a revolução francesa

Propaganda
Natal, RN
___/___/2015
ALUNO:
Nº
SÉRIE/ANO:
TURMA:
8º
DISCIPLINA:
HISTÓRIA
TIPO DE ATIVIDADE:
TEXTO COMPLEMENTAR
TURNO:
M/V
PROFESSOR(A):
3º Trimestre
DAIANNE LUZ
A REVOLUÇÃO FRANCESA
No século XVIII, a população francesa era cerca de 28 milhões de pessoas distribuídas em três
estados.
O primeiro estado era
formado por cerca de 120 mil
pessoas, todas integrantes do clero
da Igreja Católica. Esse tinha
muitos privilégios: a igreja era dona
de 20% das terras, recebia o dízimo
de todos os fiéis e não pagavam
impostos. Além de estarem isentos
do serviço militar e tinham direito a
julgamento em tribunal próprio.
O segundo estado abarcava
cerca de 400 mil pessoas. Era
composto pela nobreza de sangue,
ou seja, por grandes proprietários
de terras que tinham títulos de
nobreza
herdados
dos
seus
antepassados.
“Despertar do terceiro estado” – autoria desconhecida.
Outra parte desse grupo era formada por burgueses ricos que compravam títulos de nobreza. O segundo
estado também não pagava impostos.
O terceiro estado era o maior grupos da sociedade francesa, formado por 97% da população. Nele
estavam reunidos diferentes grupos sociais, como alta e média burguesia, os trabalhadores rurais e urbanos.
Entre os burgueses estavam os profissionais liberais como médicos, professores e advogados. No meio dos
trabalhadores rurais ainda havia muitos servos, ou seja, pessoas sem liberdade plena e que estavam presas às
terras dos seus senhores. Era o terceiro estado que sustentava os dois outros grupos por meio do pagamento
dos impostos. E os burgueses que emprestavam dinheiro ao rei quando os cofres públicos se encontravam
vazios. Estava no meio da burguesia a maior parte dos pensadores iluministas. Esses conscientizaram o
terceiro estado da opressão em que viviam.
1) OS ESTADOS GERAIS:
A França em 1789 passava por uma crise econômica muito grave. Além dos gastos muito altos com a
vida luxuosa do rei e de sua família, as campanhas militares (como a Independência dos Estados Unidos)
esvaziavam os cofres públicos. Para piorar, em 1785, a França sofreu ora com secas ora com inundações.
Como resultado, diminuiu a oferta de gêneros alimentícios. A fome atingiu o campo e a cidade. Em toda a
França, os trabalhadores começaram a fazer greves.
Tentando encontrar uma saída para a situação, o rei convocou a Assembleia dos Estados Gerais, um
órgão consultivo, formado por representantes do três estados e que não se reunia há mais de 150 anos. O
voto para se tomar decisões na Assembleia era por grupo, ou seja, cada estado tinha direito a um voto
apenas. A intenção do clero e da nobreza era obrigar o terceiro estado a assumir novos impostos para
solucionar a crise.
Os trabalhos da Assembleia dos
Estados Gerais começaram em maio de 1789,
num salão, no Palácio de Versalhes. No dia da
abertura da Assembleia, o terceiro estado
exigiu que a contagem dos votos fosse por
cabeça, e não por estado. Como o clero e a
nobreza não aceitaram a proposta, os
representantes da burguesia e do povo
passaram para outra sala do Palácio de
Versalhes e se autoproclamou Assembleia
Nacional Constituinte. O objetivo do grupo
era elaborar uma Constituição.
Óleo sobre tela de Auguste Couder, representa a abertura da reunião dos Estados Gerais.
2) A REVOLUÇÃO POPULAR:
De longe, a população de Paris acompanhava os acontecimentos de Versalhes. Logo correu a notícia
que o rei Luís XVI pretendia dissolver a Assembleia Nacional. Indignada, a população parisiense tomou as
ruas. Uma multidão invadiu os arsenais e se apoderou das armas. Em seguida, marchou para a Bastilha,
fortaleza que servia de prisão para os que caíam no desagrado do governo e onde estava a pólvora para as
armas. A Bastilha era um dos símbolos mais odiados do regime absolutista, por isso, foi um dos primeiros
lugares onde a população revoltada se apoderou. A tomada da Bastilha se alastrou pelo país, estimulando
revoltas camponesas e urbanas. O movimento adquiria contornos de revolução popular.
Sem conseguir conter a situação, o rei reconheceu a Assembleia Nacional Constituinte; aboliu as leis
feudais e decretou o fim dos privilégios da nobreza e do clero.
