma menos disponível, o que corresponde a um mecanismo de controle biológico. Na rizosfera e, de forma geral, no solo, ocorrem microrganismos patogênicos que causam desordens no metabolismo e/ou fisiologia das plantas. O fator que estimula a ocorrência de patógenos no solo corresponde ao monocultivo prolongado. Com este tipo de manejo ocorre a seleção de comunidades microbianas específicas, diminuindo a diversidade biológica do solo. Dentre as tecnologias mais exploradas de microrganismos envolvidos com plantas, temos as Rizobactéria Promotoras de Crescimento Plantas (RPCP). Estas estão relacionadas com mecanismos simbiônticos ou não, sendo caracterizadas pela produção de substâncias que auxiliam o crescimento vegetal como: fitormônios, sideróforos, aleloquímicos ou pela promoção de melhor nutrição vegetal como absorção de N (FBN) e P (micorrizas). As RPCP são caracterizadas por: viverem na rizosfera e estabelecerem relações simbiônticas com as plantas, produção de substâncias promotoras do crescimento das plantas, interferência na nutrição e controle de fitopatógenos. Por último, um fator de grande importância corresponde se os solos são classificados como condutivos ou supressivos às doenças. Sendo assim, existe grande importância da diversidade biológica em solos condutivos, que favoreçam a resistência da planta ao ataque de patógenos e o proporcionem melhor crescimento muito bom e, consequentemente, maior produtividade. [2.400] Com base no exposto por Grover et al (2011), descreva de forma sintética, em linhas gerais e sem se preocupar com detalhes metodológicos, como você organizaria um projeto para encontrar PGPR que ajudem a resistência à seca, da fase de coleta de amostras ao experimento de avaliação do efeito. Para a primeira fase do projeto, encontrar PGPR deve-se colocar espécies vegetais que liberem sinais químicos para a rizosfera. Esses sinais químicos farão com que microrganismos específicos reconheçam este sinal e se movam em direção da raiz ocorrendo a sua colonização (Fig. 1), no caso dos microrganismos possuírem estruturas de locomoção. Microrganismos não específicos também podem colonizar as raízes. Estas espécies vegetais são denominadas de isca. No caso de encontrar PGPR que ajudem a resistência à seca, a implantação das espécies iscas deve ser realizada em ambientes com esta característica, por exemplo, na região Árida e Semi-Árida. Diversos tipos de microrganismos são responsáveis por proporcionar maior resistência à seca em plantas como: Pseudomonas sp., Pseudomonas mendocina, Glomus intraradices, Bacillus megaterium etc. Portanto, após a retirada das plantas iscas deve se proceder à limpeza das raízes (desinfecção) e posterior inoculação em meio de cultivo para tentar isolar as bactérias presentes. Com as diversas bactérias isoladas e identificadas deve-se fazer inoculação das mesmas na espécie vegetal desejada utilizando-se para isso solo previamente esterilizado, o qual possibilite a visualização unicamente do efeito dos inóculos. Após a inoculação e crescimento até determinado tempo das plantas, segue-se a realização de estresse hídrico nas plantas. O número de dias será de acordo com o bom senso do pesquisador. Se após o período de estresse as plantas que foram inoculadas com as bactérias tiverem sofrido menos danos ou nenhum enquanto o controle pereceu, podemos afirmar que o microrganismo inoculado confere resistência à seca na planta. Com esta constatação pode-se realizar caracterizações genética a fim de se detectar qual ou quais genes estão sendo expressos devido a ação das bactérias no sistema ok radicular durante a ocorrência desse estresse. [1.200] Relacione estratégias de sobrevivência dos microorganismos com sua posição em relação às raízes. Primeiramente podemos citar diferenças nas taxas de crescimento entre os microrganismos, ou seja, os que são oportunistas e os estrategistas. Os microrganismos que vivem na rizosfera que possuem rápida taxa de crescimento, turnover, são pequenos e elevada capacidade competitiva são denominados oportunistas. Fato que não é evidenciado nos microrganismos que habitam a região não rizosférica ou a região próxima às raízes velhas, nestes casos os microrganismos agem de forma a prolongar o seu tempo de vida e, assim, diminuindo o seu crescimento e sua taxa de turnover são os estrategistas. Na região rizosférica ocorre liberação de grandes quantidades de sais ou sais são excluídos da absorção pelas plantas. Devido a isso, a solução da rizosfera possui elevada osmolalidade, isto significa que, como a solução do solo é um meio rico em sais (hipertônico) e as células microbianas seriam meios hipotônicos a água tenderia a sair das células microbianas