Os padrões internacionais de acessibilidade: Web Content

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XVII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Cartagena, Colombia, 30 oct. - 2 nov. 2012
Os padrões internacionais de acessibilidade: Web Content Accessibility
Guidelines 2.0
Reinaldo Ferraz Da Silva
1. Introdução
A recém promulgada Lei de Acesso à Informação brasileira enfatiza a necessidade de adotar as
medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo às pessoas com deficiência. Dados do
censo nacional apontam que cerca de 24,5% da população brasileira possui algum tipo de deficiência.
Para que essa parcela da população acesse os conteúdos e informações e se beneficie dos serviços
ofertados pelo governo é necessário que as páginas sejam construídas de forma acessível, utilizando,
além dos padrões de desenvolvimento web ou webstandards, as diretrizes de acessibilidade.
O W3C desenvolve há mais de doze anos diretrizes para orientar desenvolvedores e gestores
tornarem suas páginas web acessíveis. Essas diretrizes conhecidas como WCAG (Web Content
Accessibility Guidelines) estão na versão 2.0 e abordam diversos pontos da criação de uma página web,
como imagens, formulários e tabelas acessíveis que possam ser manipuladas por pessoas com
deficiências. As diretrizes WCAG fazem parte de um conjunto de referências internacionais e foram
usadas como base para a criação de documentos locais, como é o caso brasileiro do Modelo de
Acessibilidade de Governo Eletrônico Brasileiro (e-MAG). As diretrizes de acessibilidade do W3C são
reconhecidas e implantadas internacionalmente e incorporadas em lei em alguns países de língua
inglesa.
Este paper abordará os principais pontos das diretrizes de acessibilidade que possibilitam o
acesso de pessoas com deficiência, as barreiras que as pessoas têm no acesso a web e mostraremos
como pequenas intervenções melhoram a acessibilidade de uma página web, não só para pessoas com
deficiência, mas para toda a população em algum momento de sua vida.
2. Pessoas com deficiência no Brasil
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com
deficiência no Brasil vem aumentando consideravelmente. Dados extraídos do censo nacional mostram
que o número de pessoas com deficiência no Brasil cresceu exponencialmente: de 25,5 milhões de
pessoas em 2000 para 45,5 milhões em 2010 (ver quadro 1).
Desse número podemos destacar a grande quantidade de pessoas com deficiência visual no país.
São mais de 35 milhões de pessoas que não enxergam ou que possuem alguma dificuldade de enxergar.
Desses números, mais de 500 mil pessoas no Brasil são totalmente cegas e mais de seis milhões
declararam ter grande dificuldade de enxergar (ver quadro 2).
É importante ressaltar que inseridos no número de pessoas que têm grande dificuldade de
enxergar estão as pessoas acima dos 65 anos (ver quadro 3). São pessoas idosas, que perderam a
acuidade visual com o passar dos anos e hoje necessitam de auxílio para enxergar de forma adequada.
O número de pessoas que estão utilizando a internet também vem crescendo no Brasil. Segundo
dados das pesquisas TIC Domicílios, produzidas pelo CETIC.br o número de pessoas que já acessou a
internet pelo menos uma vez na vida saltou de 39% em 2008 para 53% em 2011 (ver gráfico 1).
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Com relação ao número de pessoas idosas, considerando-se acima de 60 anos de idade, o acesso
às tecnologias da informação e da comunicação no Brasil vem aumentado a cada ano. Segundo a
mesma pesquisa, o número de pessoas com 60 anos ou mais que declarou ter acessado a internet nos
últimos três meses passou de 2% em 2008 para 9% em 2011 (ver gráfico 2). Esse crescimento do
acesso à internet se reflete também quando investigamos a quantidade de pessoas que nunca acessou a
rede. Segundo a pesquisa, em 2008 o Brasil tinha um número de 98% das pessoas idosas que nunca
havia acessado a internet. Em 2011 esse número caiu para 88% (ver gráfico 3).