3) OS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO:
A Assembleia ao ser reconhecida proclamou a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão.
Inspirado nos ideais iluministas, o documento estabelecia como valores supremos a liberdade e a
igualdade de todos perante a lei. O seu primeiro artigo diz o seguinte: “os homens nascem e permanecem
livres e iguais perante a lei”.
Esse documento causou impacto no mundo e por meio dele afirmava-se que o rei não era um
representante de Deus na Terra. Segundo o texto o poder emana do povo e esse tinha o direito de retirar
qualquer governante tirano e de resistir à opressão.
4) O REI SOB CONTROLE:
A Constituição foi promulgada pela Assembleia Constituinte em 1791. Ela extinguiu a monarquia
absolutista e estabeleceu uma monarquia constitucional. Ou seja, o rei foi mantido no trono, mas não
governava mais sozinho. Acima dele estava a Constituição, à qual ele devia obedecer.
Ao mesmo tempo, a autoridade do Estado foi dividida em três poderes: Executivo (exercido pelo
rei); Legislativo e Judiciário. Foi garantida a liberdade de crença religiosa, assim, a Igreja Católica foi
separada do Estado.
Nas aparências, o rei se submetia à Constituição. Mas, no íntimo, não aceitava a perda de poder. Por
isso, deu início a negociações secretas com governos de países vizinhos, como a Áustria, já que a rainha
Maria Antonieta era herdeira do trono austríaco. Os países aliados do rei Luís XVI temiam a difusão para
outras regiões da Europa das ideias antiabsolutistas dos franceses.
Em 1791, o rei e sua esposa tentaram fugir disfarçados para a Áustria. Sua intenção era reorganizar
forças militares para retomar o poder, mas foram reconhecidos antes de cruzar as fronteiras do país e
reconduzidos a Paris, onde ficaram presos.
5) A REPÚBLICA FRANCESA:
Após a prisão do rei Luís XVI, em 1792, foi proclamada a República. A Assembleia Nacional foi
substituída pela Convenção Nacional, cuja principal função era elaborar e aprovar uma nova Constituição –
agora republicana. A princípio, o controle da Convenção estava nas mãos de um grupo de deputados ligados
à alta burguesia e conhecidos como girondinos. Outro grupo importante era os jacobinos, que
representavam a pequena burguesia e os trabalhadores de Paris. Os girondinos era moderados, enquanto, os
jacobinos propunham medidas mais radicais sou a liderança de Maximilien Robespierre.
Contra a vontade dos girondinos, os jacobinos
levaram o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta a
julgamento e os condenaram á morte. Em janeiro de
1793, o rei foi executado em praça pública e a rainha em
outubro do mesmo ano.
Gravura de autoria anônima representando a execução de Luís XVI.
A execução do rei levou à formação de uma aliança, chamada de coalização, contra a França
revolucionária. Ela era formada pelos governos da Áustria, Prússia, Inglaterra, Rússia, Espanha e Portugal,
cujas tropas invadiram o território francês. Internamente, nobres inconformados com a perda do poder
organizavam movimentos contrarrevolucionários.
6) OS JACOBINOS NO PODER:
Para enfrentar a situação, a Convenção, agora sob controle dos jacobinos, criou o Comitê de
Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. O Comitê organizou uma força pública de 300 mil homens
para lutar contra as forças dos países invasores. Ao mesmo tempo, o Tribunal passou a julgar e condenar os
suspeitos de conspirar contra a República. Conhecido como período do Terror, calcula-se que nesse tempo
quase 300 mil pessoas foram presas e cerca de 40 mil condenadas à morte na guilhotina.
Apesar de ser o momento mais radical e violento da Revolução Francesa, foi a época de maior
consolidação das conquistas populares. Como leis que instituíam o divórcio, escolas públicas laicas (não
religiosas), impostos sobre os mais ricos, preços fixos para produtos de primeira necessidade e fizeram
reforma agrária com as terras dos nobres que fugiram da França.
7) OS BURGUESES VOLTAM PARA O CONTROLE DA REVOLUÇÃO:
Durante o período do terror, a alta burguesia ficou afastada do poder. Além de pessoas da nobreza,
muitos girondinos foram presos e executados na guilhotina, como foi o caso de Danton. Dois dos valores
mais defendidos pelos burgueses era o direito a propriedade privada e o livre comércio, os quais estavam
ameaçados pelos jacobinos com a ideia de preço fixo dos produtos e reforma agrária. Por isso, os girondinos
articularam um golpe contra Robespierre, o depuseram e condenaram à morte na guilhotina.