para o solo. Isto não ocorre devido, principalmente, a mecanismos reguladores como osmoprotetores e solutos compatíveis, o que consiste em modificações na membrana plasmática, elevação da concentração de íons K+ etc. Outra característica para sobrevivência dos microrganismos na região não rizosférica consiste na modificação da sua forma, o que é denominado de pleomorfismo. O pleomorfismo ou as diferentes formas que os microrganismos assumem consiste em estratégias de sobrevivência no ambiente não rizosférico devido a proporcionar modificações na relação superfície/volume celular, ou seja, o aumento da superfície proporciona aumento da habilidade na aquisição de nutrientes. excelente [1.200] Discuta os PGPR, enfocando em ganhos agronômicos e mecanismos de ação mais comuns. Discuta em particular situações em que há uma maior probabilidade de aumento na produção pelo uso desta tecnologia. As PGPR podem aumentam a produtividade das lavouras principalmente devido a mecanismos como: estímulo ao crescimento vegetal pela produção de fitormônios (auxinas, citocininas, giberilinas), aumento da absorção de nutrientes, produção de vitaminas e de sideróforos, biocontrole de patógenos e organismos deletérios, aumento da resistência a estresses abióticos (seca, salinidade) e redução de nitrato e a fixação de nitrogênio. Estes mecanismos tornam-se alternativas viáveis além de serem de baixo custo para um sistema de agricultura moderna que proporcionem melhor e maior utilização dos recursos do solo diminuindo gastos com fertilização e proteção das plantas contra pragas e doenças. A FBN é de longa data conhecida e seu mecanismo de ação pode reduzir completamente a aplicação de N para a cultura da soja ocasionando, assim, redução de gastos com fertilizantes, portanto, lucro para o agricultor. Essa tecnologia pode ser utilizada para aumentar a produtividade de pequenos agricultores que não dispõe de capital para compra de fertilizantes, neste caso, rotação de culturas leguminosas inoculadas com estirpes microbianas com elevado potencial de fixação de N podem melhorar o desempenho de culturas subseqüentes que não fixam N e, assim, melhor a produtividade das lavouras, sem no entanto, aumentar os custos de produção. A produção de fitormônios desempenha para favorável justamente por propiciar melhor desenvolvimento para as plantas. Esta elevada taxa de desenvolvimento também eleva a absorção de nutrientes e deixa a planta mais tolerante ao ataque de pragas e doenças visto que o seu suco celular, em razão do elevado metabolismo, não se encontra rico em carboidratos e proteínas solúveis, portanto, não sendo atrativo ao ataque das pragas e patógenos. Em relação à nutrição das plantas, quanto melhor nutridas mais resistentes estas serão as adversidades como ataque de pragas e doenças, a seca e diversos outros estresses bióticos e abióticos. A produção de sideróforos consiste em um mecanismo grandemente utilizado pelas plantas para absorção de Fe e também sua imobilização. Esse micronutriente possui baixa mobilidade no solo, sendo que em situações em que não existe sideróforos ou ácidos orgânicos que propiciem maior disponibilidade no solo, grande maioria das plantas poderia sofrer com a deficiência deste nutriente. A atividade no biocontrole de patógenos se dá pela competição por espaço e nutrientes e pela liberação de antibióticos, portanto, desfavorecendo a presença destes microrganismos maléficos na rizosfera e com isto propiciando ambiente adequado para o desenvolvimento da planta, diminuindo ou inibindo a ocorrência de fatores bióticos que prejudiquem o seu desenvolvimento. Com certeza a utilização desta tecnologia será mais evidenciada em locais com baixa utilização de tecnologia agrícola, aplicações de fertilizantes e defensivos. Geralmente, pequenos agricultores ou a agricultura familiar, utilizam manejos extensivos que favorecem a ocorrência de pragas e doenças devido a não realização ou até mesmo incorreta realização de adubação e também da irrigação. Portanto, sendo as PGPR uma tecnologia de baixo custo e de eficácia comprovada ela pode ser uma alternativa para melhorar a nutrição das plantas e também a sua defesa contra patógenos e pragas. Cenários como as regiões áridas e semi-áridas podem também apresentar aumento da produtividade. Dentre os motivos podemos citar a maior promoção do crescimento radicular e a maior tolerância a temperaturas elevadas e a seca. Sendo assim, com o sistema radicular mais profundo as plantas podem explorar maior volume de solo, portanto, havendo maior possibilidade de absorção de água e nutrientes e solos afetados por sais ou em lugares que a água de irrigação seja rica em sais, as PGPR podem