1 Avaliação de Oscilações de Tensão Devido à Partida de Motores Usando Método de Fluxo de Potência César A. Portolann, Géremi G. Dranka, Jean-Marc S. Lafay, Diana Martinello Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Resumo—Este trabalho aborda a aplicação das técnicas de estudo de fluxo de potência, na avaliação de oscilações de tensão originadas na partida de motores elétricos de indução. Diferente da técnica comum baseada no divisor de tensão, este método permite obter simultaneamente as intensidades das oscilações em todas as barras da rede elétrica considerada. Além de verificar se as oscilações estão dentro da tolerância, o método facilita a escolha da chave de partida mais adequada. Esse método foi aplicado a uma rede elétrica, a fim de se verificar a sua eficiência para duas situações distintas. Palavras-chaves — Estudo de fluxo de potência, Oscilações de tensão, Partida de motores, Sistemas elétricos industriais. I. INTRODUÇÃO Muitos problemas de oscilações de tensão em sistemas elétricos industriais são devidos à partida de motores elétricos. É bem conhecido que as variações originadas destes eventos podem ser reduzidas, por exemplo, pela redução das impedâncias de rede ou principalmente pela utilização de chaves de partida. Estes últimos métodos usados para minimizar os afundamentos de tensão se baseiam no fato que durante a partida um motor absorve uma corrente proporcional à tensão terminal, e isso por sua vez reflete em menores variações de tensão na rede. Os estudos de partida de motor podem ser usados para comprovar a eficiência das chaves de partida, para o problema de variação de tensão. Uma maneira de verificar a amplitude de um afundamento de tensão devido à partida de motor, é assegurar que as máximas variações instantâneas que ocorrem C. A. Portolann é Professor do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR (Campus Pato Branco), Pato Branco, PR. (e-mail: portolann@ utfpr.edu.br); G. Dranka é acadêmico do Curso de Engenharia Elétrica da UTFPR (Campus Pato Branco), Pato Branco, PR. (e-mail: [email protected]); Jean-Marc Lafay é Professor do Curso de Engenharia Mecânica, Diretor de Ensino e Coordenador do Grupo de Estudos em Energias Renováveis da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR (Campus Pato Branco), Pato Branco, PR. (e-mail: [email protected]); D. Martinello é acadêmica do Curso de Engenharia Elétrica da UTFPR (Campus Pato Branco), Pato Branco, PR. (e-mail: [email protected]); G. Muller (e-mail: [email protected]) é gerente geral do Britador Hobi (Vitorino, PR) e, acadêmico do Curso de Tecnologia em Manutenção Industrial da UTFPR (Campus Pato Branco), Pato Branco, PR. Gilmar Muller Mineradora Hobi nas tensões de barra de um sistema elétrico, estejam dentro de níveis aceitáveis [1]. Isto pode ser efetuado examinando alguns estados da rede elétrica, no caso os módulos das tensões, somente no instante crítico da partida do motor, ou seja, no nível mais baixo da tensão. Por meio da modelagem adequada da rede elétrica e do motor que irá partir, esse tipo de estudo pode ser desenvolvido por alguns métodos de cálculo. Por outro lado, percebe-se que em geral, não existem publicações técnicas que tratem do problema de forma ampla e formal, que permita calcular as oscilações de tensão na partida de motores em todas as barras da rede elétrica considerada, sobretudo, quando se considera sistemas industriais de grande porte com vários alimentadores. Atualmente o que se faz é calcular as quedas de tensão somente no alimentador do motor, desprezando-se a influência da partida em outras partes do sistema elétrico. Este estudo tem por objetivo apresentar e explorar o método de fluxo de potência que (i) estabelece as oscilações de tensão em todas as barras de um sistema elétrico, não apenas na barra do motor que irá partir, mas também em todas as outras; e (ii) facilita a escolha da chave de partida mais adequada, de tal forma que ela garanta que as oscilações de tensão em todas as barras fiquem dentro da tolerância estabelecida. O artigo está organizado