ESTATÍSTICA O presente material foi elaborado com o objetivo de facilitar as atividades em sala de aula, seguindo a bibliografia apresentada no final do texto. Esclarece-se que o material, não substitui a bibliografia apresentada, portanto, é necessário consultar os livros recomendados. Profa. Sachiko Araki Lira . 2º. SEMESTRE DE 2016 SUMÁRIO ESTATÍSTICA DESCRITIVA ........................................................................................................ 1 1.1 Variável Aleatória ................................................................................................................ 2 1.2 Tipos de Escalas e Variáveis............................................................................................... 4 1.3 Tabelas ............................................................................................................................... 5 1.3.1 Elementos essenciais de uma tabela ............................................................................... 5 1.3.2 Tabelas de distribuição de frequências............................................................................. 6 1.3.2.1 Variável Discreta ........................................................................................................... 6 1.3.2.2 Variável Contínua .......................................................................................................... 8 1.4 Gráficos ............................................................................................................................... 9 1.4.1 Representação Gráfica ..................................................................................................... 9 1.4.2 Histograma de Frequências.............................................................................................. 9 1.4.3 Diagrama de Ramo e Folhas (Stem and Leaf Plot) ........................................................ 10 1.4.4 Gráfico de Boxplot ou da Caixa ...................................................................................... 11 1.4.5 Gráfico de Linhas ........................................................................................................... 12 1.5 Medidas de Localização, Variabilidade e Forma da Distribuição ....................................... 12 1.5.1 Tendência Central .......................................................................................................... 13 1.5.1.1 Esperança matemática ou média aritmética ................................................................ 13 1.5.1.2 Mediana ...................................................................................................................... 15 1.5.1.3 Moda ........................................................................................................................... 18 1.5.2 Medidas de Posição (ou Separatrizes) ........................................................................... 20 1.5.2.1 Quartil.......................................................................................................................... 20 1.5.3 Medidas de Dispersão .................................................................................................... 22 1.5.3.1 Amplitude Total ........................................................................................................... 22 1.5.3.2 Amplitude Interquartil................................................................................................... 23 1.5.3.3 Desvio Médio............................................................................................................... 23 1.5.3.4 Variância e Desvio Padrão .......................................................................................... 24 1.5.3.5 Coeficiente de Variação............................................................................................... 27 1.5.4 Forma da Distribuição .................................................................................................... 27 1.5.4.1 Coeficiente do momento de assimetria ........................................................................ 27 1.5.4.2 Coeficiente do momento de curtose ............................................................................ 28 Lista de Exercícios no. 1 – Estatística Descritiva ..................................................................... 31 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES ....................................................................................... 34 2.1 Experimento Aleatório (E) ................................................................................................ 34 2.2 Espaço Amostral (S) ......................................................................................................... 34 2.3 Evento ............................................................................................................................... 34 2.3.1 Evento Complementar .................................................................................................... 35 2.3.2 Eventos Independentes .................................................................................................. 35 2.3.3 Eventos Mutuamente Exclusivos .................................................................................... 36 2.4 Definição Clássica de Probabilidade ................................................................................. 37 2.5 Definição Axiomática de Probabilidade ............................................................................. 37 2.6 Probabilidade Condicional ................................................................................................. 37 2.7 Teorema da Probabilidade Total ....................................................................................... 38 2.8 Teorema de Bayes ............................................................................................................ 39 Lista de Exercícios no. 2 - Probabilidades ............................................................................... 40 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES .............. 43 3.1 Definições ......................................................................................................................... 43 3.2 Distribuições de Probabilidades Discretas ......................................................................... 46 3.2.1 Distribuição binomial ...................................................................................................... 46 3.2.2 Distribuição de Poisson .................................................................................................. 48 3.2.3 Distribuição Hipergeométrica .......................................................................................... 50 ii SUMÁRIO Lista de Exercícios no. 3 – Distribuições de Probabilidades Discretas .................................... 52 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES .............. 54 4.1 Definições ......................................................................................................................... 54 4.2 Distribuições de Probabilidades Continuas ........................................................................ 56 4.2.1 Distribuição Exponencial ................................................................................................ 56 4.2.2 Distribuição normal ou Gaussiana .................................................................................. 57 4.3.2.1 Distribuição normal padronizada ou reduzida .............................................................. 59 4.3.3 Distribuição 2 ( qui-quadrado)...................................................................................... 61 4.3.4 Distribuição “ t ” de Student ............................................................................................ 62 4.3.5 Distribuição F de Snedecor ............................................................................................ 63 Lista de Exercícios no. 4 – Distribuições de Probabilidades Contínuas ................................... 64 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS.............................................. 66 5.1 Introdução ......................................................................................................................... 66 5.2 Amostragem Probabilística ................................................................................................ 66 5.2.1 Amostragem Aleatória Simples (AAS) ............................................................................ 66 5.2.2 Amostragem Sistemática ................................................................................................ 67 5.2.3 Amostragem Estratificada............................................................................................... 68 5.3 Distribuições Amostrais ..................................................................................................... 68 5.3.1 Distribuição Amostral de Médias .................................................................................... 68 5.3.2 Distribuição Amostral de Proporções .............................................................................. 72 5.3.3 Distribuição Amostral da Variância ................................................................................. 72 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS .............................................................................................. 74 6.1 Introdução ......................................................................................................................... 74 6.2 Estimador e Estimativa ...................................................................................................... 74 6.3 Qualidades de um Estimador ............................................................................................ 74 6.4 Estimação por Pontos ....................................................................................................... 75 6.4.1 Estimador da Média Populacional .................................................................................. 75 6.4.2 Estimador da Variância Populacional ............................................................................. 75 6.4.3 Estimador do Desvio Padrão Populacional ..................................................................... 76 6.4.4 Estimador da Proporção Populacional ............................................................................ 76 6.5 Estimação por Intervalo ..................................................................................................... 76 6.5.1 Intervalo de Confiança para Média populacional ............................................................ 76 6.5.2 Intervalo de Confiança para Diferença entre Duas Médias Populacionais 1 e 2 ......... 80 6.5.3 Intervalo de Confiança para a Variância Populacional .................................................... 84 6.5.4 Intervalo de Confiança para o Desvio Padrão Populacional ........................................... 85 6.5.5 Intervalo de Confiança para Proporção Populacional ..................................................... 86 6.6 Dimensionamento da Amostra .......................................................................................... 87 6.6.1 Estimação da Média Populacional .................................................................................. 87 6.6.2 Estimação da Proporção Populacional ........................................................................... 88 Lista de Exercícios no. 5 - Intervalos de Confiança ................................................................ 89 TESTES DE HIPÓTESES .......................................................................................................... 92 7.1 Etapas para Testes de Hipóteses ...................................................................................... 92 7.1.1 Nível de Significância ..................................................................................................... 92 7.1.2 Erro Estatístico ............................................................................................................... 93 7.2 Testes Estatísticos Paramétricos ...................................................................................... 93 7.2.1 Teste para a Média Populacional ................................................................................... 93 7.2.1.1 Quando a variância populacional 2 é Conhecida ...................................................... 93 7.2.1.2 Quando a variância populacional 2 é desconhecida ................................................. 95 7.2.2 Teste para a Proporção Populacional ............................................................................. 96 7.2.3 Teste para a Variância Populacional .............................................................................. 98 7.2.4 Teste para a Diferença entre Duas Médias Populacionais............................................ 100 7.2.4.1 Quando as variâncias populacionais 12 e 22 são Conhecidas ................................ 100 7.2.4.2 Quando as variâncias populacionais 12 e 22 são Desconhecidas .......................... 102 7.2.5 Duas Amostras Emparelhadas ..................................................................................... 106 7.2.6 Teste para Igualdade de Duas Variâncias .................................................................... 107 SACHIKO ARAKI LIRA iii Lista de Exercícios no. 6 – Testes de Hipóteses ................................................................... 110 TESTES DE ADERÊNCIA ....................................................................................................... 113 8.1 Teste Qui-quadrado de Aderência ................................................................................... 113 8.2 Teste de Lilliefors ............................................................................................................ 117 Lista de Exercícios no. 7 – Testes de Aderência ................................................................... 119 ANÁLISE DA VARIÂNCIA ........................................................................................................ 121 9.1 Fundamentos da ANOVA ................................................................................................ 121 9.2 Análise da Variância a um Critério de Classificação ........................................................ 123 9.3 Comparações Múltiplas entre Médias .............................................................................. 128 9.3.1 Teste de Scheffé .......................................................................................................... 128 Lista de Exercícios no. 8 – Análise da Variância ................................................................... 131 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO SIMPLES ....................................................... 133 10.1 Introdução ..................................................................................................................... 133 10.2 Diagrama de Dispersão ................................................................................................. 133 10.3 Análise de Correlação ................................................................................................... 134 10.3.1 Coeficiente de Correlação Linear de Pearson ............................................................ 134 10.3.1.1 Teste de Hipóteses para Coeficiente de Correlação ................................................ 136 10.4 Análise de Regressão Linear Simples ........................................................................... 137 10.4.1 Estimação dos Parâmetros......................................................................................... 138 10.4.2 Testes de Hipóteses na Regressão Linear ................................................................ 141 10.4.2.1Teste t ..................................................................................................................... 141 10.4.2.2 Análise da Variância ................................................................................................ 141 10.4.3 Coeficiente de Determinação ou Explicação............................................................... 144 10.5 Ajuste de Curva Geométrica (ou Função Potência) ....................................................... 147 10.5.1 Estimativa dos Coeficientes........................................................................................ 148 10.5.2 Testes de Hipóteses ................................................................................................... 149 10.5.2.1 Análise da Variância ................................................................................................ 149 10.5.3 Coeficiente de Determinação ou Explicação............................................................... 149 10.6 Ajuste de Função Exponencial ...................................................................................... 152 10.6.1 Estimativa dos Coeficientes........................................................................................ 153 10.6.2 Testes de Hipóteses ................................................................................................... 154 10.6.2.1 Análise da Variância ................................................................................................ 154 10.6.3. Coeficiente de Determinação ou Explicação .............................................................. 154 Lista de Exercícios no. 9 – Análise de Correlação e Regressão ............................................ 158 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA ..................................................................... 160 11.1 Regressão Linear com 2 Variáveis Independentes ........................................................ 160 11.1.1 Estimativas dos Coeficientes de Regressão ............................................................... 161 1.1.2 Teste para Verificar a Existência de Regressão ........................................................... 161 11.1.3 Cálculo do Coeficiente de Determinação ou Explicação ............................................. 161 Lista de Exercícios no. 10 – Análise de regressão Linear Múltipla ........................................ 166 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 168 TABELA A1.1 – ÁREAS SOB A CURVA NORMAL ............................................................... 169 TABELA A1.2 – ÁREAS SOB A CURVA NORMAL ............................................................... 170 TABELA A2 - DISTRIBUIÇÃO ‘ t ’ DE STUDENT .................................................................. 171 TABELA A3 - DISTRIBUIÇÃO DE 2 .................................................................................. 172 TABELA A4 - DISTRIBUIÇÃO ‘F’ DE SNEDECOR (Nível de Significância 1%) .................... 173 TABELA A5 - DISTRIBUIÇÃO ‘F’ DE SNEDECOR (Nível de Significância de 5%) ............... 174 TABELA A6 - DISTRIBUIÇÃO ‘F’ DE SNEDECOR (Nível de Significância de 10%) ............. 175 TABELA A7 - VALORES CRÍTICOS ( dc ) PARA TESTE DE LILLIERFORS ....................... 176 iv SUMÁRIO ESTATÍSTICA DESCRITIVA INTRODUÇÃO Estatística é a ciência que trata da coleta, organização, descrição, análise e interpretação dos dados experimentais. A FIGURA 1, a seguir, mostra o contexto em que se situa o estudo completo da Estatística, aqui subdividido em Estatística Descritiva e Estatística Indutiva (ou Inferência Estatística). FIGURA 1 - ESQUEMA GERAL DA ESTATÍSTICA Estatística Descritiva Amostragem Cálculo das Probabilidade s Estatística Indutiva FONTE: COSTA NETO (1994, p.4). A Estatística Descritiva é a parte que trata da organização e descrição de dados, através dos cálculos de médias, variâncias, estudo de gráficos, tabelas etc. A Teoria das Probabilidades permite-nos modelar os fenômenos aleatórios, ou seja, aqueles em que está presente a incerteza. É uma ferramenta fundamental para a inferência estatística. A Estatística Indutiva compreende um conjunto de técnicas baseadas em probabilidades, que a partir de dados amostrais, permite-nos tirar conclusões sobre a população de interesse. A Amostragem é o ponto de partida para um estudo estatístico. O estudo de qualquer fenômeno, seja ele natural, social, econômico ou biológico, exige a coleta e a análise de dados estatísticos. A coleta de dados é, pois, a fase inicial de qualquer pesquisa. A População é o conjunto de todas as observações potenciais sobre determinado fenômeno. O conjunto de dados efetivamente observados, ou extraídos, constitui uma amostra da população. É a partir do dado amostral, que se desenvolvem os estudos, com o objetivo de se fazer inferências sobre a população. SACHIKO ARAKI LIRA 1 1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA O objetivo da estatística descritiva é organizar os dados e apresentá-los de forma a possibilitar a visualização das informações subjacentes (que não são observáveis). As técnicas estatísticas e gráficas, disponíveis para a análise exploratória de dados, podem ser aplicadas a qualquer conjunto de dados, sejam para dados populacionais ou amostrais. O parâmetro é uma medida numérica que descreve de forma reduzida alguma característica de uma população ou universo. É habitualmente representado por letras gregas. Por exemplo: μ (média), σ (desvio padrão), ρ (coeficiente de correlação). O parâmetro normalmente é desconhecido e, deseja-se estimar através de dados amostrais. Estatística ou medida amostral é uma medida numérica que descreve alguma característica de uma amostra. É habitualmente representada por letras latinas. Por exemplo: X (média), S (desvio padrão), r (coeficiente de correlação). Em resumo, a análise exploratória de dados permite organizar os dados através de tabelas, gráficos e medidas de localização e dispersão, procurando mostrar um padrão ou comportamento de um conjunto de dados. 1.1 VARIÁVEL ALEATÓRIA Variável aleatória é aquela cujo valor numérico não é conhecido antes da sua observação. Esta tem uma distribuição de probabilidades associada, o que permite calcular a probabilidade de ocorrência de certos valores. Geralmente, utilizam-se letras maiúsculas (X, Y, Z...) para designar as variáveis aleatórias, e minúsculas (x, y, z...) para indicar particulares valores dessas variáveis. O comportamento de uma variável aleatória é descrito por sua distribuição de probabilidade. Exemplo: Suponha que em um lote de 10 parafusos, 2 são defeituosos. A variável aleatória X=número de parafusos defeituosos, na escolha de 3 parafusos com reposição, pode assumir os seguintes valores: 0 , se s PPP 1, se s DPP ou s PDP ou s PPD X(s) 2, se s DDP ou s DPD ou s PDD 3, se s DDD sendo P=perfeito e D=defeituoso. A distribuição de probabilidades é apresentada no QUADRO1. QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADES DA VARIÁVEL ALEATÓRIA X Xx 2 P( X x ) 0 (8 10 ) 3 0,512 1 3 (8 10 ) 2 (2 10 ) 0,384 2 3 (8 10 ) (2 10 ) 2 0,096 3 (2 / 10 ) 3 0,008 ESTATÍSTICA DESCRITIVA A função de repartição ou função de distribuição acumulada da v. a X é definida por FX ( x ) PX ( X x ) , x R , ou seja, é definida como sendo a probabilidade de X assumir um valor menor ou igual a x. Como exemplo tem-se o QUADRO 2. QUADRO 2 - FUNÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO ACUMULADA DA VARIÁVEL ALEATÓRIA X Xx P( X x ) FX ( x) 0 (8 10 ) 0,512 1 3 (8 10 ) (2 10 ) 0,384 0,896 2 3 (8 10 ) (2 10 ) 0,096 0,992 3 (2 / 10 ) 0,008 1,000 3 0,512 2 2 3 1.1.1 ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS 1. Quando o primeiro algarismo a ser abandonado for 0, 1, 2, 3 ou 4, fica inalterado o último número que permanecer. Exemplo: seja o número 48,231, ao arredondar para 2 casas decimais ficará 48,23. 2. Quando o primeiro algarismo a ser abandonado for 6, 7, 8 ou 9, aumenta-se de uma unidade o último algarismo a permanecer. Exemplo: o número 23,077, ao arredondar para 2 casas decimais ficará 23,08. 3. Quando o primeiro algarismo a ser abandonado for 5, haverá duas formas: a) como regra geral, aumenta-se de uma unidade o último algarismo a permanecer. Exemplo: 12,5253 ficará 12,53. b) se ao 5 só seguirem zeros, o último algarismo a ser conservado só será aumentado se for ímpar. Exemplo: 24,7750 passa a ser 24,78 24,7650 passa a ser 24,76. Exemplos: arredondar os números dados para 2 casa decimais. 17,44452 ficará 17,44; 179,5673 ficará 179,57; 87,4931 ficará 87,49; 4,5652 ficará 4,57; 4,5650 ficará 4,56; 4,575 ficará 4,58. SACHIKO ARAKI LIRA 3 4. Quando houver parcelas e total, e ocorrer diferença no arredondamento, deve-se fazer correção na parcela (ou parcelas) onde o erro relativo for menor. Exemplo: 2,4 13,4 16,1 ----31,9 para 2 14 16 ---32 1.2 TIPOS DE ESCALAS E VARIÁVEIS Uma variável pode se apresentar das seguintes formas, quanto aos valores assumidos: 1.o Escala nominal: é aquela que permite o agrupamento da unidade de observação (unidade da pesquisa) de acordo com uma classificação qualitativa em categorias definidas, ou seja, consiste simplesmente em nomear ou rotular, não sendo possível estabelecer graduação ou ordenamento. Ao se trabalhar com essa escala, cada unidade de observação deve ser classificada em uma e somente uma categoria, isto é, deve ser mutuamente excludente. Por exemplo, seja X, a variável, estado de uma peça de automóvel. Neste caso, a variável X assume as categorias “perfeita” e “defeituosa”, sendo denominada dicotômica. Quando assume mais de duas categorias é denominada politômica. Não tem significado aritmético ou de quantificação, não se faz cálculos, apenas a contagem. 2.o Escala ordinal: permite o agrupamento da unidade de observação de acordo com uma ordem de classificação. A escala ordinal fornece informações sobre a ordenação das categorias, mas não indica a grandeza das diferenças entre os valores. Exemplo: Seja X a variável que indica a qualidade de um determinado produto. Tem-se então: A (indicando melhor qualidade), B (qualidade intermediária) e C (pior qualidade). 3.º Escala intervalar: é uma escala ordinal em que a distância entre as categorias é sempre a mesma. As escalas para medir temperaturas como a Fahrenheit e a Centígrada são exemplos de escalas de intervalo. Não se pode afirmar que 40 graus é duas vezes mais quente que uma temperatura de 20 graus, embora se possa dizer que a diferença entre 20 graus e 40 graus é a mesma que entre 75 graus e 95 graus. 4.º Escala de razão: quando uma escala tem todas as características de uma escala intervalar e o zero absoluto representa o ponto de origem, é chamada escala de razão. Sempre que possível, é preferível utilizar a medida de escala de razão, pois a partir desta pode-se transformar em escala intervalar, ordinal ou nominal, não ocorrendo o inverso. De acordo com o nível de mensuração, a variável pode ser classificada em qualitativa ou quantitativa. Variável qualitativa é aquela cujo nível de mensuração é nominal ou ordinal, enquanto a quantitativa é aquela em que o nível de mensuração é intervalar ou de razão. A variável quantitativa pode ser ainda discreta ou contínua, sendo a primeira resultante de contagem, assumindo somente valores inteiros, e a última de medições, assumindo qualquer 4 ESTATÍSTICA DESCRITIVA valor no campo dos números reais. Apresentam-se, a seguir, os conceitos de variáveis quantitativas discretas e contínuas. Variável aleatória discreta: uma variável aleatória X é discreta se o conjunto de valores possíveis de X for finito ou infinito numerável. Variável aleatória contínua: a variável aleatória X é chamada de contínua quando o seu contradomínio é um conjunto infinito. A FIGURA 2 apresenta os tipos de variáveis de forma resumida. FIGURA 2 - TIPOS DE VARIÁVEIS Nominal Qualitativa Ordinal Variável Discreta Quantitativa Contínua FONTE: A autora Exemplo de aplicação: Seja uma população de peças produzidas em um determinado processo. É possível ter as seguintes situações conforme QUADRO 3: QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS SEGUNDO TIPO VARIÁVEIS TIPO Estado: Conforme ou Não-conforme Qualitativa Nominal Qualidade: 1ª., 2ª. ou 3ª. categoria Qualitativa Ordinal Número de peças conformes Quantitativa Discreta Comprimento das peças Quantitativa Contínua FONTE: A autora 1.3 TABELAS 1.3.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UMA TABELA Uma tabela deve apresentar os dados de forma resumida, oferecendo uma visão geral do comportamento do fenômeno analisado. Uma tabela é constituída dos seguintes elementos: SACHIKO ARAKI LIRA 5 1 - Título: é a indicação que precede a tabela e contém a identificação de três fatores do fenômeno. a) A data a qual se refere; b) o local onde ocorreu o evento; c) o fenômeno que é descrito. 2 - Cabeçalho: é a parte superior da tabela que especifica o conteúdo das colunas. 3 - Corpo da tabela: é o espaço que contém as informações sobre o fenômeno observado. 4 - Fonte: é a indicação da entidade responsável pelo levantamento dos dados. Para obter mais informações consultar o manual de normalização de documentos científicos de acordo com as normas da ABNT (AMADEU, et al. 2015) 1.3.2 TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS Serão apresentados alguns conceitos importantes para a construção de tabelas de frequências. Dados brutos: É o conjunto de dados numéricos obtidos e que ainda não foram organizados. Rol: É o arranjo dos dados brutos em ordem crescente (ou decrescente). Amplitude (At): É a diferença entre o maior e o menor dos valores observados. Frequência absoluta ( fi ): É o número de vezes que um elemento aparece no conjunto de dados: k fi n onde n é o número total de observações e k é o número de valores diferentes i1 observados. Frequência Relativa ( fr ): fr fi n k e fri 1 i1 Frequência Absoluta Acumulada ( fac ): É a soma da frequência absoluta do valor i assumida pela variável com todas as frequências absolutas anteriores. 1.3.2.1 VARIÁVEL DISCRETA Quando uma variável quantitativa discreta assume poucos valores, pode-se considerar que cada valor seja uma classe e que existe uma ordem natural nessas classes. Exemplo: Os dados que seguem apresentam os resultados da inspeção diária de todas as unidades de computadores produzidos durante os últimos 10 dias. O número de unidades nãoconformes são: 4 - 7 - 5 - 8 - 6 - 6 - 4 - 5 - 8 - 7 6 ESTATÍSTICA DESCRITIVA TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DO NÚMERO DE UNIDADES NÃO CONFORMES DE COMPUTADORES PRODUZIDOS DURANTE 10 DIAS NÚMERO DE DEFEITOS NÚMERO DE DIAS (Freq.) 4 5 6 7 8 2 2 2 2 2 FONTE: MONTEGOMERY, D. C. NOTA: A produção diária é de 100 computadores. Número de Classes (k) Quando se tratar de uma variável quantitativa discreta que pode assumir um grande número de valores distintos, a construção da tabela de frequências e de gráficos considerando cada valor como uma categoria fica inviável. A solução é agrupar os valores em classes ao elaborar a tabela. Segundo Bussab e Morettin, a escolha dos intervalos dependerá do conhecimento que o pesquisador tem sobre os dados. Assim, a definição do número de intervalos ou classes é arbitrária. Mas, vale lembrar que, quando se utiliza um pequeno número de intervalos pode-se perder informações, e ao contrário, com um grande número de intervalos pode-se prejudicar o resumo dos dados. Existem duas soluções para a definição do número de intervalos bastante utilizadas que são: 1) Se o número de elementos (n) for menor ou igual a 25 então o número de classes (k) é igual a 5; se n for maior que 25, então o número de classes é aproximadamente a raiz quadrada positiva de n. Ou seja: Para n 25, k = 5 Para n > 25, k = n 2) Fórmula de Sturges para número de classes: k 1 3,3 log ( n ) . Amplitude total ou “range” (At): É a diferença entre o maior e o menor valor observados no conjunto de dados. A t X máx X min Amplitude dos intervalos ou das classes (h): É a divisão da amplitude total (At) pelo número de intervalos (k). Ou seja: h At k SACHIKO ARAKI LIRA 7 1.3.2.2 VARIÁVEL CONTÍNUA Quando a variável quantitativa em estudo é contínua, que assume muitos valores distintos, o agrupamento dos dados em classes será sempre necessário, na construção das tabelas de frequências. Exemplo 1: A tabela abaixo apresenta as medidas de uma dimensão de uma peça produzida por um processo de usinagem. Construir a tabela de distribuição de frequências em classes. 