promover mecanismos de tolerância nas plantas que podem auxiliá-las no desenvolvimento. Além disso, nestas regiões encontram-se número elevado agricultores que não dispõe de recursos para tecnificação das lavouras, sendo a tecnologia microbiana uma opção de baixo custo e eficácia agronômica este manejo poderia se tornar uma alternativa para a região. suco celular? Que diabos é isto? Nunca vi esta expressão técnica. De resto, ok [0.750] Discuta como os sinais moleculares podem afetar o relacionamento entre plantas e microbiota, e qual o papel da rizosfera nisto. De forma geral, as plantas liberam sinais moleculares na rizosfera, os quais são reconhecidos por microrganismos específicos desencadeando, assim, a sua resposta no microrganismo podendo ser desde a colonização das raízes até a produção de hifas. A rizosfera é o mediador entre a comunicação entre a planta e os microrganismos. Ambas as moléculas sinalizadoras são depositadas no solo, mais especificamente na rizosfera. O principal papel da comunicação consiste no “controle” da densidade e diversidade de microrganismos na rizosfera. Contudo, este “controle” é principalmente realizado pela qualidade e quantidades dos exsudatos das plantas. Estes exsudatos podem ser nutrientes ou compostos tóxicos a determinados microrganismos. As plantas por meio da liberação de sinais moleculares na rizosfera podem induzir nos microrganismos síntese de fitoalexinas, que são substâncias tóxicas a diversos outros microrganismos, fato que pode ser benéfico quando estas atuam sobre microrganismos patogênicos ou não quando estas substâncias promovem perda da diversidade microbiana podendo ocasionar redução da população de microrganismos responsáveis por um processo metabólico específico (Nitrificação, por exemplo). A molécula sinalizadora para a produção de fitoalexinas é o ácido aracdônico. Da mesma forma, um complexo de sinalizadores entre a planta e a rizosfera e posterior reconhecimento por rizóbio ocasiona a infecção e colonização destas por estes microrganismos. Primeiramente, as plantas liberam Lectinas na rizosfera as quais são reconhecidas pelos rizóbios, em seguida, ocorre a liberação de flavonóides como luteolina e daidzeína, as quais induzem a quimiotaxia, ou seja, corresponde a atração ou repulsão de microrganismos capazes de locomoção das raízes. No caso dos rizóbios eles são atraídos em direção a raiz e, ainda pela atuação de flavonóides, ocorre a indução da atividade do gene NOD no rizóbio. As plantas podem “controlar” a taxa de infecção dos pelos radiculares por rizóbio por meio da extrusão de LPS e CPS que, no caso, proporcionam maior taxa de infecção dos pelos radiculares. Com a infecção ocorre a liberação de outra molécula sinalizadora, a EPS acídico, que proporciona o enrolamento dos pelos radiculares nas leguminosas e, por último, a liberação de CPS (aderência) ocasiona a divisão celular e o início da nodulação. Os flavonóides (formononetina, apigenina) também são responsáveis pela estimulação ao crescimento simbiótico de fungos micorrízicos e, desta forma, a micorrização. Portanto, os sinais moleculares entre planta e microbiota da rizosfera originam uma ampla relação que podem envolver estímulo as crescimento microbiano ou não, estímulo à secreção de exsudatos pelas plantas etc. falou somente na sinalização planta microorganismo, mas no texto também fala bastante em microorganismo planta, indicando que esta é uma das possíveis explicações para a indução de resistência sistêmica [1.200] Discuta as principais perdas de carbono pelo sistema radicular, e suas consequências para a planta e os microorganismos da rizosfera Aproximadamente 60% de todo o fotoassimilado das plantas são translocados para as raízes, por isso estas são denominadas de órgãos heterotróficos da planta. Desta parte, 50% é utilizado para geração de energia (respiração) e os outros 50% são utilizados para o crescimento e/ou depositados no solo, sendo esta deposição principalmente na forma de exsudatos, mucigel e o próprio tecido das plantas. Esta deposição corresponderá a um importante incremento de matéria orgânica no solo sendo utilizado dentre outros fins como fonte de alimento para os microrganismos e como reservatório de nutrientes no solo. O carbono é perdido pelo sistema radicular de forma passiva ou ativa para o solo. Desta forma, a perda de carbono, decorrente de processos de extrusão ativo, além de retirar moléculas orgânicas da planta, sendo algumas ricas em energia (glicose), ocasionam gasto energético, fato que pode ser desfavorável. As perdas de carbono podem ser agrupadas em categorias, sendo as seguintes: exsudatos, secreções, mucilagens, mucigel (matrix) e lisados. Cada uma