GABARITO DE EXERCÍCIO – CONTEÚDO DO PENSAMENTO DE PLATÃO PAG. 55 E 61 DO LIVRO DIDÁTICO Questão única da página 55 Você concorda que a verdadeira realidade não é conhecida pelos sentidos? Vivemos em um mundo de ilusões e aparência? RESPOSTA: Concordo, entendendo que o verdadeiro conhecimento, em todas as áreas do saber, é muito mais seguro para o homem quando apreendido por vias de uma reflexão racional, seja ele filosófico, científico ou técnico, embora o conhecimento aparente e prático (o senso comum), muitas vezes possa de alguma forma nos ser útil. Questão 03 da página 61 Como Platão resolveu o problema do debate entre Parmênides e Heráclito? RESPOSTA: Diante do grande paradoxo ontológico promovido por esses dois pensadores – em que Parmênides insistia que o ser era único, imóvel e imutável, não aceitando a ideia de movimento, variações e mudanças, ao passo que para Heráclito, tudo estava em constante mudança, sendo a realidade, portanto, uma multiplicidade de formas, em que o “não-ser” das coisas, atrelado ao seu movimento, proporcionaria o “vir a ser” e a sua faculdade seria efetivamente concretizada – Platão reconheceu que Heráclito acertou ao afirmar que existia multiplicidade no mundo, pois, afinal, nossas sensações ou nossos sentidos mostram essa variedade. Contudo, segundo esse filósofo, Heráclito não poderia ter ficado restrito ao domínio das sensações. Assim, Platão admitiu também que Parmênides acertara em sua constatação, já que a multiplicidade percebida por nossos sentidos deve estar relacionada a um aspecto da realidade imutável e único. Essa resolução platônica do grande paradoxo da filosofia grega culminou na formulação da sua tão aclamada Teoria das Ideias, que concebe dois planos distintos da realidade: mundo sensível e mundo inteligível. Questão 04 da página 61 Qual a relação entre o mundo sensível e o mundo inteligível de Platão? RESPOSTA: O primeiro mundo nos é acessível pelos nossos sentidos: olfato, paladar, visão, audição e tato. Chegamos ao segundo por meio do conhecimento racional, utilizando o método dialético, ou seja, seu acesso se dá apenas pela Filosofia, que é a via racional de acesso à essência verdadeira das coisas, e que transcende a realidade aparente das nossas sensações. No mundo sensível, segundo Platão, percebemos uma multiplicidade de formas para todas as coisas. Mas a forma ideal, perfeita e imutável só existe em um estágio inteligível que vai muito além dessas múltiplas formas aparentes. Assim, Platão estabeleceu para o seu sistema filosófico, a existência de dois mundos: – Mundo das ideias, das essências, inteligível, que o homem atinge pela reflexão, conhecimento e dialética; – Mundo sensível ou dos fenômenos. Este é o mundo material, que tocamos e experimentamos, onde existe uma variedade aparente de formas e estágios para todas as coisas. De acordo com essa teoria, tudo que existe no mundo sensível, podendo ser belo, bom e justo só o seria se conseguisse uma aproximação, por vias filosóficas, da ideia eterna e única de beleza, virtude e justiça que existe no mundo inteligível. Questão 05 da página 61 Explique o motivo de a Alegoria da Caverna ser entendida como a jornada de uma pessoa que passa a filosofar. RESPOSTA: A Alegoria é entendia dessa forma pelo fato de descrever a ascensão do espírito humano que, através do método dialético filosófico, consegue transcender-se da condição de uma realidade inferior (acorrentada às aparências da experiência sensível) a uma condição de realidade superior, o mundo inteligível e imutável, das formas únicas e ideias perfeitas. Trata-se de uma metáfora sobre a condição humana que, segundo Platão, está presa aos enganos aparentes da realidade sensível, mas que, através da filosofia, consegue buscar a essência verdadeira do real, e de maneira ética, busca apreender e transmitir esse saber ao seu tempo e condição social. Questão 06 da página 61 De acordo com Platão, quais são os modos de conhecer a realidade? RESPOSTA: De acordo com Platão, a realidade e o conhecimento são formulados em mundos distintos: o inteligível e o sensível. As ideias nascem em um mundo inteligível, real e imutável dominadas pela razão e pelos conceitos, sendo, portanto, perfeitos e seguros para o homem. Já o mundo das sensações seria uma mera cópia do mundo inteligível, o que as tornariam imperfeitas. Portanto, o mundo sensível e o mundo inteligível não possuem o mesmo valor e a mesma importância. O primeiro é cópia do segundo, e o segundo é superior ao primeiro. Dessa maneira, para Platão as sensações podem nos confundir e induzir ao erro, sendo somente a razão a responsável pela formação do conhecimento puro e verdadeiro. Questão 07 da página 61 Explique o motivo de algumas pessoas, segundo Platão, serem mais predispostas à busca pela verdade. RESPOSTA: Platão justifica isso de forma metafórica, por meio do mito de “Er”, o que acaba incorrendo em sua concepção de conhecimento inato. Essa é a teoria conhecida como Reminiscência, segundo a qual a alma antes de encarnar em um corpo conhece as ideias eternas e imutáveis, mas no momento da sua passagem para o corpo, ela esquece o que contemplou. De acordo com essa teoria, conhecer seria lembrar o que já contemplou. Todavia, segundo a mesma teoria, as almas ao assumirem um determinado corpo, escolhem a vida que terão. Aquelas que escolhem uma vida de prazeres riquezas e honras bebem uma grande quantidade das águas do rio do esquecimento. Já aquelas que escolhem a sabedoria, quase não bebem dessa água. Por isso, ao nascer, essas pessoas guardam o forte desejo de contemplar novamente o que conheceram um dia: a verdade. Questão 08 da página 61 Por que os artistas não tiveram lugar na cidade ideal (A República) projetada por Platão? RESPOSTA: Para esse filósofo, a grande maioria dos artistas da sua época, sobretudo Homero e Hesíodo, principais responsáveis pela formação cultural grega, não traziam em suas obras qualquer responsabilidade ética que pudesse contribuir para uma boa formação moral do povo grego, não sendo, portanto, dignos de fazerem parte do contexto cultural de uma cidade ideal e justa. Segundo Platão, esses poetas contavam mentiras em suas obras, sem qualquer responsabilidade ética e cultural, o que certamente influenciou para o desvirtuamento da democracia grega e influenciaria também na formação do espírito dos futuros governantes dessa cidade, o que não fazia parte dos propósitos políticos platônicos.