A Convenção passou a ser controlada pela alta burguesia, que cancelaram as medidas jacobinas que
iam contra os seus interesses, como o tabelamento dos preços. Para evitar novas revoltas, a população de
Paris foi obrigada a se desarmar. Era o fim da participação popular na Revolução Francesa.
8) O DIRETÓRIO:
Com a Convenção sob o controle da burguesia uma nova Constituição foi elaborada. Essa acabou
com o voto universal masculino e reintroduziu o voto censitário, ou seja, só poderiam votar pessoas do sexo
masculino que tivessem uma boa condição financeira. Os burgueses excluíam os pobres da participação
política.
O poder executivo passou a ser controlado pelo Diretório, órgão composto por cinco pessoas
eleitas entre os deputados. Eles que deveriam nomear os ministros do Estado. Nesse período a França
passou por uma grave crise econômica. Os preços dos produtos de primeira necessidade dispararam. No
campo, a fome era tanta que pena de morte não impedia os saques.
Nessas condições, tanto os jacobinos quanto os defensores da monarquia começaram a conspirar
contra o governo da burguesia. Para não perder o controle da situação, o Diretório convocou Napoleão
Bonaparte, um general do Exército, para reprimir os movimentos.
O sucesso do general Bonaparte foi tão grande que foi convidado
a assumir uma das vagas do Diretório, em outubro de 1799. Um mês
depois, ele deu um golpe de Estado: dissolveu o Parlamento e substituiu
o Diretório por três cônsules. Sendo ele o mais importante.
Óleo sobre tela de Robert Lefèvre – “Napoleão Bonaparte”.
9) O IMPÉRIO NAPOLEÔNICO:
Depois de dez anos de Revolução Francesa (1789 – 1799), a sociedade francesa encontrava-se
arrasada pelas disputas internas e externas. Napoleão tinha conquistado a confiança da burguesia pelos seus
feitos militares. Era o líder ideal para trazer a paz e a ordem. Em 1802, um plebiscito (consulta popular,
através do voto), deu a Napoleão o título de cônsul vitalício. Dois anos depois, outra consulta popular o
transformou em imperador dos franceses.
Durante o período do governo de Napoleão (1799 – 1814) medidas para recuperar a economia foram
tomadas: incentivou a industrialização, criou o primeiro banco nacional francês e promoveu obras públicas,
para gerar empregos.
No governo de Bonaparte foi instituído o Código civil, conjunto de leis que consolidava as
conquistas burguesas da Revolução Francesa, como respeito à propriedade privada e o casamento civil
separado do religioso.
Em diversas campanhas militares, as tropas comandadas por Napoleão, ampliaram as fronteiras da
França, invadindo vários países, como Portugal. O objetivo de Napoleão era impedir que os países da
Europa comprassem produtos importados à Inglaterra, o que foi chamado de Bloqueio Continental, e
passassem a comprar a França. Napoleão governou até 1814, quando foi derrotado pelos russos e obrigado a
se exilar na ilha de Elba (costa italiana). Algum tempo depois, Napoleão conseguiu fugir de Elba e voltou
para Paris, onde foi aclamado de “viva o imperador”. Governou por cem dias, mas foi derrotado mais uma
vez em 1815, na Batalha de Waterloo. Preso mais uma vez foi deportado para ilha de Santa Helena, onde
morreu alguns anos depois.
10) CONGRESSO DE VIENA:
Com a derrota de Napoleão, representantes das nações europeias se reuniram no Congresso de Viena,
na Áustria. Nesse encontro, os representantes das antigas monarquias europeias decidiram que as fronteiras
do continente europeu deveriam retornar ao traçado anterior à Revolução Francesa. Também ficou decidido
que os países que haviam sofrido alteração dos seus governos, em razão das guerras napoleônicas, deveriam
ser entregues as antigas dinastias. Sendo o caso da França, que passou a ser governada por Luís XVIII,
irmão do rei executado Luís XVI. Seria o período da Restauração.
# REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
AZEVEDO, Gislane; SERIACOPI, Reinaldo. História: mundo contemporâneo. 1.ed. São Paulo: Ática,
2012.
# ATIVIDADES:
01. A Revolução Francesa constitui um dos capítulos mais importantes da longa e descontínua passagem
histórica do feudalismo ao capitalismo. Com a Revolução (científica) do século XVII e a Revolução
Industrial do século XVIII na Inglaterra, e ainda com a Revolução Americana de 1776, a Grande
Révolution lança os fundamentos da História contemporânea.” [Mota, C. G. A Revolução Francesa].