3. W3C e Acessibilidade na web
A web foi criada em 1991 por Tim Berners-Lee, físico britânico, cientista da computação e
professor do MIT, e desde sua contemplação foi planejada para ser acessível, segundo seu próprio
criador, “The power of the Web is in its universality. Access by everyone regardless of disability is an
essential aspect.”1 Anos depois, com o lançamento do W3C, um consórcio internacional criado para o
desenvolvimento de padrões na web, a consideração da acessibilidade continuou como ponto
fundamental a evolução da linguagem de marcação. As discussões envolveram os novos elementos a
serem incluídos na linguagem, como imagens, que deveriam ter uma alternativa em modo textual caso
o usuário não pudesse acessar aquele tipo de arquivo.
A web cresceu de forma exponencial desde seu surgimento. Novos dispositivos chegaram ao
mercado permitindo o acesso a informação em qualquer lugar, independente de cabos, mouses ou
teclados. Essa evolução da web foi acompanhada de perto pela Iniciativa de Acessibilidade na Web do
W3C, a WAI (http://www.w3.org/WAI/)que desenvolveu, em 1999, a primeira versão das diretrizes
para criação de páginas web acessíveis, as chamadas WCAG (Web Content Accessibility Guidelines )
em sua versão 1.0.
A web continuou a evoluir e os padrões de acessibilidade também, e em 2008 o W3C, por meio
do WAI lançou a segunda versão das diretrizes de acessibilidade, as WCAG 2.0. Essas diretrizes
trouxeram mudanças significativas na forma de avaliar a acessibilidade na web baseada em princípios e
necessidades específicas e não somente na codificação da página. As diretrizes são amplamente
utilizadas em todo o mundo para o desenvolvimento de páginas e se tornaram diretrizes oficiais em
alguns países como Austrália, por exemplo.
Em 2007 foi inaugurado o escritório brasileiro do World Wide Web Consortium por iniciativa
do Comitê Gestor da Internet no Brasil e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br)
para aproximar as discussões internacionais sobre os padrões para a realidade nacional.
4. Acessibilidade na web no Brasil
A lei de acesso à informação, em seu capítulo II artigo 8 parágrafo 3 inciso VIII determina que
se devem“adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas
com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no 186,
de 9 de julho de 2008”, em referência ao acesso à informação e sua divulgação. Medidas que
representam a implantação e utilização de diretrizes de acessibilidade em projetos web.
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Tradução livre: “O poder da web está em sua universalidade. A possibilidade de acesso a todos, independente de suas
limitações é um de seus aspectos essenciais”.
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Os números referentes à população brasileira mostram a importância de diretrizes que
beneficiam o acesso de pessoas com deficiência às tecnologias da informação e da comunicação. Com
esse objetivo, o governo brasileiro criou o Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico Brasileiro
(e-MAG), que está em sua terceira versão e utilizou diretrizes internacionais de acessibilidade como
base para sua criação.
No ano de 2010, uma pesquisa inédita feita pelo W3C Brasil e NIC.br pesquisou características
de sítios web governamentais cujos resultados foram publicados no sitio web do W3C Brasil:
“Dimensões e características da Web brasileira: um estudo do .gov.br”. Essa pesquisa envolveu a
investigação de diversos quesitos e um deles foi a aderência aos padrões de acessibilidade do governo
federal brasileiro, utilizando a ferramenta ASES, desenvolvida e disponibilizada pelo próprio governo
para avaliação automática de sítios web.
Segundo a pesquisa, somente 2% das páginas web governamentais sob o domínio “.gov.br” são
aderentes aos padrões definidos pelo Governo Federal (ver gráfico 4). Um número considerado muito
baixo, especialmente por envolver serviços essenciais ao cidadão.