dessas extrusões afeta de forma direta a comunidade microbiana na rizosfera. Os exsudatos são substâncias com grande diversidade química de baixo peso molecular, os quais são resultantes de diversos processos metabólicos os quais são depositados na rizosfera sem gasto de energia. Os exsudatos podem compor carboidratos, aminoácidos e ácidos orgânicos. As secreções assim como os exsudatos também são substância de baixo peso molecular que, ao contrário dos exsudatos, necessitam de energia para serem liberadas na rizosfera atravessando, portanto, a membrana plasmática com a necessidade de emprego de energia. Estas substâncias são liberadas conjuntamente com os exsudatos. Assim como os exsudatos, as secreções correspondem a substâncias como carboidratos, aminoácidos, ácidos orgânicos, derivados de ácidos nucléicos, fatores de crescimento e enzimas etc. De forma geral, cada espécie de planta tende a selecionar uma microbiota específica na sua rizosfera, grande parte disto é devido à qualidade dos produtos exsudados para a rizosfera que podem favorecer alguns microrganismos e outros não. Contudo, a forma de perda de carbono para a rizosfera se dá principalmente pela liberação de glicose. As mucilagens correspondem a polissacarídeos hidratados. A sua origem é diversa podendo ser liberado pelo complexo de Golgi, ser hidrolisado de polissacarídeos da parede celular, pela degradação de paredes celulares velhas por ação microbiana e podem ser secretados pelos próprios microrganismos etc. A principal função da mucilagem reside na lubrificação das raízes para facilitar o crescimento radicular e também podem desempenhar papel contra a dessecação, vistor os ápices radiculares serem regiões de alta atividade metabólica que necessitam de quantidade constante de água. O mucigel ou matrix consiste em um material gelatinoso que é produzido pelas plantas como também pelos microrganismos. O seu efeito mais pronunciado corresponde à agregação das partículas do solo e por último, temos que o carbono das plantas podem ser liberados para o solo por compostos denominados lisados: estes correspondem a componentes resultantes da lise de células epidérmicas decorrente da sua senescência. Tanto as mucilagens quanto o mucigel influenciam a comunidade microbiana pelo favorecimento a criação de habitat para estes. Sendo este fato decorrente da agregação das partículas do solo que criam abrigo contra adversidades bióticas e abióticas. A perda do carboidrato em uma das formas acima citadas consiste em um mecanismo que, em termos gerais, representa um dreno de consumo de energia, seja pela necessidade de liberação destes compostos por ação ativa, ou seja, devido a extrusão de compostos ricos em energia como a glicose. Contudo, ao favorecer a microbiota do solo a planta possibilita maior degradação de compostos orgânicos no solo e, assim, liberação de nutrientes para as plantas. Além disso, grande quantidade e diversidade de microrganismos da rizosfera são benéficas para as plantas, dos quais podemos citar as PGPR. As PGPR possuem ação benéfica resultante de diversos mecanismos para as plantas. Dentre eles podemos citar aumento da resistência a seca e a salinidade, melhor nutrição das plantas pelo fornecimento de nutrientes como o N e o P, indução de resistência nas plantas ao ataque de pragas e doenças, além da supressão de patógenos na rizosfera devido à competição por nutrientes ou pela liberação de substâncias tóxicas a estes microrganismos. na realidade as raízes são heterotróficas porque não fotossintetizam, assim como a parte reprodutiva. de resto, ok [1.200] Considerando a definição mais usual para rizosfera, faz sentido dizer que uma amostragem de solo foi conduzida nela? Justifique sua posição, e caso discorde indique como esta amostragem deveria ser conduzida. Não. A amostragem de solo corresponde, comumente, a uma ação de retirada da mesma com auxílio de ferramentas, geralmente utiliza-se trado, pá reta etc. Estes tipos de amostradores são extremamente grandes quando se pensa que a rizosfera corresponde a uma região que se estende 3 mm a partir da superfície da raiz (rizoplano) e, portanto, nunca seriam utilizados para coleta deste material. Desta forma uma amostragem ou melhor definindo, coleta, da rizosfera pode ser realizada pela retirada das raízes das plantas que ao serem removidas do solo ainda trazem pequena proporção da mesma. Este solo que recobre as raízes é considerado como a rizosfera e, portanto, a sua amostragem (coleta) é realizada por chacoalhe das raízes das plantas que desprendem uma pequena fração do solo que ainda esta aderido na mesma. (DUINEVELD et al., 2001. Applied and environmental microbiology. V 67, n 1 ). excelente