basicamente como se segue. Depois da introdução, na seção II é visto sucintamente a causa de oscilações de tensão devido à partida de motor, bem como o princípio de ação das chaves de partida. A seção III comenta resumidamente um dos vários métodos de análise de fluxo de potência que podem ser utilizados no levantamento das oscilações. Na seção IV são mostrados os resultados da aplicação em uma rede elétrica. Na sequência são apresentadas as conclusões. II. OSCILAÇÕES DE TENSÃO DEVIDAS ÀS PARTIDAS DE MOTORES Esta seção tem como objetivo revisar sucintamente a razão das oscilações de tensão que são originadas pela partida de motores elétricos, bem como a ação elementar das chaves de partida. O circuito representado na Fig. 1 consiste de uma seção de rede elétrica com duas barras, onde a barra 2 contém uma carga. 2 E vez conduz a aproximando-a corrente I para diferença entre V Z = R + jX 1 I I 2 S = P + jQ um aumento na amplitude da tensão V, do módulo da tensão E. Com a redução da I’, a tensão passa de V para V’, reduzindo a E e V . De (1) e (3), obtém-se: Fig. 1. Representação de um ramal elétrico de duas barras. Utilizando-se o equivalente Thèvenin do circuito, pode-se estabelecer as equações necessárias. Na ausência de um controle em malha fechada, a tensão sobre a carga varia com a impedância de rede e, com a própria carga. Essa variação será conforme a equação (1). V E - V ZI (1) No caso, E, V, Z e I, são respectivamente, a tensão na barra à montante, tensão na barra à jusante, impedância e corrente da rede. Com algumas manipulações algébricas, que podem ser verificadas em [2], é estabelecida a conhecida expressão para ΔV : ( RP XQ) ( XP - RQ) (2) V j V* V* Adotando V V 0o , V * V 0o V , resulta, E V V (4) E 2 (V VR )2 (VX )2 (5) E 2 (V RP XQ 2 XP - RQ 2 ) ( ) V V (6) Depois das manipulações algébricas necessárias, uma expressão geral resultante será [3]: V 2 2RI cos 2 XIsen V R 2 I 2 X 2 I 2 - E 2 0 (7) Esta equação é particularmente importante porque mostra o comportamento da tensão na barra à jusante, como função de várias grandezas: tensão na barra à montante, amplitude da corrente, fator de potência e impedância da rede elétrica. Consequentemente ilustra as causas dos afundamentos de tensão. III. TÉCNICA DE ESTUDO DE FLUXO DE POTÊNCIA V VR jVX (3) A. Generalidades Esta expressão mostra que a tensão varia com uma componente ΔVR em fase com V e com uma componente ΔVX , em quadratura. A relação entre o módulo de tensão entre duas barras de uma rede, e o fluxo de potência (ativo e reativo), é dada pela expressão de ΔVR . O ângulo de potência para essa transmissão é proporcional à equação de ΔVX . Na Fig. 2 é ilustrada essa relação, onde φc é o ângulo de carga ou de fator de potência. Fig. 2. Diagrama fasorial, com evidência para a contribuição de uma chave de partida. Tanto o módulo como a fase de V, com relação à tensão E, são funções da amplitude e fase da corrente de carga, ou em outras palavras, a variação de tensão depende de ambas as potências, ativa e reativa da carga, além dos parâmetros da rede. Sob a ótica de que uma chave de partida adiciona uma impedância à impedância de rotor bloqueado, e consequentemente reduz a potência de rotor bloqueado, com o auxílio da Fig. 2, pode ser visto que uma redução na corrente de partida promove um alívio na corrente da rede, que por sua No estudo requerido, o interesse são os valores máximos de variação de tensão, somente no instante de tempo crítico da partida do motor, que a norma técnica estabelece como 10% da tensão nominal. O estudo para se obter esses valores particulares que caracterizam o pior momento do referido evento, pode ser considerado como uma “fotografia” das amplitudes das tensões de barra. Com respeito às relações matemáticas, um método clássico para resolver as tensões de barra na partida de motor é o método da impedância, que essencialmente envolve reduções do sistema a um único alimentador ou rede elétrica, e é aplicado o princípio do divisor de tensão [4]. A tensão em qualquer barra do sistema é obtida, multiplicando a tensão