102,8 - 136,4 - 110,1 - 115,9 - 118,5 - 149,3 - 125,3 - 144,8 - 129,7 - 132,7 135,0 – 108,2 - 138,1 - 138,6 - 139,6 - 144,4 - 125,9 - 145,2 - 145,7 – 120,4 ROL: 102,8 - 108,2 - 110,1 - 115,9 - 118,5 - 120,4 - 125,3 - 125,9 - 129,7 - 132,7 135,0 - 136,4 - 138,1 - 138,6 - 139,6 - 144,4 - 144,8 - 145,2 - 145,7 - 149,3 A t X máx X min 149 ,3 102,8 46,50 k5 h A t 46,50 9,3 10 k 5 TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DAS MEDIDAS DE UMA DIMENSÃO DAS PEÇAS PRODUZIDAS POR UM PROCESSO DE USINAGEM INTERVALO DE CLASSES fi fr fac 102,8 |--- 112,8 3 0,15 3 112,8 |--- 122,8 3 0,15 6 122,8 |--- 132,8 4 0,20 10 132,8 |--- 142,8 5 0,25 15 142,8 |--- 152,8 5 0,25 20 TOTAL 20 1,00 FONTE: Elaborada pela autora. Exemplo 2: O tempo necessário para se realizar certa operação industrial foi cronometrado (em segundos), sendo feita 30 determinações: 45 - 37 - 39 - 48 - 51 - 40 - 53 - 49 - 39 - 41 - 45 - 43 - 45 - 34 - 45 41 - 57 - 38 - 46 - 46 - 58 - 57 - 36 - 58 - 35 - 31 - 59 - 44 - 57 - 35 8 ESTATÍSTICA DESCRITIVA ROL: 31 - 34 - 35 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 39 - 40 - 41 -41 - 43 - 44 - 45 45 - 45 - 45 - 46 - 46 - 48 - 49 - 51 - 53 - 57- 57 - 57 - 58 - 58 – 59 A t Xmáx Xmin 59 31 28,0 k 1 3,3 log( 30 ) 5,87 6 h (fórmula de Sturges) A t 28 4,7 5 k 6 TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DO TEMPO NECESSÁRIO PARA REALIZAÇAO DE CERTA OPERAÇÃO INDUSTRIAL INTERVALO DE CLASSES fi fr 31 |---- 36 4 0,13 4 36 |---- 41 41 |---- 46 6 8 0,20 0,27 10 18 46 |---- 51 51 |---- 56 4 2 0,13 0,07 22 24 56 |---- 61 TOTAL 6 30 0,20 1,00 30 fac FONTE: Elaborada pela autora. 1.4 GRÁFICOS 1.4.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA O objetivo do gráfico é passar para o leitor uma visão clara do comportamento do fenômeno em estudo, uma vez que os gráficos transmitem informação mais imediata do que uma tabela. A representação gráfica de um fenômeno deve obedecer a certos requisitos fundamentais: a) Simplicidade: O gráfico deve ser destituído de detalhes de importância secundária. b) Clareza: o gráfico deve possibilitar uma correta interpretação dos valores representativos do fenômeno em estudo. c) Veracidade: o gráfico deve ser a verdadeira expressão do fenômeno em estudo. 1.4.2 HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIAS Este é um gráfico usado para apresentar dados organizados em intervalos de classes, utilizado principalmente para representar a distribuição de variáveis contínuas. SACHIKO ARAKI LIRA 9 GRÁFICO 1 – HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIAS DA VARIÁVEL HISTOGRAMA ALEATÓRIA DE X FREQUÊNCIAS Freq. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 76 105 134 163 192 221 250 Classes FONTE: Elaborado pela autora. 1.4.3 DIAGRAMA DE RAMO E FOLHAS (STEM AND LEAF PLOT) Este diagrama é muito útil para uma primeira análise dos dados. Passos para construir um diagrama de ramo e folhas: 1. ordenar os valores para encontrar o valor mínimo e máximo dos dados; 2. dividir cada número x i em duas partes: um ramo, consistindo em um ou mais dígitos iniciais, e uma folha, consistindo nos dígitos restantes ; 3. listar os valores do ramo em uma coluna vertical; 4. a partir dai colocam-se os valores na folha . O valor zero, significa que há informação e que é um número inteiro. Já, quando naquele valor inteiro não existe observações, não colocar nada, deixar em branco; 5. escrever as unidades para o ramo e folhas no gráfico. Considerando os dados do exemplo 1: Os dados referem-se às medidas de uma dimensão de uma peça produzida por um processo de usinagem. 102,8 - 108,2 - 110,1 - 115,9 - 118,5 - 120,4 - 125,3 - 125,9 - 129,7 - 132,7 135,0 - 136,4 - 138,1 - 138,6 - 139,6 - 144,4 - 144,8 - 145,2 - 145,7 - 149,3 GRÁFICO 2 – DIAGRAMA DE RAMO E FOLHAS DE MEDIDAS DE UMA DIMENSÃO DAS PEÇAS RAMO FOLHA FREQ. 10 28 2 11 058 3 12 0559 4 13 256889 6 14 44559 5 FONTE: Elaborado pela autora. 10 ESTATÍSTICA DESCRITIVA Considerando os dados do exemplo 2, tem-se: O tempo necessário para se realizar certa operação industrial foi cronometrado (em segundos): 31 - 34 - 35 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 39 - 40 - 41 -41 - 43 - 44 - 45 45 - 45 - 45 - 46 - 46 - 48 - 49 - 51 - 53 - 57- 57 - 57 - 58 - 58 – 59 GRÁFICO 3 – DIAGRAMA DE RAMO E FOLHAS DO TEMPO PARA REALIZAÇÃO DE CERTA OPERAÇÃO INDUSTRIAL RAMO FOLHA 3 145567899 4 0113455556689 5 13777889 FREQ. 9 13 8 FONTE: Elaborado pela autora. 1.4.4 GRÁFICO DE BOXPLOT OU DA CAIXA Comprimento da caixa = amplitude interquartílica = Q 3 - Q1 A linha central do retângulo (“caixa”) representa a mediana da distribuição. As bordas superior e inferior do retângulo representam os quartis 1 e 3, respectivamente. Logo, a altura deste retângulo é chamada de amplitude interquartílica (IQ). Os traços horizontais ao final das linhas verticais são traçados sobre o último ponto (de um lado ou de outro) que não é considerado um outlier. SACHIKO ARAKI LIRA 11 Não há um consenso sobre a definição de um outlier. Porém, no caso do boxplot em geral, a maior parte das definições considera que pontos acima do valor do 3º quartil somado a 1,5 vezes a IQ ou os pontos abaixo do valor do 1º quartil diminuído de 1,5 vezes a IQ, são considerados outliers. 1.4.5 GRÁFICO DE LINHAS O gráfico de linhas é indicado para representar séries temporais ou sequência temporal, que é um conjunto de dados em que as observações são registradas na ordem em que elas ocorrem. Este tipo de gráfico é importante para a análise do controle de processo de produção e de séries temporais. A seguir, um exemplo de gráfico de média (Gráfico de X ) das medidas dos diâmetros internos (mm) de anéis de pistão de motores de automóveis, de 25 amostras de tamanho n=5 (GRÁFICO 4). GRÁFICO 4 – GRÁFICO DE CONTROLE DE MÉDIAS GRÁFICO DE CONTROLE DE MÉDIA Médias amostrais 74,015 LSC=74,01 74,010 74,005 _ _ X=LC=74,00 74,000 73,995 73,990 LIC=73,99 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 Amostras 1.5 MEDIDAS DE DISTRIBUIÇÃO LOCALIZAÇÃO, VARIABILIDADE E FORMA DA Estimador ou estatística é uma função dos valores da amostra, ou seja, é uma variável aleatória, pois depende dos elementos selecionados para compor a amostra. Ao analisarmos a distribuição de frequências de uma variável quantitativa, proveniente de uma amostra, deve-se, verificar basicamente três características: Localização; Variabilidade ou Dispersão; Forma. 12 ESTATÍSTICA DESCRITIVA 1.5.1 TENDÊNCIA CENTRAL As medidas de tendência central fazem parte, juntamente com as de posição, das chamadas medidas de localização, e indicam onde se concentra a maioria dos dados. 1.5.1.1 ESPERANÇA MATEMÁTICA OU MÉDIA ARITMÉTICA A esperança matemática ou média aritmética de uma variável aleatória X é o centro de gravidade do conjunto de dados, e é definida como a soma de todos os valores da variável dividida pelo número de observações. a) Para dados simples A esperança matemática ou média aritmética populacional é dada pela expressão: E( X ) 1N xi N i1 A média aritmética amostral é obtida através da seguinte expressão: X 1n xi n i1 b) Para dados agrupados em classes k E( X ) x i fi i 1 (população) N onde: k é o número de classes; x i é o ponto médio das classes. k X x i fi i 1 n (amostra) onde: k é o número de classes; x i é o ponto médio das classes. Propriedades da Esperança Matemática 1. E ( X K ) E ( X) K , sendo k=constante e X v.a. 2. E ( X .K ) k E ( X) 3. Sejam X e Y variáveis aleatórias. Então: E ( X Y ) E ( X) E( Y ) 4. Sejam X e Y variáveis aleatórias independentes. Então: E ( X .Y ) E ( X) . E( Y ) SACHIKO ARAKI LIRA 13 5. E ( X X) 0 v.a. centrada A média e os valores extremos: a média apresenta um grave problema, ela é fortemente influenciada pelos valores extremos. Por esta razão, deve-se fazer uma análise cuidadosa dos dados. Exemplos de aplicação: 1) Suponha que um engenheiro esteja projetando um conector de náilon para ser usado em uma aplicação automotiva. O engenheiro estabelece como especificação do projeto uma espessura de 3/32 polegadas, mas está inseguro acerca do efeito dessa decisão na força da remoção do conector. Oito unidades do protótipo são produzidas e suas forças de remoção são medidas (em librasforça): 12,6 - 12,9 - 13,4 - 12,3 - 13,6 - 13,5 - 12,6 - 13,1. A média da força de remoção será: X 1n xi n i1 X 1 12,6 12,9 13,4 12,3 13,6 13,5 12,6 13,1 104 13,0 libras-força 8 8 2) Considere a seguinte distribuição: TABELA 4 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQUENCIAS DO TEMPO NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DE CERTA OPERAÇÃO INDUSTRIAL INTERVALO DE CLASSES fi fr 31 |---- 36 4 0,13 4 36 |---- 41 6 0,20 10 41 |---- 46 8 0,27 18 46 |---- 51 4 0,13 22 51 |---- 56 2 0,07 24 56 |---- 61 6 0,20 30 TOTAL 30 1,00 fac FONTE: Elaborada pela autora. Calcular o tempo médio necessário para realizar a operação industrial. Solução: 14 INTERVALO DE CLASSES fi xi x i fi 31 |---- 36 4 33,5 134,0 36 |---- 41 6 38,5 231,0 41 |---- 46 8 43,5 348,0 46 |---- 51 4 48,5 194,0 51 |---- 56 2 53,5 107,0 56 |---- 61 6 58,5 TOTAL 30 351,0 1365,0 ESTATÍSTICA DESCRITIVA k X x i fi i 1 n 1365 45,50 30 3) Seja a distribuição de frequências a seguir. Calcular a média das medidas da dimensão das peças. TABELA 5 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DE MEDI – DAS DE UMA DIMENSÃO DE PEÇAS INTERVALO DE CLASSES fi fr fac 102,8 |--- 112,8 3 0,15 3 112,8 |--- 122,8 3 0,15 6 122,8 |--- 132,8 4 0,20 10 132,8 |--- 142,8 5 0,25 15 142,8 |--- 152,8 5 0,25 20 TOTAL 20 1,00 FONTE: Elaborada pela autora. INTERVALO DE CLASSES fi 102,8 |--- 112,8 3 112,8 |--- 122,8 3 122,8 |--- 132,8 4 132,8 |--- 142,8 5 142,8 |--- 152,8 5 TOTAL 20 xi x i fi 107,8 323,4 117,8 353,4 127,8 511,2 137,8 689,0 147,8 739,0 2616,0 k X x i fi i 1 n 2616 130,8 20 1.5.1.2 MEDIANA A mediana é o valor que ocupa a posição central do conjunto de observações de uma variável, dividindo o conjunto em duas partes iguais, sendo que 50% dos dados tomam valores menores ou iguais ao valor da mediana e os 50% restantes, acima do seu valor. SACHIKO ARAKI LIRA 15 a) Para dados simples Etapas para a obtenção da mediana: 1. ordenar os dados em ordem crescente (pode ser também na ordem decrescente, mas não é comum e pode atrapalhar na hora de calcular as medidas de posição) 2. o lugar ou posição que a mediana ocupa é: PosM e 2 (n 1) 1 4 3. o valor da mediana é o valor da variável que ocupa o lugar PosM e . A mediana é independente dos valores extremos, porque ela só leva em consideração os valores de posição central. Exemplo de aplicação: 1) Considerando-se as forças de remoção, medidas em uma amostra de oito unidades do protótipo (em libras-força): 12,6 - 12,9 - 13,4 - 12,3 - 13,6 - 13,5 - 12,6 - 13,1. Rol: 12,3 - 12,6 - 12,6 - 12,9 - 13,1 - 13,4 - 13,5 - 13,6 PosMe 2 (8 1) 1 4,5 4 A mediana é a média aritmética dos valores que ocupam a posição 4 e 5. Logo, Me 12,9 13,1 13,0 2 2) Os dados que seguem são os resultados da inspeção diária de todas as unidades de computadores produzidos durante os últimos 10 dias. O número de unidades não-conformes são: 4-7-5-8-6-6-4-5-8-7 Calcular a mediana. Rol: 4 - 4 - 5 - 5 - 6 - 6 - 7 - 7 - 8 - 8 PosMe 2 Me (10 1) 1 5,5 4 66 6 2 b) Dados agrupados em classes Me L i 16 ( n 2 ) fac h fi ESTATÍSTICA DESCRITIVA onde: L i é o limite inferior da classe que contém a mediana; n é o número de elementos do conjunto de dados; ' fac é a frequência acumulada da classe anterior a que contém a mediana; fi é a frequência simples da classe que contém a mediana; h é o intervalo ou amplitude da classe que contém a mediana. 1) Seja a distribuição de frequências a seguir. Calcular a mediana das medidas da dimensão das peças. TABELA 6 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DAS MEDIDAS DE UMA DIMENSÃO DAS PEÇAS INTERVALO DE CLASSES fi 102,8 |--- 112,8 3 112,8 |--- 122,8 3 122,8 |--- 132,8 4 132,8 |--- 142,8 5 142,8 |--- 152,8 5 TOTAL 20 Solução: 1) O passo inicial é calcular n 20 10 ; 2 2 2) Calcular as frequências acumuladas ( fac ). Me L i INTERVALO DE CLASSES fi fac 102,8 |--- 112,8 3 3 112,8 |--- 122,8 3 6 122,8 |--- 132,8 4 10 132,8 |--- 142,8 5 15 142,8 |--- 152,8 5 20 TOTAL 20 ( n 2 ) fac h fi SACHIKO ARAKI LIRA 17 Me 122,8 ( 20 2 ) 6 10 132,8 4 2) Considerando a distribuição a seguir, calcular a mediana. TABELA 7 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DO TEMPO GASTO PARA REALIZAÇÃO DA OPERAÇÃO INDUSTRIAL INTERVALO DE CLASSES fi 31 |---- 36 4 36 |---- 41 6 41 |---- 46 8 46 |---- 51 4 51 |---- 56 2 56 |---- 61 6 TOTAL 30 Solução: fi fac 4 4 6 10 8 18 4 22 2 14 56 |---- 61 6 30 TOTAL 30 INTERVALO DE CLASSES 31 |---- 36 36 |---- 41 41 |---- 46 46 |---- 51 51 |---- 56 n 30 15 2 2 Me Li ( n 2 ) fac h fi Me 41 (15 ) 10 5 44,125 8 1.5.1.3 MODA a) Para dados simples A moda, representada por Mo , é o valor que apresenta maior frequência. Ela pode não existir (distribuição amodal), ter somente um valor (unimodal) ou pode ter dois ou mais (bimodal ou multimodal), principalmente quando a variável assume muitos valores. Exemplo: 18 ESTATÍSTICA DESCRITIVA 1) Considerando-se as forças de remoção, medidas em uma amostra de oito unidades do protótipo (em libras-força): 12,6 - 12,9 - 13,4 - 12,3 - 13,6 - 13,5 - 12,6 - 13,1. Para o exemplo tem-se que a moda é igual a 12,6 libras-força. b) Dados agrupados em classes Mo 3Me 2X ( moda de Pearson) onde: Me é a mediana da distribuição de dados; X é a média da distribuição de dados. 1) Dada a distribuição de frequências a seguir, calcular a moda. TABELA 8 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DO TEMPO GASTO PARA REALIZAÇÃO DA OPERAÇÃO INDUSTRIAL INTERVALO DE CLASSES fi 31 |---- 36 4 36 |---- 41 6 41 |---- 46 8 46 |---- 51 4 51 |---- 56 2 56 |---- 61 6 TOTAL 30 Solução: Tem-se que a média e a mediana da distribuição são, respectivamente: X 45,50 Me 44,125 Logo, a moda será: Mo 3Me 2 X 3 44,125 2 45,50 41,375 2) Seja a distribuição de frequências a seguir. Calcular a moda das medidas da dimensão das peças. TABELA 9 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DAS MEDIDAS DE UMA DIMENSÃO DAS PEÇAS fi INTERVALO DE CLASSES SACHIKO ARAKI LIRA 102,8 |--- 112,8 3 112,8 |--- 122,8 3 122,8 |--- 132,8 4 132,8 |--- 142,8 5 142,8 |--- 152,8 5 TOTAL 20 19 Solução: Tem-se que a média e a mediana da distribuição são, respectivamente: X 130,8 Me 122,8 ( 20 2 ) 6 10 132,8 4 Mo 3Me 2 X 3 132,8 2 130 ,8 136,8 1.5.2 MEDIDAS DE POSIÇÃO (OU SEPARATRIZES) As separatrizes mais conhecidas são os quartis e os percentis. Os quartis dividem o conjunto de dados em quatro partes iguais e os percentis, em cem partes iguais. A cada quartil correspondem 25% do conjunto de dados e a percentil, 1%. Da mesma forma que para a mediana, as posições das separatrizes, para dados ordenados em ordem crescente. 1.5.2.1 QUARTIL São três medidas ( Q1 , Q 2 e Q 3 ) que dividem o conjunto de dados em 4 partes iguais, sendo que a cada quartil correspondem 25% dos dados. a) Para dados simples PosQi i (n 1) 1, 4 i 1, 2, 3 Exemplo 1: Os dados a seguir são diâmetros (em cm) de peças de automóveis: 12,3 - 12,6 - 12,6 - 12,9 - 13,1 - 13,4 - 13,5 - 13,6 - 15,0 Calcular os quartis. PosQ1 1 (9 1) 1 3,0 (3º elemento), logo Q1 12,6 4 PosQ2 2 (9 1) 1 5,0 (5º elemento), logo Q 2 13,1 4 PosQ3 3 (9 1) 1 7,0 (7º elemento), logo Q 3 13,5 4 Exemplo 2: Os dados abaixo são as medidas de uma dimensão de uma peça produzida por um processo de usinagem. 102,8 - 108,2 - 110,1 - 115,9 - 118,5 - 120,4 - 125,3 - 125,9 - 129,7 - 132,7 20 ESTATÍSTICA DESCRITIVA 135,0 - 136,4 - 138,1 - 138,6 - 139,6 - 144,4 - 144,8 - 145,2 - 145,7 - 149,3 Calcular os quartis (1,2 e 3) . PosQ1 1 (20 1) 1 5,75 (5,75º elemento), 4 Logo, Q1 118,5 (120,4 118,5) * 0,75 119,925 PosQ2 2 (20 1) 1 10,5 (10,5º elemento), 4 Logo, Q 2 132,7 (135 ,0 132,7) * 0,5 133,85 PosQ3 3 (20 1) 1 15,25 (15,25º elemento), 4 Logo, Q 3 139,6 (144,4 139,6) * 0,25 140,80 b) Para dados agrupados em classes PosQi i Qi L i n , 4 i 1, 2, 3 ( PosQi ) fac h fi onde: n é o número de elementos do conjunto de dados; L i é o limite inferior da classe que contém o quartil; ' fac é a freqüência acumulada da classe anterior a que contém o quartil; fi é a freqüência simples da classe que contém o quartil; h é o intervalo ou amplitude da classe que contém a mediana. Exemplos: 1) Seja a distribuição de frequências a seguir. Calcular os quartis 1,2 e 3, das medidas da dimensão das peças. TABELA 10 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DAS MEDIDAS DE UMA DIMENSÃO DAS PEÇAS INTERVALO DE fac fi CLASSES 102,8 |--- 112,8 3 3 SACHIKO ARAKI LIRA 112,8 |--- 122,8 3 6 122,8 |--- 132,8 4 10 132,8 |--- 142,8 5 15 142,8 |--- 152,8 5 20 TOTAL 20 21 Solução: a) PosQ1 1 20 5 4 Q1 112,8 53 10 119,47 3 PosQ2 2 20 10 4 Q2 122,8 10 6 10 132,80 4 PosQ3 3 20 15 4 Q 3 132,8 15 10 10 142,80 5 2) Dada a distribuição de freqüências a seguir, calcular os quartis 1,2 e 3. TABELA 11 – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS DO TEMPO PARA REALIZAÇÃO DA OPERAÇÃO INDUSTRIAL INTERVALO DE fi CLASSES 31 |---- 36 4 36 |---- 41 6 41 |---- 46 8 46 |---- 51 4 51 |---- 56 2 56 |---- 61 6 TOTAL 30 1.5.3 MEDIDAS DE DISPERSÃO Para descrever adequadamente a distribuição de frequências de uma variável quantitativa, além da informação do valor representativo da variável (tendência central), é necessário dizer também o quanto estes valores variam, ou seja, o quanto eles são dispersos. Somente a informação sobre a tendência central de um conjunto de dados não consegue representá-lo adequadamente. As medidas de dispersão medem o grau de variabilidade ou dispersão dos dados. 1.5.3.1 AMPLITUDE TOTAL A amplitude total mede a distância entre o valor máximo e mínimo. Ela é uma estatística rudimentar, pois embora forneça uma noção de dispersão, não diz qual é sua natureza. A t Xmáx Xmin Exemplo de aplicação: 22 ESTATÍSTICA DESCRITIVA Exemplo 1: Os dados a seguir são diâmetros (em cm) de peças de automóveis: 12,3 - 12,6 - 12,6 - 12,9 - 13,1 - 13,4 - 13,5 - 13,6 - 15,0 Tem-se que: A t X máx X min 15,0 12,3 2,7 1.5.3.2 AMPLITUDE INTERQUARTIL A amplitude interquartil, ou comprimento da caixa, é a distância entre o primeiro e terceiro quartil. É muito útil para detectar valores extremos, e é usado no diagrama de boxplot. I Q Q 3 Q1 Exemplo: considerando os dados referentes aos diâmetros (em cm) de peças de automóveis e os quartis correspondentes, já calculados anteriormente, calcular a amplitude interquartil. (9 1) 1 3,0 (3º elemento), logo Q1 12,6 4 (9 1) PosQ3 3 1 7,0 (7º elemento), logo Q 3 13,5 4 IQ 13,5 12,6 0,9 PosQ1 1 Para a construção do gráfico boxplot, tem-se: lim ite inf erior Q1 1,5 IQ lim ite sup erior Q 3 1,5 IQ Para o exemplo em questão: lim ite inf erior 12,6 1,5 0,9 11,25 lim ite sup erior 13,5 1,5 0,9 14,85 Existe um valor outlier superior, que é 15,0. 1.5.3.3 DESVIO MÉDIO a) Para dados simples O desvio médio é a média dos valores absolutos dos desvios. É calculada através da expressão: n DM xi X i 1 n Exemplo de aplicação: Os dados a seguir são diâmetros (em cm) de peças de automóveis: 12,3 - 12,6 - 12,6 - 12,9 - 13,1 - 13,4 - 13,5 - 13,6 - 15,0. Tem-se que: X 13,22 SACHIKO ARAKI LIRA 23 QUADRO 4 - VALORES DA VARIÁVEL X E DESVIOS ABSOLUTOS EM RELAÇÃO À MÉDIA xi xi X 12,3 12,6 12,6 12,9 13,1 13,4 13,5 13,6 15,0 0,92 0,62 0,62 0,32 0,12 0,18 0,28 0,38 1,78 5,22 n DM xi X i 1 n 5,22 0,58 9 b) Para dados agrupados em classes k DM x i X fi i 1 n Dada a distribuição de frequências a seguir, calcular o desvio médio. Sabe-se que X 45,50 . INTERVALO DE CLASSES fi xi xi X x i X fi 31 |---- 36 4 33,5 12,0 48 36 |---- 41 6 38,5 7,0 42 41 |---- 46 8 43,5 2,0 16 46 |---- 51 4 48,5 3,0 12 51 |---- 56 2 53,5 8,0 16 56 |---- 61 6 58,5 13,0 78 TOTAL 30 212 k DM x i X fi i 1 n 212 7,0667 7,07 30 1.5.3.4 VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO A variância da variável aleatória, representada por V( X) ou 2 , é obtida elevando-se os desvios em relação à média ao quadrado. Quando se extrai a raiz quadrada da variância, tem-se o desvio padrão. Propriedades da Variância 24 ESTATÍSTICA DESCRITIVA 1. V (k ) 0 , onde k=constante 2. V (kX) k 2 V ( X) , onde k=constante e X v.a. 3. Sejam X e Y v.a. independentes. Então: V ( X Y ) V( X) V( Y ) 4. Sejam X e Y v.a. não independentes (ou dependentes). Então: V ( X Y ) V( X) V( Y ) 2COV ( X, Y ) V ( X Y ) V( X) V( Y ) 2COV( X, Y ) onde: COV ( X, Y ) E( XY ) E( X)E( Y ) (covariância) a) Para dados simples A variância e o desvio padrão populacional são obtidas pelas expressões: 2 1 N 2 x i N i1 (variância) 2 (desvio padrão) A variância e o desvio padrão amostral são obtidas pelas expressões: S2 2 1 n xi X n 1 i1 (variância) S S2 (desvio padrão) Exemplo de aplicação: Considerando o exemplo tem-se: QUADRO 5 - VALORES DA VARIÁVEL X E DESVIOS SIMPLES E QUADRÁTICOS EM RELAÇÃO À MÉDIA Xi 12,3 12,6 12,6 12,9 13,1 13,4 13,5 13,6 15,0 S2 1 n xi X n 1 i1 2 xi X -0,92 -0,62 -0,62 -0,32 -0,12 0,18 0,28 0,38 1,78 x i X 2 0,8464 0,3844 0,3844 0,1024 0,0144 0,0324 0,0784 0,1444 3,1684 5,1556 5,1556 0,6445 9 1 S 0,80 b) Para dados agrupados em classes SACHIKO ARAKI LIRA 25 A variância e o desvio padrão populacional são obtidas pelas expressões: 2 x i fi k 2 2 x i fi k i1 k i1 (variância) N fi i1 2 (desvio padrão) A variância e o desvio padrão amostral são obtidas pelas expressões: k S 2 i1 k 2 x i X fi k fi 1 2 x i X fi i1 (variância) n 1 i1 S S2 (desvio padrão) Exemplo: Seja a distribuição de frequências a seguir. Calcular a variância e o desvio padrão. ( x i X ) 2 fi INTERVALO DE CLASSES fi 102,8 |--- 112,8 3 107,8 1587,0 112,8 |--- 122,8 3 117,8 507,0 122,8 |--- 132,8 4 127,8 36,0 132,8 |--- 142,8 5 137,8 245,0 142,8 |--- 152,8 5 147,8 1445,0 TOTAL 20 xi 3820,0 Dados: X 130,8 k S2 2 x i X fi i 1 n 1 3820 201,0526 20 1 S 14,18 Exercício: Dada a distribuição de frequências a seguir, calcular a variância e o desvio padrão. 26 INTERVALO DE CLASSES fi 31 |---- 36 4 36 |---- 41 6 41 |---- 46 8 46 |---- 51 4 51 |---- 56 2 56 |---- 61 6 TOTAL 30 ESTATÍSTICA DESCRITIVA 1.5.3.5 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO É uma medida de dispersão relativa. É definido como o quociente entre o desvio padrão e a média, multiplicado por 100, para expressar porcentagem. Em algumas situações é desejável comparar o grau de dispersão de dois conjuntos de dados com unidades de medidas diferentes. Neste caso, deve-se usar o coeficiente de variação (CV), que é uma medida de dispersão relativa, e ela não é afetada pelas unidades de medida da variável. Ou ainda, quando as médias dos dois conjuntos de dados são muito distintas, neste caso faz-se necessário utilizar uma medida de dispersão relativa. CV 100 coeficiente de variação populacional CV S X 100 coeficiente de variação amostral Exemplo de aplicação: Para o exemplo tem-se: Dados: X 130,8 ; S 14,18 Logo, CV 14,18 100 10,84% 130,8 1.5.4 FORMA DA DISTRIBUIÇÃO A distribuição de frequências de uma variável pode ter várias formas, mas existem três formas básicas, apresentadas através de histogramas e suas respectivas ogivas, que são gráficos específicos para distribuições de frequências. A distribuição é simétrica, quando as observações estão igualmente distribuídas em torno de um valor mais frequente (metade acima e metade abaixo). Já, a assimetria de uma distribuição pode ocorrer de duas formas: assimetria positiva; assimetria negativa. Em alguns casos, apenas o conhecimento da forma da distribuição de frequências de uma variável já nos fornece uma boa informação sobre o comportamento dessa variável. 1.5.4.1 COEFICIENTE DO MOMENTO DE ASSIMETRIA a3 1 k 3 ( x i X ) fi n i 1 1 k 2 ( x i X ) fi n i 1 32 Uma distribuição é classificada como: SACHIKO ARAKI LIRA 27 Simétrica: a 3 0 e tem-se que média=mediana=moda Assimétrica negativa: a 3 0 e tem-se que média mediana moda Assimétrica positiva: a 3 0 e tem-se que moda mediana média Graficamente: Assimetria positiva Simétrica Assimetria negativa FIGURA 3: CLASSIFICAÇÃO DAS DISTRIBUIÇÕES QUANTO A ASSIMETRIA 1.5.4.2 COEFICIENTE DO MOMENTO DE CURTOSE A medida de curtose é o grau de achatamento da distribuição, é um indicador da forma desta distribuição. O coeficiente momento de curtose é definido como sendo: a4 1 k 4 ( x i X ) fi n i 1 1 k 2 ( x i X ) fi n i 1 Se a 4 3 , 2 a distribuição é platicúrtica e esta apresenta uma curva de frequência mais aberta, com os dados fracamente concentrados em torno de seu centro. Se a 4 3 , a distribuição é mesocúrtica e os dados estão razoavelmente concentrados em torno de seu centro. Se a 4 3 , a distribuição é leptocúrtica e esta apresenta uma curva de frequência bastante fechada, com os dados fortemente concentrados em torno de seu centro. A curtose ou achatamento é mais uma medida com a finalidade de complementar a caracterização da dispersão em uma distribuição. Esta medida quantifica a concentração ou dispersão dos valores de um conjunto de dados em relação às medidas de tendência central em uma distribuição de frequências. Uma distribuição é classificada quanto ao grau de achatamento como: 28 ESTATÍSTICA DESCRITIVA FONTE: COSTA NETO (1994) Exemplo 1: Para a distribuição de frequências das medidas da dimensão das peças apresentadas a seguir e as estatísticas já calculadas anteriormente, calcular os coeficientes de assimetria e curtose. INTERVALO DE CLASSES fi 102,8 |--- 112,8 3 112,8 |--- 122,8 3 122,8 |--- 132,8 4 132,8 |--- 142,8 5 142,8 |--- 152,8 5 TOTAL 20 Solução: INTERVALO DE CLASSES fi 102,8 |--- 112,8 3 107,8 -23 -69 1.587 -3.6501 839.523 112,8 |--- 122,8 3 117,8 -13 -39 507 -6.591 85.683 122,8 |--- 132,8 4 127,8 -3 -12 36 -108 324 132,8 |--- 142,8 5 137,8 7 35 245 1.715 12.005 142,8 |--- 152,8 5 147,8 17 85 1.445 24.565 417.605 TOTAL 20 0 3.820 -16.920 1.355.140 xi ( xi X ) ( x i X ) fi ( x i X ) 2 fi ( x i X ) 3 fi ( x i X ) 4 fi 1 k 3 ( x i X ) fi n i 1 1 ( 16.920) a3 20 -0,3205 32 32 1 1 k 2 20 3.820 ( x i X ) fi n i 1 A distribuição apresenta assimetria levemente negativa. SACHIKO ARAKI LIRA 29 1 k 4 ( x i X ) fi n i 1 1 1.355.140 20 a4 1,8573 2 2 1 k 1 2 ( x i X ) fi 20 3.820 n i 1 A distribuição é platicúrtica. Exemplo 2: Dada a distribuição de frequências a seguir, calcular a assimetria e curtose. INTERVALO DE CLASSES fi 31 |---- 36 4 36 |---- 41 6 41 |---- 46 8 46 |---- 51 4 51 |---- 56 2 56 |---- 61 6 TOTAL 30 Solução: INTERVALO DE CLASSES fi xi 31 |---- 36 4 33,5 -12 -48 576 -6.912 82.944 36 |---- 41 6 38,5 -7 -42 294 -2.058 14.406 41 |---- 46 8 43,5 -2 -16 32 -64 128 46 |---- 51 4 48,5 3 12 36 108 324 51 |---- 56 2 53,5 8 16 128 1.024 8.192 56 |---- 61 6 58,5 13 78 1.014 13.182 171.366 TOTAL 30 0 2.080 5.280 277.360 ( xi X ) ( x i X ) fi ( x i X ) 2 fi ( x i X ) 3 fi ( x i X ) 4 fi 1 k ( x i X ) 3 fi n i1 1 (5.280) 30 a3 0,3049 32 32 1 1 k 2 30 2.080 ( x i X ) fi n i1 A distribuição apresenta assimetria levemente positiva. a4 1 k ( x i X ) 4 fi n i1 1 k 2 ( x i X ) fi n i1 2 1 277.360 30 1,9230 2 1 30 2.080 A distribuição é platicúrtica. 30 ESTATÍSTICA DESCRITIVA LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 1 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA 1. Conceitue: a) População ou Universo; b) Amostra; c) Parâmetro; d) Estatística ou medida amostral; e) Variável aleatória discreta e exemplifique; f) Variável aleatória contínua e exemplifique. 2. Uma importante característica de qualidade da água é a concentração de material sólido suspenso. Em seguida são apresentadas 30 medidas de sólidos suspensos de um certo lago. 42,4 - 65,7 - 29,8 - 58,7 - 52,1 - 55,8 - 57,0 - 68,7 - 67,3 - 67,3 - 54,3 - 54,0 - 73,1 - 81,3 - 59,9 56,9 - 62,2 - 69,9 - 66,9 - 59,0 - 56,3 - 43,3 - 57,4 - 45,3 - 80,1 - 49,7 - 42,8 - 42,4 - 59,6 - 65,8 a) construir a distribuição de frequências em classes; b) calcular as frequências relativa e acumulada; c) construir o histograma de frequências. 3. O tempo necessário para se realizar certa operação industrial foi cronometrado (em segundos), sendo feita 40 determinações: 45 - 37 - 39 - 48 - 51 - 40 - 53 - 49 - 39 - 41 - 45 - 43 - 45 – 34 - 45 - 35 41 - 57 - 38 - 46 - 46 - 58 - 57 - 36 - 58 - 35 - 31 - 59 - 44 - 57 - 45 - 44 38 - 43 - 33 - 56 - 47 - 48 - 44 - 49 a) construir a distribuição de frequências em classes; b) calcular as frequências relativa e acumulada; c) construir o histograma de frequências. 4. Foram obtidas oito medidas do diâmetro interno de anéis de pistão forjados de um motor de um automóvel. Os dados (em mm) são: 74,001 - 74,003 - 74,015 - 74,000 - 74,005 - 74,002 - 74,005 - 74,004 Calcule a média, a mediana, a moda, o desvio médio, o desvio padrão e o coeficiente de variação da amostra. 5. Os tempos de esgotamento de um fluído isolante entre eletrodos a 34 kV, em minutos são: 0,19 - 0,78 - 0,96 - 1,31 - 2,78 - 3,16 - 4,15 - 4,67 - 4,85 - 6,50 - 7,35 - 8,01 - 8,27 - 12,06 - 31,75 32,52 - 33,91 - 36,71 - 72,89. Calcule a média, mediana, quartil 1, quartil 3, desvio padrão e coeficiente de variação e comente os resultados obtidos. 6. O pH de uma solução é medido oito vezes por uma operadora que usa o mesmo instrumento. Ela obteve os seguintes dados: 7,15 - 7,20 - 7,18 - 7,19 - 7,21 - 7,20 -7,16 - 7,18 Faça uma análise estatística dos dados e comente. SACHIKO ARAKI LIRA 31 7. Prevenir a propagação de trinca de fadiga em estruturas de aviões é um importante elemento de segurança em aeronaves. Um estudo de engenharia para investigar a trinca de fadiga em n=9 asas reportou os seguintes comprimentos (em mm) de trinca: 2,13 - 2,96 - 3,02 - 1,82 - 1,15 - 1,37 - 2,04 - 2,47 - 2,60 Calcule a média, os quartis (1,2 e 3), o desvio padrão e o coeficiente de variação da amostra. Comente os resultados obtidos. 8. Uma amostra de 7 corpos de prova de concreto forneceu as seguintes resistências à ruptura ( kg / cm 2 ): 340 - 329 - 337 - 348 - 351 - 360 - 354 Calcular a média, mediana, moda, variância, desvio padrão e coeficiente de variação. Comente os resultados obtidos. 9. O tempo necessário para se realizar certa operação industrial foi cronometrado (em segundos), sendo feita 20 determinações: 45 - 37 - 39 - 48 - 51 - 40 - 53 - 49 - 39 - 41 - 45 - 43 - 45 – 34 - 45 - 35 - 38 - 46 - 46 - 58 Faça uma análise estatística dos dados construindo a distribuição de frequências em classes (calcule também as medidas de assimetria e curtose). 10. As taxas de octanagem de combustível para motor, de várias misturas de gasolina foram obtidas: 88,5 - 94,7 - 84,3 - 90,1 - 89,0 - 89,8 - 91,6 - 90,3 - 90,0 - 91,5 - 89,9 98,8 - 88,3 - 90,4 - 91,2 - 90,6 - 92,2 - 87,7 - 91,1 - 86,7 - 93,4 - 96,1 Faça uma análise estatística dos dados (calcule também as medidas de assimetria e curtose). 11. A propagação de trincas por fadiga em diversas peças de aeronaves tem sido objeto de muitos estudos. Os dados a seguir consistem dos tempos de propagação (horas de vôo) para atingir um determinado tamanho de trinca em furos de fixadores propostos para uso em aeronaves militares. 0,736 - 0,863 - 0,865 - 0,913 - 0,915 - 0,937 - 0,983 - 1,007 1,011 - 1,064 - 1,109 -1,132 - 1,140 - 1,153 - 1,253 - 1,394 a) calcule e compare os valores da média e mediana amostrais; b) calcule o desvio médio, desvio padrão e o coeficiente de variação; c) qual é a conclusão sobre a forma da distribuição (assimetria e curtose)? 12. O tempo necessário para se realizar certa operação industrial foi cronometrado (em segundos), sendo feita 12 medições: 45 – 37 – 39 – 48 – 51 – 40 - 53 – 49 – 39 – 41- 45 – 43 a) calcular Q1 (quartil 1), Q2 (quartil 2) e Q3 (quartil 3); b) construir o gráfico boxplot. 32 ESTATÍSTICA DESCRITIVA 13. As taxas de octanagem de combustível para motor, de várias misturas de gasolina foram obtidas: 88,5 - 94,7 – 80,0 - 90,1 - 89,0 - 89,8 - 91,6 - 90,3 - 90,0 - 91,5 - 89,9 a) calcular Q1 (quartil 1), Q2 (quartil 2) e Q3 (quartil 3); b) construir o gráfico boxplot. SACHIKO ARAKI LIRA 33 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES DEFINIÇÕES 2.1 EXPERIMENTO ALEATÓRIO (E) Definição 1: É o fenômeno que, mesmo repetidos várias vezes sob condições semelhantes, apresentam resultados imprevisíveis. O resultado final depende do acaso. 2.2 ESPAÇO AMOSTRAL (S) Definição 2: É o conjunto formado por todos os resultados possíveis em qualquer experimento aleatório. Exemplos: Sejam os experimentos aleatórios e os respectivos espaços amostrais: a) Inspecionar uma peça de automóvel. S conforme , não conforme ; b) Tomar uma válvula eletrônica e verificar o tempo de vida útil. S x R , x 0 ; c) Inspecionar uma lâmpada. S defeituosa , não defeituosa ; d) Medir o conteúdo de cobre no latão. S x R, 50 % x 90 % 2.3 EVENTO Definição 3: É um subconjunto do espaço amostral S de um experimento aleatório. A S Exemplo: Seja o espaço amostral S (c, c ),(c, n),(n, c ),(n, n), resultado do experimento de seleção de duas peças, sendo c=peça conforme e n=peça não conforme. Suponha que A seja o subconjunto de resultados para os quais, no mínimo uma peça seja conforme. Então o evento A será: A (c, c ),(c, n), (n, c ). 