Acessibilidade na web permite que pessoas com deficiência consigam acessar o conteúdo
disponível em uma página na rede. Essa acessibilidade beneficia pessoas com deficiências visuais,
como cegueira, daltonismo e baixa visão, beneficia pessoas surdas e com dificuldades de ouvir e
pessoas com deficiência motora e cognitiva.
Porém, quando a acessibilidade na web é implementada de forma adequada, ela beneficia um
grupo muito maior de pessoas, como usuários de dispositivos móveis, que acessam seus conteúdos na
rua, sob incidência de sol, pessoas com deficiência temporária, pessoas com pouca habilidade com
computador e pessoas idosas.
Por essa razão o W3C, no Brasil, vem promovendo diversas ações para o fomento da
acessibilidade na web, como o Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web e um grupo de trabalho
especialmente criado para discutir ações em favor da acessibilidade na web no país.
5. Web Content Accessibility Guidelines 2.0
As diretrizes de acessibilidade do W3C foram criadas para orientar desenvolvedores e gestores
a tornar o conteúdo de suas páginas e sistemas web acessíveis a pessoas com deficiências. Seguir essas
recomendações tornará o conteúdo acessível para um amplo grupo de pessoas com deficiência,
incluindo cegueira e baixa visão, surdez e baixa audição, dificuldades de aprendizagem, limitações
cognitivas, limitações de movimentos, incapacidade de fala, fotosensibilidade e suas combinações.
A documentação completa do WCAG é composta por um documento principal, com todas as
diretrizes de acessibilidade e outros quatro documentos que dão suporte as recomendações. São eles:
1. Como cumprir as WCAG 2.0 - Uma referência rápida, passível de personalização,
às WCAG 2.0, que inclui todas as recomendações, critérios de sucesso e técnicas a serem
utilizados pelos autores à medida que desenvolvem e avaliam o conteúdo da Web.
2. Entendendo as WCAG 2.0 - Um guia para compreender e implantar as WCAG 2.0. Existe um
pequeno documento intitulado "Noções sobre" para cada recomendação e critério de sucesso
nas WCAG 2.0, bem como tópicos-chave.
3. Técnicas para as WCAG 2.0 - Um conjunto de técnicas e falhas comuns, cada um num
documento em separado que incluem uma descrição, exemplos, código fonte e testes.
4. Os documentos das WCAG 2.0 - Um diagrama e uma descrição sobre a forma como os
documentos técnicos estão relacionados e ligados.
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O documento principal do WCAG é dividido em quatro princípios. São eles:
Princípio 1: Perceptível - A informação e os componentes da interface do usuário têm de ser
apresentados aos usuários em formas que eles possam perceber.
Princípio 2: Operável - Os componentes de interface de usuário e a navegação têm de ser
operáveis.
Princípio 3: Compreensível - A informação e a operação da interface de usuário têm de ser
compreensíveis.
Princípio 4: Robusto - O conteúdo tem de ser robusto o suficiente para poder ser interpretado de
forma concisa por diversos agentes do usuário, incluindo tecnologias assistivas.
Cada um desses princípios possui diversas recomendações para tornar as páginas web acessíveis às
pessoas com deficiência.
5.1.
Princípio 1: Perceptível
Este primeiro princípio significa que os usuários devem ser capazes de perceber a informação
que está sendo apresentada, não podendo ser invisível para todos os seus sentidos. Isso quer dizer que
imagens devem ter textos alternativos e que elementos baseados em mídia, como áudio e vídeo, devem
ter uma alternativa textual. Essas são preocupações para que pessoas com deficiência (cegos ao acessar
uma imagem, e surdos ao acessar um áudio ou vídeo, por exemplo) consigam acessar o conteúdo
disponibilizado em uma página web, utilizando tecnologias assistivas ou não.