conhecida da barra de interligação, pela relação da impedância do ponto ou barra considerada pela impedância total do circuito. O método da impedância é indicado em situações onde a análise deve ser feita para um único alimentador, ou uma rede elétrica com poucos alimentadores. Se for aplicado a um sistema mais complexo, exige uma manipulação algébrica onerosa. Esta técnica basicamente requer dados da impedância de rotor bloqueado. Uma técnica alternativa ao método da impedância, e que é motivo deste trabalho é o método de solução de fluxo de potência [5]. Ele é baseado na matriz de admitâncias de barras, e mostra de forma natural, as tensões (e consequentemente as oscilações) em todas as barras, permitindo a avaliação não só da barra onde está conectado o motor de interesse (que irá 3 partir), mas em todas as outras, conduzindo a uma análise completa. Este método, por sua vez, é desenvolvido admitindo que o motor que vai partir se comporta como uma carga de potência constante, a potência de rotor bloqueado. Dessa forma o resultado do cálculo de fluxo de potência são as diversas tensões de barra durante a partida. Para envolver as chaves de partida, os dois métodos exigem que sejam levantadas respectivamente a impedância e a potência equivalente (vistas pela fonte) de rotor bloqueado, para cada tipo de chave. existam outros motores já em funcionamento no sistema, consideram-se os valores nominais de regime permanente. As simulações que serão realizadas servem para mostrar a eficiência do método considerando duas situações distintas. No entanto, se necessário pode-se considerar infinitas possibilidades, ou seja, partindo um ou mais motores, incluindo ou retirando cargas do sistema, e ainda pode fornecer resultados caso existam mais fontes geradoras dentro do sistema. IV. APLICAÇÃO A UM SISTEMA ELÉTRICO INDUSTRIAL B. Método de estudo de fluxo de potência de Newton-Raphson Uma das ferramentas numéricas mais utilizadas, para a solução de problemas envolvendo fluxo de potência é o método de Newton-Raphson [6]. Neste método um conjunto de equações deve ser resolvido para calcular os módulos e ângulos das tensões de barra (e posteriormente os fluxos na rede elétrica). Os termos ΔP e ΔQ representam as diferenças de potência ativa e reativa em certa barra, pra cada nova interação entre as variáveis. Essas diferenças são reduzidas até uma tolerância pré-estabelecida para obter uma solução para o fluxo de potência. Um conjunto de ângulos de fase e módulos A. Generalidades Para a avaliação da ferramenta proposta, a mesma é aplicada em duas situações particulares, durante a operação de uma mineradora (britador), cujo sistema elétrico está representado de modo simplificado na Fig. 3. Os dois transformadores que conectam as máquinas do britador à rede têm as relações de transformação de 13,8 kV/380V, e capacidade individual de 500 KVA. 9 T de tensões de barras δo V o satisfaz as equações de fluxo de potência quando a potência injetada em uma barra j é P jo e Qjo. As equações (8) e (9) são obtidas pela expansão das funções Pj e Qj em séries de Taylor nas vizinhanças de 3 Q j = δ1 Q j δ1 δ1 ... δ1 ... Pj V1 V1 ... Q j V1 (8) 4 T2 Subestação COPEL Pato Branco ZT1,2=0.0160 + j0.0800 pu 5 C9 Z46=0.0048 + j0.0086 Ω 6 Z58=0.0015 + j0.0032 Ω 8 Z47=0.0015 + j0.0018 Ω Motor 150 cv C6 7 Dois motores 250 cv C8 Motor 200 cv C7 Fig. 3. Esquema simplificado do sistema elétrico do britador. B. Situação 1 V1 ... (9) Onde ΔPj e ΔQj são respectivamente as variações requeridas nas potências ativas e reativas injetadas na barra j. P P δ Q = Q δ Z12=8.4900 + j6.6080 Ω Z23=00.0178 + j0.0139 Ω T1 Usina de asfalto δo Vo e desprezando-se os termos de ordem maior ou igual a dois, para linearizar as equações. A equação (10) é obtida reescrevendo um conjunto de equações similares a (8) e (9) para todas as barras, exceto para a barra “swing” e, representando na forma matricial se tem: Pj 1 22 Km Z29=0.1273 + j0.0991 Ω Outros consumidores T Pj = 2 300 m P V δ Q V V Nessa primeira análise, considera-se que um dos motores de 250 cv deverá partir, na