34 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES Por serem subconjuntos, é possível realizar a operação de união (U) entre conjuntos. A União de Eventos representa a ocorrência de um evento OU de outro. Outra operação que pode ser feita sobre Eventos é a intersecção (∩). A intersecção de eventos representa a ocorrência de um E de outro. União de eventos => A B A B A B Interseção de eventos => A B A B 2.3.1 EVENTO COMPLEMENTAR O evento complementar do evento A, representado por A , é aquele que ocorre somente se A deixar de ocorrer. E tem-se que: AA AA S => P ( A A ) 1 AA AA Ø => P ( A A ) 0 Seja o evento A, obter número 4 na face superior no lançamento de um dado A 4 . O evento complementar A será: A 1, 2 ,3 , 5 ,6 2.3.2 EVENTOS INDEPENDENTES Quando a realização ou não realização de um dos eventos não afeta a probabilidade da realização do outro e vice-versa. Exemplos: 1) No lançamento de dois dados qual é a probabilidade de obter o nº 4 no primeiro dado e o nº 3 no segundo dado ? P (1) P(no. 4 no dado 1 ) 1 6 P (2 ) P(no. 3 no dado 2 ) 1 6 P ( 1 2 ) P (1 E 2) P ( 1) P ( 2 ) 1 6 1 6 1 36 SACHIKO ARAKI LIRA 35 2) Suponha que numa produção diária de 850 peças fabricadas contenha 50 peças que não satisfaçam as exigências dos consumidores. Duas peças são selecionadas, sendo que a primeira peça é reposta antes da segunda ser selecionada. Qual é a probabilidade das duas peças serem defeituosas? P( D e D) 50 50 0,0035 0,35% 850 850 2.3.3 EVENTOS MUTUAMENTE EXCLUSIVOS Dois ou mais eventos são mutuamente exclusivos quando a realização de um exclui a possibilidade de realização do(s) outro(s). Assim, no lançamento de uma moeda, o evento "tirar cara" e o evento "tirar coroa" são mutuamente exclusivos, já que, ao se realizar um deles, o outro não se realiza. A B S Se dois eventos são mutuamente exclusivos, a probabilidade de que um ou outro se realize é igual à soma das probabilidades de que cada um deles se realize: P ( A B ) P ( A OU B) P ( A ) P (B ) Exemplos: 1) No lançamento de um dado qual a probabilidade de se tirar o nº 3 ou o nº 4 ? Os dois eventos são mutuamente exclusivos então: P ( A B ) P ( A OU B) P ( no. 3 ) P (no. 4 ) 1 6 1 6 1 3 2) Um parafuso é selecionado aleatoriamente de um lote de 100 parafusos, sendo que 15 apresentam pequenos defeitos e 10 são não-conformes (não aceitáveis). Qual é a probabilidade do parafuso selecionado ser: a) Perfeito ou apresentar pequeno defeito? b) Apresentar pequeno defeito ou não-conforme? Solução: P(pequeno defeito) 15 0,15 100 P(não conforme ) 10 0,10 100 36 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES P(perfeito) 75 0,75 100 a) P(perfeito ou pequeno defeito) 75 15 0,90 100 100 b) P( pequeno defeito ou não conforme ) 15 10 0,25 100 100 2.4 DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE PROBABILIDADE Seja A um subconjunto do espaço amostral S. Então, se todos os resultados elementares de S são equiprováveis, a medida da probabilidade de ocorrência do evento A é dada por: P (A) número de elementos em A n ( A ) número de elementos em S n ( S ) 2.5 DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DE PROBABILIDADE Seja o espaço amostral S associado a um certo experimento. A cada evento A S associa-se um número real representado por P ( A ) , chamado de probabilidade de A , satisfazendo as propriedades: 1) 0 P ( A ) 1 2) P (S) 1 (ou seja, a probabilidade do evento certo é igual a 1 ) 3) sejam A e B dois eventos mutuamente exclusivos. A probabilidade de ocorrência de A ou B é igual à soma das probabilidades individuais. P (A ou B ) P ( A ) P (B) 2.6 PROBABILIDADE CONDICIONAL Definição 4: Sejam A e B eventos de um experimento E, com P(B) 0 . Então a probabilidade condicional do evento A dado que B tenha ocorrido é: P ( A | B) P (A B ) , AE P (B ) Exemplo: O quadro a seguir fornece um exemplo de 400 itens classificados por falhas na superfície e como defeituosos (funcionalmente). DEFEITUOSO Sim Não TOTAL SACHIKO ARAKI LIRA Sim 10 30 40 FALHAS NA SUPERFÍCIE Não TOTAL 18 28 342 372 360 400 37 a) b) Qual é a probabilidade do item ser defeituoso, dado que apresenta falhas na superfície? Qual é a probabilidade de ter falhas na superfície dado que é defeituoso? Solução: A Probabilidade Condicional pode assumir a forma abaixo, chamada algumas vezes de teorema da multiplicação de probabilidades: P ( A B ) P ( A | B) P ( B ) , ou de forma equivalente, P ( A B ) P ( B | A ) P ( A ) Exemplo: A probabilidade de que o primeiro estágio de uma operação, numericamente controlada, de usinagem para pistões com alta rpm atenda às especificações é igual a 0,90. Falhas são devido a variações no metal, alinhamento de acessórios, condições da lâmina de corte, vibração e condições ambientais. Dado que o primeiro estágio atende às especificações, a probabilidade de que o segundo estágio de usinagem atenda à especificações é de 0,95. Qual a probabilidade de ambos os estágios atenderem as especificações? P ( A B ) P ( B | A ) P ( A ) 0,95 0,90 0,855 2.7 TEOREMA DA PROBABILIDADE TOTAL Suponha que eventos aleatórios A1 , A 2 ,, A k sejam k exclusivos e exaustivos ( A1 A 2 A k ,... S ) . Então: P ( B ) P ( A i ).P ( B | A i ) conjuntos mutuamente i Exemplos: 1) A probabilidade de que um conector elétrico que seja mantido seco falhe durante o período de garantia de um computador portátil é 1%. Se o conector for molhado, a probabilidade de falha durante o período de garantia será de 5%. Se 90% dos conectores forem mantidos secos e 10% forem mantidos molhados, qual é a probabilidade dos conectores falharem durante o período da garantia? Solução: 38 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES 2) Suponha que na fabricação de semicondutores, a probabilidade seja de 0,10 de que um chip que esteja sujeito a altos níveis de contaminação durante a fabricação cause uma falha no produto. A probabilidade é de 0,005 de que um chip que não esteja sujeito a altos níveis de contaminação durante a fabricação cause uma falha no produto. Em um dado instante da produção, 20% dos chips estão sujeitos a altos níveis de contaminação. Qual a probabilidade de um produto usando um desses chips vir a falhar? Solução: 2.8 TEOREMA DE BAYES Uma das relações mais importantes envolvendo probabilidades condicionais é dada pelo teorema de Bayes, que expressa uma probabilidade condicional em termos de outras probabilidades condicionais. P ( A i | B) P ( A i ).P ( B | A i ) k P ( A j ).P ( B | A j ) j1 Exemplo: Uma determinada peça é produzida por três fábricas, 1, 2 e 3. Sabe-se que a fábrica 1 produz o dobro de peças que 2, e 2 e 3 produziram o mesmo número de peças durante um período de produção especificado. Sabe-se também que 2% das peças produzidas por 1 e por 2 são defeituosas, enquanto 4% daquelas produzidas por 3 são defeituosas. Todas as peças são colocadas num depósito. Uma peça é retirada ao acaso do depósito e se verifica que é defeituosa. Qual a probabilidade de que tenha sido produzida na fábrica 1? Definição dos eventos: B={ a peça é defeituosa} A1={ a peça é da fábrica 1} A2{ a peça é da fábrica 2} A3={ a peça é da fábrica 3} P(B | A1 ) 0,02 P( A 1 ) 1 2 SACHIKO ARAKI LIRA 39 P(B | A 2 ) 0,02 P( A 2 ) 1 4 P(B | A 3 ) 0,04 P( A 3 ) 1 4 P ( A i | B) P ( A i ).P ( B | A i ) k P ( A j ).P ( B | A j ) j1 P ( A 1 | B) P ( A 1 ).P ( B | A 1 ) P ( A 1 ).P ( B | A 1 ) P ( A 2 ).P ( B | A 2 ) P ( A 3 ).P ( B | A 3 ) P ( A 1 | B) 1 2 0,02 0,40 1 2 0,02 1 4 0,02 1 4 0,04 2) Cada objeto manufaturado é submetido para exame com a probabilidade 0,55 a um controlador e com a probabilidade 0,45 a um outro. A probabilidade de passar no exame é, segundo o controlador, respectivamente igual a 0,90 e 0,98. Achar a probabilidade de que um objeto aceito tenha sido examinado pelo segundo controlador. LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 2 - PROBABILIDADES 1. De uma caixa contendo 100 peças entre as quais 10 são defeituosas se extraem quatro peças ao acaso, sem reposição. Encontrar a probabilidade de que entre estas não ocorra: a) nenhuma peça defeituosa; b) nenhuma peça boa. 2. De um lote de 15 válvulas 10 são boas. Encontrar a probabilidade de que de 3 válvulas extraídas ao acaso, sem reposição, 2 sejam boas. 3. Uma caixa contém 20 peças das quais 5 são defeituosas. Extraem-se duas ao acaso, sem reposição. Qual a probabilidade de: a) ambas serem boas? b) ambas serem defeituosas? c) uma boa e outra defeituosa? 4. Dois aparelhos de alarme independentes funcionam, no caso de avaria, com a probabilidade 0,95 e 0,90, respectivamente. Achar a probabilidade de que numa avaria funcione apenas um dos aparelhos. 5. A probabilidade de que numa medição o erro ultrapasse o admitido é 0,4. Achar a probabilidade de que em apenas uma medição de uma série de três o erro ultrapasse o admitido. 40 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES 6. A probabilidade de que uma peça do tipo exigido se ache em cada uma de quatro caixas é igual, respectivamente, a 0,60; 0,70; 0,80 e 0,90. Calcular a probabilidade de que tal peça se encontre: a) no máximo em três caixas; b) pelo menos em duas caixas. 7. Um circuito elétrico é constituído de três elementos ligados em série que deixam de funcionar com probabilidade p 1 0,10 ; p 2 0,15 ; p 3 0,20 , respectivamente. Achar a probabilidade de que não haja corrente no circuito. 8. Um dispositivo de freio de automóvel consiste de três subsistemas, que devem funcionar simultaneamente para que o freio funcione. Os subsistemas são um sistema eletrônico, um sistema hidráulico e um ativador mecânico. Ao frear, a probabilidade de sucesso dessas unidades é de 0,96, 0,95 e 0,95, respectivamente. Estime a confiabilidade do sistema, admitindo que os subsistemas funcionem independentemente. Comentário: Sistemas deste tipo podem ser representados graficamente, conforme ilustração abaixo, onde os subsistemas A (eletrônico), B (hidráulico) e C (ativador mecânico), dispõem-se em série. Considera-se a trajetória a-b como a trajetória do sucesso. a A B C 0,96 0,95 0,95 b 9. Os automóveis são equipados com circuitos redundantes de frenagem; os freios falham somente quando todos os circuitos falham. Consideremos o caso de dois circuitos redundantes, ou paralelos, cada um com 0,95 de confiabilidade (probabilidade de sucesso). Determine a confiabilidade do sistema, supondo que os circuitos atuem independentemente. 10. Respectivamente, 60 e 84 por cento das peças fornecidas por duas máquinas automáticas, a produtividade da primeira sendo o dobro da segunda, são de alta qualidade. Tendo-se constatado que uma peça escolhida ao acaso é de alta qualidade, achar a probabilidade de que provenha da primeira máquina (teorema de Bayes). 11. Um relatório de controle de qualidade de transistores acusa os seguintes resultados por fabricante e por qualidade: FABRICANTE QUALIDADE Aceitável Marginal Inaceitável TOTAL A 128 10 2 140 B 97 5 3 105 C 110 5 5 120 Escolhido um transistor ao acaso, qual a probabilidade: a) de provir do fabricante A, dado que é de qualidade aceitável? b) de ser aceitável, dado que provém do fabricante C? c) de provir do fabricante B, dado que apresenta qualidade marginal? SACHIKO ARAKI LIRA 41 12) Suponha que na fabricação de semicondutores, as probabilidades de que um chip, sujeito a alto, médio ou baixo nível de contaminação durante a fabricação, cause uma falha no produto sejam respectivamente iguais a 0,10, 0,01 e 0,001. Em um experimento particular da produção, 20% dos chips estão sujeitos a altos níveis de contaminação, 30% a níveis médios de contaminação e 50% a baixos níveis de contaminação. Qual a probabilidade de um produto falhar ao usar um desses chips? 42 ELEMENTOS DE PROBABILIDADES VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES 3.1 DEFINIÇÕES Definição 1: Seja E um experimento e S o espaço amostral associado ao experimento. Variável aleatória unidimensional é uma função X, que associa a cada elemento s S , um número real X ( s) . RX S X X( s ) s Exemplo: Uma caixa contém 4 válvulas, sendo duas perfeitas e duas defeituosas. Duas válvulas são retiradas aleatoriamente da caixa e testadas (sendo representadas por D se a peça é defeituosa e P se a peça é perfeita). O espaço amostral associado a este evento é: S={PP,PD,DP,DD} Seja a variável aleatória X=número de válvulas defeituosas. Os valores possíveis da variável aleatória X, serão: R X { 0 ,1, 2 } Definição 2: Seja X uma variável aleatória discreta. A função de probabilidade, associa um número real P( X x i) , chamado de probabilidade de x i , a cada possível resultado x i . Tem-se que: 0 P( X x i ) 1 P( X x i ) 1 xS Uma distribuição de probabilidade é uma descrição, que fornece a probabilidade para cada valor da variável aleatória. Ela é frequentemente expressa na forma de um gráfico, de uma tabela ou uma fórmula. Exemplo1: No lançamento de duas moedas ao ar, tem-se que os possíveis resultados são: CC, Ck, KC, KK (C=cara e K=coroa). Seja X, a variável aleatória número de caras. Então, X poderá assumir os valores: SACHIKO ARAKI LIRA 43 0 , se s KK X (s) 1, se s CK ou s KC 2 , se s CC A distribuição de probabilidade da variável aleatória X é: Xx P( X x ) 0 1/4 1 1/2 2 1/4 Exemplo 2: Em um processo de fabricação de semicondutores, 3 pastilhas de um lote são testadas. Cada pastilha é classificada como “passa” ou “falha”. Suponha que a probabilidade de uma pastilha passar no teste seja de 0,8 e que as pastilhas sejam independentes. Seja X a variável número de pastilhas de um lote que passam no teste. A distribuição de probabilidade de X será: P( x 0) P(f, f, f ) (1 0,8)3 0,23 0,008 P( x 1) P(p, f, f ) ou P( f , p, f ) ou P( f , f , p) 3 (0,80 0,20 0,20 ) 3 0,032 0,096 P( x 2) P(p, p, f ) ou P(p, f , p) ou P( f , p, p) 3 (0,80 0,80 0,20 ) 3 0,128 0,384 P( x 3) P(p, p, p) 0,8 3 0,512 Xx 0 1 2 3 P( X x ) 0,008 0,096 0,384 0,512 Definição 3: Seja X uma variável aleatória. A função de distribuição acumulada ou de repartição de X é definida como F( x ) P( X x ) Se X for variável discreta, tem-se F( x ) xi x P( x i ) Esperança O valor esperado, expectância ou a esperança matemática E(X), de uma variável aleatória discreta X, que é a média da distribuição, é definida por: 44 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES E( X) x iP( x i ) i1 Variância A variância da variável aleatória discreta X, representada por V( X) , é definida por: V( X) E X E( X) x i E( X) P( x i ) 2 2 i1 Exemplo 1: Seja X uma variável aleatória discreta que representa o número de peças defeituosas em cada 5 peças inspecionadas. Sabendo-se que a probabilidade de uma peça ser defeituosa é de 20%, obtém-se a seguinte distribuição de probabilidade: xi p (xi ) 0 1 2 3 4 5 0,3277 0,4096 0,2048 0,0512 0,0064 0,0003 Qual o valor esperado de X ( E( X) ) e a variância ( V( X)) ? E( X) x iP( x i ) 0 0,3277 1 0,4096 2 0,2048 3 0,0512 4 0,0064 5 0,0003 i1 E( X) 1 Portanto, em cada 5 peças inspecionadas, o número esperado de peça defeituosa é 1. V( X) E X E( X) x i E( X) P( x i ) 2 2 i1 V( X) (0 1) 2 0,3277 (1 1) 2 0,4096 (2 1) 2 0,2048 (3 1) 2 0,0512 ( 4 1) 2 0,0064 (5 1) 2 0,0003 V( X) 0,7997 Exemplo 2: O tempo T, em minutos, necessário para um operário processar certa peça é uma variável aleatória com a seguinte distribuição de probabilidade: t P(t) 2 0,1 3 0,1 4 0,3 5 0,2 6 0,2 7 0,1 Calcular: E ( X ) e V ( X ) a) E( X) x iP( x i ) i1 E( X) 2 0,1 3 0,1 4 0,3 5 0,2 6 0,2 7 0,1 4,6 b) V( X) x i E( X)2 P( x i ) i1 V( X) (2 4,6) 2 0,1 (3 4,6) 2 0,1 ( 4 4,6) 2 0,3 (5 4,6) 2 0,2 (6 4,6) 2 0,2 (7 4,6) 2 0,1 V( X) 2,04 SACHIKO ARAKI LIRA 45 Definição 4: Seja E um experimento com espaço amostral S. Sejam X X(s) e Y Y(s) duas funções, cada uma associando um número real a cada resultado s S . Tem-se então que (X,Y) é uma Variável Aleatória Bidimensional. R XY S s s X(s) Y(s) Seja o experimento: retirar uma barra de ferro de um lote e observar a dimensão (largura e o comprimento); tem-se neste caso duas variáveis aleatórias X e Y. 3.2 DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES DISCRETAS 3.2.1 DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL Uma variável aleatória discreta X, que conta o número de sucessos em n provas independentes, que apresentam os resultados sucesso ( p ) ou fracasso ( q 1 p ) , tem distribuição binomial. Sua função de probabilidade é dada por: n P ( X x ) p x qn x , x x 0 ,1, 2 ,, n e 0 p 1 A função de distribuição acumulada é dada por: 0 , se x 0 x n F( x ) P( X x ) p k qnk , se 0 x n k 0 k 1, se x n Os parâmetros da distribuição são: Média E( X) n p Variância V( X) n p q Exemplo 1: Seja X uma v.a. que indica o número de peças não conformes (não segue a especificação definida no projeto de qualidade) produzidas pela máquina “Z”. Se a probabilidade desta maquina produzir uma peça não conforme é de 15%, ao selecionar aleatoriamente 5 peças, pede-se: a) a probabilidade de nenhuma peça ser não conforme; b) a probabilidade de todas as peças serem de acordo com especificação do projeto de qualidade; c) obter a distribuição de probabilidade e o gráfico. Solução: a) n 5 46 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES p 0,15 q 0,85 x0 (peça ser conforme) 5 P( X 0) (0,15 ) 0 (0,85 ) 50 0,4437 0 b) P( todas de acordo com as especifica ção) P( X 0) 0,4437 c) Distribuição de Probabilidade DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE DE X P( X x ) x 0 0,4437 1 0,3915 2 0,1382 3 0,0244 4 0,0022 5 0,0001 Gráficamente: A seguir, o gráfico da função de distribuição acumulada. SACHIKO ARAKI LIRA 47 Exemplo 2: Seja X uma v.a. que indica o número de parafusos defeituosos produzidos pela máquina “A”. Se a probabilidade desta maquina produzir um parafuso defeituoso é de 5%, ao selecionar aleatoriamente dois parafusos, qual a probabilidade de ambos serem defeituosos? p =probabilidade de ser defeituoso=0,05 1 p = probabilidade de ser perfeito=1-0,05=0,95 2 P ( X 2) (0,05 ) 2 (0,95 ) 22 0,0025 0,25 % 2 Ao selecionar 50 parafusos produzidos por esta máquina, espera-se uma média de 2,5 parafusos defeituosos, e uma variância de 2,4 (parafusos defeituosos)2. 3.2.2 DISTRIBUIÇÃO DE POISSON A distribuição de Poisson pode ser aplicada a muitos casos práticos nos quais interessa o número de vezes que um determinado evento pode ocorrer durante um intervalo de tempo ou distância, área ou outra unidade de medida análoga. Uma v.a. discreta X tem distribuição de Poisson se sua função de probabilidade é dada por: e x x 0 ,1, 2 , e 0 (probabilidade de sucesso) P ( X x) , x! A função de distribuição acumulada é dada por: 0 , se x 0 F( x ) P( X x ) x e k , se x 0 k 0 k ! Os parâmetros da distribuição são: Média: E( X) Variância: V( X) Exemplo 1: São contados os números de partículas radioativas emitidas em cada intervalo de 5 segundos. Suponha que o número de partículas emitidas, durante cada intervalo de 5 segundos, tenha uma distribuição de Poisson com parâmetro 2,0. Pede-se: a) qual é a probabilidade de que menos de 3 partículas sejam emitidas? b) supondo que 10 contagens são realizadas, construir a distribuição de probabilidade. Solução: a) P( X 3) P( X 0) P( X 1) P( X 2) e 2 2 0 0! e 2 21 1! e 2 2 2 2! P( X 3) 0,1353 0,2707 0,2707 0,6767 48 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE DE X X 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 P( X x ) 0,1353 0,2707 0,2707 0,1804 0,0902 0,0361 0,0120 0,0034 0,0009 0,0002 0,0000 Gráficamente: A função de distribuição acumulada: Exemplo 2: Seja X o número de acidentes mensais ocorridos numa determinada indústria. Se o número médio de acidentes por mês é 3, qual a probabilidade de não ocorrer nenhum acidente no próximo mês? e 3 3 0 P ( X 0) e 3 0,050 5% 0! SACHIKO ARAKI LIRA 49 3.2.3 DISTRIBUIÇÃO HIPERGEOMÉTRICA Suponha que em um lote de N peças, k são defeituosas e (N-k) são perfeitas e escolhem-se ao acaso, n peças desse lote ( n N ) . Pode-se estar interessado na probabilidade de selecionar x peças dos k rotulados como defeituosos e (n-x) perfeitas dos (N-k) rotulados como perfeitas. Esse experimento é chamado hipergeométrico. Uma v.a. discreta X tem distribuição hipergeométrica se sua f.p. é dada por: k N k xn x P( X x ) N n A função de distribuição acumulada é dada por: 0 , se x j k N k k j n j F( x ) P( X x ) , se 0 x j N j 0 n 1 , se x j Os parâmetros da distribuição são: Média: E( X) n p Variância: V( X) npq Nn , N 1 onde p k k ; q 1 . N N Exemplo 1: Pequenos motores elétricos são expedidos em lotes de 30 unidades. Antes que uma remessa seja aprovada, um inspetor seleciona ao acaso 3 destes motores para inspeção. Se nenhum dos motores inspecionados for defeituoso, o lote é aprovado. Se um ou mais dos motores verificados forem defeituosos, o lote todo é inspecionado. Suponha que existam, de fato, 2 motores defeituosos no lote. Qual é a probabilidade de que a inspeção de todo o lote seja necessária? (número de casos total na população) k=2 (número de casos favoráveis na população) n=3 (tamanho da amostra) x=1,2,3 (número de casos desfavoráveis na amostra) N=30 A probabilidade de que a inspeção seja necessária é igual a P( X 1) P( X 2) P( X 3) ou P( X 1) 1 P( X 0) 50 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES 2 30 2 2 28 0 3 0 0 3 P( X 1) 1 P( X 0) 1 1 1 0,8069 0,1931 19,31 % 30 30 3 3 DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE DE X x p(x) 0 1 2 3 0,8069 0,1862 0,0069 0,0000 Gráficamente: A função de distribuição acumulada: Exemplo 2: Uma empresa adquiriu diversas caixas, cada uma contendo 15 lâmpadas. Ela decidiu fazer uma inspeção por amostragem sem reposição, analisando 5 lâmpadas de uma caixa. A caixa será aceita caso encontre no máximo duas defeituosas. Qual a probabilidade de aceitar uma caixa sabendo que a qualidade do produto é definida por 20% de defeituosos? N=15 n=5 SACHIKO ARAKI LIRA 51 x2 k 0,20 * 15 3 P( X 2) P( X 0) P( X 1) P( X 2) 3 15 3 0 5 0 P( X 2) 15 5 3 15 3 1 5 1 15 5 3 15 3 2 5 2 792 1.485 660 2.937 0,9780 97,80% 3.003 3.003 15 5 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 3 – DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES DISCRETAS 1. O número de mensagens enviadas por hora, através de uma rede de computadores, tem a seguinte distribuição: x = número de mensagens p(x) 10 11 12 13 14 15 0,08 0,15 0,30 0,20 0,20 0,07 Calcular: E(X); V(X). 2. Seja X=o número de cilindros do motor do próximo carro a ser regulado em certa oficina. A função de probabilidade é dada por: x p(x) 4 0,5 6 0,3 8 0,2 a) calcular E( X) b) calcular V( X) c) calcular 3. Um proprietário acaba de instalar 20 lâmpadas em uma nova casa. Supondo que cada lâmpada tenha 0,20 de probabilidade de funcionar por mais de três meses, pede-se: a) qual a probabilidade de ao menos cinco delas durarem mais de três meses? b) qual o número médio de lâmpadas que deverão ser substituídas em três meses? 4. Repete-se um experimento 5 vezes. Supondo que a probabilidade de sucesso em uma prova seja 0,75, e admitindo a independência dos resultados das provas: a) qual a probabilidade de todas as cinco provas resultarem em sucesso? b) qual o número esperado de sucesso? 5. Um produto eletrônico contém 40 circuitos integrados. A probabilidade de que qualquer circuito integrado seja defeituoso é de 0,01. Os circuitos integrados são independentes. O produto opera somente se não houver circuitos integrados defeituosos. Qual é a probabilidade de que o produto opere? 52 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES DISCRETAS DE PROBABILIDADES 6. Um departamento de conserto de máquinas recebe uma média de 5 chamadas por hora. Qual a probabilidade de que em uma hora selecionada aleatoriamente sejam recebidas: a) Exatamente três chamadas? b) Menos que três chamadas? 7. Bateladas que consistem em 50 molas helicoidais, provenientes de um processo de produção são verificadas com respeito à conformidade em relação aos requerimentos dos consumidores. O número médio de molas não-conformes em uma batelada é igual 5. Considere que o número de molas não-conformes em uma batelada, denotado por X, seja uma variável aleatória binomial. Pede-se: a) qual é a probabilidade do número de molas não-conformes em uma batelada seja menor ou igual a 2? b) qual é a probabilidade do número de molas não-conformes em uma batelada seja maior ou igual a 49? 8. Suponha que 90% de todas as pilhas do tipo D, de certo fabricante, tenham voltagens aceitáveis. Um determinado tipo de lanterna necessita de 2 pilhas tipo D, e ela só funciona se as duas pilhas tiverem voltagem aceitável. Entre 10 lanternas selecionadas aleatoriamente, qual é a probabilidade de: a) pelo menos 9 funcionarem? b) no máximo 2 funcionarem? 9. Seja X o número de falhas na superfície de uma caldeira de um determinado tipo selecionado aleatoriamente, com distribuição de Poisson de parâmetro 5 . Calcular: a) P( x 2) b) P( x 8) c) P(5 x 8) 10. Cartões de circuito integrado são verificados em um teste funcional depois de serem preenchidos com chips semicondutores. Um lote contém 140 cartões e 20 são selecionados sem reposição para o teste funcional. a) se 20 cartões forem defeituosos, qual será a probabilidade de no mínimo 1 cartão defeituoso estar na amostra? b) se 5 cartões forem defeituosos, qual será a probabilidade de 1 cartão defeituoso aparecer na amostra? 11. Num lote de 20 pneus enviadas a um fornecedor sabe-se que há 5 defeituosos. Um cliente vai a esse fornecedor comprar 4 pneus. Qual a probabilidade de levar 1 defeituoso? SACHIKO ARAKI LIRA 53 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES 4.1 DEFINIÇÕES Definição 1: Seja X uma variável aleatória continua. A função densidade de probabilidade f ( x ) , é uma função que satisfaz as seguintes condições: f ( x ) 0 para todo x R X f ( x)d( x) 1. Exemplo: Seja X uma variável contínua com função densidade de probabilidade dada por: f (x) x , 16 2x6 f ( x ) 0 , para qualquer outros valores. A função densidade de probabilidade é: Para x 2 f (2) 2 1 16 8 Para x 4 f (4) 4 2 16 8 Para x 6 f (6) 6 3 16 8 A condição f ( x )d( x ) 1 , indica que a área total limitada pela curva que representa f ( x ) e o eixo das abcissas é igual a 1. Seja o intervalo [a,b] de R X . A probabilidade de um valor de X pertencer a esse intervalo b será dada por: P(a X b) a f ( x )dx , que representa a área sob a curva da função densidade de probabilidade. Para variáveis aleatórias contínuas, as probabilidades são interpretadas como áreas. Sendo X uma variável aleatória continua, a probabilidade em um ponto é nula, então: P(a X b) P(a X b) P(a X b) P(a X b) Definição 2: Seja X uma variável aleatória. A função de distribuição acumulada ou de repartição de X é definida como F( x ) P( X x ) 54 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES Se X for variável aleatória continua, tem-se: x F( x ) P( X x ) f ( x )dx Exemplo: Seja X uma variável contínua com função densidade de probabilidade dada por: x , 16 f (x) 2x6 f ( x ) 0 , para outros valores. A função de distribuição acumulada é dada por: 6 x 1 x2 1 2 32 F( x ) f ( x )dx f ( x )dx 0 dx 6 22 1 16 2 32 32 2 2 16 2 2 6 6 Esperança A esperança matemática E(X), de uma variável aleatória continua X, com função densidade de probabilidade f ( x ) , é definida por: E( X) x f ( x )dx Variância Se X é uma variável aleatória contínua, a variância, representada por V( X) é definida por: V( X) 2 x E( X) f ( x )dx As propriedades da variância para variável aleatória contínua são as mesmas das já apresentadas para variável aleatória discreta. Exemplo1: Seja X uma variável contínua com função densidade de probabilidade dada por: x , 16 f (x) 2x6 f ( x) 0 , para qualquer outros valores. Qual é o valor esperado e a variância de X? 6 x 1 6 2 1 x3 1 3 E( X) x dx x dx 6 2 3 4,33 16 16 16 3 48 2 2 2 6 V( X) 2 x E( X) f ( x )dx SACHIKO ARAKI LIRA 55 6 V ( X ) ( x 4,33 ) 2 2 6 x x dx ( x 2 2 4,33 x 4,33 2 ) dx 16 16 2 6 6 6 x 3 8,66 2 18,7489 x 1 x4 8,66 x 3 18,7489 x 2 V( X) ( x ) dx 16 16 16 4 16 3 16 2 2 16 2 2 2 6 6 4 2 4 8,66 4 16 6 3 2 3 18,7489 3 16 V( X) 1 16 V( X) 1 1280 8,66 208 18,7489 32 2 16 4 16 3 16 62 22 2 V( X) 1,22 Exemplo 2: Suponha que f ( x) 0,25 , para 0 x 4 . Determine a média e a variância. Solução: a) E( X) x f ( x )dx 4 4 4 x2 0,25 2 E( X) x 0,25dx 0,25 x dx 0,25 4 02 2 2 2 0 0 0 b) V( X) x E( X)2 f ( x )dx 4 3 4 4 4 x2 x 2 4 V( X) x 2 0,25dx 0,25 ( x 2 4x 4) dx 0,25 4 4x 0 3 0 0 2 0 0 V( X) 1,33 4.2 DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES CONTINUAS 4.2.1 DISTRIBUIÇÃO EXPONENCIAL Uma v.a. continua X, tem distribuição exponencial se sua função densidade de probabilidade é dada por: f ( x) e x , x0 A função de distribuição acumulada é dada por: F( x ) P( X x ) x0 e x dx 1 e x , x 0 Portanto: P( X x) e x 56 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES Os parâmetros da distribuição são: Média: E( X) 1 Variância V( X) 1 2 Essa distribuição tem papel importante na descrição de uma grande classe de fenômenos, particularmente nos assuntos relacionados a teoria da confiabilidade. Exemplo 1: O tempo de vida X (em horas) das lâmpadas elétricas fabricadas por uma empresa é uma variável aleatória, tendo sua função densidade de probabilidade dada por: 0,002 x , se x 0 f ( x ) 0,002e 0 se x 0 a) qual a probabilidade do tempo de vida de uma lâmpada ser superior a 600 horas? b) qual é o tempo de vida esperado? Solução: a) 0,002 P( X 600) 600 0,002e 0,002 x e 0,002 x 600 0 e 0,002600 0,3012 b) E( X) 1 1 500 horas 0,002 Exemplo 2: A vida média de um satélite é 4 anos, seguindo o modelo exponencial. Seja X a variável definindo o tempo de vida do satélite. Calcule a P( X 4) . Solução: E( X) Então, 1 4 , portanto, P( X 4) e x 1 4 1 4 4 e e 1 0,3679 36,79 % 4.2.2 DISTRIBUIÇÃO NORMAL OU GAUSSIANA É uma das mais importantes distribuições de probabilidades, sendo aplicada em inúmeros fenômenos e frequentemente utilizada para o desenvolvimento teórico da inferência estatística. Uma v.a. continua X, tem distribuição normal ou Gaussiana se sua função densidade de probabilidade é dada por: SACHIKO ARAKI LIRA 57 f ( x) 1 2 1 x 2 e 2 x R, R , R , , A função de distribuição acumulada é dada por: F( x ) P( X x ) x f ( x)d( x) x 1 2 e 1 x 2 2 dx Os parâmetros da distribuição são: Média: E ( X ) Variância: V ( X ) 2 média Quando se deseja especificar que a variável aleatória X, segue distribuição normal com e variância 2 , usa-se a notação: X ~ N ( ; 2 ) . A distribuição normal é definida a partir de dois parâmetros, a média e a variância 2 . Por exemplo, a curva da distribuição normal f ( x ) para 40 e 10 , e valores da variável aleatória no intervalo (10, 70), é mostrada no gráfico abaixo. Uma das características importantes é que a partir desses dois parâmetros será possível calcular, por exemplo, a percentagem de valores que deverão estar acima ou abaixo de um determinado valor da variável aleatória, ou entre esses dois valores definidos etc. A probabilidade P ( a X b ) de a variável aleatória contínua X ser igual ou maior que a e, ao mesmo tempo, menor ou igual a b , é obtida da área definida pela função f ( x ) entre os limites a e b , sendo b a . O cálculo é feito integrando-se a função f ( x ) no intervalo ( a, b ) , que é bastante trabalhoso. P( a X b ) 58 b a 1 2 e 1 x 2 2 dx VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES Representação Gráfica: É um gráfico em forma de sino. O seu posicionamento em relação ao eixo das ordenadas e seu achatamento são determinados pelos parâmetros e 2 , respectivamente. A área compreendida entre é igual a 68,27 % ; entre 2 é igual a 95,45 % e entre 3 é igual a 99,73%. Propriedades da distribuição normal: 1. 2. 3. 4. f (x) f (x) f (x) f (x) possui um ponto de máximo para X ; tem dois pontos de inflexão cujas abcissas valem e ; é simétrica em relação a X . E, ainda Mo Md ; tende a zero quando x tende para (assintótica em relação ao eixo x); 4.3.2.1 DISTRIBUIÇÃO NORMAL PADRONIZADA OU REDUZIDA A variável normal padronizada Z é obtida através de uma transformação linear da variável normal X, obtendo-se assim uma escala relativa de valores na qual, a média é o ponto de referência e o desvio padrão, uma medida de afastamento da média. Considere a transformação: Z X , então dZ dX . Tem-se: F( x ) 1 2 1 x 2 x e 2 dx Utilizando a transformação será: F( z) 1 2 1 z z e 2 2 dz , que é a função de distribuição acumulada para a variável normal reduzida. Os parâmetros da distribuição são: Média: E ( Z ) 0 Variância: V ( Z ) 1 SACHIKO ARAKI LIRA 59 f(z) Gráfico da distribuição normal padrão: z Exemplo 1: O diâmetro de um eixo de um dispositivo ótico de armazenagem é normalmente distribuído, com média 0,2508 polegadas e desvio padrão de 0,0005 polegadas. As especificações do eixo são 0,2500 0,0015 polegada. Que proporção de eixo obedece às especificações? 