As principais recomendações do primeiro princípio estão diretamente ligadas à percepção do
usuário com relação ao conteúdo da web. Essa percepção pode ser feita diretamente pelo navegador ou
por intermédio de tecnologias assistivas, como softwares leitores de tela. As recomendações
relacionadas a esse princípio são:
Fornecer alternativas para o conteúdo não textual
Significa que todo o conteúdo deve ter uma versão em forma de texto, para que as tecnologias
assistivas consigam acessar e transmitir a informação ao usuário, como imagens com texto alternativo,
formulários com seus campos devidamente relacionados a seus rótulos e desafios do tipo CAPTCHA
(sistema amplamente utilizado para impedir publicações indevidas feitas por robôs em formulários de
páginas web e blogs)
Fornecer legendas e alternativas para conteúdo de áudio e vídeo.
Significa que todo conteúdo de áudio e vídeo que emite sons deve ter uma alternativa textual,
ou em forma de legendas, open ou close captions, ou a transcrição do áudio em modo texto. Essa
técnica beneficia não somente pessoas surdas, mas pessoas que estão impossibilitadas de acessar o
áudio de uma página, por problemas técnicos em seu computador, por exemplo.
Fazer o conteúdo adaptável e disponível para tecnologias assistivas.
Significa que se deve ter o cuidado de acrescentar informações relevantes ao conteúdo web para
que as tecnologias assistivas consigam acessar a informação, como descrições para tabelas, já que
pessoas cegas não conseguem ter uma ideia geral da tabela como as pessoas que enxergam, e precisam
de auxílio para conseguir entender a organização dos elementos da mesma.
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Criar um conteúdo que possa ser apresentado de diversas formas
Significa que o desenvolvedor pode criar formas de exibir o conteúdo, dependendo de como o
usuário o acessa, como por exemplo determinar um tipo de exibição para cada tela ou tamanho de
dispositivo, como telefones celulares e tablets.
Usar contraste suficiente para tornar as coisas fáceis de ver e ouvir.
Esta recomendação alerta para nunca utilizar somente a cor para transmitir informações pela
web, pois pessoas com algum grau de daltonismo podem ter problemas ao navegar nesse tipo de
conteúdo. O daltonismo pode interferir na compreensão de cores específicas, como azuis e verdes e em
casos extremos, em todas as cores, permitindo que a pessoa enxergue somente tons de cinza e não
consiga navegar em uma página web orientada somente por cores.
5.2.
Princípio 2: Operável
Este segundo princípio significa que os usuários devem ser capazes de operar a interface; a
interface de interação não pode exigir interação que o usuário não possa executar. Isso quer dizer que
usuários não devem ter barreiras de acesso em suas páginas caso não consigam utilizar um mouse, por
exemplo.
As principais recomendações do segundo princípio estão diretamente ligadas a operação do
usuário com relação à interface web, baseada ou não na utilização de hardware ou software
complementar. São elas:
Fazer todas as funcionalidades acessíveis via teclado.
Significa que o usuário não deve ter barreiras de acesso caso não consiga utilizar um mouse, por
exemplo. Pessoas cegas, que utilizam softwares leitores de tela e teclado para navegar pelas páginas e
pessoas com mobilidade reduzida, que utilizam mouses adaptados e ponteiras para navegar via teclado
sem a utilização das mãos são os grandes beneficiados quando essa recomendação é implantada
totalmente em uma página web.
Fornecer tempo suficiente aos usuários para lerem e utilizarem o conteúdo.
Significa que os usuários devem ter tempo suficiente para acessar a informação, evitando que
conteúdos dinâmicos desapareçam sem sua intervenção. Um usuário cego levará um tempo maior para
identificar mudanças automáticas e sem seu consentimento em um sítio web, e isso pode comprometer
a leitura e compreensão do seu conteúdo, podendo levar o usuário a recarregar a página inteira
novamente para retornar ao ponto onde parou.
Não utilize conteúdo que cause convulsões.