barra 8, considerando que a maior parte das cargas do sistema está ligada, exceto o motor e as cargas da barra 6. Na Tabela I são mostradas as tensões de barras resultantes da partida do referido motor. TABELA I. AMPLITUDES DAS TENSÕES DE BARRA (P.U. VOLT) (10) C. Contribuições metodológicas O método de solução proposto neste trabalho permite a obtenção das oscilações de tensão em cada barra da rede tanto para sistemas radiais como malhados. Como o interesse são as oscilações máximas durante a partida, utiliza-se o valor de potência de rotor bloqueado do motor que está partindo. Caso Barra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Direta 1.0000 0.8618 0.8615 0.8357 0.6752 0.8357 0.8294 0.6181 0.8618 Y-Δ 1.0000 0.9374 0.9373 0.9137 0.8761 0.9137 0.9080 0.8566 0.9374 Compensadora 1.0000 0.9433 0.9431 0.9197 0.8918 0.9197 0.9141 0.8753 0.9433 Soft-starter 1.0000 0.9520 0.9519 0.9288 0.9153 0.9288 0.9231 0.9032 0.9520 4 Estas tensões são para vários tipos de métodos de partida, obtidas através de estudo de fluxo de potência aplicado à rede elétrica considerada. As potências fornecidas pela subestação, para cada tipo de chave de partida, bem como os valores de fluxos e perdas, foram omitidas, visto que o interesse são as tensões e suas oscilações. Os valores mostrados na Tabela I foram plotados, resultando nas curvas da Fig. 4. Pode ser visto, que a presença das chaves de partida faz com que os níveis de tensão se mantenham melhores durante o evento de partida do motor, enquanto que na ausência das chaves de partida, as tensões caem para níveis inaceitáveis. O limite mínimo préestabelecido para as tensões de barra é de 90% da tensão nominal [7]. Assim, este limite é violado para os casos de partida direta, Y-Δ e compensadora. Quando é utilizada uma chave de partida suave, as tensões mínimas permanecem dentro da tolerância. Para este caso, supõe-se que o ajuste do ângulo de disparo dos tiristores é feito de tal forma que a tensão inicial seja 35% da nominal, e o torque resultante, embora reduzido, é ainda suficiente para colocar o motor (em vazio) em movimento. V % Barra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0.95 35 0.9 30 0.85 0.8 0.75 0.7 3 Soft-starter 0 4.7969 4.8070 7.1242 8.4684 7.1242 7.6859 9.6759 4.7969 Direta Estrela-Triângulo Compensadora Soft-Starter 25 20 15 10 Direta Estrela-Triângulo Compensadora Soft-Starter 2 TABELA II. OSCILAÇÕES DE TENSÕES DE BARRA (%) Direta Y-Δ Compensadora 0 0 0 13.8189 6.2591 5.6735 13.8475 6.2722 5.6854 16.4306 8.6285 8.0259 32.4754 12.3935 10.8231 16.4306 8.6285 8.0259 17.0558 9.1997 8.5932 38.1884 14.3404 12.4743 13.8189 6.2591 5.6735 Oscilações de Tensões nas barras na partida de um motor de 250 CV 40 Oscilações de Tensão (%) Tensão (p.u. Volt) Tensões nas barras na partida de um motor de 250 CV 1 (11) Onde V1 representa as tensões iniciais em cada barra e Vi a tensão durante a partida do motor. Conforme esperado, com a presença das chaves de partida, as oscilações são menores. 1 0.65 V1 - Vi 100 Vi 5 4 5 Barras 6 7 8 0 9 Fig. 4. Módulos de tensões durante a partida de motor. Uma maneira alternativa de avaliar os afundamentos de tensão na partida de motores é obterem-se os valores das oscilações de tensão resultantes em cada barra. No caso, elas se referem ao valor de tensão que se reduz em cada ponto do alimentador, particularmente nas barras, em comparação à tensão nominal, considerada como 1 p.u., como ilustrado na Fig. 5. São desejáveis pelo consumidor que essas variações sejam as mínimas possíveis, porque elas podem levar a carga, bem como os dispositivos de comando e proteção a operações indesejáveis. Também, podem contribuir para reduzir o conceito da companhia perante os consumidores vizinhos [8]. As oscilações de tensão para as barras da rede em questão são mostradas na Tabela II para os diferentes tipos de chaves de partida. Os valores estão dados em termos de oscilação percentual, conforme a expressão (11): 1 2 3 4 5 Barras 6 7 8 9 Fig. 5. Oscilações de tensão durante a partida do motor de 250 CV. C. Situação 2 Considera-se, neste