0,2508 0,0005 P (0,2485 X 0,2515 ) ? Z1 0,2485 0,2508 4,6 0,0005 Z2 0,2515 0,2508 1,4 0,0005 P (0,2485 X 0,2515 ) P ( 4,6 Z 1,4) 0,9192 - 0,0000 0,9192 91,92% Exemplo 2: O diâmetro de um cabo elétrico é normalmente distribuído com média 0,8 mm e variância 0,0004 mm2. Dentre uma amostra de 1.000 cabos, espera-se que quantos tenham diâmetro menor que 0,78 mm? 0,8 2 0,0004 => 0,02 Z 0,78 0,8 1 => P( Z 1) 0,1587 0,02 n 1.000 0,1587 158,7 60 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES 4.3.3 DISTRIBUIÇÃO 2 ( QUI-QUADRADO) A função densidade da distribuição “ 2 ” com f x ( 2 ) 1 2 2 21 e 2 2 2 graus de liberdade é dada por: , 2 0 , 2 Os parâmetros da distribuição são: Média E( 2 ) Variância V( 2 ) 2 Diz-se que 2 segue uma distribuição qui-quadrado com parâmetro . O parâmetro é chamado de graus de liberdade da distribuição. Quando se deseja indicar que uma variável 2 segue uma distribuição qui-quadrado com graus de liberdade, usa-se a notação: 2 ~ 2 ( ) ou 2 ~ 2 . Esta distribuição possui numerosas aplicações em inferência estatística. Dentre as aplicações da Distribuição Qui-quadrado cita-se a construção de intervalos de confiança para variâncias e testes de hipóteses. Utilização da distribuição 2 Determinar os valores de 2 tais que: a) P (0 2 32 ) 0,975 Deseja-se obter o valor de 32 de maneira que, abaixo dele se encontrem a área correspondente a 97,5%. O valor é igual a: 32 9,3484 2 ) 0,900 b) P ( 2 10 2 Neste caso, o valor de 10 é o limite inferior da área que compreende 90% da distribuição qui-quadrado. 2 4,8652 . O valor é igual a: 10 SACHIKO ARAKI LIRA 61 4.3.4 DISTRIBUIÇÃO “ t ” DE STUDENT A função densidade da distribuição “t” com f (t) graus de liberdade é dada por: 1 ( 1) 2 2 2 t , t R , 1 2 Os parâmetros da distribuição são: Média: E( t ) 0 Variância: V(t ) 2 liberdade da distribuição. para 2, onde o parâmetro é o número de graus de A distribuição t é simétrica em relação a t 0 , sendo que, quando ela tende para uma distribuição normal com média 0 e variância 1 (distribuição normal padronizada). O único parâmetro que a define e caracteriza a sua forma é o número de graus de liberdade (número de observações livres para variar). Quando se deseja indicar que uma variável aleatória t segue uma distribuição t de Student com graus de liberdade, usa-se a seguinte notação t ~ t ( ) ou t ~ t . Dentre as utilizações da Distribuição t, citam-se os testes de hipóteses e intervalos de confiança para amostras pequenas (n 30 ) e testes de hipóteses para coeficiente de correlação amostral. Utilização da distribuição t de Student Determinar os valores de t , tais que: a) P ( t t 5 ) 0,05 Deseja-se obter o valor de t 5 tal que abaixo dele se encontrem 5% da área da distribuição. O valor é igual a: t 5 2,0150 b) P ( t t 8 ) 0,10 Deseja-se obter o valor de t 8 tal que acima dele se encontrem 10% da área da distribuição. O valor é igual a: t 8 1,3968 62 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES 4.3.5 DISTRIBUIÇÃO F DE SNEDECOR A função densidade da distribuição “F” com 1 1 2 2 1 f (F) 1 2 2 2 2 1 2 F 1 1 1 2 1 2 2 1 e 2 graus de liberdade é dada por: , F 0, 1 F 2 Os parâmetros da distribuição são: Média: E( X) 2 2 2 Variância: V( X) , 2 2 2 22 (1 2 2) 1( 2 2) 2 ( 2 4) , 2 4 A distribuição F de Snedecor depende de dois parâmetros, 1 e 2 , denominados, respectivamente, de graus de liberdade do numerador e denominador. Quando se deseja indicar que a variável aleatória F segue uma distribuição F de Snedecor com 1 e 2 graus de liberdade, respectivamente no numerador e denominador, usa-se a notação F ~ F(1 , 2 ) ou F ~ F1 , 2 Dentre as aplicações da Distribuição F é possível citar a análise de variância (ANOVA) e análise de regressão. Utilização da distribuição F Determinar os valores de F1 , 2 , tais que: a) P F F(6, 10 ) 0,01 Deseja-se obter o valor de F6 ,10 tal que abaixo dele estejam 1% da área da distribuição. F(6, 10 ) 5,39 b) P F F(3, 5) 0,05 Deseja-se obter o valor de F3 , 5 tal que acima dele estejam 5% da área da distribuição. F(3, 5) 5,4095 SACHIKO ARAKI LIRA 63 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 4 – DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES CONTÍNUAS 1. O tempo de operação de uma máquina de embalagem de frascos sem interrupção para manutenção, tem distribuição exponencial com média igual a duas horas. Qual a probabilidade dessa máquina conseguir operar mais de uma hora sem interrupção? 2. Suponha que um componente eletrônico tenha um tempo de vida X (em unidades de 1.000 horas) que é considerado uma variável aleatória com função densidade de probabilidade f ( x ) e x , x 0 . Qual é a probabilidade de x 0,9 ? 3. O tempo (em horas) necessário para reparar uma máquina é uma variável aleatória exponencialmente distribuída com parâmetro 1/ 2 . Determine a probabilidade de que o tempo de reparo exceda duas horas. 4. O diâmetro de uma determinada peça é uma característica da qualidade importante. Sabe-se que esse diâmetro segue um modelo normal com média 40 mm e desvio padrão 2 mm. Se a especificação estabelece que o diâmetro deve ser maior que 35mm, qual é a probabilidade de que a peça produzida satisfaça a especificação? 5. Seja X a variável aleatória que representa os diâmetros dos parafusos produzidos por certa máquina. Supondo que essa variável tenha distribuição normal com média igual 2 cm e desvio padrão igual a 0,04 cm. Qual a probabilidade de um parafuso ter o diâmetro com valor entre 2 e 2,05 cm ? 6. A tensão de ruptura (em newtons) de uma fibra sintética é representada por X e distribuída como N (800,12 2 ) . O controle de qualidade na fabricação da fibra exige uma tensão de no mínimo 772 N. Uma amostra da fibra é randomicamente testada. Qual é a probabilidade de obtermos P( X 772) ? 7. Suponha que as frequências indesejáveis para um determinado sinal elétrico tenham uma variação normal com média 60 Hz e desvio padrão 15 Hz. a) Qual a probabilidade desse sinal elétrico possuir componentes entre 40 e 70 Hz devido a essas frequências indesejáveis? b) Qual a maior frequência do sinal para que a probabilidade de contaminação por frequências indesejáveis seja de 10%? 8. A vida média de certo aparelho é de oito anos, com desvio padrão de 1,8 ano. O fabricante substitui os aparelhos que acusam defeito dentro do prazo de garantia. Se ele deseja substituir no máximo 5% dos aparelhos que apresentem defeito, qual deve ser o prazo de garantia? 9. Um processo industrial produz peças com diâmetro médio de 2,00” e desvio padrão de 0,01”. As peças com diâmetro que se afaste da média por mais de 0,03” são consideradas defeituosas. Admitida a normalidade: a) qual a percentagem das peças defeituosas? b) qual a percentagem de peças perfeitas? 64 VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE PROBABILIDADES 10. Uma empresa usa anualmente milhares de lâmpadas elétricas, que permanecem acesa continuamente, dia e noite. A vida de uma lâmpada pode ser considerada uma variável aleatória normal, com média de 50 dias e desvio padrão de 15 dias. Em 1º de janeiro a companhia instalou 8.000 lâmpadas novas. Aproximadamente quantas deverão ser substituídas em 1º de fevereiro? 11. O diâmetro do eixo principal de um disco rígido segue a distribuição normal com média 25,08 in. e desvio padrão 0,05 in. Se as especificações para esse eixo são 25,00 0,15 in. Determine o percentual de unidades produzidas em conformidades com as especificações. SACHIKO ARAKI LIRA 65 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS 5.1 INTRODUÇÃO Razão para se trabalhar com amostras: menor custo; redução do tempo e de mão-de-obra para a realização da coleta de dados; maior confiabilidade e qualidade dos dados; facilidade na realização dos trabalhos. dois tipos de amostragem: a probabilística e a não-probabilística. amostragem probabilística Todos os elementos da população têm probabilidade conhecida, e diferente de zero, de pertencer à amostra. amostragem probabilística melhor recomendação para garantir a representatividade da amostra, pois o acaso será o único responsável por eventuais diferenças entre população e amostra. É possivel utilizar as técnicas de Inferência Estatística. 5.2 AMOSTRAGEM PROBABILÍSTICA Algumas técnicas de amostragem probabilística: 5.2.1 AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES (AAS) é o método mais simples e mais importante para selecionar uma amostra probabilística; consiste em listar todas as unidades elementares enumeradas de 1 a N; sorteiam-se “n” elementos da população, sendo que todos os elementos têm probabilidade conhecida e diferente de zero de serem selecionados; amostragem com reposição ou sem reposição. Exemplo: Foram produzidos 500 anéis de pistão em certo processo de produção. Deseja-se obter uma amostra de 30 anéis de pistão deste processo. 66 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS Utilizando processo aleatório simples com reposição: 1) enumerar os anéis de pistão de 1 a 500; 2) todos os anéis terão a mesma probabilidade de compor a amostra, igual a 0,2%; 3) gerar 30 números aleatórios ou selecionar 30 números utilizando tabelas de números aleatórios; 4) os anéis que comporão a amostra serão aqueles correspondentes aos números aleatórios; 290 271 211 4 456 451 389 487 397 410 473 143 381 217 128 465 457 174 160 157 206 369 155 285 421 239 454 341 424 289 No excel: ALEATÓRIO()*(b-a)+a onde a=1; b=500 5) a amostra de 30 anéis de pistão será composta pelos anéis com as numerações acima. 5.2.2 AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA os elementos da população estão ordenados e a retirada das unidades amostrais é feita sistematicamente; a cada dez itens produzidos, em uma linha de produção, retirar um para compor a amostra da produção diária. Considerando o exemplo dos anéis de pistão: os anéis estão enumerados de 1 a 500. n 30 1 f (fração amostral) N 500 17 1) gera-se ou seleciona-se um número aleatório entre 1 e 17; 2) O número gerado foi 11. Para obter os demais elementos, soma-se sempre 17, até completar o tamanho da amostra. No excel: ALEATÓRIO()*(b-a)+a onde a=1; b=17 11 28 45 62 79 96 113 130 147 164 181 198 215 232 249 266 283 300 317 334 351 368 385 402 419 436 453 470 487 4 3) a amostra de 30 anéis de pistão será composta pelos anéis com as numerações acima. SACHIKO ARAKI LIRA 67 5.2.3 AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA A população pode ser dividida em subgrupos (estratos); Esse processo pode gerar amostras bastante precisas; A estratificação é usada principalmente para resolver alguns problemas como a melhoria da precisão das estimativas. Quando a variável em estudo apresenta um comportamento heterogêneo entre os diferentes estratos, convém que o sorteio dos elementos da amostra leve em consideração tais estratos. A amostragem estratificada pode ser: proporcional, uniforme e de Neyman. Exemplo: Dada a população de 5.000 operários de uma certa indústria automobilística, selecionar uma amostra proporcional estratificada de operários para estimar seu salário médio. Usando a variável critério “cargo” para estratificar essa população, e considerando amostra total de 250 operários, chega-se ao seguinte quadro: CARGO POPULAÇÃO Chefes de seção Operários especializados Operários não especializados TOTAL PROPORÇÃO 500 1.500 3.000 5.000 0,10 0,30 0,60 1,00 AMOSTRA 25 75 150 250 5.3 DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS Ao retirar uma amostra aleatória de uma população, está-se considerando cada valor da amostra como um valor de uma variável aleatória cuja distribuição de probabilidade é a mesma da população, no instante da retirada desse elemento para a amostra. Em consequência do fato de os valores da amostra serem aleatórios, decorre que qualquer quantidade calculada em função dos elementos da amostra, também será uma variável aleatória. Os parâmetros são valores teóricos correspondentes à população e as estatísticas são funções dos valores amostrais. As estatísticas, sendo variáveis aleatórias, terão alguma distribuição de probabilidade, com uma média, variância, etc. A distribuição de probabilidade de uma estatística chama-se, comumente, distribuição amostral ou distribuição por amostragem. 5.3.1 DISTRIBUIÇÃO AMOSTRAL DE MÉDIAS O parâmetro é um valor único e desconhecido. A estatística X é um valor conhecido, porém, pode variar de amostra para amostra. Se forem retiradas diferentes amostras aleatórias 68 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS de mesmo tamanho, as médias das diferentes amostras não deverão ser iguais. Apesar de a média da população ser a mesma, a média da amostra dependerá de cada amostra. Com as médias das amostras, é possível construir a distribuição de frequências das médias das amostras, denominada distribuição amostral, cuja média denomina-se média da distribuição amostral e seu desvio padrão, erro padrão. Embora os parâmetros, média e desvio padrão, da população não sejam conhecidos, considera-se para o exemplo a seguir, como sendo conhecidos. Seja uma população constituída dos elementos: 2, 5, 7 e 10 , sendo N 4 . A média e a variância populacional são: 6,00 e 2 8,50 . Considere as possíveis amostras de 2 elementos ( n 2 ), que podem ser retiradas desta população. a) Sem reposição n O número de amostras possíveis é dado por k CN . Então, o número de amostras possíveis é igual a 6. QUADRO 6 – AMOSTRAS POSSÍVEIS DE 2 ELEMENTOS RETIRADAS DESSA POPULAÇÃO SEM REPOSIÇÃO AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOSTRAS TRA 1 TRA 2 TRA 3 TRA 4 TRA 5 TRA 6 X1 2 2 2 5 5 7 X2 5 7 10 7 10 10 Média 3,5 4,5 6,0 6,0 7,5 8,5 Observe que a média da amostra depende de cada amostra extraída. Qualquer inferência realizada sobre a média da população utilizando uma única amostra estará sujeita a alguma incerteza, pois a média de cada amostra pode ser diferente. A média das médias amostrais é obtida por: E( X) 1k 36 Xi k i1 6 E( X) 6 A média das médias amostrais ou a média da distribuição amostral coincide com a média da população. Tem-se, então, a primeira conclusão importante: a média das médias amostrais é a própria média da população. A variância das médias amostrais é dada por: V( X) 1k 1 17 2 ( X i E( X)) 6,25 2,25 0 0 2,25 6,25 k i1 6 6 V( X) 2,83 SACHIKO ARAKI LIRA 69 A variância das médias amostrais é igual à variância da população multiplicada pelo fator: 1 Nn n N 1 Tem-se então que: E( X) X V( X) 2X 2 n (Média da distribuição amostral de médias) Nn N1 (Variância da distribuição amostral de médias) a) Com reposição O número de amostras possíveis é dado por k Nn . Então, o número de amostras possíveis é igual a 16. QUADRO 7 – AMOSTRAS POSSÍVEIS DE 2 ELEMENTOS RETIRADAS DESSA POPULAÇÃO COM REPOSIÇÃO AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- TRAS TRA 1 TRA 2 TRA 3 TRA 4 TRA 5 TRA 6 TRA 7 TRA 8 X1 2 2 2 2 5 5 5 5 X2 2 5 7 10 2 5 7 10 Média 2,0 3,5 4,5 6,0 3,5 5,0 6,0 7,5 AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- AMOS- TRAS TRA 9 TRA 10 TRA 11 TRA 12 TRA 13 TRA 14 TRA 15 TRA 16 X1 7 7 7 7 10 10 10 10 X2 2 5 7 10 2 5 7 10 Média 4,5 6,0 7,0 8,5 6,0 7,5 8,5 10,0 A média das médias amostrais é obtida por: E( X) 1k 96 Xi k i1 16 E( X) 6 A variância das médias amostrais é dada por: V( X) 1k 1 2 16 6,25 2,25 ... 6,25 16 68 ( X i E( X)) k i1 16 16 V( X) 4,25 A variância das médias amostrais é igual à variância da população multiplicada pelo fator: 1 n Tem-se então que: E( X) X 70 (Média da distribuição amostral de médias) NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS V( X) 2X 2 (Variância da distribuição amostral de médias) n De forma geral, a forma da distribuição amostral depende da forma da distribuição da população. Se a distribuição da população for normal N ( , 2 ) , a distribuição da média amostral também será normal, seja qual for o tamanho n da amostra. Se a distribuição da população não for normal, à medida que o tamanho da amostra aumentar, a distribuição da média amostral se aproximará da distribuição normal. De acordo com o teorema central do limite, a distribuição das médias de amostras de tamanho suficientemente grande poderá ser considerada como normal, seja qual for a forma da distribuição da população. Resumindo: a) Amostragem com reposição: E( X) X (Média da distribuição amostral de médias) 2 V( X) X2 (Variância da distribuição amostral de médias) n b) Amostragem sem reposição: E( X) X V( X) X2 onde o fator lim N 2 n (Média da distribuição amostral de médias) Nn N1 (Variância da distribuição amostral de médias) Nn é denominado de fator de população finita. Evidentemente, tem-se que: N 1 Nn 1 N 1 TEOREMA CENTRAL DO LIMITE Em situações onde se tem n , é possível aplicar o Teorema Central do Limite. Existem diversas versões do teorema central do limite. Será apresentada uma das versões. Teorema Central do Limite (versão i.i.d. em termos da média amostral) Sejam X 1 , X 2 ,, X n , variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas (i.i.d.), tais que E( X i ) e V ( X i ) 2 , ambas finitas. Seja X a média amostral. Então: Z X 2 X n ~ N ( 0,1) . n A aproximação melhora com o aumento do tamanho da amostra. SACHIKO ARAKI LIRA 71 Se, de uma população com parâmetros ( , 2 ) for retirada uma amostra de tamanho n suficientemente grande, a distribuição de X será aproximadamente normal N ( , n ) , seja qual for a forma da distribuição da população. O teorema central do limite é muito importante, pois permite utilizar a distribuição normal para realizar inferências da média amostral, seja qual for a forma da distribuição da população. 5.3.2 DISTRIBUIÇÃO AMOSTRAL DE PROPORÇÕES Seja uma população tal que, a probabilidade de sucesso de certo evento é p e de insucesso é q 1 p . Para cada amostra de tamanho n , pode-se determinar o número k de k sucesso e como consequência, a frequência relativa ou proporção dada por fr p̂ . n ` O conjunto de frequências relativas calculadas para as amostras constitui a distribuição amostral das proporções ou de frequências relativas. A média e o desvio padrão da distribuição amostral de proporções são apresentados a seguir, considerando-se amostras sem e com reposição. a) Com reposição p̂ p p̂ (média da distribuição amostral de proporções) pq n (desvio padrão da distribuição amostral de proporções) b) Sem reposição p̂ p p̂ (média da distribuição amostral de proporções) pq N n n N 1 (desvio padrão da distribuição amostral de proporções) Para amostras suficientemente grandes, a distribuição amostral das proporções, que segue distribuição binomial, poderá se aproximar de uma distribuição normal de mesma média e mesma variância. Na prática, considera-se a amostra grande para n 30 e p próximo de 0,5. 5.3.3 DISTRIBUIÇÃO AMOSTRAL DA VARIÂNCIA A estatística 2 (n 1) S 2 , segue uma distribuição qui-quadrado com 2 liberdade. Sendo que S 2 é a variância amostral, dada por: S2 72 n 1 graus de 1 n 2 ( x i X) n 1 i1 NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS A partir da expressão da expressão de estatística 2 , tem-se que: S2 2 2 , (n 1) com 2 n 1 ou seja, S 2 segue uma distribuição 2 , com n 1 graus de liberdade. Tem-se para a distribuição amostral da variância S 2 que: E ( S2 ) 2 V ( S2 ) 2 4 n 1 SACHIKO ARAKI LIRA 73 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS 6.1 INTRODUÇÃO Inferência estatística tem como objetivo fazer generalizações sobre uma população, com base nos dados amostrais. Inferência estatística divide-se em duas grandes áreas: estimação e teste de hipóteses. Pontual Estimação Inferência Estatística Por intervalo Teste de Hipóteses Estimação o objetivo é fornecer informações sobre os parâmetros populacionais, tendo como base uma amostra aleatória extraída da população de interesse. Estatística qualquer quantidade calculada em função dos elementos da amostra. Distribuição amostral ou distribuição por amostragem distribuição de probabilidade de uma estatística. 6.2 ESTIMADOR E ESTIMATIVA Estimador quantidade calculada em função dos elementos amostrais, que será utilizada no processo de estimação do parâmetro de interesse. Principais métodos de obtenção de estimadores: Método dos momentos; Método da máxima verossimilhança; Método dos mínimos quadrados; Estimativa valor numérico obtido pelo estimador numa determinada amostra. 6.3 QUALIDADES DE UM ESTIMADOR a) Não tendencioso ou não viesado 74 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS Um estimador ̂ é não tendencioso ou não viesado quando a sua média (ou esperança ou expectância) é o próprio valor do parâmetro populacional que está se pretendendo estimar, ou seja: E( ˆ ) b) Consistência Um estimador ̂ é consistente se (além de ser não viesado) sua variância tende para zero, quando n tende para , isto é: e lim V( ˆ ) 0 E( ˆ ) n c) Eficiência Dados dois estimadores ̂1 e ̂ 2 de um mesmo parâmetro, é mais eficiente aquele que apresenta menor variância, ou seja: Se V ( ˆ 1 ) V ( ˆ 2 ) então ̂1 é mais eficiente que ̂ 2 . Ainda, se ̂1 e ̂ 2 forem ambos não tendenciosos, a eficiência relativa será dado pelo quociente das respectivas variâncias, ou seja: V ( ˆ 1 ) . V ( ˆ 2 ) d) Suficiência Um estimador é suficiente quando permite obter um resumo das informações trazidas pela amostra, ou seja, resume os dados sem perder nenhuma informação sobre o parâmetro . 6.4 ESTIMAÇÃO POR PONTOS Quando o parâmetro é estimado através de um único valor diz-se que a estimação é por ponto ou pontual. Por exemplo: X é um estimador pontual da média populacional ; S 2 é um estimador pontual da variância populacional 2 ; etc. 6.4.1 ESTIMADOR DA MÉDIA POPULACIONAL O estimador utilizado é a média aritmética amostral X , sendo um estimador não viesado, consistente, eficiente e suficiente. 1 n X xi n i1 6.4.2 ESTIMADOR DA VARIÂNCIA POPULACIONAL O estimador utilizado é a variância amostral S 2 . As estimativas obtidas pelas expressões apresentadas a seguir são não tendenciosos e consistentes. Quando a média populacional for conhecida, a estimativa é dada por: SACHIKO ARAKI LIRA 75 n ( x i )2 S2 i1 n E quando a média populacional for desconhecida, por: S2 1 n 2 ( xi X ) n 1 i1 6.4.3 ESTIMADOR DO DESVIO PADRÃO POPULACIONAL Tem-se que S 2 é um estimador não tendencioso da variância populacional entanto, a raiz quadrada de S populacional . 2 2 . No não é um estimador não tendencioso do desvio padrão A tendenciosidade de S tende a zero, à medida que aumenta o tamanho da amostra. 6.4.4 ESTIMADOR DA PROPORÇÃO POPULACIONAL O estimador utilizado é a proporção amostral p̂ . A expressão de p̂ é dada por: p̂ k , n onde k é o número de casos favoráveis. 6.5 ESTIMAÇÃO POR INTERVALO Consiste em construir um intervalo em torno da estimativa por ponto, de tal forma que ele possua probabilidade conhecida (nível de confiança (1 ) ) de conter o verdadeiro valor do parâmetro. Seja o parâmetro , tal que P ( t 1 t 2 ) 1 . Então, tem-se: t1 t 2 t1 e t 2 1 chamado de intervalo de confiança (I.C.) são denominados de limites de confiança nível de confiança. A escolha do nível de confiança depende do grau de precisão com que se deseja estimar o parâmetro. É comum utilizar os níveis de 95% e 99%. Evidentemente, o aumento no nível de confiança implica no aumento de sua amplitude. 6.5.1 INTERVALO DE CONFIANÇA PARA MÉDIA POPULACIONAL 1) Quando a Variância Populacional 2 é Conhecida P( X Z 2 76 n X Z 2 ) 1 n ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS onde: X é a média da amostra; é o nível de significância adotado; Z 2 é o valor de Z da tabela da distribuição “t” para um determinado nível de significância e graus de liberdade ; é o desvio padrão da população; n é o tamanho da amostra. A utilização da expressão acima deve atender aos seguintes critérios: Para amostras pequenas ( n 30 ) , a população deve ser normalmente distribuída; Para grandes amostras ( n 30 ) , não existe a exigência de que a população seja normalmente distribuída (justificada pelo Teorema Central do Limite), e sendo substituído pelo desvio padrão amostral S . desconhecido, pode ser FIGURA 3 – DISTRIBUIÇÃO NORMAL PADRÃO 1 2 Z 2 2 Z 2 Exemplos de aplicação: 1) O desvio padrão dos comprimentos de todas as peças produzidas por certa máquina é 2 mm. Uma amostra de 50 peças produzidas por essa máquina apresenta média igual a 25 mm. Construir o I.C. de 95% para o verdadeiro comprimento das peças produzidas por essa máquina. Solução: 2 n 50 X 25 1 95% ; 5% ; Z 2 1,96 77 SACHIKO ARAKI LIRA FIGURA 1 – DISTRIBUIÇÃO NORMAL PADRÃO Assim, o intervalo de confiança será: P X Z 2 X Z 2 1 n n 2 2 P 25 1,96 25 1,96 95 % 50 50 P 24,45 mm 25,55 mm 95 % 2) Experiência passada indicou que a resistência à quebra de um fio usado na fabricação de material moldável é normalmente distribuída e que 2 psi. Uma amostra aleatória de nove espécimes é testada e a resistência média à quebra é 98 psi. Encontre um intervalo bilateral de confiança de 95% para a resistência média à quebra. Solução: 2 n9 X 98 1 95% ; 5% ; Z 2 1,96 P X Z 2 X Z 2 1 n n 2 2 P 98 1,96 98 1,96 95 % 9 9 P 96,69 psi 99,31 psi 95 % 2) Quando a Variância Populacional 2 é Desconhecida O estudo que trata de distribuições amostrais ou distribuições de probabilidade de estatísticas, de pequenas amostras (n<30), é chamado de Teoria das Pequenas Amostras. A distribuição t de Student, desenvolvida por William Sealy Gosset, é uma distribuição de probabilidade estatística. Esta distribuição é de fundamental importância para a inferência estatística, quando o desvio padrão populacional é desconhecido e trata-se de amostras pequenas (geralmente n<30). O intervalo de confiança é obtida através de: P( X t 2 S n X t 2 S ) 1 n onde: X é a média da amostra; é o nível de significância adotado; t 2 é o valor de t da tabela da distribuição “t” para um determinado nível de significância e n 1 graus de liberdade; 78 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS S é o desvio padrão da amostra; n é o tamanho da amostra. A utilização do I. C. acima deve obedecer aos seguintes critérios: Para amostras pequenas ( n 30 ) , a população de onde a amostra foi retirada deve ser normalmente distribuída; Para grandes amostras ( n 30 ) , ele pode substituir o I. C. dado pela fórmula em que é conhecido, pois, no caso de grandes amostras, a distribuição t de Student se aproxima de uma distribuição normal padronizada. FIGURA 4 – DISTRIBUIÇÃO t DE STUDENT 1 2 2 t 2 t 2 Exemplos de aplicação 1) Uma amostra de 20 cabos, produzidos por uma indústria, foram avaliados e medidas as tensões de rupturas (em kgf). A média e o desvio padrão da amostra são iguais a 762 kgf e 14,4 kgf, respectivamente. Deseja-se construir o intervalo de confiança de 95% para a tensão média de ruptura de cabos produzidos pela indústria. Solução: n 20 X 762 S 14,4 1 95% ; 5% ; n 1 19 t 2 2,09 Assim, o intervalo de confiança será dado por: P X t S 2 n X t SACHIKO ARAKI LIRA 2 S 1 n 79 14,4 14,4 P 762 2,09 762 2,09 1 20 20 P 755,27 kgf 768,73 kgf 95 % 2) A resistência do concreto à compressão está sendo testada por um engenheiro civil. Ele testa 12 corpos de prova e obtém dados abaixo. Construir um intervalo de 95% para a resistência média. Dados: X 2259,92 ; S 35,57 Solução: n 12 1 95% 5% n 1 11 t 2 2,20 P X t S 2 n X t 2 S 1 n 35,57 35,57 P 2259 ,92 2,20 2259 ,92 2,20 1 12 12 P 2.237,33 2.282,51 95 % 6.5.2 INTERVALO DE CONFIANÇA POPULACIONAIS 1 PARA DIFERENÇA ENTRE DUAS MÉDIAS E 2 1) Quando as Variâncias Populacionais 12 e 22 são Conhecidas 12 22 12 22 1 P ( X1 X 2 ) Z 2 (1 2 ) ( X1 X 2 ) Z 2 n1 n 2 n1 n 2 onde: X 1 é a média da amostra 1; X 2 é a média da amostra 2; é o nível de significância adotado; Z 2 é o valor de Z da tabela da distribuição “t” para um determinado nível de significância e graus de liberdade ; 2 1 80 é a variância da população 1; ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS 22 é a variância da população 2; n1 é o tamanho da amostra 1; n 2 é o tamanho da amostra 2. Exemplo de aplicação: 1) Os desvios padrões das durações das lâmpadas elétricas fabricadas pelas indústrias A e B são, respectivamente, 50 horas e 80 horas. Foram ensaiadas 40 lâmpadas de cada marca e as durações médias obtidas foram 1.200 horas e 1.100 horas, para A e B, respectivamente. Construir o intervalo de confiança de 99% para a diferença entre os tempos médios de vida das lâmpadas de marcas A e B, ou seja, A B . Solução: A 50 B 80 n 40 X A 1200 XB 1100 1 99% Z 2 2,58 O intervalo de confiança (I.C.) de (1 )100 % para A B , será dado por: ( X A XB ) Z 2 2A nA (1200 1100 ) 2,58 B2 nB A B ( X A XB ) Z 2 2A nA B2 nB 50 2 80 2 50 2 80 2 A B (1200 1100 ) 2,58 40 40 40 40 P 61,52 horas A B 138,48 horas 99 % 2) Quando as Variâncias Populacionais 12 e 22 são Desconhecidas e Supostamente Iguais P ( X1 X 2 ) t sendo que: S p2 2 S p2 ( 1 1 ) 1 2 ( X1 X 2 ) t n1 n 2 2 S p2 ( 1 1 ) 1 n1 n 2 (n1 1) S12 (n 2 1) S 22 n1 n 2 2 X 1 é a média da amostra 1; X 2 é a média da amostra 2; é o nível de significância adotado; SACHIKO ARAKI LIRA 81 t 2 é o valor de t da tabela da distribuição “t” para um determinado nível de significância e n1 n 2 2 graus de liberdade; S12 é a variância da amostra 1; S 22 é a variância da amostra 2; n1 é o tamanho da amostra 1; n 2 é o tamanho da amostra 2. Exemplo de aplicação: Uma amostra de 5 tubos da fábrica A, apresentou os seguintes resultados quanto aos diâmetros (mm): X A 45,40 ; S 2A 1,30 E, uma amostra de 6 tubos da fábrica B, apresentou: X B 44,17 ; S B2 1,37 . Construir o I. C. de 95% para as diferenças entre os diâmetros médios A B . Solução: nA 5 nB 6 1 95 % t 2 , com n1 n 2 2 graus de liberdade, logo 9 t 2 2,26 O intervalo de confiança (I.C.) de (1 )100 % para 1 2 , será dado por: (X A XB ) t 2 S p2 ( 1 1 ) A B ( X A XB ) t n A nB 2 S p2 ( 1 1 ) n A nB onde: S p2 (n A 1) S 2A (n B 1) S B2 (5 1)(1,30) (6 1)(1,37) 1,34 n A nB 2 562 1 1 1 1 ( 45,40 44,17) 2,26 1,34 A B ( 45,40 44,17) 2,26 1,34 5 6 5 6 1,23 1,58 A B 1,23 1,58 P - 0,35 mm A B 2,81 mm 95 % 82 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS 3) Quando as Variâncias Populacionais 12 e 22 são Desconhecidas e Supostamente Diferentes Para a construção do intervalo de confiança para a diferença entre duas médias populacionais 1 e 2 , com base nos dados amostrais, desconhecendo-se os desvios padrões populacionais 1 e 2 sendo supostamente diferentes, deve-se fazer uma modificação no teste t, denominada correção de Aspin-Welch. S12 S 22 S12 S 22 P ( X1 X 2 ) t 2 1 2 ( X1 X 2 ) t 2 n1 n 2 n1 n 2 1 onde a variável t tem número de graus de liberdade dado por: w 1 w 2 2 w 12 w 22 n1 1 n 2 1 , onde w 1 S 12 S2 e w2 2 n1 n2 (método de Aspin-Welch) onde: X 1 é a média da amostra 1; X 2 é a média da amostra 2; é o nível de significância adotado; t 2 é o valor de t da tabela da distribuição “t” para um determinado nível de significância e graus de liberdade; S12 é a variância da amostra 1; S 22 é a variância da amostra 2; n1 é o tamanho da amostra 1; n 2 é o tamanho da amostra 2. Exemplo de aplicação: 1) Dois operários mediram o tempo (em min) de certa operação industrial, obtendo: X1 12,17 ; X 2 15,60 ; S12 7,77 ; S 22 16,30 ; n1 6 ; n 2 5 Estimar através de um I.C. de 95% a diferença 1 2 , supondo que as variâncias sejam diferentes. Solução: 1 95% t 2 é o valor de t da tabela da distribuição “t” para um determinado nível de significância e graus de liberdade. SACHIKO ARAKI LIRA 83 Onde: (w 1 w 2 )2 w 12 w 22 n1 1 n 2 1 w1 S12 7,77 1,30 n1 6 w2 S 22 16,30 3,26 n2 5 (1,30 3,26) 2 1,30 2 3,26 2 6 1 5 1 , onde w 1 S12 S2 e w2 2 n1 n2 7 O intervalo de confiança (I.C.) de (1 )100 % para 1 2 , será dado por: ( X1 X 2 ) t 2 S 12 S 22 1 2 ( X1 X 2 ) t n1 n2 (12,17 15,6) 2,36 2 S 12 S 22 n1 n2 7,77 16,3 7,77 16,3 1 2 (12,17 15,6) 2,36 6 5 6 5 -3,43 5,04 1 2 -3,43 5,04 P - 8,47 min 1 2 1,61 min 95 % 6.5.3 INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A VARIÂNCIA POPULACIONAL (n 1) S 2 (n 1) S 2 2 P 1 2 12 2 2 FIGURA 5 – DISTRIBUIÇÃO 2 f ( 2 ) 1 2 2 12 2 84 2 2 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS Exemplo de aplicação: Foram realizadas 12 determinações da densidade de certo metal ( g / cm3 ), obtendo-se o seguinte resultado: S 2 0,02 Estimar a variância populacional da densidade através de um intervalo de confiança de 95%. Solução: Tem-se então que S 2 0,02 . Os valores de 2 tabelados serão: 12 2 3,8157 2 2 21,9200 Logo: (n 1) S 2 2 2 2 (n 1) S 2 12 2 (12 1) 0,02 (12 1) 0,02 2 21,9200 3,8157 P 0,0100 2 0,0577 95 % 6.5.4 INTERVALO DE CONFIANÇA PARA O DESVIO PADRÃO POPULACIONAL Considerando a raiz quadrada positiva do intervalo de confiança da variância populacional, obtém-se o intervalo de confiança de (1 )100 % para , dado por: (n 1) S 2 P 2 2 (n 1) S 2 1 12 2 Exemplo de aplicação: Considerando os resultados obtidos nas determinações da densidade de certo metal ( g / cm3 ), apresentado no exemplo anterior, estimar o desvio padrão através de um intervalo de confiança de 95%. Solução: (n 1) S 2 2 2 (n 1) S 2 (12 1) 0,02 21,9200 12 2 (12 1) 0,02 3,8157 P 0,1002 0,2401 95 % SACHIKO ARAKI LIRA 85 6.5.5 INTERVALO DE CONFIANÇA PARA PROPORÇÃO POPULACIONAL Para o cálculo do desvio padrão, deve-se estimar a proporção populacional p , utilizando a estimativa pontual p̂ , assim fazendo q̂ 1 p̂ , tem-se: P p̂ Z onde p̂ 2 p̂ q̂ p p̂ Z n 2 p̂ q̂ 1 n x é a proporção amostral (onde x representa o número de casos favoráveis ao evento n estudado). A utilização do I. C. acima deve obedecer aos seguintes critérios: a) np 5 e n(1 p) 5 , exigindo assim que a amostra seja grande. Os critérios exigidos estão teoricamente, de acordo com a aproximação da distribuição binomial à distribuição normal; b) Quando as condições do item (a) não são obedecidas, a amostra será pequena e a construção dos intervalos de confiança exige a utilização de uma tabela especial, resultando em I.C. tão amplos que não tem nenhum valor prático. Exemplo de aplicação: Em uma amostra de 200 peças produzidas por certa máquina, verificou-se que 10 eram defeituosas. Estimar a verdadeira proporção de peças defeituosas produzidas por essa máquina, utilizando I.C. de 90%. Solução: n 200 p̂ 10 0,05 200 q̂ 1 p̂ 0,95 Z 2 1,64 Substituindo os valores na expressão do I.C., tem-se: 0,05 1,64 0,05 0,95 0,05 0,95 p 0,05 1,64 200 200 0,0247 p 0,0753 P 2,47 % p 7,53 % 90 % 86 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS 6.6 DIMENSIONAMENTO DA AMOSTRA O objetivo do dimensionamento de amostras é o de determinar o tamanho mínimo de amostra que se deve tomar, de maneira que, ao se estimar o parâmetro, o erro seja menor do que um valor especificado. 