Evitar criar conteúdos que se movimentem em determinada frequência que possa causar
convulsões a pessoas com fotosensibilidade. Certas pessoas são sensíveis ao piscar de tela em
determinadas frequências e podem sofrer convulsões durante a navegação por uma página web ou
durante a execução de uma animação.
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Ajudar os usuários a navegar e encontrar conteúdo.
Significa que o conteúdo web deve estar codificado de forma que os usuários tenham recursos
para acessar e navegar de forma simples e clara pelo conteúdo, como ao navegar por cabeçalhos e
saltos para evitar conteúdos repetidos. Usuários de tecnologias assistivas, como softwares leitores de
tela, navegam por atalhos de teclados e esses atalhos fazem uso da codificação e semântica adequada
de tabelas, cabeçalhos e formulários de uma página web.
5.3.
Princípio 3: Compreensível
Este princípio significa que os usuários devem ser capazes de compreender as informações, bem
como o funcionamento da interface do usuário; o conteúdo ou operação não pode ir além de sua
compreensão.
As principais recomendações do terceiro princípio estão diretamente ligadas à compreensão do
usuário com relação ao conteúdo na web, e não somente a codificação e programação do sistema feita
por técnicos.São elas:
Tornar o conteúdo de texto legível e compreensível.
Significa que as páginas web devem ser compreensíveis ao usuário, que alguns recursos podem
ser implantados para que melhorem a experiência do usuário em uma página, como a definição do
idioma da página, que beneficia usuários de softwares leitores de tela, que identificam o idioma e
carregam o sintetizador de voz no idioma adequado. Esse tipo de intervenção impede que o usuário
tenha que configurar seu software para cada website acessado, deixando a cargo da declaração de
idioma essa configuração.
Fazer com que as páginas Web surjam e funcionem de forma previsível.
Significa que as páginas não devem confundir o usuário em sua forma de funcionamento, como
ter uma navegação consistente, foco adequado que não inicia uma alteração de contexto e uma
navegação ordenada. Testes que tenham um tempo para a sua conclusão devem deixar claro ao usuário
essa informação para que o mesmo não seja surpreendido por um encerramento prematuro do sistema
antes do preenchimento total das respostas.
Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros.
Significa que a interface deve proporcionar ao usuário informações e retorno para evitar e
corrigir erros, como formulários de contato, que informam claramente ao usuário quando um campo
não foi preenchido corretamente e permite que o usuário consiga localizar e corrigir o erro da forma
mais simples possível.
5.4.
Princípio 4: Robusto
Este princípio significa que os usuários devem ser capazes de acessar o conteúdo conforme as
tecnologias evoluem; o conteúdo deve permanecer acessível às pessoas com deficiência, mesmo que
utilizem sistemas operacionais e dispositivos mais modernos.
As principais recomendações do quarto princípio estão diretamente ligadas à compatibilidade
do conteúdo com as novas e futuras tecnologias.
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Maximizar a compatibilidade com atuais e futuros agentes de usuário, incluindo tecnologias
assistivas.
Significa que as páginas web devem ser compatíveis com as atuais e futuras tecnologias. Isso
quer dizer que devem utilizar padrões consolidados de desenvolvimento e fazer a validação de código
da página web, para evitar erros que possam causar barreiras a pessoas com deficiência.
6. Conclusão
O número de pessoas com deficiência vem aumentando ano a ano e o número de pessoas utilizando
tecnologias da informação e da comunicação também. Pessoas com deficiência se beneficiam de
sistemas e páginas web acessíveis, que não criem barreiras de acesso a informação.
A partir da necessidade de um ambiente web acessível, surgiram as diretrizes de acessibilidade do
W3C, as WCAG. São diretrizes que auxiliam gestores e desenvolvedores a tornar as páginas web
acessíveis e interoperáveis, já que se trata de um padrão internacional. Esses padrões são utilizados
para nortear diretrizes e legislações locais para a publicação de conteúdo acessível na web. Dessa
forma, pessoas com deficiência são beneficiadas no acesso a conteúdos acessíveis.