caso, a partida simultânea dos dois motores de 250 cv na barra 8. TABELA III. AMPLITUDES DAS TENSÕES DE BARRA (P.U. VOLT) Barra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Direta 1.0000 0.7381 0.7379 0.7354 0.5352 0.7354 0.7354 0.4180 0.7381 Y-Δ 1.0000 0.9592 0.9591 0.9591 0.8883 0.9591 0.9591 0.8671 0.9592 Compensadora 1.0000 0.9704 0.9703 0.9703 0.9188 0.9703 0.9703 0.9034 0.9704 Soft-starter 1.0000 0.9863 0.9863 0.9863 0.9624 0.9863 0.9863 0.9553 0.9863 5 Tensões nas barras na partida de dois motores de 250 CV 1 Tensão (p.u. Volt) 0.9 0.8 0.7 0.6 Direta Estrela-Triângulo Compensadora Soft-Starter 0.5 0.4 1 2 3 4 5 Barras 6 7 8 9 Fig. 6. Módulos de tensões durante a partida dos motores. Em relação às oscilações de tensão os valores são mostrados na tabela para cada chave de partida, e dados em termos de oscilação percentual. Barra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 TABELA IV. OSCILAÇÕES DE TENSÕES DE BARRA (%) Direta Y-Δ Compensadora 0 0 0 26.1939 4.0834 2.9639 26.2120 4.0919 2.9701 26.4629 4.0919 2.9701 46.4834 11.1741 8.1196 26.4629 4.0919 2.9701 26.4629 4.0919 2.9701 58.1958 13.2922 9.6596 26.1939 4.0834 2.9639 Oscilações de Tensões nas barras na partida de dois motores de 250 CV 60 Além disso, mostram-se na Fig. 7 as oscilações de tensão quando da partida de ambos os motores de 250 cv. 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 Barras 6 7 8 9 Fig. 7. Oscilações de tensão durante a partida dos motores de 250 CV. V. CONCLUSÕES O método baseado em estudo de fluxo de potência adaptado para obter afundamentos de tensão em redes elétricas, originadas da partida de motor, foi apresentado. Ao contrário do método clássico do divisor de tensão que é limitado e trabalhoso para sistemas de grande porte, o método apresentado neste trabalho contribui significativamente para simplificar a avaliação das oscilações de tensão fornecendo resultados que mostram claramente quais barras sofrem com variações de tensão fora da tolerância, bastando inserir no programa de simulação os valores dos parâmetros dos motores, geradores, cargas e das linhas de interligação entre as barras. Também, a técnica explorada se constitui numa ferramenta importante na escolha da chave mais adequada, dando suporte para a elaboração de medidas corretivas, como a substituição de chaves de partida ineficientes, troca de cabos, mudança no nível de tensão, etc. REFERÊNCIAS [1] [2] Soft-starter 0 1.3700 1.3729 1.3729 3.7590 1.3729 1.3729 4.4726 1.3700 Direta Estrela-Triângulo Compensadora Soft-Starter 50 Oscilações de Tensão (%) Supõe-se que todas as outras cargas (inclusive os motores de 150 cv e 250 cv) estão desligadas. Na Tabela III são mostradas as tensões de barras resultantes obtidas através de estudo de fluxo de potência aplicado à rede elétrica considerada. As potências fornecidas pela subestação, para cada tipo de chave de partida, bem como os valores de fluxos e perdas, aqui também foram omitidos. Os valores mostrados na Tabela III resultam nas curvas da Fig. 6. Pode ser visto que a presença das chaves de partida faz com que os níveis de tensão se mantenham melhores durante o evento de partida do motor. Como o limite máximo de oscilação é 10% em relação à tensão nominal, ele seria violado para os casos de partida direta e Y-Δ, enquanto que para partida compensadora a queda na barra em que os motores estão localizados é próxima do limite, mas ainda menor. Quando se considera a utilização de uma chave de partida suave, as tensões mínimas são extremamente toleráveis, sendo menores que 5%, lembrando que o ajuste do ângulo de disparo dos tiristores é feito de tal forma que a tensão inicial seja 35% da nominal. [3] [4] [5] [6] [7] [8] Willians, A. J., Griffith, M. S., Evaluating the Effects of Motor Starting on Industrial and Commercial Power Systems, Ieee Trans. on Industry Applications, Vol. IA-14, No. 4, July/Ago. 1978. Miller, T. J. E., Reactive Power Control In Electric Systems, Livro, Editora John Wiley & Sons, New York, Eua, 1982. 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