6.6.1 ESTIMAÇÃO DA MÉDIA POPULACIONAL Suponha que se pretende dimensionar o tamanho da amostra para a estimação da média populacional , através do I.C. de ( 1 )100 % . Em se tratando extração de amostras com reposição, a precisão é dada pela semi-amplitude do I.C.: e o Z 2 , n quando o desvio padrão populacional é conhecido. E assim, n Z 2 2 e o Já, quando se tratar de extração de amostras sem reposição, tem-se: e o Z n 2 n Nn n 1 Z2 2 2N e 02 (N 1) Z2 2 2 Exemplo de aplicação: Qual o tamanho mínimo da amostra para se estimar a média de uma população cujo desvio padrão é igual a 10, com confiança de 99% e precisão igual a 4? Supor que a amostragem é obtida: a) com reposição; b) sem reposição de uma população com 1000 elementos; Solução: a) Amostragem com reposição Tem-se as seguintes informações: 10 e0 4 1 99% , logo 1% e Z 2 2,58 SACHIKO ARAKI LIRA 87 n Z 2 2 e o 2 10 41,6025 42 n 2,58 4 b) Amostragem sem reposição 10 e0 4 N 1.000 1 99% , logo 1% e Z 2 2,58 n n Z2 2 2N e 02 (N 1) Z2 2 2 2,58 2 10 2 1000 4 (1000 1) 2,58 2 10 2 2 39,9792 40 6.6.2 ESTIMAÇÃO DA PROPORÇÃO POPULACIONAL Suponha que se pretende dimensionar o tamanho da amostra para a estimação da proporção populacional p através do I.C. de ( 1 )100 % . A precisão é dada pela semiamplitude do I.C.: e0 Z 2 n Z2 2 pq , n pq e02 Exemplo de aplicação: Qual o tamanho de amostra suficiente para estimar a proporção de peças defeituosas fornecidas por certa máquina, com precisão de 0,08 e 99% de confiança, sabendo que essa proporção não ultrapassa a 0,10? Solução: p 0,10 e0 0,08 1 99% , logo 1% e Z 2 2,58 88 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS n Z 2 2 n pq e 02 2,58 2 0,10 (1 0,10 ) (0,08 ) 2 93,6056 94 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 5 - INTERVALOS DE CONFIANÇA 1. A cronometragem (em segundos), de certa operação, obtida em uma amostra, forneceu os seguintes resultados: n 11 ; X 18,27 ; S 2,49 . Supondo que o tempo para a execução da operação industrial seja normalmente distribuído, construir: a) O I.C. de 95% para a média populacional; b) O I.C. de 95% para a variância populacional; c) O I.C. de 95% para o desvio padrão populacional; 2. Um fabricante produz anéis para pistões de um motor de um carro. Sabe-se que o diâmetro do anel é distribuído normalmente com 0,001 milímetro. Uma amostra aleatória de 15 anéis tem um diâmetro médio de 74,036 milímetros. Construa o intervalo de confiança de 99% para o diâmetro dos anéis de pistão. 3. Sabe-se que a vida (em horas), de um bulbo de uma lâmpada de 75 W é distribuída normalmente com 25 horas. Uma amostra aleatória de 20 bulbos tem uma vida média de 1.014 horas. Construa um intervalo de confiança de 95% para a vida média. 4. Um engenheiro do setor de pesquisa de um fabricante de pneu está investigando a vida média do pneu em relação a um novo componente de borracha. Ele fabricou 16 pneus e testou-os até o final da vida em um teste na estrada. A média e o desvio padrão da amostra são 60.139,7 e 3.645,94 km, respectivamente. Sabendo-se que a vida média do pneu é normalmente distribuída, encontre um intervalo de confiança de 95% para: a) a vida média do pneu; b) o desvio padrão do tempo de vida do pneu. 5. Uma máquina produz bastões metálicos usados em um sistema de suspensão de automóveis. Uma amostra aleatória de 15 bastões é selecionada e mede-se o diâmetro dos bastões. Os dados (em milímetro) resultantes são mostrados a seguir: n 15 ; X 8,23 ; S 0,03 Sabendo-se que o diâmetro dos bastões é normalmente distribuída: a) encontre um intervalo de confiança de 95% para o diâmetro médio dos bastões; b) encontre um intervalo de confiança de 95% para a variância dos bastões; c) encontre um intervalo de confiança de 95% para o desvio padrão dos bastões; 6. Em uma amostra aleatória de 85 mancais de eixos de manivelas de motores de automóveis, 10 têm um acabamento de superfície que é mais rugoso do que as especificações permitidas. Consequentemente, uma estimativa pontual da proporção de mancais na SACHIKO ARAKI LIRA 89 população que excede a especificação de rugosidade é p̂ 10 0,12 . Construir o intervalo de 85 confiança de 95% para a proporção populacional. 7. Um fabricante de calculadoras eletrônicas retira uma amostra aleatória de 1200 calculadoras e encontra 80 unidades defeituosas. Construa um intervalo de confiança de 95% para a proporção de calculadoras defeituosas na população. 8. Está-se estudando a fração de circuitos integrados defeituosos produzidos em um processo. Uma amostra de 300 circuitos é testada, revelando 13 defeituosos. Calcular o intervalo de confiança de 90% para a fração de circuitos defeituosos produzidos pelo processo. 9. Uma empresa vem tendo sérios problemas com sucata e retrabalho, de modo que um de seus engenheiros de qualidade decide investigar um determinado processo. Uma amostra aleatória de 150 itens é extraída num determinado dia, sendo encontrada uma porcentagem alta e alarmante de 16% de itens desconformes (ou seja, defeituosos). O engenheiro decide criar um intervalo de confiança de 95% para a proporção real de unidades defeituosas naquele momento. Qual é o intervalo obtido? 10. Dois tipos de plásticos são adequados para uso por um fabricante de componentes eletrônicos. A resistência à quebra desse plástico é importante. É sabido que 1 2 1,0 psi. A partir de uma amostra aleatória de n1 10 e n 2 12 , obteve-se X1 162,5 e X2 155,0 psi. A companhia não adotará o plástico 1, a menos que sua resistência média à quebra exceda do plástico 2, por no mínimo, 10 psi. Calcule o intervalo de confiança de 95% para a diferença de médias, supondo que ambas as populações sejam normalmente distribuídas. 11. Duas formulações diferentes de um combustível oxigenado de um motor devem ser testadas com a finalidade de estudar sua octanagem na estrada. A variância da octanagem na estrada no caso da formulação 1 é 12 1,5 e no caso da formulação 2 é 22 1,2 . Duas amostras aleatórias de n1 15 e n2 20 são testadas, sendo que as octanagens médias observadas são X1 89,6 e X 2 92,5 . Considere normalidade das distribuições. Calcular o intervalo de confiança de 90% para a diferença na octanagem média ( 2 1 ) observada na estrada. 12. Diâmetro de bastões de aço, fabricadas em duas máquinas extrusoras diferentes, está sendo investigado. Duas amostras aleatórias de tamanhos de n1 15 e n 2 17 são selecionadas e as médias e variâncias das amostras são X1 8,73 , S12 0,35 , X2 8,68 e S12 0,40 , respectivamente. Suponha que 12 22 e que os dados sejam retirados de uma população normal. Construa um intervalo de confiança de 98% para a diferença no diâmetro médio dos bastões. 13. Duas companhias fabricam um material de borracha para uso em uma aplicação automotiva. A peça será sujeita a um desgaste abrasivo no campo de aplicação. Assim, decide-se comparar, através de um teste, o material produzido por cada companhia. Vinte e cinco amostras de material de cada companhia são testadas em um teste de abrasão, sendo a quantidade de desgaste observada depois de 1000 ciclos. Para a companhia 1, a média e o desvio padrão do desgaste na amostra são X1 20 miligramas/1000 ciclos e S1 2 miligramas/1000 ciclos, enquanto para companhia 2 são X 2 15 miligramas/1000 ciclos e 90 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS S 2 8 miligramas/1000 ciclos. Construa um intervalo de confiança para 95% e 99% para a diferença de média de desgastes, considerando que as populações são normalmente distribuídas com variâncias diferentes. 14. Um experimento realizado para estudar várias características de pinos de ferro resultou em 38 observações sobre a resistência de corte (kip) de pinos de 3/8 polegada de diâmetro e 35 observações sobre a resistência de pinos de 1/2 polegada de diâmetro. Os resultados obtidos foram: PINOS Pino diâmetro 3/8 Pino diâmetro 1/2 n 38 35 X 6,140 4,250 S 0,9 1,3 Construir um intervalo de confiança de 98% para diferença entre as resistências médias de corte, supondo normalidade das duas populações e variâncias distintas. 15. Qual o tamanho mínimo de amostra para se estimar a média de uma população cujo desvio padrão é igual a 12, com confiança de 95% e precisão igual a 3? Supor que a amostragem é obtida sem reposição de uma população com 2000 elementos. 16. Qual o tamanho de amostra suficiente para estimarmos a proporção de peças defeituosas fornecidas por certa máquina, com erro de 0,03 e 99% de confiança, sabendo que a proporção não ultrapassa de 0,10 17. Determinar o número mínimo de elementos de uma amostra, se desejamos estimar a média populacional com 95% de confiança e erro amostral de 1, sendo que de uma amostra piloto com 70 elementos obteve-se variância igual a 36. 18. Um fabricante de peças acredita que aproximadamente 5% de seus produtos são defeituosos se ele deseja estimar a verdadeira porcentagem, com erro de 0,05, com 90% de confiança. Qual deverá ser o tamanho da amostra a ser retirada? SACHIKO ARAKI LIRA 91 TESTES DE HIPÓTESES 7.1 ETAPAS PARA TESTES DE HIPÓTESES Etapas básicas para testar a significância estatística: 1) Estabelecer a hipótese nula H0 ; 2) Estabelecer a hipótese alternativa H1 ; 3) Fixar o nível de significância ; 4) Escolher a distribuição de probabilidade adequada ao teste e a partir daí determinar a região de rejeição da hipótese nula H0 ; Para a definição da região de rejeição de H0 é necessário considerar a hipótese H1 , uma vez que é ela que define o tipo do teste, se é unilateral à esquerda, unilateral à direita ou bilateral. Conforme o tipo do teste identifica-se a área de rejeição de H0 . Genericamente, tem-se: H0 : T T0 T T0 ( teste unilateral à esquerda ) Figura 1 H1 : T T0 ( teste unilateral à direita ) Figura 2 T T0 ( teste bilateral ) Figura 3 R.R. R.R. Figura 1 Figura 2 R.R. Figura 3 Os pontos -c e c são os pontos críticos, localizados nas tabelas das distribuições das estatísticas do teste, considerando-se o nível de significância adotado e o número de graus de liberdade em questão. 5) Definir o tamanho da amostra, coletar os dados e calcular o valor da estatística correspondente; 6) Rejeitar ou aceitar Ho, avaliando se o valor da estatística, obtida a partir dos dados amostrais, situa-se na área de rejeição ou na região de aceitação. 7.1.1 NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA É a probabilidade máxima com a qual se sujeitaria a correr o risco de um erro tipo I. 92 TESTES DE HIPÓTESES 7.1.2 ERRO ESTATÍSTICO Dois tipos de erros são possíveis: Erro tipo I – Rejeitar a hipótese nula quando ela for verdadeira, também denominado erro alfa ( ). P (rejeitar H0 / H0 verdadeira ) Erro tipo II – Não rejeitar a hipótese nula quando ela for falsa, também denominado erro beta ( ). P (aceitar H0 / H0 falsa ) 7.2 TESTES ESTATÍSTICOS PARAMÉTRICOS 7.2.1 TESTE PARA A MÉDIA POPULACIONAL 7.2.1.1 QUANDO A VARIÂNCIA POPULACIONAL 2 É CONHECIDA Para amostras pequenas ( n 30 ) , a população deve ser normalmente distribuída, e o desvio padrão populacional deve ser conhecido. Para grandes amostras ( n 30 ) , não existe a exigência de que a população seja normalmente distribuída (justificada pelo Teorema Central do Limite). Para realizar o teste de hipóteses, as etapas apresentadas na seção 7.1 devem ser seguidas. As hipóteses estatísticas são: H0 : 0 0 ( teste unilateral à esquerda ) H1 : 0 ( teste unilateral à direita ) 0 ( teste bilateral ) Estabelecido o nível de significância , o valor de Z crítico para este nível de significância será obtido em uma tabela da variável normal padronizada e, assim, definida a região de rejeição de H0 . Obtidos os dados amostrais, a estatística do teste é calculada por: Z X 0 n onde: X é a média amostral; 0 é o valor a ser testado; é o desvio padrão populacional; SACHIKO ARAKI LIRA 93 n é o tamanho da amostra. Deve-se rejeitar H0 se o valor de Z amostral se situar na região de rejeição ou aceitar H0 se situar na região de aceitação. Exemplos de aplicação: 1) Uma peça ao ser fabricada, foi planejada de tal forma que uma de suas dimensões seja igual a 10 cm. Conhece-se o desvio padrão do processo produtivo, que é igual a 0,8 cm e sabe-se que a distribuição das dimensões é normal. Uma amostra de 40 peças forneceu uma dimensão média igual a 10,09 cm. Há interesse em testar se a média populacional é maior que 10 cm, ao nível de 5% de significância. Solução: Dados: 0,8 cm n 40 X 10,09 As hipóteses estatísticas são: H0 : 10 H 1 : 10 A estatística do teste é calculada por: Z X 0 n 10,09 10 0,71 0,8 40 Conclusão: O valor de Z calculado é 0,71 e o tabelado Z 0,05 1,64 . Portanto, aceita-se H0 , logo, a média populacional é igual a 10 cm. 2) Uma população normalmente distribuída tem desvio padrão conhecido, sendo igual a 5 mm. Uma amostra de 20 elementos, obtida dessa população, tem média igual a 46 mm. Pode-se afirmar que a média dessa população é superior a 43mm, ao nível de significância de 1%? Solução: a) Dados: 5 mm n 20 X 46 As hipóteses estatísticas são: H0 : 43 H1 : 43 A estatística do teste é calculada por: 94 TESTES DE HIPÓTESES Z X 0 n Conclusão: O valor de Z calculado é 2,68 e o tabelado Z 0,01 2,33 . Portanto, rejeita-se H0 , logo, a média populacional é maior que 43 mm. 7.2.1.2 QUANDO A VARIÂNCIA POPULACIONAL 2 É DESCONHECIDA Deve-se seguir as etapas já apresentadas anteriormente para fazer o teste. Para amostras pequenas ( n 30 ) , a população de onde a amostra foi retirada deve ser normalmente distribuída. Se 2 é desconhecida, a estatística do teste é calculada por: t X 0 S n sendo a distribuição t de Student com n-1 graus de liberdade. onde: X é a média amostral; 0 é o valor a ser testado; S é o desvio padrão amostral; n é o tamanho da amostra. As áreas de rejeição e aceitação de H0 devem ser definidos de acordo com o valor crítico de t, que deve ser obtido em uma tabela da distribuição t de Student, para nível de significância e n-1 graus de liberdade. Deve-se rejeitar H0 se o valor de t amostral situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se situar-se na região de aceitação. Exemplos de aplicação: 1) Uma amostra de 20 peças, retirada de uma população normalmente distribuída, apresenta diâmetro médio igual a 10,80 cm e desvio padrão igual a 0,9 cm. Pode-se afirmar que o diâmetro médio da população é superior a 10 cm, ao nível de significância de 1%? Solução: Dados: S 0,9 cm n 20 X 10,8 As hipóteses estatísticas são: H0 : 10 SACHIKO ARAKI LIRA 95 H1 : 10 A estatística do teste é calculada por: t X 0 S 10,8 10 3,98 0,9 20 n Conclusão: O valor de t calculado é 3,98 e o tabelado t 0,01; 19 2,54 . Portanto, rejeita-se H0 , logo, a média populacional é maior do que 10 cm. 2) Um fabricante afirma que a tensão média de ruptura dos cabos produzidos por sua companhia não é inferior a 500 kgf. Uma amostra de 7 cabos foi ensaiada, obtendo-se os resultados (em Kgf): X 485,14 e S 7,77 . Sabendo-se que a tensão de ruptura é normalmente distribuída, testar a hipótese de que a média populacional é menor que 500 kgf, utilizando o nível de significância de 5%. Solução: Cálculo das estatísticas a partir da amostra: S 7,77 cm n7 X 485,14 As hipóteses estatísticas são: H0 : 500 H1 : 500 A estatística do teste é calculada por: t X 0 S n t 485,14 500 7,77 -5,06 7 Conclusão: O valor de t calculado é -5,06 e o tabelado t ; 6 1,943 . Portanto, rejeita-se H0 , logo, a média populacional é menor que 500 kgf. 7.2.2 TESTE PARA A PROPORÇÃO POPULACIONAL Utiliza-se o teste para a proporção populacional (p) quando se deseja testar a hipótese de que p é supostamente igual a um determinado valor. As hipóteses estatísticas são: 96 TESTES DE HIPÓTESES H0 : p p 0 p p 0 ( teste unilateral à esquerda ) H1 : p p 0 ( teste unilateral à direita ) p p 0 ( teste bilateral ) Os critérios a serem obedecidos é que np 5 e n(1 p) 5 , exigindo assim que a amostra seja grande. Para amostras suficientemente grandes (na prática, n 30 ), a estatística do teste é dada por: Z p̂ p 0 p 0 (1 p 0 ) n onde: p̂ é a proporção amostral; p 0 é o valor a ser testado; n é o tamanho da amostra. Estabelecido o nível de significância , o valor de Z crítico para este nível de significância será obtido em uma tabela da variável normal padronizada e assim, definida a região de rejeição de H0 . Deve-se rejeitar H0 se o valor de Z calculado situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se situar-se na região de aceitação. Exemplos de aplicação: 1) Um fabricante afirma que no máximo 3% das peças produzidas por sua indústria são defeituosas. Um comerciante comprou 100 peças e verificou que 8 eram defeituosas. Testar a hipótese de que a proporção de peças defeituosas é superior a 3%, utilizando nível de significância de 5%. Solução: n 100 p̂ 8 0,08 100 5% As hipóteses estatísticas são: H0 : p 0,03 H 1 : p 0,03 A estatística do teste é dada por: Z p̂ p 0 p 0 (1 p 0 ) n SACHIKO ARAKI LIRA 97 Z 0,08 0,03 0,03 ( 1 0,03 ) 100 2,93 Z 0,05 1,645 (teste unilateral) Conclusão: O valor de Z calculado é maior que o Z tabelado, portanto, rejeita-se a hipótese H0 de que a proporção de defeituosos é igual a 3%. Logo, a proporção de defeituosos é maior que 3%. 2) Deseja-se determinar se um certo tipo de tratamento para evitar a corrosão é eficiente. O tratamento é considerado eficiente se mais de 95% dos tubos apresentarem resultado satisfatório. Em uma amostra de 200 tubos, observou-se que 192 apresentaram resultados satisfatórios. Qual a conclusão, ao nível de significância de 1%? Solução: n 200 p̂ 192 0,96 200 1% As hipóteses estatísticas são: H0 : p 0,95 H1 : p 0,95 A estatística do teste é dada por: Z Z p̂ p 0 p 0 (1 p 0 ) n 0,968 0,95 0,95 ( 1 0,95 ) 200 0,65 Z 0,01 2,33 (teste unilateral) Conclusão: O valor de Z calculado é menor que Z tabelado, portanto, aceita-se a hipótese H0 de que a proporção de tubos que apresentam resultado satisfatório é igual a 95%. 7.2.3 TESTE PARA A VARIÂNCIA POPULACIONAL Para aplicar o teste para a variância é necessário que a população de onde foi extraída a amostra seja normalmente distribuída. As hipóteses estatísticas são: 98 TESTES DE HIPÓTESES H0 : 2 02 2 02 ( teste unilateral à esquerda) H1 : 2 02 ( teste unilateral à direita ) 2 02 ( teste bilateral ) A estatística do teste é calculada por: 2 (n 1) S 2 02 As regiões de rejeição e aceitação de H0 serão definidas de acordo com o valor crítico obtido em uma tabela de distribuição 2 , para nível de significância e n-1 graus de liberdade. Deve-se rejeitar H0 se o valor de calculado situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se 2 situar-se na região de aceitação. Exemplos de aplicação: 1) As chapas de aço, produzidas por uma indústria, têm especificação tal que a variância de suas espessuras (em mm) não deve ser superior a 0,0009 mm 2. Uma amostra de 30 chapas, apresentaram espessura média de 3,157 mm e variância igual a 0,00098 mm 2. O que se pode concluir a cerca da especificação da indústria ao nível de 5% de significância sendo que as espessuras das chapas têm distribuição normal? Solução: n 30 X 3,157 S 2 0,00098 5% As hipóteses estatísticas são: H0 : 2 0,0009 H1 : 2 0,0009 A estatística do teste é calculada por: 2 (n 1) S 2 2 (30 1) 0,00098 31,58 0,0009 02 As áreas de rejeição e aceitação de H0 encontram-se no gráfico abaixo: SACHIKO ARAKI LIRA 99 A.A. . A.R. . 42,56 Conclusão: O valor de 2 tabelado é 42,56, logo aceita-se H0 , portanto, conclui-se que 2 não é superior a 0,0009 mm2. 2) Usuários de uma rede de transmissão de energia elétrica têm reclamado da alta variação na tensão (desvio padrão de 12 V). A empresa encarregada da transmissão de energia elétrica na região instalou novos transformadores. Uma amostra de 30 observações forneceu um desvio padrão de 8V e a distribuição de frequências dos valores da amostra sugere uma distribuição normal. Há evidência de redução na variação da tensão? Usar 5% . ( 2 =12,89) 7.2.4 TESTE PARA A DIFERENÇA ENTRE DUAS MÉDIAS POPULACIONAIS 7.2.4.1 QUANDO AS VARIÂNCIAS POPULACIONAIS 12 E 22 SÃO CONHECIDAS A aplicação do teste requer as seguintes suposições: 1. As duas populações X1 e X 2 devem ser independentes; 2. Ambas as populações devem ser normais. As hipóteses estatísticas são: H0 : 1 2 d0 1 2 d0 ( teste unilateral à esquerda ) H1 : 1 2 d0 ( teste unilateral à direita ) 1 2 d0 ( teste bilateral ) A estatística do teste é dada por: Z ( X1 X 2 ) d 0 12 n1 100 22 n2 TESTES DE HIPÓTESES onde: X1 é a média da amostra 1; X 2 é a média da amostra 2; 12 é a variância da população 1; 22 é a variância da população 2; n1 é o tamanho da amostra 1; n 2 é o tamanho da amostra 2. Estabelecido o nível de significância , o valor de z crítico para este nível de significância será obtido em uma tabela da variável normal padronizada e assim, definida a região de rejeição de H0 . Deve-se rejeitar H0 se o valor de z calculado situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se situar-se na região de aceitação. Exemplos de aplicação: 1) Duas amostras de tubos de aço das marcas A e B foram analisadas e obtidas as resistências médias, respectivamente de 40 kgf/mm2 e 35 kgf/ mm2. Conhecendo-se os desvios padrão populacionais das resistências, de 4 kgf/ mm2 e 6 kgf/ mm2 , respectivamente, e tamanhos de amostras iguais a 30, qual a conclusão a respeito das diferenças entre as médias, ao nível de significância de 5%? Solução: 1) Dados: X 1 40 ; 1 4 ; n1 30 X 2 35 ; 2 5 ; n 2 30 0,05 As hipóteses estatísticas são: H0 : 1 2 0 H1 : 1 2 0 A estatística do teste é dada por: Z ( X1 X 2 ) 12 n1 22 n2 40 35 42 62 30 30 3,80 Z / 20,025 1,96 (teste bilateral) Conclusão: O valor de Z calculado é igual a 3,80 e valor tabelado é 1,96, portanto, rejeita-se H0 . Logo, as resistências médias das marcas A e B são diferentes. SACHIKO ARAKI LIRA 101 2) Uma amostra de 100 válvulas da Indústria A tem vida média X A 1530 h , sendo A 100 h . Uma outra amostra de 70 válvulas da Indústria B, tem vida média XB 1450 h , sendo B 90 h . Testar a hipótese de que as válvulas da indústria A em relação a B tem duração média superior a 100 h. Utilizar 0,01. Solução: Dados: X A 1.530 ; A 100 ; n A 100 X B 1.450 ; 2 90 ; n 2 70 0,01 As hipóteses estatísticas são: H0 : A B 100 H1 : A B 100 A estatística do teste é dada por: Z ( X A XB ) d0 2 A nA 2 B nB (1.530 1.450 ) 100 1,36 100 2 90 2 100 70 Z 0,01 2,33 Conclusão: Como o valor de Z calculado é igual a -1,36 e o valor tabelado é 2,33, aceita-se H0 . Logo, a diferença entre as durações médias das válvulas da indústria A e B é igual a 100 h. 7.2.4.2 QUANDO AS VARIÂNCIAS POPULACIONAIS 12 E 22 SÃO DESCONHECIDAS A aplicação do teste requer as seguintes suposições quando 12 e 22 são Desconhecidas: 1. As populações X1 e X 2 devem ser normalmente distribuídas; 2. Os tamanhos de amostras ( n 1 e n 2 ) devem ser pequenos (não exceder 40). a) Quando as Variâncias Populacionais 12 e 22 são Desconhecidas e Supostamente Iguais As hipóteses estatísticas são: H0 : 1 2 d0 1 2 d0 ( teste unilateral à esquerda ) H1 : 1 2 d0 ( teste unilateral à direita ) 1 2 d0 ( teste bilateral ) 102 TESTES DE HIPÓTESES A estatística do teste é dada por: t ( X1 X 2 ) d 0 S p2 ( 1 1 ) n1 n 2 , onde S p2 (n1 1) S12 (n 2 1) S 22 n1 n 2 2 onde: X1 é a média da amostra 1; X 2 é a média da amostra 2; S 21 é a variância da amostra 1; S 22 é a variância da amostra 2; n1 é o tamanho da amostra 1; n 2 é o tamanho da amostra 2. A determinação da região crítica será com base no valor de t tabelado com n1 n 2 2 graus de liberdade e nível de significância . Deve-se rejeitar H0 se o valor de t calculado situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se situar-se na região de aceitação. Exemplo de aplicação: Dois tipos de soluções químicas foram ensaiados para se determinar os pH. Os resultados obtidos foram: X1 7,516 ; S 12 0,033 ; n1 5 X 2 7,505 ; S 22 0,011 ; n 2 6 Testar a hipótese de que não existe diferença entre os pH médios das duas populações, supondo que os desvios padrões populacionais são iguais. Usar 0,05 . Solução: X1 7,516 ; S12 0,033 ; n1 5 X 2 7,505 ; S 22 0,011 ; n 2 6 0,05 As hipóteses estatísticas são: H0 : 1 2 0 H1 : 1 2 0 A estatística do teste é dada por: t ( X1 X 2 ) d0 S p2 ( SACHIKO ARAKI LIRA 1 1 ) n1 n 2 , onde S p2 (n1 1) S12 (n 2 1) S 22 n1 n 2 2 103 S p2 t (5 1) 0,033 (6 1) 0,011 0,021 562 ( 7,516 7,505) 0 1 1 0,021 5 6 0,13 O número de graus de liberdade é dado por: n1 n2 2 5 6 2 9 . Portanto, o valor de t 2 com 9 graus de liberdade é 2,26. Conclusão: O valor de t calculado é igual 0,13, menor que o valor tabelado, logo, aceita-se H0 . Conclui-se, portanto, que os pH médios das duas populações são iguais. b) Quando as Variâncias Populacionais 12 e 22 são Desconhecidas e Supostamente Diferentes Quando as variâncias das amostras não forem homogêneas, uma modificação do teste t, denominada correção de Aspin-Welch deve ser aplicada. As hipóteses a serem testadas são: H0 : 1 2 d0 1 2 d0 ( teste unilateral à esquerda ) H1 : 1 2 d0 ( teste unilateral à direita ) 1 2 d0 ( teste bilateral ) A estatística do teste é dada por: t ( X1 X 2 ) d 0 S12 S 22 n1 n 2 A determinação da região crítica será com base no valor de t tabelado com w 1 w 2 2 , onde w S12 e w S 22 , graus de liberdade e nível de significância . 1 2 n1 n2 w 12 w 22 n1 1 n 2 1 Tem-se que: X1 é a média da amostra 1; X 2 é a média da amostra 2; S 21 é a variância da amostra 1; S 22 é a variância da amostra 2; n1 é o tamanho da amostra 1; 104 TESTES DE HIPÓTESES n 2 é o tamanho da amostra 2. Deve-se rejeitar H0 se o valor de t calculado situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se situar-se na região de aceitação. Exemplo de aplicação:. Uma mesma distância foi medida 5 vezes por dois instrumentos (em metros): Instrumento 1: X1 100,46 ; S12 0,473 ; n1 5 Instrumento 2: X 2 100,40 ; S 22 0,01; n 2 5 Testar a hipótese de que não existe diferença entre os resultados obtidos pelos dois instrumentos. Utilizar o nível de significância de 5%. Solução: X1 100,46 ; S12 0,473 ; n1 5 X 2 100,40 ; S 22 0,01; n 2 5 0,05 As hipóteses estatísticas são: H0 : 1 2 0 H1 : 1 2 0 A estatística do teste é dada por: t ( X1 X 2 ) d 0 S12 S 22 n1 n 2 A determinação da região crítica será com base no valor de t tabelado com w 1 w 2 2 , onde w S12 e w S 22 , graus de liberdade e nível de significância . 1 2 n1 n2 w 12 w 22 n1 1 n 2 1 t (100,46 100,40) 0 0,19 0,473 0,01 5 5 Cálculo de w1 (graus de liberdade): S 12 0,473 0,0946 n1 5 SACHIKO ARAKI LIRA 105 w2 S 22 0,01 0,002 n2 5 w 1 w 2 2 w 12 w 22 n1 1 n 2 1 ( 0,0946 0,002) 2 4,16 4 0,09462 0,0022 4 4 Conclusão: O valor de t 2 com 4 graus de liberdade é 2,78, logo, aceita-se H0 : 1 2 0 . Conclui-se que as médias são iguais. 7.2.5 DUAS AMOSTRAS EMPARELHADAS Este teste deve ser utilizado quando os dados estão relacionados dois a dois de acordo com algum critério. O teste t de Student para grupos dependentes é aplicado para comparação das médias de dois grupos emparelhados, que utiliza para o seu cálculo, a média das diferenças ( d ) entre cada um dos pares formados pelas duas amostras. Se n 30 (pares), a suposição explícita de normalidade da população é desnecessária (Teorema Central do Limite). As hipóteses a serem testadas: H0 : d d0 d d 0 ( teste unilateral à esquerda) H1 : d d 0 ( teste unilateral à direita ) d d 0 ( teste bilateral ) A estatística do teste é dada por: t d d0 Sd , n n em que: d di i1 n e S 2d 2 1 n 2 di nd n 1 i1 d é a média das diferenças; d0 é o valor que ser quer testar; n é o tamanho da amostra. Se o valor de t calculado situar-se na região de rejeição, rejeita-se H0 e se situar na região de aceitação, aceita-se H0 . Exemplo de aplicação: Uma amostra de 7 cabos de aço foi analisada antes e depois de sofrer um tratamento para aumentar sua resistência (em kgf/mm2). Os resultados obtidos foram: Antes: Depois: 106 50 60 54 61 51 57 50 54 55 59 53 58 52 60 TESTES DE HIPÓTESES Testar a hipótese de que o tratamento é eficiente, no nível de significância de 5%. Tratar os dados como emparelhados. Solução: As hipóteses a serem testadas: d 0 ( o tratamento não é eficiente) H1 : d 0 ( o tratamento é eficiente) H0 : A estatística do teste é dada por: n t d d0 Sd , em que: d n di i 1 n e S 2d 2 1 n 2 di nd n 1 i1 7 Tem-se que di 44 , logo d 6,29 , S 2d 4,84 e S d 2,20 . i 1 Assim, a estatística ‘t” será : t d d0 Sd n 6,29 0 2,20 7 7,56 Conclusão: O valor de t com 7 1 6 graus de liberdade é 1,943, logo, rejeita-se H0 : d 0 . Conclui-se que o tratamento é eficiente. 7.2.6 TESTE PARA IGUALDADE DE DUAS VARIÂNCIAS Para aplicar o teste para a variância é necessário que a população de onde foi extraída a amostra seja normalmente distribuída. As hipóteses estatísticas são: H0 : 12 22 12 22 ( teste unilateral à esquerda) H1 : 12 22 ( teste unilateral à direita ) 12 22 ( teste bilateral ) A estatística do teste é calculada por: F S12 S 22 onde: S12 é a variância da amostra 1; S22 é a variância da amostra 2; n1 é o tamanho da amostra 1; n 2 é o tamanho da amostra 2. O valor crítico de F é obtido a partir da tabela da distribuição F, para o nível de significância e 1 n1 1 graus de liberdade no numerador e 2 n 2 1 graus de liberdade no denominador. SACHIKO ARAKI LIRA 107 Rejeita-se H0 se o valor de F calculado situar-se na região de rejeição ou aceitar H0 se situar-se na região de aceitação. Exemplo de aplicação: 1) Foram testadas as durabilidades (em km) dos pneus das marcas A e B, obtendo-se para 5 pneus de cada marca os seguintes resultados: Marca A: 30.000 32.000 28.000 26.000 31.000 Marca B: 25.000 30.000 20.000 21.000 23.000 Existe diferença significativa entre as variâncias das durabilidades dos dois pneus, ao nível de 10% de significância? Solução: As hipóteses estatísticas são: H0 : 12 22 H1 : 12 22 A estatística do teste é calculada por: F S12 S 22 Deve-se, portanto, calcular inicialmente os desvios padrão amostrais: S12 5.800 .000 n1 5 1 n1 1 4 S 22 15.700 .000 n2 5 2 n2 1 4 F S12 S 22 5.800 .000 0,37 15 .700 .000 A região de rejeição está representada no gráfico: A.A. . A.R. A.R. 0,16 6,39 F 2 F( 2 ; 1; 2 F( 0,05 ; 4; 4 ) 6,39 108 TESTES DE HIPÓTESES F1 2 F(1 2 ; 1; 2 ) 1 1 0,16 F( 2 2 ;1 ) 6,39 Conclusão: O valor de F calculado está na área de aceitação de H0 , portanto, variâncias das durabilidades dos dois pneus são iguais. 2) Foram ensaiadas válvulas das marcas A e B, e verificou-se que os tempos de vida (em horas) foram: Marca A: Marca B: 1.500 1.000 1.450 1.300 1.480 1.180 1.520 1.250 1.510 Testar a hipótese de igualdade para as variâncias do tempo de vida das válvulas de marcas A e B, ao nível de significância de 10%. Solução: As hipóteses estatísticas são: H0 : 2A B2 H1 : 2A B2 A estatística do teste é calculada por: F S 2A S B2 Deve-se, portanto, calcular inicialmente os desvios padrão amostrais: S2A 770 2 SB 17.225 F S 2A S 2 B A nA 1 4 nA 5 B nB 1 3 nB 4 770 0,04 17 .225 A região de rejeição está representada no gráfico: F 2 F( 2 ; 1; 2 ) F( 0,05 ; 4; 3 ) 9,12 F1 2 F(1 2 ; 1; 2 ) 1 1 0,15 F( 2 ; 2; 1 ) 6,59 A.A. . A.R. A.R. 0,16 0,11 0,15 SACHIKO ARAKI LIRA 6,39 6,59 9,12 109 Conclusão: O valor de F calculado é igual a 0,04 situando-se, portanto, na área de rejeição de H0 . Logo, as variâncias do tempo de vida das válvulas de marcas A e B são diferentes. LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 6 – TESTES DE HIPÓTESES 1. Sabe-se que os diâmetros internos de rolamentos usados no trem de pouso de aviões têm desvio padrão 0,009 cm e normalmente distribuídos. Uma amostra aleatória de 15 rolamentos acusa um diâmetro interno médio de 8,2535 cm. Testar a hipótese de que o diâmetro interno médio do rolamento é maior que 8,25 cm. Usar 0,05 . 