Lista de Abreviaturas
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
W3C: World Wide Web Consortium
WCAG: Web Content Accessibility Guidelines
e-MAG: Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico
MIT: Massachusetts Institute of Technology
CGI.br: Comitê Gestor da Internet no Brasil
NIC.br: Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
CETIC.br: Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação
WAI: Web Accessibility Initiative
CAPTCHA: Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart
Bibliografia
Comitê Gestor da Internet no Brasil (2008) “Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no Brasil - 2008”, São Paulo. Disponível em http://cetic.br/tic/2008/ - 30/07/2012
Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009) “Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no Brasil - 2009”, São Paulo. Disponível em http://cetic.br/tic/2009/ - 30/07/2012
Comitê Gestor da Internet no Brasil (2010) “Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no Brasil - 2010”, São Paulo. Disponível em http://cetic.br/tic/2010/ - 30/07/2012
Comitê Gestor da Internet no Brasil (2011) “Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da
Comunicação no Brasil - 2011”, São Paulo. Disponível em http://cetic.br/usuarios/tic/2011-totalbrasil/ - 30/07/2012
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm30/07/2012
LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000, Artigo 17. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm#art17. 30/07/2012
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DECRETO LEGISLATIVO Nº 186, de 2008
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Congresso/DLG/DLG-186-2008.htm#art9
World Wide Web Consortium Launches International Program Office for Web Accessibility Initiative.
Disponível em http://www.w3.org/Press/IPO-announce- 19/07/2012
Lista de discussão do W3C – 25 de fevereiro de 1993. Disponível em
http://1997.webhistory.org/www.lists/www-talk.1993q1/0182.html - 19/07/2012
Lista de discussão do W3C – 15 de abril de 1995. Disponível em
http://1997.webhistory.org/www.lists/www-html.1995q2/0128.html - 19/07/2012
Web Content Accessibility Guidelines 1.0. Disponível em http://www.w3.org/TR/WCAG10/19/07/2012
World Wide Web Access:Disability Discrimination Act Advisory Notes – Australian Human Rights
Commission Disponível em
http://www.hreoc.gov.au/disability_rights/standards/www_3/www_3.html#wcag- 19/07/2012
e-MAG - Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico. Disponível em
http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/e-MAG/ - 19/07/2012
ASES - Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios. Disponível em
http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/e-MAG/ases-avaliador-e-simulador-deacessibilidade-sitios - 19/07/2012
Dimensões e características da Web brasileira: um estudo do .gov.br. Disponível em
http://www.cgi.br/publicacoes/pesquisas/govbr/cgibr-nicbr-censoweb-govbr-2010.pdf 19/07/2012
Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 Disponível em http://www.w3.org/TR/WCAG/ 19/07/2012
WCAG 2.0 Supporting Documents. Disponível emhttp://www.w3.org/TR/WCAG/#intro-related-docs 19/07/2012
How to Meet WCAG 2.0. Disponível em http://www.w3.org/WAI/WCAG20/quickref/ 30/07/2012
Understanding WCAG 2.0. Disponível em http://www.w3.org/TR/UNDERSTANDING-WCAG20/
20/07/2012
Techniques for WCAG 2.0. Disponível em http://www.w3.org/TR/WCAG20-TECHS/ 30/07/2012
The WCAG 2.0 Documents. Disponível em http://www.w3.org/WAI/intro/wcag20 30/07/2012
Introdução ao Conceito de Tecnologia Assistiva e Modelos de Abordagem da Deficiência. Disponível
em http://www.bengalalegal.com/tecnologia-assistiva 30/07/2012
Definition of User Agent. Disponível em
http://www.w3.org/WAI/UA/work/wiki/Definition_of_User_Agent 30/07/2012
Wikipedia definition: CAPTCHA. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/CAPTCHA- 19/07/2012
Sítios de Referência
Comitê Gestor da Internet no Brasil
http://www.cgi.br/
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
http://www.nic.br/
World Wide Web Consortium
http://www.w3.org
World Wide Web Consortium – Escritório Brasil
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http://www.w3c.br
Web Accessibility Initiative (WAI)
http://www.w3.org/WAI/
Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web
http://premio.w3c.br/
Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação
http://www.cetic.br/
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
http://www.governoeletronico.gov.br/
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
http://www.ibge.gov.br/
Resenha bibliográfica
Reinaldo Ferraz da Silva é formado em desenho e computação gráfica e pós-graduado em design de
hipermídia pela Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo. Trabalha há mais de 12 anos com
desenvolvimento web em empresas privadas.Atualmente é especialista em desenvolvimento web do
W3C Brasil, Coordenador do Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web e do Grupo de Trabalho em
Acessibilidade na Web e representante do W3C Brasil em plenárias técnicas internacionais do W3C.