Entre as transformações promovidas pela Revolução na França, iniciada em 1789, é correto afirmar
que:
a) Os privilégios feudais e o regime de servidão foram abolidos destruindo a base social que sustentava o
absolutismo francês.
b) A Revolução aboliu o trabalho servil e fortaleceu o clero católico instituindo uma série de medidas de
caráter humanista.
c) Os revolucionários derrubaram o rei e proclamaram uma República fundamentada no igualitarismo
radical na qual a propriedade privada foi abolida.
d) A Revolução rompeu os laços com a Igreja católica iniciando uma reforma de cunho protestante que se
aproximava dos ideais da ética do capitalismo moderno.
e) A Revolução, mesmo em seu momento mais radical, não foi capaz de romper com as formas de
propriedade e trabalho vigentes no antigo regime (absolutismo).
02. Uma análise da Revolução Francesa permite perceber sua importância política, sem deixar de ressaltar
sua violência e suas contradições. Na sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:
a) Destacava-se a condenação à propriedade privada e ao capitalismo.
b) Definia-se a vitória das ideias do liberalismo, favoráveis a burguesia.
c) Defendia o valor da escravidão, inclusive a sua existência nas colônias europeias.
d) Afirmava-se a desigualdade universal perante a lei, se baseando na renda das pessoas.
e) Defendia-se a fim das colônias francesas na América.
03. (UNESP – adaptada) Para nos mantermos livres, cumpre-nos ficar incessantemente em guarda contra os
que governam: a excessiva tranquilidade dos povos é sempre o pregoeiro de sua servidão. (J.P. Marat. As
cadeias da escravidão, 1774)
O texto de Marat apresenta uma noção de cidadania elaborada pela reflexão política do iluminismo. De que
forma a Revolução Francesa do século XVIII foi a expressão desta nova concepção política?
04. O esquema refere-se à situação da receita e da despesa do Estado francês na década de 1780.
(Anne, Bernet. Sem nenhum tostão em caixa. In História Viva,
2004.)
A partir da observação dos dados, pode-se inferir:
a) O equilíbrio da economia do país, obtido pela administração centralizada, típica do absolutismo.
b) A fragilidade das contas públicas, agravada pelo envolvimento do país em guerras externas, que
aprofundaram a crise econômica.
c) A importância das taxas pagas pela nobreza, que compunham grande parte das receitas do poder público.
d) A necessidade de se aumentar o controle das fronteiras, para evitar a evasão de divisas para outros países
europeus.
e) Os efeitos das revoltas camponesas, que desestruturaram a produção rural e diminuíram a arrecadação de
impostos.
05. Os estudos sobre a Revolução Francesa, comumente, dividem-na em etapas sucessivas, considerando-se
a primeira delas, a chamada Fase da Assembleia Nacional, vivenciada entre os anos de 1789 e 1791. Essa
fase se caracterizou pela:
a) Abolição dos privilégios feudais, formação da primeira Coligação contra a França, liderada pela Inglaterra
e, ainda, pela definição de lugares específicos a serem ocupados pelos deputados constituintes nas reuniões.
b) Abolição dos privilégios feudais, determinou o confisco dos bens da Igreja e proclamou a primeira
Constituição da França.
c) Morte do rei Luis XVI, guilhotinado na Praça da Revolução, e pela formação da Primeira Coligação
contra a França, encabeçada pela Inglaterra.
d) Prisão dos líderes Girondinos, Marat, Hèbert, Danton, Saint-Just e Robespierre.
e) Implantação do regime do terror, caracterizado pela prática de atos de violência contra os opositores do
governo revolucionário.
06. O general Napoleão Bonaparte (1769-1821) teve uma importante participação na fase final da
Revolução Francesa. Sobre essa participação, é correto afirmar:
a) Após a fase da “república do terror”, Napoleão Bonaparte se destacou militarmente em seu apoio ao
governo e recebeu da burguesia o comando do Diretório.
b) Napoleão Bonaparte deu continuidade à “república do terror” com um Golpe de Estado em 1799 e a sua
ascensão significou o reforço dos ideais jacobinos.
c) Em 1806, após o sucesso do Bloqueio Continental (estratégia para minar o desenvolvimento econômico
da inimiga Inglaterra), Napoleão Bonaparte assumiu o posto maior do exército francês e efetuou um Golpe
de Estado.
d) O processo de expansão territorial da França visava conquistar diversas colônias na América, por isso,
Napoleão Bonaparte foi escolhido para comandar o governo.
e) Napoleão Bonaparte, com o apoio da Inglaterra, pôde dar um Golpe de Estado e redirecionar a Revolução
Francesa a partir dos interesses dos girondinos.
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