2. Deseja-se testar a hipótese de que o diâmetro médio da haste de liga de alumínio, produzidas em uma máquina de calibragem, é diferente de 0,5025 in. Uma amostra de 25 hastes apresentou um diâmetro médio de 0,5046 in e desvio padrão de 0,01 in. Utilizar 0,05 e supor distribuição normal. 3. A força média de resistência de uma fibra sintética é uma característica de qualidade de interesse do fabricante, que deseja testar a hipótese de que a força média é maior que 50 psi, usando 0,05 . O desvio padrão populacional da força de resistência é desconhecido. Uma amostra de 16 exemplares de fibra é selecionada e são obtidos os seguintes resultados: X 50,86 ; S 1,66 . Sabe-se que a distribuição da força de resistência é normal. 4. Uma fundição produz cabos de aço usados na indústria automotiva. Deseja-se testar a hipótese de que a fração de itens não-conformes é menor que 10%. Em uma amostra aleatória de 250 cabos, detectou-se que 24 estavam fora das especificações. Usar 0,05 . 5. Em uma amostra aleatória de 80 mancais para virabrequins de automóveis, 15 apresentam o acabamento de superfície mais áspero do que as especificações permitem. Testar a hipótese de que a fração de não-conformes é diferente de 0,19, utilizando nível de significância de 2%. 6. Uma amostra aleatória de 500 pinos de hastes de conexão contém 65 unidades nãoconformes. Testar a hipótese de que a verdadeira fração de defeituosos nesse processo é maior que 0,08. Usar 0,01. 7. Dois catalisadores estão sendo testados para determinar como afetam o rendimento médio de um processo químico. Especificamente, o catalisador 1 está sendo usado atualmente, mas o catalisador 2 é aceitável. Como o catalisador 2 é mais barato, ele poderia ser adotado, desde que não alterasse o rendimento do processo. Um teste é realizado em uma fábrica piloto e os resultados são apresentados abaixo. Existe alguma diferença entre os rendimentos médios? Usar 0,05 e supor que as populações são normais e as variâncias iguais. Dados: X1 92,26 ; S1 1,39 ; n1 8 ; X 2 92,68 ; S 2 1,28 ; n 2 8 8. Considerar o exercício anterior supondo que as variâncias populacionais não são iguais. 9. Uma pesquisa apresenta os resultados de uma análise do peso do cálcio no cimento padrão e no cimento misturado com chumbo. Níveis reduzidos de cálcio são uma indicação de que o mecanismo de hidratação no cimento está bloqueado, o que permitirá a água atacar vários locais da estrutura de cimento. Dez amostras do cimento padrão acusaram um peso percentual médio de cálcio de X1 90,0 , com desvio padrão S1 5,0 e 15 amostras do cimento misturado 110 TESTES DE HIPÓTESES com chumbo apresentaram um peso médio de cálcio de X 2 87,0 , com desvio padrão de S 2 4,0 . Testar a hipótese de que 1 2 é maior zero, utilizando 0,01 e supondo que ambas as populações são normalmente distribuídos e têm o mesmo desvio padrão. 10. Dois técnicos de controle de qualidade mediram o acabamento da superfície de uma parte de metal, cujos dados estão apresentados abaixo. Suponha que as medidas sejam normalmente distribuídas. Testar a hipótese de que as medidas médias do acabamento da superfície obtidas pelos dois técnicos são iguais. Usar 0,01 e supor variâncias iguais. Dados: X1 1,39 ; S 1 0,11 ; n1 7 ; X 2 1,18 ; S 2 0,12 ; n 2 8 11. Uma nova unidade de purificação é instalada em um processo químico. Antes de sua instalação, uma amostra aleatória forneceu os seguintes dados sobre a porcentagem de impureza: X1 9,85 S12 81,73 n1 10 Após a instalação, uma amostra aleatória resultou em: X 2 8,08 S 22 78,46 n2 8 É possível concluir que o novo aparelho de purificação reduziu a porcentagem média de impureza? Usar 0,05 e supor que as populações são normais e variâncias populacionais diferentes. 12. Dois tipos diferentes de máquina são usados para medir a força de resistência de uma fibra sintética. Deseja-se saber se as duas máquinas fornecem os mesmos valores médios da força de resistência. Oito espécimes de fibra são aleatoriamente selecionados e uma medida da força é feita sobre cada espécime usando cada uma das máquinas. Testar a hipótese de que não há diferença entre as duas máquinas quanto à força média de resistência, 0,05 . Observação: Os dados nesse experimento foram emparelhados para evitar que diferenças entre os espécimes de fibra (que podem ser substanciais) afetem o teste sobre a diferença das máquinas. ESPÉCIMES 1 MÁQUINA 1 MÁQUINA 2 74 78 2 76 79 3 74 75 4 69 66 5 58 63 6 71 70 7 66 66 8 65 67 13. Um operário realizou uma mesma operação com dois equipamentos diferentes, e os tempos gastos (em segundos foram): SACHIKO ARAKI LIRA 111 Equipamento A: 10 11 10 12 15 Equipamento B: 8 10 15 12 Existe diferença significativa entre as variâncias para os tempos gastos pelos dois equipamentos, ao nível de 10%? Supor as populações normalmente distribuídas. 14. Foram testadas válvulas de marca A e verificou-se que os tempos de vida (em horas) foram: 1500 1450 1480 1520 1510. Sabendo-se que os tempos de vida das válvulas são normalmente distribuídos, testar a hipótese de que a variância do tempo de vida é menor do que 700, ao nível de 5% de significância. 112 TESTES DE HIPÓTESES TESTES DE ADERÊNCIA INTRODUÇÃO O objetivo do teste de aderência é verificar se os dados de uma amostra comportam-se de acordo com uma distribuição teórica, tais como normal, binomial, Poisson, etc. 8.1 TESTE QUI-QUADRADO DE ADERÊNCIA Os testes de aderência servem para testar hipóteses mais gerais sobre a distribuição dos dados. A idéia básica é que, dada uma amostra aleatória de tamanho n, observada de uma variável aleatória X , deseja-se testar: H0 : X tem distibuiçã o f 0 H1 : X não tem distibuiçã o f 0 A estatística de teste, chamada de 2 (qui-quadrado), é uma medida de distância entre as frequências observadas e as frequências esperadas de cada categoria, e é dada pela expressão: k (O i E i ) 2 i1 Ei 2 , sendo E i obtida através de: Ei n pi onde: O i é o número de observações ou freqüência absoluta observada da classe A i ; n é o número total de observações; p i é a probabilidade de obter uma observação na classe A i ; Sendo verdadeira a hipótese nula, a estatística acima tem distribuição assintótica de Quiquadrado com k p 1 graus de liberdade ( 2; k p1 ), onde k representa o número de classes e p o número de parâmetros da distribuição da população, estimados a partir da amostra. Para utilizar este teste tem-se as seguintes regras: A dimensão da amostra deve ser não-inferior a 30 ( n 30 ); A frequência esperada em cada classe deve ser n 5 . Se esta última condição não prevalecer, o teste pode ainda ser utilizado, embora com moderada confiança, se não mais de 20% dos valores de Ei forem inferiores a 5 e nenhum for inferior a 1. Quando tal não se verificar, procuram-se agregar classes adjacentes, de forma a obter novas classes que satisfaçam esta condição. SACHIKO ARAKI LIRA 113 2 Se calc c2 , aceita-se H0 (Há aderência à distribuição especificada) 2 Se calc c2 , rejeita-se H0 (Não há aderência à distribuição especificada). Gráficamente: A.A A.R c2 Exemplos de aplicação: 1) Supõe-se que o número de defeitos nas placas de circuito impresso segue a distribuição de Poisson. Uma amostra de 60 placas impressas foi coletada e observou-se o número de defeitos, apresentados a seguir. NÚMERO DE DEFEITOS 0 FREQUÊNCIA OBSERVADA 32 1 15 2 9 3 4 A forma da distribuição de defeitos é Poisson? Usar 0,05 . Solução: As hipóteses a serem testadas: Ho : a forma da distribuição de defeitos é Poisson H1 : a forma da distribuição de defeitos não é Poisson É possível obter as probabilidades para cada valor de X. No. DE DEFEITOS ( x i ) NO. DE MÁQUINAS 0 32 0,53 1 15 0,25 2 9 0,15 3 4 0,07 TOTAL 60 1,00 p (X xi ) Tem-se que o número médio de defeitos é dado por: n E( X) x i p( x i ) i1 114 TESTES DE ADERÊNCIA E( X) 0 0,53 1 0,25 2 0,15 3 0,07 0,75 A função de probabilidade da distribuição de Poisson é dada por: P ( X x) e x x! , onde é a média. Tem-se então que: P ( X 0) P ( X 1) P ( X 2) e 0,75 (0,75 ) 0 0,472 0! e 0,75 (0,75 )1 0,354 1! e 0,75 (0,75 ) 2 2! 0,133 P ( X 3) 1 P( X 2) 1 (0,472 0,354 0,133 ) 0,041 As frequências esperadas são obtidas pela multiplicação do tamanho da amostra n 60 pelas probabilidades pi P ( X x i ) , ou seja, Ei n p i . As frequências observadas e as esperadas estão apresentadas na tabela abaixo. FREQUÊNCIA OBSERVADA FREQUÊNCIA ESPERADA 32 60 0,472 28 1 15 60 0,354 21 2 9 60 0,133 8 3 4 60 0,041 3 NÚMERO DE DEFEITOS 0 A estatística do teste é: n 2 O i 1 i Ei Ei 2 (32 28 ) 2 (15 21) 2 (9 8) 2 ( 4 3) 2 2,74 28 21 8 3 O número de graus de liberdade é k-p-1, onde k representa o número de classes e p o número de parâmetros da distribuição da população estimados a partir da amostra. Assim temse: g.l. 4 1 1 2 O valor de 2 tabelado com 2 graus de liberdade e 5% de significância é 5,99. Conclusão: 2 Como calc 2,74 é menor que 02,05; 2 g.l. 5,99 , aceita-se a hipótese de que a forma da distribuição de defeitos é Poisson. 2) Foram inspecionados 100 lotes de 3 peças cada um, sendo que o número X de peças defeituosas por lote segue distribuição abaixo. Testar a hipótese de que a distribuição é binomial, utilizando 0,01 . No. de defeituosos No. de lotes SACHIKO ARAKI LIRA 0 65 1 30 2 4 3 1 Total 100 115 Solução: O número médio (média ou valor esperado) de válvulas defeituosas observadas é calculada por: 4 E( X) x ip i , logo i1 E( X) 0 65 30 4 1 1 2 3 0,41 100 100 100 100 A distribuição binomial é dada por: P( X x ) Cnx p x qn x , onde p é a probabilidade de uma válvula ser defeituosa. Tem-se que a média da distribuição binomial é E( X) np (parâmetro da distribuição binomial), assim, E( X) 3p . Igualando as duas médias, E( X) , tem-se: 3p 0,41 , portanto, p 0,14 e consequentemente, q 0,86 . Então, a distribuição binomial ajustada é: P( X x ) C 3x (0,14) x (0,86) 3 x As probabilidades são calculadas através de: P( X 0) C 03 (0,14) 0 (0,86) 30 0,6361 P( X 1) C13 (0,14)1(0,86) 31 0,3106 P( X 2) C 32 (0,14) 2 (0,86) 32 0,0506 P( X 3) 1 P( X 2) 0,0027 Foram agrupadas as duas últimas classes, pois a frequência esperada da última classe é menor do que 1. As probabilidades, as frequências teóricas e observadas são: No. DE DEFEITUOSAS (x) P( X x ) FREQ. TEÓRICA ( Ei ) FREQ. OBS. ( O I ) 0 0,6361 100x0,6361=64 65 1 0,3106 100x0,3106=31 30 2 0,0533 100x0,0533=5 5 (O i E i ) 2 (65 64 ) 2 (30 31) 2 (5 5) 2 0,05 Ei 64 31 5 i1 3 2 O número de graus de liberdade é k-p-1, onde k representa o número de classes e p o número de parâmetros da distribuição da população estimados a partir da amostra. Assim temse: g.l. 3 1 1 1 O valor de 2 tabelado com 1 grau de liberdade e 1% de significância é 6,64. Conclusão: 2 Como calc 0,05 é menor que 02,01;1g.l. 6,64 , aceita-se a hipótese de que a forma da distribuição de válvulas defeituosas é Binomial. 116 TESTES DE ADERÊNCIA 8.2 TESTE DE LILLIEFORS O teste de Lilliefors é utilizado para verificar a aderência dos dados a uma distribuição normal, sem a especificação de seus parâmetros, ou seja, a média e o desvio padrão são calculados a partir da amostra. As hipóteses são: H0 : a amostra provém de uma população que segue uma distribuição normal H1 : a amostra não provém de uma população que segue uma distribuição normal Calcula-se a estatística de teste, D, em termos da amostra em análise: d max F( x i ) S( x i ) , F( x i ) S( x i1 ) i Exemplos: 1) Um fabricante de autopeças está para fechar um grande contrato com a montadora. O pontochave é a garantia da qualidade de seus produtos, especialmente do diâmetro (em mm) dos eixos produzidos, que ele supõe seguir uma distribuição normal. Para realizar o teste, a montadora selecionou uma amostra aleatória de 15 eixos, para testar as especificações a 5% de significância. As valores são apresentados a seguir. 93,45 94,46 94,93 96,17 96,74 97,07 97,68 99,10 99,30 100,73 103,29 103,60 103,83 105,20 97,93 Solução: H0 : a amostra provém de uma população que segue uma distribuição normal H1 : a amostra não provém de uma população que segue uma distribuição normal 1. Construção da distribuição acumulada da amostra, S( x) : 1 FREQ. RELATIVA 93,45 0,0667 2 94,46 0,0667 0,133 3 94,93 0,0667 0,200 4 96,17 0,0667 0,267 5 96,74 0,0667 0,333 6 97,07 0,0667 0,400 7 97,68 0,0667 0,467 8 97,93 0,0667 0,533 9 99,10 0,0667 0,600 10 99,30 0,0667 0,667 11 100,73 0,0667 0,733 12 103,29 0,0667 0,800 13 103,60 0,0667 0,867 14 103,83 0,0667 0,933 15 105,20 0,0667 1,000 Média 98,90 Desvio Padrão 3,70 xi OBS. SACHIKO ARAKI LIRA S (xi ) 0,067 117 2. Construção da função de distribuição acumulada F( x ) , para cada valor de x i . Cada valor de diâmetro x i pode ser transformado em escore padronizado Z i . Por exemplo: x 1 93,45 Z1 93,45 98,90 -1,47 3,70 A probabilidade acumulada até cada escore Z é obtida da tabela de áreas sob a curva normal. Para Z 1 , tem-se: F( X) P( X Z1 ) 0,0708 3. Cálculo das diferenças absolutas entre as distribuições acumuladas esperadas e observadas, F( x i ) S( x i ) e F( x i ) S( x i1 ) OBS. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 xi 93,45 94,46 94,93 96,17 96,74 97,07 97,68 97,93 99,10 99,30 100,73 103,29 103,60 103,83 105,20 . FREQ. RELATIVA 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 0,0667 S (xi ) 0,067 0,133 0,200 0,267 0,333 0,400 0,467 0,533 0,600 0,667 0,733 0,800 0,867 0,933 1,000 Zi -1,47 -1,20 -1,07 -0,74 -0,58 -0,49 -0,33 -0,26 0,05 0,11 0,49 1,19 1,27 1,33 1,70 F( x i ) F( x i ) S( x i1 ) 0 0,071 0,115 0,142 0,231 0,280 0,311 0,371 0,397 0,522 0,543 0,690 0,882 0,898 0,909 0,956 F( x i ) S( x i ) 0,071 0,049 0,009 0,031 0,013 0,023 0,029 0,070 0,012 0,057 0,023 0,004 0,018 0,058 0,036 0,053 0,089 0,096 0,137 0,078 0,124 0,044 0,082 0,031 0,025 0,044 0,149 0,098 0,042 0,022 4. A maior diferença absoluta é igual a 0,149, logo, d 0,149 . 5. A distância máxima admissível para n 15 e 5% é dc 0,220 . Como d dc , aceita-se H0 , logo, amostra provém de uma população que segue uma distribuição normal. 2) No controle estatístico de processos, uma suposição fundamental para a utilização de gráficos de controle de média de Shewhart é de que a distribuição das médias possa ser considerada normal. Um engenheiro quer saber se é possível aplicar gráficos de controle de médias a um processo produtivo. Para tanto, que avaliar a aderência das médias de 25 amostras à distribuição normal. Os valores são: 0,19 0,57 0,66 1,41 0,28 0,05 0,63 0,75 0,85 0,99 1,68 3,01 0,31 5,48 0,66 0,76 5,94 0,85 0,03 9,49 2,18 1,23 4,89 0,71 3,52 Com base nos dados apresentados, e utilizando nível de significância de 1%, é possível usar gráfico de controle de média de Shewhart para monitorar o processo? 118 TESTES DE ADERÊNCIA Solução: H0 : a amostra provém de uma população que segue uma distribuição normal H1 : a amostra não provém de uma população que segue uma distribuição normal xi OBS. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 média DP 0,03 0,05 0,19 0,28 0,31 0,57 0,63 0,66 0,66 0,71 0,75 0,76 0,85 0,85 0,99 1,23 1,41 1,68 2,18 3,01 3,52 4,89 5,48 5,94 9,49 FREQ. RELATIVA 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 S (xi ) 0,040 0,080 0,120 0,160 0,200 0,240 0,280 0,320 0,360 0,400 0,440 0,480 0,520 0,560 0,600 0,640 0,680 0,720 0,760 0,800 0,840 0,880 0,920 0,960 1,000 Zi -0,80 -0,79 -0,73 -0,69 -0,68 -0,56 -0,54 -0,53 -0,53 -0,50 -0,49 -0,48 -0,44 -0,44 -0,38 -0,28 -0,20 -0,09 0,13 0,49 0,71 1,30 1,55 1,75 3,28 F( x i ) 0,212 0,214 0,232 0,244 0,248 0,285 0,294 0,299 0,299 0,306 0,312 0,314 0,328 0,328 0,350 0,389 0,419 0,465 0,551 0,686 0,760 0,903 0,940 0,960 0,999 F( x i ) S( x i1 ) 0,212 0,174 0,152 0,124 0,088 0,085 0,054 0,019 0,021 0,054 0,088 0,126 0,152 0,192 0,210 0,211 0,221 0,215 0,169 0,074 0,040 0,063 0,060 0,040 0,039 F( x i ) S( x i ) 0,172 0,134 0,112 0,084 0,048 0,045 0,014 0,021 0,061 0,094 0,128 0,166 0,192 0,232 0,250 0,251 0,261 0,255 0,209 0,114 0,080 0,023 0,020 0,000 0,001 1,88 2,32 A distância máxima admissível para n 25 e 5% é dc 0,173 . Como d dc , rejeita-se H0 , logo, amostra não provém de uma população que segue uma distribuição normal. Assim, não é possível utilizar o gráfico de controle de média. LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 7 – TESTES DE ADERÊNCIA 1. As taxas de octanagem de combustível para motor, de várias misturas de gasolina foram obtidas. A média e o desvio padrão amostral são 90,59 e 3,18, respectivamente. A distribuição de freqüências encontra-se a seguir: SACHIKO ARAKI LIRA 119 TAXAS DE OCTANAGEM 83,5 |--- 85,9 85,9 |--- 88,4 88,4 |--- 90,9 90,9 |--- 93,4 93,4 |--- 95,9 95,9 |--- 98,4 98,4 |--- 100,9 TOTAL fi 3 9 21 15 5 1 2 56 Verificar se amostra da taxa de octanagem provém de uma distribuição normal, utilizando 0,05 . 2. O tempo necessário para se realizar certa operação industrial foi cronometrado (em segundos), sendo feita 50 determinações. A média e o desvio padrão amostral são 46,32 e 7,44. A distribuição de frequências encontra-se a seguir: TEMPO (segundos) 32 |--- 36 36 |--- 40 40 |--- 44 44 |--- 48 48 |--- 52 52 |--- 56 56 |--- 60 TOTAL fi 5 7 5 14 8 3 8 50 Verificar se a amostra do tempo necessário para realizar a operação provém de uma distribuição normal, utilizando 0,01. 120 TESTES DE ADERÊNCIA ANÁLISE DA VARIÂNCIA INTRODUÇÃO O objetivo da análise da variância, conhecida como ANOVA, é comparar k médias populacionais, sendo k 2 , com base nas amostras provenientes de k populações distintas. Enquanto no teste para igualdade de duas médias se utiliza as estatísticas Z ou t, conforme os desvios padrões populacionais sejam conhecidos ou não, na análise da variância, a estatística utilizada é a estatística F. A análise da variância é um teste para igualdade de médias que utiliza variâncias para a tomada de decisões. 9.1 FUNDAMENTOS DA ANOVA Supondo que se deseja testar a hipótese de igualdade de k ( k 2 ) médias populacionais, isto é: H0 : 1 2 ... k , contra a hipótese alternativa de que, pelo menos uma dessas médias seja diferente das demais, ou seja: H1 : pelo menos uma média i . Na aplicação deste método, supõe-se que as populações são normalmente distribuídas e as variâncias populacionais iguais (homocedasticidade), ou seja: 12 22 ... k2 2 Sejam as k amostras extraídas das populações, cujas médias serão testadas. A partir dessas amostras, é possível estimar a variância 2 de três maneiras, conforme apresentados a seguir. POPULAÇÃO 1 1 SACHIKO ARAKI LIRA 2 POPULAÇÃO 2 POPULAÇÃO k 2 2 AMOSTRA 1 AMOSTRA 2 n1 n2 K 2 AMOSTRA k nk 121 1) Variância Total ( S 2t ) Consiste em estimar a variância 2 considerando todas as k amostras reunidas em uma única amostra, o que é possível em função da suposição de que as variâncias populacionais são todas iguais a 2 . Essa variância é estimada através de: k n ( x i j X )2 j1 i1 S 2t N1 Onde: n é o tamanho de cada amostra; k é o número de amostras; x i j é o i-ésimo elemento da j-ésima amostra; N k n é o número de elementos em todas as amostras; k n xi j X j1 i1 é a média do conjunto de todas as amostras; N O numerador é denominado de Soma de Quadrados Total (SQT), então tem-se: k n SQT ( x i j X ) 2 j1 i1 2) Variância entre Amostras ( S2e ) Sendo verdadeira a hipótese H0 , é possível estimar a variância 2 , através de: k n 2 ( Xj X) S 2e j1i1 k 1 Onde: n Xj xi j i1 n é a média da j-ésima amostra (j=1,2,...,k) n é o tamanho de cada amostra. Esta variância ( S2e ) é também chamada de Quadrado Médio Entre Amostras (QME). 122 ANÁLISE DA VARIÂNCIA O numerador é denominado de Soma de Quadrados entre Amostras (SQE), então tem-se: k n SQE ( X j X ) 2 j1 i1 3) Variância Residual (ou Variância dentro) Consiste em estimar as variâncias dentro de cada amostra e em seguida estimar um único valor para 2 , por meio da combinação dessas k variâncias. Esta variância ( Sr2 ) é chamada também de Quadrado Médio Residual (QMR). Para uma amostra qualquer j, a estimativa da variância é dada por: n S 2j 2 ( xi j X j ) i1 n 1 Combinando as k variâncias, obtém-se a estimativa de 2 , dada por: k n 2 ( xi j X j ) S r2 j1i1 Nk O numerador é denominado de Soma de Quadrados Residual (SQR), logo: k n SQR ( x i j X j ) 2 j1i1 Onde: X j é a média da j-ésima amostra (j=1,2,...,k) A Soma de Quadrados Residual pode também ser obtida através de: SQR SQT SQE 9.2 ANÁLISE DA VARIÂNCIA A UM CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO Neste modelo, os elementos observados são classificados segundo um critério, ou seja, existe apenas uma característica de interesse a ser testada. As etapas para a realização da ANOVA: a) Formulação das hipóteses: H0 : 1 2 ... k H1 : pelo menos uma média i ; b) Fixar o nível de significância ; c) Determinar a região de rejeição (R.R.); SACHIKO ARAKI LIRA 123 R.A. 1 R.R. O teste será sempre unilateral. O valor crítico de F será obtido para nível de significância e ( k 1) e ( N k ) graus de liberdade, no numerador e denominador, respectivamente. d) Cálculo da estatística F A estatística F é calculada através de: F S 2e S r2 e) Quadro da Análise da Variância QUADRO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA - ANOVA FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DE QUADRADOS G.L Entre amostras SQE k 1 Residual SQR Nk Total SQT N 1 QUADRADOS MÉDIOS F SQE k 1 SQR 2 S r QMR Nk S 2e QME F S 2e S re QME QMR f) Conclusão Se F F ( k 1, N k ) , rejeita-se hipótese H0 , caso contrário, aceita-se H0 . Exemplos da aplicação: 1) Verificou-se os índices de produção, segundo os postos de trabalho, durante certo período. Analisar se há diferença nos índice de produção, devido aos postos de trabalho. Usar 0,05 . POSTOS DE TRABALHO A 124 INDICES DE PRODUÇÃO (%) 90,8 100,0 81,1 B 85,5 83,0 73,7 C 65,9 77,1 68,5 ANÁLISE DA VARIÂNCIA Solução: a) As hipóteses a serem testadas: H0 : A B C H1 : pelo menos uma média i b) Cálculo da Soma de Quadrados Total (SQT) Tem-se que a soma de quadrados total é dada por: k n SQT ( x i j X ) 2 j1i1 Logo, faz-se necessário calcular inicialmente a média do conjunto de todas as amostras (X). SOMAS POSTOS DE TRABALHO INDICES DE PRODUÇÃO (%) ( x i j ) n ( xi ) i1 MÉDIAS ( Xj) A 90,8 100 81,1 271,90 90,63 B 85,5 83 73,7 242,20 80,73 C TOTAL 65,9 77,1 68,5 211,50 70,50 725,60 80,62 k n x i j j1i1 A média do conjunto de todas as amostras será: k n xi j X j1 i1 N 725,6 80,62 9 Então, tem-se: SQT ( 90,8 80,62 ) 2 (100 ,0 80,62 ) 2 (81,1 80,62 ) 2 (77,1 80,62 ) 2 (68,5 80,62 ) 2 SQT 932,78 c) Soma de Quadrados entre Amostras (SQE) k n k j1i1 j 1 SQE ( X j X ) 2 n ( X j X ) 2 SQE 3 (90,63 80,62) 2 3 (80,73 80,62) 2 3 (70,5 80,62) 2 SQE 607,88 d) Cálculo da Soma de Quadrados Residual (SQR) SQR SQT SQE SQR 932,78 - 607,88 324,90 SACHIKO ARAKI LIRA 125 e) Quadro da ANOVA QUADRO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA - ANOVA FONTE DE SOMA DE G.L VARIAÇÃO QUADRADOS SQE 607,88 2 Dentro da SQR 324,90 amostra (residual) 6 SQT 932,78 8 Entre amostras Total QUADRADOS MÉDIOS F 607,88 303,94 2 324,90 QMR 54,15 6 QME F 5,61 O valor de F tabelado é: F0,05; 2; 6 5,14 f) Conclusão: Como F F0,05; 2; 6 , rejeita-se a hipótese Ho de que os índices médios de produção são iguais segundo os diferentes postos de trabalho. 2) Em uma indústria, quatro operários executam uma mesma operação. Com o objetivo de identificar se existe diferença entre os tempos gastos para executar a operação mencionada, foram realizadas as seguintes observações desses tempos (em segundos): Operário 1: Operário 2: Operário 3: Operário 4: 8,1 8,4 8,8 8,3 8,3 8,4 8,7 8,4 8,0 8,5 8,9 8,2 8,1 8,3 8,5 8,2 8,3 8,4 Verificar se a diferença é significativa ao nível de 1% de significância. Solução: a) As hipóteses a serem testadas: H0 : 1 2 3 4 H1 : pelo menos uma média i b) Cálculo da Soma de Quadrados Total (SQT) Tem-se que a soma de quadrados total é dada por: k n SQT ( x i j X ) 2 j1i1 Logo, faz-se necessário calcular inicialmente a média do conjunto de todas as amostras. OPERADORES SOMAS k TEMPOS ( x i j ) (xj) j1 1 2 3 4 8,1 8,4 8,8 8,3 8,3 8,4 8,7 8,4 8,0 8,5 8,9 8,2 8,1 8,3 8,5 8,2 8,3 8,4 41,0 33,6 26,4 49,8 150,8 MÉDIAS ( Xj) 8,2 8,4 8,8 8,3 8,4 k n x i j j1i1 126 ANÁLISE DA VARIÂNCIA A média do conjunto de todas as amostras será: k n xi j X j1 i1 N 150,8 8,4 18 Então, tem-se: SQT ( 8,1 8,4 ) 2 (8,3 8,4) 2 (8,0 8,4) 2 (8,4 8,4) 2 SQT 0,98 c) Soma de Quadrados entre Amostras (SQE) k n SQE ( X j X ) 2 j1i1 OBS: Neste caso, cada ( X j X ) 2 é multiplicado pelo seu respectivo tamanho de amostra. SQE 5 (8,2 8,4) 2 4 (8,4 8,4) 2 3 (8,8 8,4) 2 6 (8,3 8,4) 2 SQE 0,74 d) Cálculo da Soma de Quadrados Residual (SQR) k n SQR ( x i j X j ) 2 j1i1 SQR ( 8,1 8,2) 2 (8,3 8,2) 2 (8,3 8,3) 2 (8,4 8,3) 2 SQR 0,24 e) Quadro da ANOVA QUADRO DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA - ANOVA FONTE DE SOMA DE QUADRADOS VARIAÇÃO G.L Entre amostras (Tratamentos) SQE 0,74 3 Dentro da amostra (residual) SQR 0,24 14 SQT 0,98 17 Total QUADRADOS MÉDIOS 0,74 3 0,24 QMR 14 F QME F 14,39 O valor de F tabelado é F0,01; 3;14 5,56 . Conclusão: Como F F0,01; 3; 14 , rejeita-se a hipótese H0 de que os tempos médios gastos para execução da operação segundo diferentes operários são iguais. SACHIKO ARAKI LIRA 127 9.3 COMPARAÇÕES MÚLTIPLAS ENTRE MÉDIAS A análise da variância serve para verificar se existe diferença significativa entre as médias; porém, se houver diferenças, não é possível saber, através dela, quais as médias diferem entre si. A identificação de diferenças entre médias, tomando-as duas a duas, deve ser feita usando testes de comparações múltiplas entre médias. 9.3.1 TESTE DE SCHEFFÉ A estatística de teste é a distribuição F de Snedecor com ( k 1, N k ) graus de liberdade, corrigida por um fator que leva em conta o fato de se comparar k médias, duas a duas. O Teste de Scheffé é um teste mais geral, permite usar amostras com dimensões diferentes e é robusto a violações dos pressupostos de normalidade e de igualdade de variâncias. Se Xi Xm , rejeita-se a hipótese nula de que H0 : i m , sendo que a estatística é dada por: 1 1 QMR (k 1) ni nm Fk 1,Nk, . Exercícios de aplicação: 1) Para o exemplo dos índices de produção segundo diferentes postos de trabalho, verificar quais médias são diferentes, utilizando 0,05 . Solução: Os índices médios, segundo diferentes postos de trabalho são: POSTOS DE TRABALHO A B C MÉDIAS ( Xj) 90,63 80,73 70,50 Utilizando o teste de Scheffé: 1 1 QMR (k 1) ni nm Fk 1,Nk, onde: k 3 ( postos de trabalho) Nk 93 6 0,05 n 3 (tamanho da amostra para cada grupo) 128 ANÁLISE DA VARIÂNCIA QMR 324,90 54,15 ( do exemplo de aplicação no. 1) 6 F2, 6 ; 0,05 5,14 Considerando os postos de trabalha A e B, tem-se: 1 1 0,05 54,15 2 5,14 19,26 3 3 Da mesma forma para A e C e B e C, pois os tamanhos de amostras são iguais a 3. Portanto, tem-se: POSTOS DE TRABALHO DIFERENÇA DE MÉDIAS AeB 90,63 80,73 9,90 19,26 Não AeC 90,63 70,50 20,13 19,26 Sim BeC 80,73 70,50 10,23 19,26 Não DIFERENÇA SIGNIFICATIVA Conclui-se portanto que os índices médios de produção dos postos de trabalho A e C são diferentes, para nível de 5% de significância. 2) Para o exemplo de quatro operários que executam uma mesma operação em uma indústria, aplicar o método de Scheffé, utilizando 0,01. Solução: Os tempos médios gastos para executar determinada operação, segundo operadores: OPERADORES MÉDIAS ni 1 2 3 4 ( Xj) 5 4 3 6 8,2 8,4 8,8 8,3 Utilizando o teste de Scheffé: 1 1 Fk 1, N k, X i X m QMR (k 1) ni nm k4 ( operadores) N 18 N k 18 4 14 0,01 QMR 0,24 0,0171 14 SACHIKO ARAKI LIRA ( do exemplo de aplicação no. 2) 129 F3; 14; 0,01 5,56 Considerando os operários 1 e 2, tem-se: n1 5 n2 4 Substituindo os valores na expressão do teste de Scheffé: 1 1 0,0171 3 5,56 0,36 5 4 As médias dos operários 1 e 2 são: X1 8,2 e X1 X 2 0,2 . Tem-se que X 2 8,4 , portanto a diferença é X1 X 2 0,2 0,36 , logo não há diferença entre as duas médias. Considerando os operários 1 e 3, tem-se: n1 5 n2 3 1 1 0,0171 3 5,56 0,39 5 3 Considerando os operários 1 e 4, tem-se: n1 5 n2 6 1 1 0,0171 3 5,56 0,32 5 6 Considerando os operários 2 e 3, tem-se: n1 4 n2 3 1 1 0,0171 3 5,56 0,41 4 3 Considerando os operários 2 e 4, tem-se: n1 4 n2 6 1 1 0,0171 3 5,56 0,34 4 6 Considerando os operários 3 e 4, tem-se: n1 3 130 ANÁLISE DA VARIÂNCIA n2 6 1 1 0,0171 3 5,56 0,38 3 6 Assim, tem-se: OPERADORES Xi Xm CONCLUSÃO 1e2 0,20 0,36 Não diferem 1e3 0,60 0,39 diferem 1e4 0,10 0,32 Não diferem 2e3 0,40 0,41 Não diferem 2e4 0,10 0,34 Não diferem 3e4 0,50 0,38 diferem O tempo médio gasto para a execução do operador número 3 difere do tempo médio do operador 1 e 4, ao nível de 1% de significância. LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 8 – ANÁLISE DA VARIÂNCIA 1. Uma empresa deseja adquirir certa máquina e verificou que existem no mercado três marcas diferentes: A, B, e C que satisfazem. Decidiu-se que será comprada a máquina que apresentar melhor rendimento. Foi realizado um ensaio com as três máquinas em períodos iguais durante 5 dias e as produções resultantes foram: A 120 123 121 125 122 B 119 121 118 120 123 C 125 127 128 127 128 Pergunta-se: com relação ao rendimento, existe diferença significativa entre as máquinas ao nível de 1% de significância? Aplicar o teste de Scheffé e concluir qual a máquina a ser adquirida. 2. Foram testados três tipos de lâmpadas elétricas e os tempos de vida (em horas) obtidos foram: lâmpada A: 1.245 1.354 1.367 1.289 lâmpada B: 1.235 1.300 1.230 1.189 lâmpada C: 1.345 1.450 1.320 Existe diferença significativa entre os tempos médios de vida dessas três marcas de lâmpadas, ao nível de significância de 1%? Se necessário, aplicar o teste de Scheffé. 3. Três máquinas produzem parafusos. Encontram-se a seguir, os diâmetros correspondentes a uma amostra de 4 parafusos produzidos em cada máquina. SACHIKO ARAKI LIRA 131 MÁQUINAS A B C 8 9 7 7 7 9 9 7 7 7 8 7 Testar se os diâmetros médios são iguais a um nível de significância de 5%. 4) Pesquisadores investigaram três métodos diferentes de preparar o composto supercondutor PbMo 6 S 8 . Eles afirmam que a presença de oxigênio durante o processo de preparação afeta a temperatura de transição, Tc , da supercondução do material. Os métodos de preparação 1 e 2 usam técnicas que são planejadas para eliminar a presença de oxigênio, enquanto o método 3 permite a presença de oxigênio. Cinco observações de Tc (em K) foram feitas para cada material, sendo os resultados apresentados a seguir. MÉTODO DE PREPARAÇÃO TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO Tc (K) 1 14,8 14,8 14,7 14,8 14,9 2 14,6 15,0 14,9 14,8 14,7 3 14,2 14,4 14,4 12,2 11,7 Há qualquer evidência que confirme a afirmação de que a presença de oxigênio durante a preparação afete a temperatura média de transição? Usar 0,05 . 5) A resistência de contato de um relé foi estudada para três materiais diferentes (todos eram ligas, tendo prata como base). Os dados encontram-se a seguir. LIGA RESISTÊNCIA DE CONTATO 87 99 1 95 98 2 104 102 102 105 3 119 130 132 136 O tipo de liga afeta a resistência média de contato? Usar 0,01. 132 ANÁLISE DA VARIÂNCIA ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃ0 SIMPLES 10.1 INTRODUÇÃO A análise de correlação mede o grau de associação entre variáveis, e pode ser: Correlação simples: mede a “força” ou “grau” de associação entre duas variáveis; Correlação múltipla: mede a “força” ou “grau” de associação entre uma variável e um conjunto de outras variáveis. A análise de regressão estuda o relacionamento entre uma variável chamada dependente e outras variáveis chamadas variáveis independentes. Este relacionamento é representado por um modelo matemático, isto é, por uma equação que associa a variável dependente com as variáveis independentes. Modelo de regressão linear simples: define uma relação linear entre a variável dependente e uma variável independente; Modelo de regressão linear múltipla: define uma relação linear entre a variável dependente e duas ou mais variáveis independentes. 