Ministrou palestras e tutoriais sobre acessibilidade e padrões web em dezenas de eventos no Brasil e no
exterior.
Especialista em Desenvolvimento Web do W3C Brasil
Av. das Nações, 11.541 7º andar
CEP 04578-000 São Paulo-SP
Tel: 55 11 5509-3532
Fax: 55 11 5509-3512
Email: [email protected]
www.w3c.br
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Lista de quadros e gráficos
Quadro 1: Evolução do número de pessoas com deficiência no Brasil, segundo o Censo Nacional do
IBGE
2000
16,6 milhões
5,7 milhões
9,3 milhões
2,8 milhões
24,5 milhões
2010
35.8 milhões
9.7milhões
13.3 milhões
2.6 milhões
45,6 milhões
Deficiência Visual:
Deficiência auditiva:
Deficiência motora:
Deficiência cognitiva:
Total:
Fontes:
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=438&id_pagina=119/07/2012
ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/ta
b1_3.pdf- 19/07/2012
Quadro 2: Número de pessoas com deficiência visual no Brasil, segundo o Censo Nacional do IBGE de
2010
Não
consegue
Grande
Alguma
de modo
dificuldade
dificuldade
algum (cego)
Deficiência visual
506.377
6.056.533
29.211.482
no Brasil
Fonte:
ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/ta
b1_3.pdf- 19/07/2012
Quadro 3: Número de pessoas com deficiência visual no Brasil, segundo o Censo Nacional do IBGE de
2010, por faixa etária.
Não
consegue de
Grande
Alguma
modo
algum dificuldade
dificuldade
(cego)
0 a 14 anos
66.400
297.603
2.080.352
Deficiência visual no 15 a 64 anos
301.961
3.976.160
22.037.125
Brasil (por faixa etária) 65 anos ou mais
138.016
1.782.770
5.094.005
Fonte:
ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/ta
b1_3.pdf- 19/07/2012
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Gráfico 1: % de pessoas que já acessaram a internet no Brasil.
Indivíduos que informaram ter acessado a Internet pelo menos uma vez na vida, de qualquer lugar.
Fonte: http://cetic.br/usuarios/tic/- 19/07/2012
Gráfico 2: % de pessoas com 60 anos ou mais que acessou a internet há menos de 3 meses
Fonte: http://cetic.br/usuarios/tic/- 19/07/2012
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XVII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Cartagena, Colombia, 30 oct. - 2 nov. 2012
Gráfico 3: % de pessoas com 60 anos ou mais que nunca acessou a internet
Fonte: http://cetic.br/usuarios/tic/- 19/07/2012
Gráfico 4: Proporção de páginas aderentes aos padrões de acessibilidade ASES
Fonte:
http://www.cgi.br/publicacoes/pesquisas/govbr/cgibr-nicbr-censoweb-govbr-2010.pdf12
XVII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Cartagena, Colombia, 30 oct. - 2 nov. 2012
19/07/2012
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