10.2 DIAGRAMA DE DISPERSÃO O diagrama de dispersão é uma representação gráfica da relação entre duas ou mais variáveis. No diagrama de dispersão entre duas variáveis, X e Y, cada ponto no gráfico é um par ( x i , y i ). GRÁFICO 5 - DIAGRAMA DE DISPERSÃO ENTRE AS VARIÁVEIS X E Y DIAGRAMA DE DISPERSÃO Y 120 100 80 60 40 20 0 2 7 12 17 22 X A visualização do diagrama de dispersão possibilita ter uma boa ideia de como as duas variáveis se correlacionam. SACHIKO ARAKI LIRA 133 10.3 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO 10.3.1 COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO LINEAR DE PEARSON Diferentes formas de correlação podem existir entre as variáveis. O caso mais simples e mais conhecido é a correlação linear simples, envolvendo duas variáveis, X e Y. Este coeficiente mostra o grau de relacionamento entre as variáveis, fornecendo um número, indicando como as variáveis variam conjuntamente. Não há a necessidade de definir as relações de causa e efeito, ou seja, qual é a variável dependente e a independente. Quando para maiores valores de X, existe uma tendência de obter maiores valores de Y, diz-se que existe correlação linear positiva, conforme o gráfico 5, apresentado anteriormente. Entretanto, pode ocorrer o inverso, ou seja, para maiores valores de X, existir uma tendência de obter menores valores de Y, diz-se neste caso, que existe correlação linear negativa, conforme o gráfico 6. Obviamente, existem muitos casos em que as variáveis não são correlacionadas linearmente, isto é, a correlação linear é nula, como apresentado no gráfico 7. GRÁFICO 6 – DIAGRAMA DE DISPERSÃO ENTRE AS VARIÁVEIS X E Y DIAGRAMA DE DISPERSÃO GRÁFICO 7 – DIAGRAMA DE DISPERSÃO ENTRE AS VARIÁVEIS X E Y DIAGRAMA DE DISPERSÃO Y Y 120 70 100 60 50 80 40 60 30 40 20 20 10 0 0 2 7 12 17 22 2 7 12 17 X X O coeficiente de correlação amostral é obtido através da expressão: X i XYi Y n r i 1 X i X n i 1 2 Yi Y n 2 i 1 A interpretação do coeficiente quando r 1 é de que existe correlação linear perfeita entre as variáveis X e Y. A correlação é linear perfeita positiva quando r 1 e linear perfeita negativa quando r 1 . Quando se tem r 0 , não existe correlação linear entre as variáveis X e Y. O coeficiente de correlação pode ser avaliado qualitativamente de acordo com os critérios abaixo: 134 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO se 0 r 0,30 existe fraca correlação linear; se 0,30 r 0,60 existe moderada correlação linear; se 0,60 r 0,90 existe forte correlação linear; se 0,90 r 1,00 existe correlação linear muito forte. Exemplo de aplicação: Seja o processo de recobrimento de uma determinada peça com metal. O recobrimento é feito com metal fundido. X= quantidade utilizada de metal fundido (em gramas); Y = porcentagem de recobrimento obtida (%). TABELA 12 – QUANTIDADE DE METAL FUNDIDO UTIZADA E PORCENTAGEM DE RECOBRIMENTO OBTIDA xi OBSERVAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 yi 6,0 4,0 6,0 8,0 7,5 8,5 9,5 11,0 12,0 12,0 10 10 20 20 30 40 45 50 60 65 O diagrama de dispersão é apresentado abaixo: GRÁFICO 8 – DIAGRAMA DE DISPERSÃO ENTRE AS VARIÁVEIS QUANTIDADE DE METAL FUNDIDO E PORCENTAGEM DE RECOBRIMENTO DIAGRAMA DE DISPERSÃO Porcentagem de recobrimento (%) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2 4 6 8 10 12 14 Quantidade de metal A visualização do diagrama de dispersão possibilita ter uma boa idéia de como as duas variáveis se relacionam, ou seja, qual a tendência de variação conjunta que apresentam. O gráfico sugere a existência de uma relação linear entre as duas variáveis. Assim, calcular-se-á o coeficiente de correlação linear de Pearson. SACHIKO ARAKI LIRA 135 OBS. xi ( xi X ) yi 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6 4 6 8 7,5 8,5 9,5 11 12 12 10 10 20 20 30 40 45 50 60 65 MÉDIA 84,5 8,45 350 35 -2,45 -4,45 -2,45 -0,45 -0,95 0,05 1,05 2,55 3,55 3,55 ( yi Y ) ( x i X )( y i Y ) -25 -25 -15 -15 -5 5 10 15 25 30 ( x i X )2 ( y i Y )2 61,25 111,25 36,75 6,75 4,75 0,25 10,50 38,25 88,75 106,50 6,00 19,80 6,00 0,20 0,90 0,00 1,10 6,50 12,60 12,60 625 625 225 225 25 25 100 225 625 900 465,00 65,73 3.600 Tem-se que: X i XYi Y n ˆ X,Y r i 1 X i X n 2 i 1 Yi Y n 2 i 1 Substituindo os valores na expressão acima tem-se: ˆ X,Y r 465 0,9560 65,73 3.600 Sendo o r 0,9560 , conclui-se que existe correlação linear muito forte. 10.3.1.1 TESTE DE HIPÓTESES PARA COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO O coeficiente de correlação linear r , é uma estimativa da correlação populacional ρ , obtida com base em uma amostra de tamanho n. O tamanho da amostra exerce papel fundamental na estimativa, desta forma, torna-se necessário testar a hipótese de que realmente existe correlação linear entre as variáveis estudadas. Assim, as hipóteses a serem testadas são: ( a correlação populacional é igual a zero) H0 : 0 ( a correlação populacional é diferente de zero) H1 : 0 A estatística para testar a hipótese H0 : 0 contra H1 : 0 , tem distribuição t com n - 2 graus de liberdade, ou seja: t r n2 1 r 2 136 ~ t n2 . ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO Exemplo de aplicação: Seja o exemplo do processo de recobrimento de uma determinada peça com metal. Tem-se que o coeficiente de correlação estimado é r 0,9560 . Testar a hipótese de que a correlação populacional é diferente de zero, utilizando nível de significância de 5%. As hipóteses são: H0 : 0 H1 : 0 ( a correlação populacional é igual a zero) ( a correlação populacional é diferente de zero) A estatística t é: t r n2 1 r 2 0,9560 10 2 9,22 1 0,95602 O valor de “t” tabelado para nível de significância e 5% e 8 graus de liberdade é 2,31, portanto, rejeita-se a hipótese H0 : 0 . 10.4 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR SIMPLES Análise de regressão linear simples é uma técnica de modelagem utilizada para analisar a relação entre uma variável dependente (Y) e uma variável independente X . O objetivo dessa técnica é identificar uma função que descreve, o mais próximo possível, a relação entre essas variáveis e assim poder predizer o valor que a variável dependente (Y) irá assumir para um determinado valor da variável independente X. O modelo de regressão poderá ser expresso como: Y X Um valor de Y é formado pelo componente funcional ou regressão ( X ) , que representa a influência da variável independente X sobre o valor de Y e o componente aleatório ( ) , que representa a influência de outros fatores, bem como os erros de medidas da variável Y. Apresenta-se a seguir, um gráfico, onde estão representados os pontos observados e a reta ajustada. GRÁFICO 9 – DIAGRAMA DE DISPERSÃO ENTRE X E Y E A RETA ESTIMADA 34 Y 32 30 28 26 24 22 20 20 SACHIKO ARAKI LIRA 22 24 26 28 X 30 137 Verifica-se no gráfico que nem todos os pontos tocam a reta, e essa diferença é o erro (), mas supõe-se que em média esses erros tendem a se anular, ou seja: E ( i ) 0 Ao estabelecer o modelo de regressão linear simples, deve-se pressupor que: 1) os erros ( i ) têm distribuição normal; 2) os erros ( i ) são independentes; 3) i é uma variável aleatória com média igual a zero, isto é, E ( i ) 0 ; 4) A variância de i é igual a 2 para todos os valores de X. 10.4.1 ESTIMAÇÃO DOS PARÂMETROS Uma vez escolhido o modelo de regressão, deve-se estimar os seus parâmetros, neste caso, os coeficientes da equação da reta, e . Isso pode ser feito a partir da aplicação do Método dos Mínimos Quadrados. Neste método, a soma dos erros quadráticos (isto é, a soma dos quadrados da distância vertical entre as observações e a reta ajustada) é mínima. Os parâmetros e são estimados através dos dados amostrais e a reta estimada será da forma: Ŷ a bX Seja e i a distância da reta ajustada aos pontos amostrais, o método dos mínimos quadrados minimiza a soma de ei2 , ou seja: n n n i1 i1 i1 e i2 ( y i ŷ i ) 2 ( y i a bx i ) 2 Derivando a expressão acima em relação a “ a ” e igualando a zero, tem-se: n ( y i a bx i ) 2 a i1 n n i1 i1 2 y i 2na 2 b x i 0 Derivando a expressão acima em relação a “ b ” e igualando a zero, tem-se: n ( y a bx i )2 b i1 i n n n i1 i1 i1 2 x i y i 2a x i 2b x i2 0 Obtém-se assim o sistema de duas equações: n yi i1 n xiyi i1 n na b x i i1 n n i1 i1 a x i b x i2 A solução analítica do sistema de equações fornece os valores de " a" e " b" , como apresentados a seguir. a Y bX 138 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO n ( x i X) y i b i1 n ( x i X) 2 i1 Exemplos de aplicação: 1) Seja o processo de recobrimento de uma determinada peça com metal. O recobrimento é feito com metal fundido. X= quantidade utilizada de metal fundido (em gramas); Y = porcentagem de recobrimento obtida (%). QUANTIDADE DE METAL FUNDIDO UTILIZADA E PORCENTAGEM DE RECOBRIMENTO OBTIDA OBSERVAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 xi yi 6,0 4,0 6,0 8,0 7,5 8,5 9,5 11,0 12,0 12,0 10 10 20 20 30 40 45 50 60 65 Ajustar um modelo de regressão linear simples aos dados: Solução: Tem-se então que: OBS. xi ( xi X ) yi ( x i X )2 ( xi X ) yi 1 6 10 -2,45 6,00 -24,50 2 4 10 -4,45 19,80 -44,50 3 6 20 -2,45 6,00 -49,00 4 8 20 -0,45 0,20 -9,00 5 7,5 30 -0,95 0,90 -28,50 6 8,5 40 0,05 0,00 2,00 7 9,5 45 1,05 1,10 47,25 8 11 50 2,55 6,50 127,50 9 12 60 3,55 12,60 213,00 10 Total 12 65 3,55 12,60 230,75 84,5 350 65,725 465,00 Média 8,45 35 X 8,45 Y 35 SACHIKO ARAKI LIRA 139 n ( x i X )2 i1 n ( xi X ) yi 65,725 465,00 i1 n ( x i X) y i Logo, b i1 n ( x i X) 2 465,00 7,0749 65,725 i1 a Y b X 35 7,0749 8,45 24,7832 A equação de regressão linear será: Ŷ 24,7832 7,0749 X Tem-se então que: xi OBS. yi ŷ i 1 6 10 17,7 2 4 10 3,5 3 6 20 17,7 4 8 20 31,8 5 7,5 30 28,3 6 8,5 40 35,4 7 9,5 45 42,4 8 11 50 53,0 9 12 60 60,1 10 12 65 60,1 O gráfico a seguir, apresenta o diagrama de dispersão e a função linear ajustada. DIAGRAMA DE DISPERSÃO E FUNÇÃO LINEAR AJUSTADA Recobrimento (%) 70 60 50 40 30 20 10 0 0 140 5 10 15 Quantidade de metal fundido ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO 10.4.2 TESTES DE HIPÓTESES NA REGRESSÃO Uma etapa importante da verificação da adequação de um modelo de regressão linear é a realização de um teste estatístico de hipóteses em relação aos parâmetros do modelo. 10.4.2.1TESTE t Lembrando que o modelo é Y X , deve-se testar as hipóteses: H0 : 0 H1 : 0 A estatística do teste é dada por: t : b , que segue distribuição t com n-2 graus de liberdade. S2 S XX Tem-se que: S2 S YY bS XY , que é a estimativa de 2 n2 n Onde: S XX ( x i X) 2 i1 n S YY ( y i Y ) 2 i1 n n xi yi n S XY x i y i i1 i1 i n A conclusão do teste será: Se t 2 t t 2 , aceita-se H0 e conclui-se que não existe regressão e se t t 2, rejeita-se H0 e conclui-se que existe regressão. 10.4.2.2 ANÁLISE DA VARIÂNCIA A análise da variância, conhecida como ANOVA, é um teste que permite verificar a existência da regressão, ou seja, se existe relação entre a variável dependente e independente, através do comportamento das variações totais, explicadas e residuais. Este teste é resumido no quadro da ANOVA. SACHIKO ARAKI LIRA 141 GRÁFICO 10 – DESVIOS TOTAL, EXPLICADO E RESIDUAL Ŷ a bX yi ( y i ŷ i ) ( y i Y) Y ( Y ŷ i ) X A estatística utilizada para o teste é a variável aleatória com distribuição F de Snedecor, com m graus de liberdade no numerador e n graus de liberdade no denominador. As hipóteses são: H 0 : A regressão linear de Y sobre X não é significativa H1 : A regressão linear de Y sobre X é significativa As variações ou somas dos quadrados são obtidos através de : n SQT Soma de quadrados totais ( yi Y )2 i 1 SQE Soma de quadrados exp licados b SXY n onde: S XY ( x i X )( y i Y ) i 1 SQR Soma de quadrados residuais SYY b SXY n onde: S YY ( y i Y ) 2 i 1 Tem-se que: SQT SQE SQR . Para a ANOVA, faz-se necessária elaborar a tabela abaixo: FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE b S XY 1 QME b S XY Residual SQR S YY b S XY n2 SQT S YY n 1 Total QMR S YY b S XY n2 F F QME QMR Se Fcalculado F;1, n 2 (tabelado) , rejeita-se H0 e conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa. 142 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO Exemplo de aplicação: 1) Testar o modelo ajustado no exemplo 1, através do teste t e da análise da variância. Usar 5% . Solução: Para obter as somas dos quadrados faz-se necessário os seguintes cálculos: xi OBS. xi yi yi ( xi X ) ( yi Y ) ( x i X )2 ( y i Y )2 ( xi X ) ( yi Y ) 1 6 10 60,0 -2,45 -25 6,0 625 61,25 2 4 10 40,0 -4,45 -25 19,8 625 111,25 3 6 20 120,0 -2,45 -15 6,0 225 36,75 4 8 20 160,0 -0,45 -15 0,2 225 6,75 5 7,5 30 225,0 -0,95 -5 0,9 25 4,75 6 8,5 40 340,0 0,05 5 0,0 25 0,25 7 9,5 45 427,5 1,05 10 1,1 100 10,5 8 11 50 550,0 2,55 15 6,5 225 38,25 9 12 60 720,0 3,55 25 12,6 625 88,75 10 12 65 780,0 3,55 30 12,6 900 106,5 84,5 350 3.422,5 65,70 3.600 465,00 Total a) Teste “t” H0 : 0 H1 : 0 Tem-se que: S2 S YY bS XY 3.600 7,075 465 38,7656 6 8 Calculando inicialmente: n S XX ( x i X) 2 65,70 i1 n S YY ( y i Y ) 2 3.600 i1 n n n xi yi i1 n S XY x i y i i1 i 3.422,5 84,5 350 465 10 A estatística do teste é dada por: t b 2 S S XX 7,075 0 9,21 , que segue distribuição t com n-2 graus de liberdade. 38,7656 65,70 SACHIKO ARAKI LIRA 143 Tem-se que t0,05 / 2;8 2,31, logo, rejeita-se H0 e conclui-se que 0 . b) ANOVA n SQT S YY ( y i Y ) 2 3.600 i1 SQE b SXY , n sendo que S XY ( x i X )( y i Y ) 465 i 1 b 7,0749 (já calculado) Assim, tem-se que: SQE b S XY 7,0749 465 3289,8285 SQR S YY b S XY SQR S YY b S XY 3.600 3289 ,8285 310,1715 QUADRO DA ANÁLISE DA VARIÂNCIA FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE 3.289,8285 1 QME 3.289,8285 Residual SQR 310,1715 n2 8 SQT 3.600,000 Total QMR 310,1715 38,7714 8 F F 84,85 n 1 9 Tem-se que F0,05;1, 8 5,32 , logo, conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa, para nível de 5% de significância. 10.4.3 COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO OU EXPLICAÇÃO 2 Um outro indicador utilizado constantemente é o coeficiente de determinação, R , que indica quantos por cento a variação explicada pela regressão representa da variação total. Este varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a explicação pelo modelo das variação total. A expressão de R 2 é dada por: R2 SQE SQT Para o exemplo 1, tem-se que: R2 SQE 3.289,829 0,9138 SQT 3.600,000 O modelo ajustado explica 91,38% das variações ocorridas na variável dependente Y. 144 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO 2) Foi realizada uma experiência relacionando os alongamentos de uma mola (cm) com as cargas aplicadas (kg). Os resultados obtidos foram: Carga (kg) Alongamento (cm) 3 4 5 6 7 8 9 10 4,0 4,8 5,6 6,7 7,9 9,0 9,8 11,0 Ajustar um modelo de regressão linear simples aos dados, testar a hipótese da significância da regressão e calcular o coeficiente de determinação. Solução: a) Ajuste do modelo de regressão linear simples Tem-se que a variável dependente Y é o alongamento da mola e a independente X, a carga, Assim, para obter os coeficientes a e b, serão necessários os seguintes cálculos: X-> carga Y-> alongamento ( xi X ) ( x i X )2 ( xi X ) yi OBS. xi yi 1 3 4,0 -3,5 12,25 -14,00 2 4 4,8 -2,5 6,25 -12,00 3 5 5,6 -1,5 2,25 -8,40 4 6 6,7 -0,5 0,25 -3,35 5 7 7,9 0,5 0,25 3,95 6 8 9,0 1,5 2,25 13,50 7 9 9,8 2,5 6,25 24,50 8 10 11,0 3,5 12,25 38,50 Total 52 58,8 0 42,00 42,70 Média 6,5 7,35 Tem-se então que: X 6,5 Y 7,35 n ( xi X )2 52 i1 n ( xi X ) yi 42,70 i1 n Logo, b ( xi X ) yi i1 n ( xi X)2 42,70 1,01667 42 i1 a Y bX 7,35 1,01667 6,5 0,7416 A equação de regressão linear será: Ŷ 0,7415 1,0167 X Tem-se que: SACHIKO ARAKI LIRA 145 xi OBS. yi ŷ i 1 3 4,0 3,8 2 4 4,8 4,8 3 5 5,6 5,8 4 6 6,7 6,8 5 7 7,9 7,9 6 8 9,0 8,9 7 9 9,8 9,9 8 10 11,0 10,9 O gráfico a seguir, apresenta o diagrama de dispersão e a função linear ajustada. DIAGRAMA DE DISPERSÃO E FUNÇÃO LINEAR AJUSTADA Alongamento 12 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 12 Carga b) Teste da significância da regressão Para obter as somas dos quadrados faz-se necessário os seguintes cálculos: 146 ( xi X ) ( yi Y ) ( x i X )2 ( y i Y )2 ( x i X ) (y i Y) OBS. xi yi 1 3 4,0 -3,5 -3,35 12,25 11,2225 11,725 2 4 4,8 -2,5 -2,55 6,25 6,5025 6,375 3 5 5,6 -1,5 -1,75 2,25 3,0625 2,625 4 6 6,7 -0,5 -0,65 0,25 0,4225 0,325 5 7 7,9 0,5 0,55 0,25 0,3025 0,275 6 8 9,0 1,5 1,65 2,25 2,7225 2,475 7 9 9,8 2,5 2,45 6,25 6,0025 6,125 8 10 11,0 3,5 3,65 12,25 13,3225 12,775 Total 52 58,8 42,00 43,56 42,70 Média 6,5 7,35 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO n SQT S YY ( y i Y ) 2 43,56 i1 SQE b S XY , n sendo que S XY ( x i X )( y i Y ) 42,70 i 1 b 1,01667 (já calculado) Assim, tem-se que: SQE b SXY 1,01667 42,70 43,4117 SQR S YY b S XY SQR S YY b S XY 43,56000 43,4117 0,1483 QUADRO DA ANÁLISE DA VARIÂNCIA FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE 43,4117 1 QME 43,4117 Residual SQR 0,1483 n2 6 F F 1757,56 QMR 0,0247 SQT 43,5600 Total n 1 7 Tem-se que F0,05; 1, 6 5,99 , logo, conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa, para nível de 5% de significância . c) Coeficiente de determinação R2 SQE SQT Para o exemplo 2, tem-se que: R2 SQE 43,4117 0,9966 SQT 43,5600 O modelo ajustado explica 99,66% das variações ocorridas na variável dependente Y. 10.5 AJUSTE DE CURVA GEOMÉTRICA (OU FUNÇÃO POTÊNCIA) Apresenta-se, a seguir, como se ajusta uma função potência, a um conjunto de pontos ( xi , yi ) . A função potência é dada pela expressão a seguir: Y X Graficamente, tem-se: SACHIKO ARAKI LIRA 147 FUNÇÃO POTÊNCIA Y 85 80 75 70 0 1 65 60 55 50 45 40 140 240 340 440 540 X 10.5.1 ESTIMATIVA DOS COEFICIENTES O modelo estimado será dado por: Ŷ ˆ ˆ X ˆ Para ajustar uma curva geométrica Ŷ ˆ X , a um conjunto de pontos ( xi , yi ) , pode-se fazer através da seguinte transformação, considerando Y 0 e X 0 : ˆ ˆ ln X , que poderá ser escrita da seguinte forma: ln Ŷ ln Ẑ  ̂T onde: Ẑ ln Ŷ ˆ  ln T ln X Os parâmetros A e são estimados através dos dados amostrais e a reta estimada será da forma: Ẑ  ̂ T Os valores de  e ̂ serão obtidos a partir das equações apresentadas a seguir.  Z ̂ T n ˆ (t i T) z i i1 n (t i T)2 i1 Para obter a estimativa do modelo na sua forma original, faz-se a transformação inversa dos coeficientes  e B̂ . Tem-se então que: ˆ e   ln ˆ , logo, 148 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO E a função potência estimada será: Ŷ ˆ ˆ X 10.5.2 TESTES DE HIPÓTESES NA REGRESSÃO 10.5.2.1 ANÁLISE DA VARIÂNCIA A estatística utilizada para o teste é a variável aleatória com distribuição F de Snedecor, com m graus de liberdade no numerador e n graus de liberdade no denominador. As hipóteses são: H 0 : A regressão de Y sobre X não é significativa H1 : A regressão de Y sobre X é significativa As variações ou somas dos quadrados são obtidos através de : n SQT ( z i Z ) 2 i 1 SQE ̂ STZ n onde: STZ ( ti T )( zi Z ) i1 SQR SZZ ̂STZ n onde: SZZ ( zi Z )2 i1 Tem-se que: SQT SQE SQR . Para a ANOVA, faz-se necessária elaborar a tabela abaixo: FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE ̂ STZ 1 QME ̂ STZ Residual SQR SZZ ̂STZ n2 SQT S ZZ n 1 Total QMR S ZZ ˆ S TZ n2 F F QME QMR Se Fcalculado F;1, n 2 (tabelado) , rejeita-se H0 e conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa. 10.5.3 COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO OU EXPLICAÇÃO SACHIKO ARAKI LIRA 149 O coeficiente de determinação, R 2 , que indica quantos por cento a variação explicada pela regressão representa da variação total. Este varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a explicação pelo modelo das variação total. A expressão de R 2 é dada por: R2 SQE SQT Exemplo: Os dados apresentados, a seguir, representam o desempenho (medido em km percorridos por litro de gasolina) dos carros em estrada e o deslocamento do pistão no motor, para uma amostra de 8 carros. Sejam as variáveis: X= deslocamento do pistão ( m3 ) e Y= km percorridos em estrada por litro de gasolina. CARROS 1 2 3 4 5 6 7 8 X 215 201 196 226 226 348 226 348 Y 13,2 13,7 14,1 12,9 12,3 11,1 13,1 11,2 a) construir o diagrama de dispersão; b) Ajustar uma função geométrica aos dados; c) testar a existência de regressão; d) calcular o coeficiente de determinação. Solução: a) Diagrama de dispersão DIAGRAMA DE DISPERSÃO Km/litro de gasolina 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 80 130 180 230 280 330 380 Deslocamento do pistão Fazendo as transformações de variáveis necessárias, tem-se: 150 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO xi CARROS 1 2 3 4 5 6 7 8 zi ln( yi ) yi 215 201 196 226 226 348 226 348 13,2 13,7 14,1 12,9 12,3 11,1 13,1 11,2 (t i T) ti ln( xi ) 2,5802 2,6174 2,6462 2,5572 2,5096 2,4069 2,5726 2,4159 5,3706 5,3033 5,2781 5,4205 5,4205 5,8522 5,4205 5,8522 2,5383 5,4898 -0,1191 -0,1865 -0,2116 -0,0692 -0,0692 0,3624 -0,0692 0,3624 SOMA MÉDIA 248,25 ( t i T) 2 0,0142 0,0348 0,0448 0,0048 0,0048 0,1314 0,0048 0,1314 0,3709 (t i T) z i -0,3074 -0,4880 -0,5600 -0,1770 -0,1737 0,8724 -0,1781 0,8756 -0,1362 a) Cálculo das estimativas dos parâmetros n ( t i T ) zi ˆ in1 ( ti T )2 - 0,1362 -0,3674 0,3709 i1 ˆ T 2,5383 (0,3674) 5,4898 4,5550  Z O modelo ajustado é: Ẑ  ˆ T 4,5550 0,3674 T Mas tem-se que: ˆ , logo, ˆ e  e 4,5550 95,1068  ln O modelo ajustado na forma potencial será: ˆ ˆ X 95,1068 X 0,3674 Ŷ O gráfico a seguir apresenta o diagrama de dispersão e a função potencial ajustada. DIAGRAMA DE DISPERSÃO E CURVA POTENCIAL AJUSTADA 14,5 Km/litro de gasolina 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 80 130 180 230 280 330 380 Deslocamento do pistão b) Utilizando a ANOVA para testar a significância da regressão: SACHIKO ARAKI LIRA 151 CARROS xi 1 2 3 4 5 6 7 8 yi 215 201 196 226 226 348 226 348 zi ln( yi ) 13,2 13,7 14,1 12,9 12,3 11,1 13,1 11,2 2,5802 2,6174 2,6462 2,5572 2,5096 2,4069 2,5726 2,4159 t i ln( xi ) ( z i Z ) ( zi Z)2 5,3706 5,3033 5,2781 5,4205 5,4205 5,8522 5,4205 5,8522 0,0420 0,0791 0,1079 0,0190 -0,0287 -0,1313 0,0344 -0,1223 SOMA 0,0018 0,0063 0,0116 0,0004 0,0008 0,0172 0,0012 0,0150 (t i T) ( t i T) ( z i Z ) -0,1191 -0,1865 -0,2116 -0,0692 -0,0692 0,3624 -0,0692 0,3624 -0,0050 -0,0148 -0,0228 -0,0013 0,0020 -0,0476 -0,0024 -0,0443 0,0543 MÉDIA 2,5383 248,25 -0,1362 5,4898 As variações ou somas dos quadrados são obtidos através de: n SQT ( z i Z ) 2 0,0543 i 1 SQE ̂ S TZ n onde: S TZ ( t i T )( z i Z ) -0,1362 i1 SQE ˆ S TZ 0,3674 ( 0,1362) 0,0500 SQR SQT SQE 0,0543 0,0500 0,0043 FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Devido à regressão 0,0500 1 0,0500 Residuo 0,0043 6 0,0007 Total 0,0543 7 F 70,38 Tem-se que F0,05 ;1; 6 5,99 . Como F 70,38 F0,05 ;1; 6 5,99 , conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa, ao nível de 5% de significância. Finalmente, para analisar o grau de explicação do modelo, calcular-se-á o coeficiente de determinação. R2 SQE 0,0500 0,9214 SQT 0,0543 O modelo ajustado explica 92,14% das variações ocorridas na variável Y. 10.6 AJUSTE DE FUNÇÃO EXPONENCIAL Apresenta-se, a seguir, o ajuste de uma função exponencial Y X , a um conjunto de pontos ( xi , yi ) . Graficamente, tem-se: 152 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO FUNÇÃO EXPONENCIAL Y 200 180 160 140 120 100 80 60 1 40 20 0 0 5 10 15 X 10.6.1 ESTIMATIVA DOS COEFICIENTES O modelo estimado é: ˆ ˆ X Ŷ Fazendo a transformação logarítmica: ˆ X ln ˆ , que poderá ser escrita como sendo: ln Ŷ ln Ẑ  B̂X onde: Ẑ ln Ŷ  ln ˆ B̂ ln ˆ Assim, reduz-se ao problema de ajuste de uma reta aos pontos ( x i , z i ) , onde z i ln y i . Os parâmetros A e B são estimados através dos dados amostrais e a reta estimada será da forma: Ẑ  B̂ X Os valores de  e B̂ serão obtidos a partir das equações apresentadas a seguir.  Z B̂ X n B̂ ( x i X) z i i 1 n 2 ( x i X) i 1 Para obter a estimativa do modelo na sua forma original, faz-se a transformação inversa dos coeficientes  e B̂ . Tem-se então que: ˆ e   ln ˆ , logo, B̂ ln ˆ , logo, ˆ e B̂ E o modelo exponencial estimado será: ˆ ˆ X Ŷ SACHIKO ARAKI LIRA 153 10.6.2 TESTES DE HIPÓTESES NA REGRESSÃO 10.6.2.1 ANÁLISE DA VARIÂNCIA A estatística utilizada para o teste é a variável aleatória com distribuição F de Snedecor, com 1 grau de liberdade no numerador e n-2 graus de liberdade no denominador. As hipóteses são: H 0 : A regressão de Y sobre X não é significativa H1 : A regressão de Y sobre X é significativa As variações ou somas dos quadrados são obtidos através de : n SQT Soma de quadrados totais ( z i Z ) 2 i1 SQE Soma de quadrados exp licados B̂ S XZ n onde: S XZ ( x i X )( z i Z ) i1 SQR Soma de quadrados residuais S ZZ B̂S XZ n onde: S ZZ ( z i Z ) 2 i1 Tem-se que: SQT SQE SQR . Para a ANOVA, faz-se necessária elaborar a tabela abaixo: FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE B̂ S XZ 1 QME B̂ S XZ Residual SQR S ZZ B̂ S XZ n2 SQT S ZZ n 1 Total QMR S ZZ B̂ S XZ n2 F F QME QMR Se Fcalculado F; 1, n 2 ( tabelado ) , rejeita-se H0 e conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa. 10.6.3. COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO OU EXPLICAÇÃO O coeficiente de determinação, R 2 , que indica quantos por cento a variação explicada pela regressão representa da variação total. Este varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a explicação pelo modelo da variação total. A expressão de R 2 é dada por: R2 154 SQE SQT ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO Exemplo: 1) Seja o processo de recobrimento de uma determinada peça com metal. O recobrimento é feito com metal fundido. X= quantidade utilizada de metal fundido (em gramas); Y = porcentagem de recobrimento obtida (%). QUANTIDADE DE METAL FUNDIDO UTILIZADA E PORCENTAGEM DE RECOBRIMENTO OBTIDA OBSERVAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 xi yi 6,0 4,0 6,0 8,0 7,5 8,5 9,5 11,0 12,0 12,0 10 10 20 20 30 40 45 50 60 65 a) ajustar uma função exponencial aos dados; b) testar a existência de regressão utilizando nível de significância de 5%; c) calcular o coeficiente de determinação. Solução: a) ajuste da função exponencial OBS. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SOMA MÉDIA xi yi 6,0 4,0 6,0 8,0 7,5 8,5 9,5 11,0 12,0 12,0 84,5 8,45 10 10 20 20 30 40 45 50 60 65 350 35 z i ln( y i ) 2,3026 2,3026 2,9957 2,9957 3,4012 3,6889 3,8067 3,9120 4,0943 4,1744 ( xi X ) -2,45 -4,45 -2,45 -0,45 -0,95 0,05 1,05 2,55 3,55 3,55 ( x i X )2 6,00 19,80 6,00 0,20 0,90 0,00 1,10 6,50 12,60 12,60 65,73 ( xi X ) zi -5,6413 -10,2465 -7,3395 -1,3481 -3,2311 0,1844 3,9970 9,9757 14,5349 14,8191 15,7045 3,3674 a.1) Cálculo do coeficiente B̂ : n B̂ ( x i X) z i i 1 n ( x i X) 2 15,7045 0,2389 65,73 i 1 a.2) Cálculo do coeficiente  SACHIKO ARAKI LIRA 155  Z B̂ X 3,3674 (0,2389 8,45) 1,3487 Assim, o modelo ajustado na forma linear será: Ẑ  B̂X 1,3487 0,2389 X Mas tem-se que: ˆ , logo,  ln ˆ , logo, B̂ ln ˆ e  e1,3487 3,8524 ˆ eB̂ e0,2389 1,2699 a.3) O modelo ajustado na forma exponencial é: ˆ ˆ X 3,8524 1,2699 X Ŷ Assim, tem-se que: OBS. xi yi 1 2 3 4 6,0 4,0 6,0 10 10 20 16,16 10,02 16,16 8,0 20 26,05 5 7,5 30 23,12 6 7 8 9 10 8,5 9,5 11,0 12,0 12,0 40 45 50 60 65 29,36 37,29 53,36 67,76 67,76 ŷ i O gráfico a seguir apresenta o diagrama de dispersão e a função exponencial ajustada: DIAGRAMA DE DISPERSÃO E FUNÇÃO EXPONENCIAL AJUSTADA Recobrimento (%) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2 4 6 8 10 12 14 Quantidade de metal fundido b) Teste para verificar a significância da regressão 156 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO z i ln( y i ) OBS. xi yi 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SOMA MÉDIA 6,0 4,0 6,0 8,0 7,5 8,5 9,5 11,0 12,0 12,0 84,5 8,45 10 10 20 20 30 40 45 50 60 65 350 35 2,3026 2,3026 2,9957 2,9957 3,4012 3,6889 3,8067 3,9120 4,0943 4,1744 ( xi X ) ( zi Z)2 (z i Z ) -2,45 -4,45 -2,45 -0,45 -0,95 0,05 1,05 2,55 3,55 3,55 -1,0648 -1,0648 -0,3717 -0,3717 0,0338 0,3215 0,4393 0,5446 0,7269 0,8070 ( x i X ) (z i Z ) 1,1338 1,1338 0,1381 0,1381 0,0011 0,1033 0,1930 0,2966 0,5284 0,6512 4,3177 2,6088 4,7384 0,9106 0,1673 -0,0321 0,0161 0,4612 1,3888 2,5807 2,8648 15,7045 3,3674 Calculando-se a soma dos quadrados tem-se: n SQT ( z i Z ) 2 4,3177 i 1 SQE B̂S XZ n onde: S XZ ( x i X )( z i Z ) 15,7045 i1 SQE B̂S XZ 0,2389 15,7045 3,7525 SQR SQT SQR 4,3177 3,7525 0,5652 Quadro da ANOVA FONTE DE VARIAÇÃO Explicada SOMA DE QUADRADOS 3,7525 GRAUS DE LIBERDADE 1 Residual 0,5652 8 Total 4,3177 9 QUADRADO MÉDIO 3,7525 0,0706 F 53,11 Tem-se que F0,05;1; 8 5,32 . Como F 53,11 F0,05 ;1; 8 5,32 , conclui-se que a regressão de Y sobre X é significativa, ao nível de 5% de significância. c) Cálculo do coeficiente de determinação Finalmente, para analisar o grau de explicação do modelo, calcular-se-á o coeficiente de determinação. R2 SQE 3,7525 0,8691 SQT 4,3177 O modelo ajustado explica 86,91% das variações ocorridas na variável Y. SACHIKO ARAKI LIRA 157 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 9 – ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO 1. A seguir relaciona os pesos (em centenas de kg) e as taxas de rendimento de combustível em rodovia (km/litro), numa amostra de 10 carros de passeio novos. Peso 12 13 14 14 16 18 19 22 24 26 Rendimento 16 14 14 13 11 12 09 09 08 06 Pede-se: a) Calcular o coeficiente linear de Pearson e testar a significância ao nível de 5%. b) Ajustar a função linear e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função linear? c) Ajustar a função potencial e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função potencial? d) Ajustar a função exponencial e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função exponencial? e) Qual das três funções ajustadas é a melhor? Comente? 2) Um estudo foi desenvolvido para verificar o quanto o comprimento de um cabo da porta serial de microcomputadores influencia na qualidade da transmissão de dados, medida através do número de falhas em 100.000 lotes de dados transmitidos (taxa de falha). Os resultados foram: Comp. do Cabo (m) Taxa de Falha 8 8 9 9 10 10 11 11 12 2,2 2,1 3,0 2,9 4,1 4,5 6,2 5,9 9,8 Comp. do Cabo (m) Taxa de Falha 12 13 13 14 14 15 8,7 12,5 13,1 19,3 17,4 28,2 Pede-se: a) Calcular o coeficiente linear de Pearson e testar a significância ao nível de 5%. b) Ajustar a função linear e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função linear? c) Ajustar a função potencial e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função potencial? d) Ajustar a função exponencial e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função exponencial? e) Qual das três funções ajustadas é a melhor? Comente. 3) No processo de queima de massa cerâmica, avaliou-se o efeito da temperatura do forno (X) sobre a resistência mecânica da massa queimada (Y). Foram realizados 6 ensaios com níveis de temperatura equidistantes, os quais designaremos por 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Os valores obtidos de resistência mecânica (MPa) foram: 41, 42, 50, 53, 54, 60, respectivamente. Pede-se: 158 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO E REGRESSÃO a) Ajustar a função linear e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função linear? b) Ajustar a função potencial e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função potencial? c) Ajustar a função exponencial e testar a existência de regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação da função exponencial? d) Qual das três funções ajustadas é a melhor? Comente. SACHIKO ARAKI LIRA 159 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA 11 INTRODUÇÃO O modelo estatístico de uma regressão linear múltipla, sendo Y a variável dependente e, as k ( k 1) variáveis independentes X1 , X 2 , X k , será dado por: Y 0 1X1 2 X2 k Xk Na forma matricial: Y X Y1 1 X11 1 X 21 Y2 Yn 1 X n1 X12 X 22 Xn 2 ... X1 k 0 1 ... X 2 k 1 2 ... X n k k n A estimativa dessa equação de regressão será dada pelo modelo a seguir: Ŷ b0 b1X1 b 2 X2 bk Xk As estimativas b 0 , b1 , b 2 ,, b k dos coeficientes , 1 , 2 ,, k , podem ser calculadas pelo método dos mínimos quadrados, partindo de hipóteses análogas àquelas adotadas para regressão linear simples. Adotando-se a forma matricial, as estimativas dos coeficientes, são obtidas através de: b ( XX) 1 X Y Onde: b 0 b b 1 ; b k 1 X 11 Y1 1 X 21 Y Y 2 ; X 1 X n 1 Yn X 12 X 22 Xn 2 ... X 1 k ... X 2 k ... X n k 11.1 REGRESSÃO LINEAR COM 2 VARIÁVEIS INDEPENDENTES O modelo de regressão com 2 variáveis independentes é dado por: Y 0 1 X 1 2 X 2 A estimativa dessa equação é expressa por: 160 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA Ŷ b0 b1X1 b 2 X 2 11.1.1 ESTIMATIVAS DOS COEFICIENTES DE REGRESSÃO As estimativas dos coeficientes o , 1 e 2 podem ser obtidas através de: b ( XX) 1 X Y Y1 1 X11 Y 1 X 21 Y 2 ; X Yn 1 X n1 b 0 Onde: b b1 ; b 2 X12 X 22 X n2 1.1.2 TESTE PARA VERIFICAR A SIGNIFICÂNCIA DA REGRESSÃO O teste para verificar a significância da regressão é feito através da estatística F, utilizando o quadro da ANOVA. FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. Explicada SQE b1S YX1 b 2S YX2 2 QME SQE 2 Residual SQR S YY b1S YX1 b 2S YX2 n3 QMR SQR n2 SQT S YY n 1 Total onde: S YY n yi n i1 2 yi n i1 QUADRADO MÉDIO F F QME QMR 2 , sendo a variância de Y. n n y i x 1i n i1 i1 S YX1 ( y i x 1i ) , que é a covariância entre Y e X 1 n i1 n n y i x 2i n i1 i1 S YX 2 ( y i x 2 i ) , que é a covariância entre Y e X2 n i1 Se Fcalc F; 2; n3 , conclui-se que a regressão de Y sobre X1 e X2 é significativa. 11.1.3 CÁLCULO DO COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO OU EXPLICAÇÃO O coeficiente de determinação R 2 , indica quantos por cento a variação explicada pela regressão representa da variação total. Este varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a explicação pelo modelo da variação total. SACHIKO ARAKI LIRA 161 A expressão de R 2 é dada por: R2 b1S YX1 b 2 S YX2 SQE S YY SQT Exemplos: 1) Um estudo foi realizado sobre o desgaste de um mancal, Y, e sua relação com X1=viscosidade do óleo e X2=carga. Os seguintes dados foram obtidos: yi x 1i x 2i 243 1,6 851 230 15,5 816 172 22 1058 91 43 1201 58 33 1357 125 40 1115 190 35 918 256 13 834 256 11 845 240 8,9 820 Ajustar um modelo de regressão linear múltipla, testar a significância da regressão ao nível de 5% de significância e calcular o coeficiente de determinação. Solução: 243 230 172 91 58 Y 125 190 256 256 240 1 1 1 1 1 X 1 1 1 1 1 1,6 15,5 22,0 43,0 33,0 40,0 35,0 13,0 11,0 8,9 851 816 1058 1021 1357 1115 918 834 845 820 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 X 1,6 15,5 22,0 43,0 33,0 40,0 35,0 13,0 11,0 8,9 851 816 1058 1021 1357 1115 918 834 845 820 162 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA 223 9.815 10 X X 223 6.859,02 237.874,6 9.815 237.874,6 9.961.201 ( X X) 1 4,5640 0,0441 - 0,0055 0,0441 0,0013 - 0,0001 - 0,0055 - 0,0001 0,0000 1,0123 0,5086 0,3594 0,4056 - 0,0883 0,7187 0,3378 0,2057 1,5122 0,1394 ( XX)1X 0,0167 0,0036 0,0060 0,0102 0,0141 0,0127 0,0209 0,0010 0,0043 0,0051 0,0006 0,0007 0,0006 0,0001 0,0020 0,0003 0,0014 0,0004 0,0002 0,0002 b ( XX) 1 508,6320 X Y - 1,2114 - 0,3011 O modelo estimado é: Ŷ 508,6320 1,2114X1 0,3011X 2 OBS. S YY n y i n i1 2 yi n i1 yi x 1i x 2i y i x1i y i x 2i y i2 1 243 1,6 851 388,8 206.793 59.049 2 230 15,5 816 3.565,0 187.680 52.900 3 172 22,0 1058 3.784,0 181.976 29.584 4 91 43,0 1201 3.913,0 109.291 8.281 5 58 33,0 1357 1.914,0 78.706 3.364 6 125 40,0 1115 5.000,0 139.375 15.625 7 190 35,0 918 6.650,0 174.420 36.100 8 256 13,0 834 3.328,0 213.504 65.536 9 256 11,0 845 2.816,0 216.320 65.536 10 240 8,9 820 2.136,0 196.800 57.600 SOMA 1861 223,0 9.815 33.494,8 1.704.865 393.575 MÉDIA 186,1 22,3 981,5 2 393.575 - 1.8612 47.242,9 10 SQT S YY 47.242,9 n n y i x 1i n 1.861 223 i1 i1 S YX1 ( y i x 1i ) 33.494,8 -8.005,5 n 10 i1 S YX2 n n y i x 2 i n 1.861 9.815 i1 i1 (y i x 2i ) 1.704.865 -121.706,5 n 5 i1 SQE b1S YX 1 b 2 S YX 2 1,2114 (-8.005,5 ) 0,3011 -121.706,5 46.343,689 9 SQR S YY b1S YX 1 b 2 S YX 2 47 .242,9 46 .343,6899 899,2102 SACHIKO ARAKI LIRA 163 ANOVA para verificar a significância da regressão: FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE 46.343,6899 2 QME 2.3171,84 Residual SQR 899,2102 7 QMR 128,4586 Total SQT 47.242,9 9 F F 180,38 Tem-se que: F0,05 ; 2,7 4,74 Conclusão: Como F calculado é igual a 180,38 e é maior que F0,05 ; 2,7 4,74 , conclui-se que a regressão é significativa, ao nível de 5% de significância. Cálculo de coeficiente de determinação: R2 b1S YX1 b 2 S YX2 SQE 46.343,6899 0,9810 S YY SQT 47.242,9000 O modelo ajustado explica 98,10% das variações ocorridas em Y. 2) Uma indústria fabrica um produto em dois tamanhos (pequeno e grande). Conhecendo-se o consumo total de matéria-prima (Y), em kg, durante 5 meses, e as respectivas produções mensais do tipo pequeno (X1) e do tipo grande (X2), pede-se: a) ajustar um modelo de regressão linear múltipla; b) verificar a significância da regressão, ao nível de significância de 10%; c) calcular o coeficiente de determinação. yi x 1i x 2i 145 151 70 210 221 91 193 215 92 229 247 122 195 243 79 Solução: a) Cálculo das estimativas dos coeficientes Tem-se que: b ( XX) 1 X Y 145 210 Y 193 ; 229 195 164 1 1 X 1 1 1 151 70 221 91 215 92 ; 247 122 243 79 1 1 1 1 1 X 151 221 215 247 243 70 91 92 122 79 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA 1077 454 5 X X 1077 237925 99792 454 99792 42770 ( XX) 1 ( XX) ; 1 8,3935 - 0,0292 - 0,0209 - 0,0292 0,0003 - 0,0004 - 0,0209 - 0,0004 0,00115 0,0322 0,1866 1,3758 0,3600 2,5170 X 0,0112 0,0016 0,0006 0,0026 0,0128 0,0010 0,0019 0,0015 0,0234 0,0242 b ( XX) 1 22,4821 X Y 0,4957 0,7175 O modelo estimado é: Ŷ 22,4821 0,4957X1 0,7175X 2 x 1i x 2i 1 145 151 70 2 210 221 3 193 y i x 2i y i2 21.895 10.150 21.025 91 46.410 19.110 44.100 215 92 41.495 17.756 37.249 4 229 247 122 56.563 27.938 52.441 5 195 243 79 47.385 15.405 38.025 1077 454 213.748 90.359 192.840 yi OBS. SOMA 972 y i x1i MÉDIA 194,4 215,4 90,8 Cálculo das somas de quadrados: 2 S YY n y i 2 n i1 192.840 - 972 3.883,2 2 yi n 5 i1 SQT S YY 3.883,2 n n y i x 1i 972 1077 i1 i1 ( y i x 1i ) 213.748 4.379,2 n 5 i1 n S YX1 S YX2 n n y i x 2 i n 972 454 i1 i1 (y i x 2i ) 90.359 2.101,4 n 5 i1 SQE b1S YX 1 b 2 S YX 2 0,4957 4.379 ,2 0,7175 2.101,4 3.678,5239 SQR S YY b1S YX 1 b 2 S YX 2 3833 ,2 3678 ,5239 204,6761 OU SQR SQT SQE 3.883,2000 3.678,5239 204,6761 SACHIKO ARAKI LIRA 165 b) ANOVA para verificar a significância da regressão: FONTE DE VARIAÇÃO SOMA DOS QUADRADOS G.L. QUADRADO MÉDIO Explicada SQE 3.678,5239 2 QME 1839,262 Residual SQR 204,6761 2 QMR 102,338 SQT 3.833,2000 4 Total F F 17,97 Tem-se que : F0,10 ; 2,2 Conclusão: Como F calculado é igual a 17,97 e é maior que F0,10 ; 2,2 9,00 , conclui-se que a regressão é significativa, ao nível de 10% de significância. c) Cálculo de coeficiente de determinação R2 b1S YX1 b 2S YX2 SQE 3.678,5239 0,9473 S YY SQT 3.833,2 O modelo ajustado explica 94,73% das variações ocorridas em Y. LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 10 – ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA 1) Uma investigação sobre um processo de fundição gerou os dados a seguir sobre X1 = temperatura da fornalha, X 2 = tempo de moldagem da matriz e Y = diferença de temperatura na superfície de moldagem da matriz. X1 1.250 1.300 1.350 1.250 1.300 1.250 1.300 1.350 1.350 X2 6 7 6 7 6 8 8 7 8 Y 80 95 101 85 92 87 96 106 108 Ajustar o modelo de regressão linear múltipla e testar a significância da regressão, adotando 0,05 . Qual é o coeficiente de explicação do modelo? 2) Um estudo realizado para investigar a relação entre a variável resposta relativa a quedas de pressão em uma coluna de bolhas de uma chapa térmica e os previsores X1 = velocidade do fluído superficial e X 2 = viscosidade do líquido, gerou os dados a seguir. OBS. VELOCIDADE VISCOSIDADE RESPOSTA 1 2,14 10,00 28,9 2 4,14 10,00 26,1 3 8,15 10,00 22,8 4 2,13 2,63 24,2 5 4,14 2,63 15,7 6 8,15 2,63 18,3 Continua 166 ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA Conclusão 7 5,60 1,25 18,1 8 4,30 2,63 19,1 9 4,30 2,63 15,4 10 5,60 10,10 12,0 11 5,60 10,10 19,8 12 4,30 10,10 18,6 13 2,40 10,10 13,2 14 5,60 10,10 22,8 15 2,14 112,00 41,8 16 4,14 112,00 48,6 17 5,60 10,10 19,2 18 5,60 10,10 18,4 19 5,60 10,10 15,0 Ajustar o modelo de regressão linear múltipla e testar a significância da regressão, adotando 0,01. Qual é o coeficiente de explicação do modelo? SACHIKO ARAKI LIRA 167 BIBLIOGRAFIA 1. AMADEU, M. S. U. S. et. al. Manual de normalização de documentos científicos de acordo com as normas da ABNT. Curitiba: Ed. UFPR, 2015. 2. BARBETTA, P. A.; REIS, M. M.; BORNIA, A. C. Estatística para cursos de engenharia e infomática. 3a. ed. São Paulo: Ed. Atlas S. A., 2010. 3. BUSSAB, W.O.; MORETTIN, P. A. Estatística Básica. 5ª Edição, Editora Saraiva, 2002. 4. COSTA NETO, P. L. O. Estatística. 2 ed. rev., São Paulo: Edgard Blücher, 1994. 5. DEVORE, J. L. Probabilidade e estatística para engenharia e ciências. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. 6. MARQUES, J. M.; MARQUES, M. A. M. Estatística Básica para os Cursos de Engenharia. Curitiba: Domínio do Saber. 2009. 7. MEYER, P. L. Probabilidade. Aplicações à Estatística. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978. 8. MONTGOMERY, D. C.; RUNGER, G. C. Estatística Aplicada e Probabilidade para Engenheiros. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 9. RYAN, T. Estatística Moderna para Engenharia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 168 BIBLIOGRAFIA TABELAS TABELA A1.1 – ÁREAS SOB A CURVA NORMAL Z 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 -0,0 0,5000 0,4960 0,4920 0,4880 0,4840 0,4801 0,4761 0,4721 0,4681 0,4641 -0,1 0,4602 0,4562 0,4522 0,4483 0,4443 0,4404 0,4364 0,4325 0,4286 0,4247 -0,2 0,4207 0,4168 0,4129 0,4090 0,4052 0,4013 0,3974 0,3936 0,3897 0,3859 -0,3 0,3821 0,3783 0,3745 0,3707 0,3669 0,3632 0,3594 0,3557 0,3520 0,3483 -0,4 0,3446 0,3409 0,3372 0,3336 0,3300 0,3264 0,3228 0,3192 0,3156 0,3121 -0,5 0,3085 0,3050 0,3015 0,2981 0,2946 0,2912 0,2877 0,2843 0,2810 0,2776 -0,6 0,2743 0,2709 0,2676 0,2643 0,2611 0,2578 0,2546 0,2514 0,2483 0,2451 -0,7 0,2420 0,2389 0,2358 0,2327 0,2296 0,2266 0,2236 0,2206 0,2177 0,2148 -0,8 0,2119 0,2090 0,2061 0,2033 0,2005 0,1977 0,1949 0,1922 0,1894 0,1867 -0,9 0,1841 0,1814 0,1788 0,1762 0,1736 0,1711 0,1685 0,1660 0,1635 0,1611 -1,0 0,1587 0,1562 0,1539 0,1515 0,1492 0,1469 0,1446 0,1423 0,1401 0,1379 -1,1 0,1357 0,1335 0,1314 0,1292 0,1271 0,1251 0,1230 0,1210 0,1190 0,1170 -1,2 0,1151 0,1131 0,1112 0,1093 0,1075 0,1056 0,1038 0,1020 0,1003 0,0985 -1,3 0,0968 0,0951 0,0934 0,0918 0,0901 0,0885 0,0869 0,0853 0,0838 0,0823 -1,4 0,0808 0,0793 0,0778 0,0764 0,0749 0,0735 0,0721 0,0708 0,0694 0,0681 -1,5 0,0668 0,0655 0,0643 0,0630 0,0618 0,0606 0,0594 0,0582 0,0571 0,0559 -1,6 0,0548 0,0537 0,0526 0,0516 0,0505 0,0495 0,0485 0,0475 0,0465 0,0455 -1,7 0,0446 0,0436 0,0427 0,0418 0,0409 0,0401 0,0392 0,0384 0,0375 0,0367 -1,8 0,0359 0,0351 0,0344 0,0336 0,0329 0,0322 0,0314 0,0307 0,0301 0,0294 -1,9 0,0287 0,0281 0,0274 0,0268 0,0262 0,0256 0,0250 0,0244 0,0239 0,0233 -2,0 0,0228 0,0222 0,0217 0,0212 0,0207 0,0202 0,0197 0,0192 0,0188 0,0183 -2,1 0,0179 0,0174 0,0170 0,0166 0,0162 0,0158 0,0154 0,0150 0,0146 0,0143 -2,2 0,0139 0,0136 0,0132 0,0129 0,0125 0,0122 0,0119 0,0116 0,0113 0,0110 -2,3 0,0107 0,0104 0,0102 0,0099 0,0096 0,0094 0,0091 0,0089 0,0087 0,0084 -2,4 0,0082 0,0080 0,0078 0,0075 0,0073 0,0071 0,0069 0,0068 0,0066 0,0064 -2,5 0,0062 0,0060 0,0059 0,0057 0,0055 0,0054 0,0052 0,0051 0,0049 0,0048 -2,6 0,0047 0,0045 0,0044 0,0043 0,0041 0,0040 0,0039 0,0038 0,0037 0,0036 -2,7 0,0035 0,0034 0,0033 0,0032 0,0031 0,0030 0,0029 0,0028 0,0027 0,0026 -2,8 0,0026 0,0025 0,0024 0,0023 0,0023 0,0022 0,0021 0,0021 0,0020 0,0019 -2,9 0,0019 0,0018 0,0018 0,0017 0,0016 0,0016 0,0015 0,0015 0,0014 0,0014 -3,0 0,0013 0,0013 0,0013 0,0012 0,0012 0,0011 0,0011 0,0011 0,0010 0,0010 -3,1 0,0010 0,0009 0,0009 0,0009 0,0008 0,0008 0,0008 0,0008 0,0007 0,0007 -3,2 0,0007 0,0007 0,0006 0,0006 0,0006 0,0006 0,0006 0,0005 0,0005 0,0005 -3,3 0,0005 0,0005 0,0005 0,0004 0,0004 0,0004 0,0004 0,0004 0,0004 0,0003 -3,4 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0003 0,0002 -3,5 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 0,0002 -3,6 0,0002 0,0002 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 -3,7 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 -3,8 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 -3,9 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 SACHIKO ARAKI LIRA 169 TABELA A1.2 – ÁREAS SOB A CURVA NORMAL 170 Z 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,0 0,5000 0,5040 0,5080 0,5120 0,5160 0,5199 0,5239 0,5279 0,5319 0,5359 0,1 0,5398 0,5438 0,5478 0,5517 0,5557 0,5596 0,5636 0,5675 0,5714 0,5753 0,2 0,5793 0,5832 0,5871 0,5910 0,5948 0,5987 0,6026 0,6064 0,6103 0,6141 0,3 0,6179 0,6217 0,6255 0,6293 0,6331 0,6368 0,6406 0,6443 0,6480 0,6517 0,4 0,6554 0,6591 0,6628 0,6664 0,6700 0,6736 0,6772 0,6808 0,6844 0,6879 0,5 0,6915 0,6950 0,6985 0,7019 0,7054 0,7088 0,7123 0,7157 0,7190 0,7224 0,6 0,7257 0,7291 0,7324 0,7357 0,7389 0,7422 0,7454 0,7486 0,7517 0,7549 0,7 0,7580 0,7611 0,7642 0,7673 0,7704 0,7734 0,7764 0,7794 0,7823 0,7852 0,8 0,7881 0,7910 0,7939 0,7967 0,7995 0,8023 0,8051 0,8078 0,8106 0,8133 0,9 0,8159 0,8186 0,8212 0,8238 0,8264 0,8289 0,8315 0,8340 0,8365 0,8389 1,0 0,8413 0,8438 0,8461 0,8485 0,8508 0,8531 0,8554 0,8577 0,8599 0,8621 1,1 0,8643 0,8665 0,8686 0,8708 0,8729 0,8749 0,8770 0,8790 0,8810 0,8830 1,2 0,8849 0,8869 0,8888 0,8907 0,8925 0,8944 0,8962 0,8980 0,8997 0,9015 1,3 0,9032 0,9049 0,9066 0,9082 0,9099 0,9115 0,9131 0,9147 0,9162 0,9177 1,4 0,9192 0,9207 0,9222 0,9236 0,9251 0,9265 0,9279 0,9292 0,9306 0,9319 1,5 0,9332 0,9345 0,9357 0,9370 0,9382 0,9394 0,9406 0,9418 0,9429 0,9441 1,6 0,9452 0,9463 0,9474 0,9484 0,9495 0,9505 0,9515 0,9525 0,9535 0,9545 1,7 0,9554 0,9564 0,9573 0,9582 0,9591 0,9599 0,9608 0,9616 0,9625 0,9633 1,8 0,9641 0,9649 0,9656 0,9664 0,9671 0,9678 0,9686 0,9693 0,9699 0,9706 1,9 0,9713 0,9719 0,9726 0,9732 0,9738 0,9744 0,9750 0,9756 0,9761 0,9767 2,0 0,9772 0,9778 0,9783 0,9788 0,9793 0,9798 0,9803 0,9808 0,9812 0,9817 2,1 0,9821 0,9826 0,9830 0,9834 0,9838 0,9842 0,9846 0,9850 0,9854 0,9857 2,2 0,9861 0,9864 0,9868 0,9871 0,9875 0,9878 0,9881 0,9884 0,9887 0,9890 2,3 0,9893 0,9896 0,9898 0,9901 0,9904 0,9906 0,9909 0,9911 0,9913 0,9916 2,4 0,9918 0,9920 0,9922 0,9925 0,9927 0,9929 0,9931 0,9932 0,9934 0,9936 2,5 0,9938 0,9940 0,9941 0,9943 0,9945 0,9946 0,9948 0,9949 0,9951 0,9952 2,6 0,9953 0,9955 0,9956 0,9957 0,9959 0,9960 0,9961 0,9962 0,9963 0,9964 2,7 0,9965 0,9966 0,9967 0,9968 0,9969 0,9970 0,9971 0,9972 0,9973 0,9974 2,8 0,9974 0,9975 0,9976 0,9977 0,9977 0,9978 0,9979 0,9979 0,9980 0,9981 2,9 0,9981 0,9982 0,9982 0,9983 0,9984 0,9984 0,9985 0,9985 0,9986 0,9986 3,0 0,9987 0,9987 0,9987 0,9988 0,9988 0,9989 0,9989 0,9989 0,9990 0,9990 3,1 0,9990 0,9991 0,9991 0,9991 0,9992 0,9992 0,9992 0,9992 0,9993 0,9993 3,2 0,9993 0,9993 0,9994 0,9994 0,9994 0,9994 0,9994 0,9995 0,9995 0,9995 3,3 0,9995 0,9995 0,9995 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9996 0,9997 3,4 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9997 0,9998 3,5 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 0,9998 3,6 0,9998 0,9998 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 3,7 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 0,9999 3,8 3,9 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 0,9999 1,0000 TABELAS TABELA A2 - DISTRIBUIÇÃO ‘ t ’ DE STUDENT TESTE UNILATERAL P 0,550 0,600 0,650 0,700 0,750 0,800 0,850 0,900 0,950 0,975 0,990 0,995 1 0,158 0,325 0,510 0,727 1,000 1,376 1,963 3,078 6,314 12,706 31,821 63,657 2 0,142 0,289 0,445 0,617 0,817 1,061 1,386 1,886 2,920 4,303 6,965 9,925 3 0,137 0,277 0,424 0,584 0,765 0,979 1,250 1,638 2,353 3,182 4,541 5,841 4 0,134 0,271 0,414 0,569 0,741 0,941 1,190 1,533 2,132 2,776 3,747 4,604 5 0,132 0,267 0,408 0,559 0,727 0,920 1,156 1,476 2,015 2,571 3,365 4,032 6 0,131 0,265 0,404 0,553 0,718 0,906 1,134 1,440 1,943 2,447 3,143 3,707 7 0,130 0,263 0,402 0,549 0,711 0,896 1,119 1,415 1,895 2,365 2,998 3,500 8 0,130 0,262 0,400 0,546 0,706 0,889 1,108 1,397 1,860 2,306 2,897 3,355 9 0,129 0,261 0,398 0,544 0,703 0,883 1,100 1,383 1,833 2,262 2,821 3,250 10 0,129 0,260 0,397 0,542 0,700 0,879 1,093 1,372 1,813 2,228 2,764 3,169 11 0,129 0,260 0,396 0,540 0,697 0,876 1,088 1,363 1,796 2,201 2,718 3,106 12 0,128 0,259 0,395 0,539 0,696 0,873 1,083 1,356 1,782 2,179 2,681 3,055 13 0,128 0,259 0,394 0,538 0,694 0,870 1,080 1,350 1,771 2,160 2,650 3,012 14 0,128 0,258 0,393 0,537 0,692 0,868 1,076 1,345 1,761 2,145 2,625 2,977 15 0,128 0,258 0,393 0,536 0,691 0,866 1,074 1,341 1,753 2,131 2,603 2,947 16 17 0,128 0,128 0,258 0,257 0,392 0,392 0,535 0,534 0,690 0,689 0,865 0,863 1,071 1,069 1,337 1,333 1,746 1,740 2,120 2,110 2,584 2,567 2,921 2,898 18 0,127 0,257 0,392 0,534 0,688 0,862 1,067 1,330 1,734 2,101 2,552 2,878 19 0,127 0,257 0,391 0,533 0,688 0,861 1,066 1,328 1,729 2,093 2,540 2,861 20 0,127 0,257 0,391 0,533 0,687 0,860 1,064 1,325 1,725 2,086 2,528 2,845 21 0,127 0,257 0,391 0,533 0,686 0,859 1,063 1,323 1,721 2,080 2,518 2,831 22 0,127 0,256 0,390 0,532 0,686 0,858 1,061 1,321 1,717 2,074 2,508 2,819 23 0,127 0,256 0,390 0,532 0,685 0,858 1,060 1,320 1,714 2,069 2,500 2,807 24 0,127 0,256 0,390 0,531 0,685 0,857 1,059 1,318 1,711 2,064 2,492 2,797 25 0,127 0,256 0,390 0,531 0,684 0,856 1,058 1,316 1,708 2,060 2,485 2,787 26 0,127 0,256 0,390 0,531 0,684 0,856 1,058 1,315 1,706 2,056 2,479 2,779 27 0,127 0,256 0,389 0,531 0,684 0,855 1,057 1,314 1,703 2,052 2,473 2,771 28 0,127 0,256 0,389 0,530 0,683 0,855 1,056 1,313 1,701 2,048 2,467 2,763 29 0,127 0,256 0,389 0,530 0,683 0,854 1,055 1,311 1,699 2,045 2,462 2,756 30 0,127 0,256 0,389 0,530 0,683 0,854 1,055 1,310 1,697 2,042 2,457 2,750 40 0,127 0,255 0,388 0,529 0,681 0,851 1,050 1,303 1,684 2,021 2,423 2,705 50 0,126 0,255 0,388 0,528 0,679 0,849 1,047 1,299 1,676 2,009 2,403 2,678 60 0,126 0,255 0,387 0,527 0,679 0,848 1,046 1,296 1,671 2,000 2,390 2,660 70 0,126 0,254 0,387 0,527 0,678 0,847 1,044 1,294 1,667 1,994 2,381 2,648 80 0,126 0,254 0,387 0,527 0,678 0,846 1,043 1,292 1,664 1,990 2,374 2,639 90 0,126 0,254 0,387 0,526 0,677 0,846 1,042 1,291 1,662 1,987 2,369 2,632 100 0,126 0,254 0,386 0,526 0,677 0,845 1,042 1,290 1,660 1,984 2,364 2,626 200 0,126 0,254 0,386 0,525 0,676 0,843 1,039 1,286 1,653 1,972 2,345 2,601 300 0,126 0,254 0,386 0,525 0,675 0,843 1,038 1,284 1,650 1,968 2,339 2,592 400 0,126 0,254 0,386 0,525 0,675 0,843 1,038 1,284 1,649 1,966 2,336 2,588 0,126 0,253 0,385 0,524 0,675 0,842 1,036 1,282 1,645 1,960 2,326 2,576 P 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 0,950 0,980 0,990 TESTE BILATERAL SACHIKO ARAKI LIRA 171 2 TABELA A3 - DISTRIBUIÇÃO DE P 0,005 0,010 0,025 0,050 0,100 0,250 0,750 0,900 0,950 0,975 0,990 1 0,000 0,000 0,001 0,004 0,016 0,102 1,323 2,706 3,842 5,024 6,635 7,879 2 0,010 0,020 0,051 0,103 0,211 0,575 2,773 4,605 5,992 7,378 9,210 10,597 3 0,072 0,115 0,216 0,352 0,584 1,213 4,108 6,251 7,815 9,348 11,345 12,838 4 0,207 0,297 0,484 0,711 1,064 1,923 5,385 7,779 9,488 11,143 13,277 14,860 5 0,412 0,554 0,831 1,146 1,610 2,675 6,626 9,236 11,071 12,833 15,086 16,750 6 0,676 0,872 1,237 1,635 2,204 3,455 7,841 10,645 12,592 14,449 16,812 18,548 7 0,989 1,239 1,690 2,167 2,833 4,255 9,037 12,017 14,067 16,013 18,475 20,278 8 1,344 1,647 2,180 2,733 3,490 5,071 10,219 13,362 15,507 17,535 20,090 21,955 9 1,735 2,088 2,700 3,325 4,168 5,899 11,389 14,684 16,919 19,023 21,666 23,589 10 2,156 2,558 3,247 3,940 4,865 6,737 12,549 15,987 18,307 20,483 23,209 25,188 11 2,603 3,054 3,816 4,575 5,578 7,584 13,701 17,275 19,675 21,920 24,725 26,757 12 3,074 3,571 4,404 5,226 6,304 8,438 14,845 18,549 21,026 23,337 26,217 28,300 13 3,565 4,107 5,009 5,892 7,042 9,299 15,984 19,812 22,362 24,736 27,688 29,820 14 4,075 4,660 5,629 6,571 7,790 10,165 17,117 21,064 23,685 26,119 29,141 31,319 15 4,601 5,229 6,262 7,261 8,547 11,037 18,245 22,307 24,996 27,488 30,578 32,801 16 5,142 5,812 6,908 7,962 9,312 11,912 19,369 23,542 26,296 28,845 32,000 34,267 17 5,697 6,408 7,564 8,672 10,085 12,792 20,489 24,769 27,587 30,191 33,409 35,719 18 6,265 7,015 8,231 9,391 10,865 13,675 21,605 25,989 28,869 31,526 34,805 37,157 19 6,844 7,633 8,907 10,117 11,651 14,562 22,718 27,204 30,144 32,852 36,191 38,582 20 7,434 8,260 9,591 10,851 12,443 15,452 23,828 28,412 31,410 34,170 37,566 39,997 21 8,034 8,897 10,283 11,591 13,240 16,344 24,935 29,615 32,671 35,479 38,932 41,401 22 8,643 9,543 10,982 12,338 14,042 17,240 26,039 30,813 33,924 36,781 40,289 42,796 23 9,260 10,196 11,689 13,091 14,848 18,137 27,141 32,007 35,173 38,076 41,638 44,181 24 9,886 10,856 12,401 13,848 15,659 19,037 28,241 33,196 36,415 39,364 42,980 45,559 25 10,520 11,524 13,120 14,611 16,473 19,939 29,339 34,382 37,653 40,647 44,314 46,928 26 11,160 12,198 13,844 15,379 17,292 20,843 30,435 35,563 38,885 41,923 45,642 48,290 27 11,808 12,879 14,573 16,151 18,114 21,749 31,528 36,741 40,113 43,195 46,963 49,645 28 12,461 13,565 15,308 16,928 18,939 22,657 32,621 37,916 41,337 44,461 48,278 50,993 29 13,121 14,257 16,047 17,708 19,768 23,567 33,711 39,088 42,557 45,722 49,588 52,336 30 13,787 14,954 16,791 18,493 20,599 24,478 34,800 40,256 43,773 46,979 50,892 53,672 35 17,192 18,509 20,569 22,465 24,797 29,054 40,223 46,059 49,802 53,203 57,342 60,275 40 20,707 22,164 24,433 26,509 29,051 33,660 45,616 51,805 55,759 59,342 63,691 66,766 45 24,311 25,901 28,366 30,612 33,350 38,291 50,985 57,505 61,656 65,410 69,957 73,166 50 27,991 29,707 32,357 34,764 37,689 42,942 56,334 63,167 67,505 71,420 76,154 79,490 55 31,735 33,571 36,398 38,958 42,060 47,611 61,665 68,796 73,312 77,381 82,292 85,749 60 35,535 37,485 40,482 43,188 46,459 52,294 66,982 74,397 79,082 83,298 88,379 91,952 65 39,383 41,444 44,603 47,450 50,883 56,990 72,285 79,973 84,821 89,177 94,422 98,105 70 43,275 45,442 48,758 51,739 55,329 61,698 77,577 85,527 90,531 95,023 100,425 104,215 75 47,206 49,475 52,942 56,054 59,795 66,417 82,858 91,062 96,217 100,839 106,393 110,286 80 51,172 53,540 57,153 60,392 64,278 71,145 88,130 96,578 101,880 106,629 112,329 116,321 85 55,170 57,634 61,389 64,749 68,777 75,881 93,394 102,079 107,522 112,393 118,236 122,325 90 59,196 61,754 65,647 69,126 73,291 80,625 98,650 107,565 113,145 118,136 124,116 128,299 95 63,250 65,898 69,925 73,520 77,818 85,376 103,899 113,038 118,752 123,858 129,973 134,247 100 67,328 70,065 74,222 77,930 82,358 90,133 109,141 118,498 124,342 129,561 135,807 140,170 110 75,550 78,458 82,867 86,792 91,471 99,666 119,608 129,385 135,480 140,917 147,414 151,949 172 0,995 TABELAS TABELA A4 - DISTRIBUIÇÃO ‘F’ DE SNEDECOR Nível de significância de 1% 1 2 6 7 8 12 24 5.763,65 5.858,99 5.928,36 5.981,07 6.106,32 6.234,63 6.365,83 99,36 99,37 99,42 99,46 99,50 27,91 27,67 27,49 27,05 26,60 26,13 15,52 15,21 14,98 14,80 14,37 13,93 13,46 11,39 10,97 10,67 10,46 10,29 9,89 9,47 9,02 9,15 8,75 8,47 8,26 8,10 7,72 7,31 6,88 8,45 7,85 7,46 7,19 6,99 6,84 6,47 6,07 5,65 8,65 7,59 7,01 6,63 6,37 6,18 6,03 5,67 5,28 4,86 1 2 3 4 5 1 4.052,18 4.999,50 5.403,35 5.624,58 2 98,50 99,00 99,17 99,25 99,30 99,33 3 34,12 30,82 29,46 28,71 28,24 4 21,20 18,00 16,69 15,98 5 16,26 13,27 12,06 6 13,75 10,92 9,78 7 12,25 9,55 8 11,26 9 10,56 8,02 6,99 6,42 6,06 5,80 5,61 5,47 5,11 4,73 4,31 10 10,04 7,56 6,55 5,99 5,64 5,39 5,20 5,06 4,71 4,33 3,91 11 9,65 7,21 6,22 5,67 5,32 5,07 4,89 4,74 4,40 4,02 3,60 12 9,33 6,93 5,95 5,41 5,06 4,82 4,64 4,50 4,16 3,78 3,36 13 9,07 6,70 5,74 5,21 4,86 4,62 4,44 4,30 3,96 3,59 3,17 14 8,86 6,51 5,56 5,04 4,70 4,46 4,28 4,14 3,80 3,43 3,00 15 8,68 6,36 5,42 4,89 4,56 4,32 4,14 4,00 3,67 3,29 2,87 16 8,53 6,23 5,29 4,77 4,44 4,20 4,03 3,89 3,55 3,18 2,75 17 8,40 6,11 5,19 4,67 4,34 4,10 3,93 3,79 3,46 3,08 2,65 18 8,29 6,01 5,09 4,58 4,25 4,01 3,84 3,71 3,37 3,00 2,57 19 8,18 5,93 5,01 4,50 4,17 3,94 3,77 3,63 3,30 2,92 2,49 20 8,10 5,85 4,94 4,43 4,10 3,87 3,70 3,56 3,23 2,86 2,42 21 8,02 5,78 4,87 4,37 4,04 3,81 3,64 3,51 3,17 2,80 2,36 22 7,95 5,72 4,82 4,31 3,99 3,76 3,59 3,45 3,12 2,75 2,31 23 7,88 5,66 4,76 4,26 3,94 3,71 3,54 3,41 3,07 2,70 2,26 24 7,82 5,61 4,72 4,22 3,90 3,67 3,50 3,36 3,03 2,66 2,21 25 7,77 5,57 4,68 4,18 3,86 3,63 3,46 3,32 2,99 2,62 2,17 26 7,72 5,53 4,64 4,14 3,82 3,59 3,42 3,29 2,96 2,58 2,13 27 7,68 5,49 4,60 4,11 3,78 3,56 3,39 3,26 2,93 2,55 2,10 28 7,64 5,45 4,57 4,07 3,75 3,53 3,36 3,23 2,90 2,52 2,06 29 7,60 5,42 4,54 4,04 3,73 3,50 3,33 3,20 2,87 2,49 2,03 30 7,56 5,39 4,51 4,02 3,70 3,47 3,30 3,17 2,84 2,47 2,01 40 7,31 5,18 4,31 3,83 3,51 3,29 3,12 2,99 2,66 2,29 1,80 60 7,08 4,98 4,13 3,65 3,34 3,12 2,95 2,82 2,50 2,12 1,60 120 6,85 4,79 3,95 3,48 3,17 2,96 2,79 2,66 2,34 1,95 1,38 6,63 4,61 3,78 3,32 3,02 2,80 2,64 2,51 2,18 1,79 1,01 SACHIKO ARAKI LIRA 173 TABELA A5 - DISTRIBUIÇÃO ‘F’ DE SNEDECOR Nível de significância de 5% 1 GRAUS DE LIBERDADE DO NUMERADOR 1 2 3 4 5 6 7 8 12 24 1 161,45 199,50 215,71 224,58 230,16 233,99 236,77 238,88 243,91 249,05 254,31 2 18,51 19,00 19,16 19,25 19,30 19,33 19,35 19,37 19,41 19,45 19,50 3 10,13 9,55 9,28 9,12 9,01 8,94 8,89 8,85 8,74 8,64 8,53 4 7,71 6,94 6,59 6,39 6,26 6,16 6,09 6,04 5,91 5,77 5,63 5 6,61 5,79 5,41 5,19 5,05 4,95 4,88 4,82 4,68 4,53 4,37 6 5,99 5,14 4,76 4,53 4,39 4,28 4,21 4,15 4,00 3,84 3,67 7 5,59 4,74 4,35 4,12 3,97 3,87 3,79 3,73 3,57 3,41 3,23 8 5,32 4,46 4,07 3,84 3,69 3,58 3,50 3,44 3,28 3,12 2,93 9 5,12 4,26 3,86 3,63 3,48 3,37 3,29 3,23 3,07 2,90 2,71 10 4,96 4,10 3,71 3,48 3,33 3,22 3,14 3,07 2,91 2,74 2,54 11 4,84 3,98 3,59 3,36 3,20 3,09 3,01 2,95 2,79 2,61 2,40 12 4,75 3,89 3,49 3,26 3,11 3,00 2,91 2,85 2,69 2,51 2,30 13 4,67 3,81 3,41 3,18 3,03 2,92 2,83 2,77 2,60 2,42 2,21 14 4,60 3,74 3,34 3,11 2,96 2,85 2,76 2,70 2,53 2,35 2,13 15 4,54 3,68 3,29 3,06 2,90 2,79 2,71 2,64 2,48 2,29 2,07 16 4,49 3,63 3,24 3,01 2,85 2,74 2,66 2,59 2,42 2,24 2,01 17 4,45 3,59 3,20 2,96 2,81 2,70 2,61 2,55 2,38 2,19 1,96 18 4,41 3,55 3,16 2,93 2,77 2,66 2,58 2,51 2,34 2,15 1,92 19 4,38 3,52 3,13 2,90 2,74 2,63 2,54 2,48 2,31 2,11 1,88 20 4,35 3,49 3,10 2,87 2,71 2,60 2,51 2,45 2,28 2,08 1,84 21 4,32 3,47 3,07 2,84 2,68 2,57 2,49 2,42 2,25 2,05 1,81 22 4,30 3,44 3,05 2,82 2,66 2,55 2,46 2,40 2,23 2,03 1,78 23 4,28 3,42 3,03 2,80 2,64 2,53 2,44 2,37 2,20 2,01 1,76 24 4,26 3,40 3,01 2,78 2,62 2,51 2,42 2,36 2,18 1,98 1,73 25 4,24 3,39 2,99 2,76 2,60 2,49 2,40 2,34 2,16 1,96 1,71 26 4,23 3,37 2,98 2,74 2,59 2,47 2,39 2,32 2,15 1,95 1,69 27 4,21 3,35 2,96 2,73 2,57 2,46 2,37 2,31 2,13 1,93 1,67 28 4,20 3,34 2,95 2,71 2,56 2,45 2,36 2,29 2,12 1,91 1,65 29 4,18 3,33 2,93 2,70 2,55 2,43 2,35 2,28 2,10 1,90 1,64 30 4,17 3,32 2,92 2,69 2,53 2,42 2,33 2,27 2,09 1,89 1,62 40 4,08 3,23 2,84 2,61 2,45 2,34 2,25 2,18 2,00 1,79 1,51 60 4,00 3,15 2,76 2,53 2,37 2,25 2,17 2,10 1,92 1,70 1,39 120 3,92 3,07 2,68 2,45 2,29 2,18 2,09 2,02 1,83 1,61 1,25 3,84 3,00 2,61 2,37 2,21 2,10 2,01 1,94 1,75 1,52 1,01 2 174 TABELAS TABELA A6 - DISTRIBUIÇÃO ‘F’ DE SNEDECOR Nível de significância de 10% 1 GRAUS DE LIBERDADE DO NUMERADOR 1 2 3 4 5 6 7 8 12 24 1 39,86 49,50 53,59 55,83 57,24 58,20 58,91 59,44 60,71 62,00 63,33 2 8,53 9,00 9,16 9,24 9,29 9,33 9,35 9,37 9,41 9,45 9,49 3 5,54 5,46 5,39 5,34 5,31 5,28 5,27 5,25 5,22 5,18 5,13 4 4,54 4,32 4,19 4,11 4,05 4,01 3,98 3,95 3,90 3,83 3,76 5 4,06 3,78 3,62 3,52 3,45 3,40 3,37 3,34 3,27 3,19 3,11 6 3,78 3,46 3,29 3,18 3,11 3,05 3,01 2,98 2,90 2,82 2,72 7 3,59 3,26 3,07 2,96 2,88 2,83 2,78 2,75 2,67 2,58 2,47 8 3,46 3,11 2,92 2,81 2,73 2,67 2,62 2,59 2,50 2,40 2,29 9 3,36 3,01 2,81 2,69 2,61 2,55 2,51 2,47 2,38 2,28 2,16 10 3,29 2,92 2,73 2,61 2,52 2,46 2,41 2,38 2,28 2,18 2,06 11 3,23 2,86 2,66 2,54 2,45 2,39 2,34 2,30 2,21 2,10 1,97 12 3,18 2,81 2,61 2,48 2,39 2,33 2,28 2,24 2,15 2,04 1,90 13 3,14 2,76 2,56 2,43 2,35 2,28 2,23 2,20 2,10 1,98 1,85 14 3,10 2,73 2,52 2,39 2,31 2,24 2,19 2,15 2,05 1,94 1,80 15 3,07 2,70 2,49 2,36 2,27 2,21 2,16 2,12 2,02 1,90 1,76 16 3,05 2,67 2,46 2,33 2,24 2,18 2,13 2,09 1,99 1,87 1,72 17 3,03 2,64 2,44 2,31 2,22 2,15 2,10 2,06 1,96 1,84 1,69 18 3,01 2,62 2,42 2,29 2,20 2,13 2,08 2,04 1,93 1,81 1,66 19 2,99 2,61 2,40 2,27 2,18 2,11 2,06 2,02 1,91 1,79 1,63 20 2,97 2,59 2,38 2,25 2,16 2,09 2,04 2,00 1,89 1,77 1,61 21 2,96 2,57 2,36 2,23 2,14 2,08 2,02 1,98 1,88 1,75 1,59 22 2,95 2,56 2,35 2,22 2,13 2,06 2,01 1,97 1,86 1,73 1,57 23 2,94 2,55 2,34 2,21 2,11 2,05 1,99 1,95 1,85 1,72 1,55 24 2,93 2,54 2,33 2,19 2,10 2,04 1,98 1,94 1,83 1,70 1,53 25 2,92 2,53 2,32 2,18 2,09 2,02 1,97 1,93 1,82 1,69 1,52 26 2,91 2,52 2,31 2,17 2,08 2,01 1,96 1,92 1,81 1,68 1,50 27 2,90 2,51 2,30 2,17 2,07 2,00 1,95 1,91 1,80 1,67 1,49 28 2,89 2,50 2,29 2,16 2,06 2,00 1,94 1,90 1,79 1,66 1,48 29 2,89 2,50 2,28 2,15 2,06 1,99 1,93 1,89 1,78 1,65 1,47 30 2,88 2,49 2,28 2,14 2,05 1,98 1,93 1,88 1,77 1,64 1,46 40 2,84 2,44 2,23 2,09 2,00 1,93 1,87 1,83 1,71 1,57 1,38 60 2,79 2,39 2,18 2,04 1,95 1,87 1,82 1,77 1,66 1,51 1,29 120 2,75 2,35 2,13 1,99 1,90 1,82 1,77 1,72 1,60 1,45 1,19 2,71 2,30 2,08 1,94 1,85 1,77 1,72 1,67 1,55 1,38 1,01 2 SACHIKO ARAKI LIRA 175 TABELA A7 - VALORES CRÍTICOS ( dc ) PARA TESTE DE LILLIERFORS n 5% 1% 4 0,381 0,417 5 0,337 0,405 6 0,319 0,364 7 0,300 0,348 8 0,285 0,331 9 0,271 0,311 10 0,258 0,294 11 0,249 0,284 12 0,242 0,275 13 0,234 0,268 14 0,227 0,261 15 0,220 0,257 16 0,213 0,250 17 0,206 0,245 18 0,200 0,239 19 0,179 0,235 20 0,190 0,231 25 0,173 0,200 30 0,161 0,187 n 30 176 dc 0,886 n dc 1,031 n TABELAS SOLUÇÕES DAS LISTAS DE EXERCÍCIOS LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 1 2. a) k n 30 5,48 6 A t X máx X min 81,3 29,8 51,5 h9 3. a) k n 40 6,32 7 A t X máx X min 59 31 28 h4 4. X 74,004 ; Me 74,0035 ; Mo 74,005 ; DM 0,0030 ; S 0,0047 ; CV 0,0063% 5. (agrupando os dados em classes) X 15,58 ; S 17,36 ; CV 111,40% ; M e 9,01 ; Q1 4,60 ; Q 3 27,00 6. X 7,1838 ; S 0,0207 ; CV 0,29 % ; M e 7,185 ; Q1 7,18 ; Q 3 7,20 7. X 2,17 ; S 0,66 ; CV 30,18 ; M e 2,13 ; Q1 1,82 ; Q 3 2,60 8. X 345,57 ; S2 115,62 ; S 10,75 ; CV 3,11% ; Mo a mod al 9. X 44,5 ; S 5,71; CV 12,84 ; Me 44,71 ; a 3 0,18 ; 10. X 90,85 ; S 2,98 ; CV 3,28% ; Me 90,68 ; a 3 0,3684 ; a 4 2,8400 11. X 1,01 ; S 0,15 ; CV 15,16 % ; M e 0,99 ; a 3 0,5820 ; a 4 3,0660 12. a) Q1 39,75 ; Q 2 44,00 ; Q3 48,25 ; Não existem valores outliers. IQ 8,5 ; Q3 90,90 ; 13. a) Q1 89,4 ; Q2 90,00 ; IQ 1,5 ; Existem dois valores outliers: 80,00 e 94,17 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. a 4 2,33 LI 27,00 ; LS 61,00 LI 87,15 ; LS 93,15 2 1. a) P(p, p, p, p) 0,6516 ou 65,16% b) P(d, d, d, d) 0,0001 ou 0,01% 2. P( x 2 b) 0,4945 ou 49,45% 3. a) P( b e b ) 0,5526 ou 55,26% b) P( d e d ) 0,0526 ou 5,26% c) P(1 peça boa e 1 peça defeituosa ) P(b e d) P( d e b) 0,3948 ou 39,48% 4. P (apenas um funcione ) 0,1400 ou 14,00% 5. P( x 1) 0,4320 ou 43,20% 6. a) P( X 3) 0,6976 ou 69,76% b) P( X 2) 1 0,0428 0,9572 SACHIKO ARAKI LIRA 177 7. P(não haja corrente ) 0,3880 ou 38,30% 8. R 0,8664 ou 86,64% 9. R 0,9975 ou 10. P ( A 1 | Q) 0,5882 ou 58,82% 11. a) P( A / qualidadea ceitável ) 0,3821 38,21 % b) P(qualidade aceitável | C) 0,9167 ou 91,67% c) P(B | qualidade m arg inal ) 0,2500 ou 25,00% 12. P(B) 0,0235 2,35 % LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 3 1. E( X) 12,5 V( X) 1,85 2. a) E( X) 5,4 b) V( X) 2,44 c) 2,44 1,562 3. a) P( X 5) 0,37 b) média=4 funcionarão mais de 3 meses 20 4 16 lâmpadas deverão ser substituídas 4. a) P( X 5) 0,2373 ou 23,73% b) 3,75 4. P( X 0) 0,6690 ou 66,90% 6. a) P( X 3) 0,1404 14,04% b) P( X 3) 0,1247 12,47 % 7. a) P( X 2) 0,1117 11,17 % b) P( X 49 ) 4,51 x10 48 8. a) P( x 9) 0,4068 40,68 % b) P( x 2) 0,0001 0,01% 9. a) P( x 2)0,1247 12,47% b) P( x 8) 0,0653 6,53% c) P(5 x 8) 0,4914 49,14% 10. a) P( X 1) 0,9644 96,44 % b) P( X 1) 0,3940 39,40 % 11. P ( X 1) 0,4696 46,96 % LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 4 1. P( X 1) 0,6065 2. P( X 0,9) 0,5934 178 SOLUÇÕES DAS LISTAS DE EXERCÍCIOS 3. P( X 2) 0,3679 4. P( X 35 ) 0,9938 5. P(2 X 2,05 ) 0,3944 6. P( X 772 ) 0,9902 7. a) P( 40 X 70 ) 0,6568 b) x 40,80 8. x 5,03 9. a) P( X 1,97 ) ou P( X 2,03 ) 0,0027 b) Perfeitas 1 0,0027 0,9973 10. n=816 11. P( 24,85 X 25,15 ) 0,9192 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 5 1. a) P16,60 19,94 95 % b) P 3,0269 2 19,0949 95 % c) P 1,7399 4,3677 95 % 2. 74,0353 74,0367 3. 1003 ,04 1024 ,96 4. a) b) 5. a) 58197,33 62082,08 ( 2.693,29 5.642,85 ) 8,213 8,247 b) ( 0,0005 2 0,0022 ) c) ( 0,02 0,05 ) 6. 0,05 p 0,19 7. 0,06 p 0,08 8. 0,02 p 0,06 9. 0,10 p 0,22 10. 11. 6,66 1 2 8,34 2,24 2 1 3,56 0,48 1 2 0,58 13. a) 1,62 1 2 8,38 b) 0,43 1 2 9,57 12. 14. 1,26 1 2 2,52 15. n 60 16. n 664 SACHIKO ARAKI LIRA 179 17. n 139 18. n 52 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 6 1. Z calc 1,52 2. t calc 1,05 3. t calc 2,07 4. Z calc 0,21 5. Z calc 0,06 6. Z calc 4,13 7. t calc 0,63 8. t calc 0,63 9. t calc 1,66 10. t calc 3,52 11. t calc 0,42 12. t calc -1,46 13. Fcalc 0,4821 2 4,40 14. calc LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 7 1) d 0,2034 2) d 0,1440 LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 8 1. F 20,58 ; Teste de Scheffé: O rendimento da máquina C difere dos de A e B. 2. F 4,88 3. F 0,09 4. F 5,69 ; Teste de Scheffé: O método 3 difere dos métodos 1 e 2. 5. F 45,75 ; Teste de Scheffé: O tipo de liga 3 difere dos tipos 1 e 2. LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 9 1. a) r 0,9585 ; t calc 9,51 b) Ŷ 22,25 0,6208 X ; 180 Fcalc 90,41 ; R 2 91,87% SOLUÇÕES DAS LISTAS DE EXERCÍCIOS c) Ŷ 236,6492 X 1,086 ; Fcalc 90,25 ; R 2 91,86% d) Ŷ 31,5264 0,9414 X ; Fcalc 106 ,06 ; R 2 92,99 % 2. a) r 0,9306 ; t calc 9,17 b) Ŷ -25,9336 3,1296X ; Fcalc 51,70 ; R 2 86,60 % R 2 98,61 % c) Ŷ 0,0005 X 4,0013 ; Fcalc 568 ,10 ; d) Ŷ 0,1122 1,4409 X ; Fcalc 2524 ,10 ; R 2 99,68 % 3. a) Ŷ 36,60 3,8286 X ; Fcalc 76,08 ; R 2 95,01% b) Ŷ 39,1557 X 0,2146 ; Fcalc 37,55 ; R 2 90,37 % c) Ŷ 37,758 1,0807 X ; Fcalc 65,40 ; R 2 94,24 % LISTA DE EXERCÍCIOS NO. 10 1. Ŷ 199,56 0,21X13,00X 2 ; Fcalc 319 ,31 ; 2. Ŷ 19,2422 0,3540X1 0,2409X 2 ; Fcalc 28,43 ; SACHIKO ARAKI LIRA R 2 99,07% R2 78,04% 181