o mundo nos séculos XVIII e XIX

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o
mundo nos séculos XVIII e XIX
Thalita de Oliveira Casadei
*
1. Introdução; 2. Idéias liberais na América do
Norte e França; 3. Retorno das idéias liberais;
4. Reflexos no Brasil; 5. Reflexos nas colônias
espanholas; 6. Leitura complementar.
1.
INTRODUÇÃO
Os sécs. XVIII e XIX trouxeram muitas modificações para o mundo. O desenvolvimento espiritual, com o aumento da cultura e
a difusão dos conhecimentos adquiridos nas universidades, deu
aparecimento às idéias liberais não só na Europa, como nas colônias inglesas da América. A permanência de estudantes nas universidades européias familiarizou-os com palavras como liberdade,
república, democracia, e tudo isso reunido a um regime de despotismo por parte das metrópoles fez rebentar na América do
Norte a luta pela independência. Nos meados do séc. XVIII, as
antigas colônias inglesas se revoltaram e conseguiram tornar-se
livres e formar os EUA.
Por que a capital desse país se chama Washington?
• Licenciada em geografia e história pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia; presidenta do Instituto Histórico de Niterói e autora do livro Página de história fluminense.
Curriculum,
Rio de Janeiro,
15(2) :49-59,
abr';jun. 1976
A França, onde por séculos dominou a monarquia absoluta, reagiu
contra seus reis e fez eclodir a revolução francesa em 1789, iniciada
com a queda da Bastilha, a 14 de julho, prisão de Paris que simbolizava a opressão contra os humildes. O rei Luís XVI e a rainha
Maria Antonieta foram mortos. A França se transformou numa
república e, tempos depois, num império com Napoleão Bonaparte
à frente.
Com a invasão das tropas napoleônicas na península Ibérica, o
rei da Espanha foi deposto e o de Portugal veio para o Brasil.
Vemos a interferência da política européia nas questões americanas. D. João veio preparar, embora sem querer, a independência
do Brasil e Napoleão apressou a libertação das colônias espanholas.
O Brasil se libertou e tomou a forma monárquica e as colônias espanholas transformaram-se em repúblicas. Tiveram elas vários precursores, mas os realizadores de suas independências foram Simão
Bolívar, el libertador, José de San Martín, Bernardo O'Higgins,
José Antonio Sucre, e com isso surgiram a Colômbia, a Venezuela,
o Equador, o Peru, a Bolívia, o Chile, a Argentina. Depois, o Paraguai e o Uruguai também atingiram a fase republicana. Fazendo
parte das colônias espanholas, o antigo vice-reino do México, embora localizado fora da América do Sul, também se libertou da
Espanha.
No Brasil do séc. XIX, D. João VI e D. Pedro I foram os artífices
da nossa independência. D. João, vivendo entre nós, tomou várias medidas de ordem espiritual e material que prepararam o
Brasil para a vida independente de Portugal. Desde a abertura dos
portos às nações amigas até a instalação de fábricas e de academias
de estudos superiores, tivemos, entre os anos de 1808 e 1821, uma
época de progresso.
o Brasil, elevado à condição de reino unido ao de Portugal e
Algarves, não poderia, depois da volta da corte para Portugal, retornar à condição de colônia. Recolonizar o País era o desejo de
muitos, mas os verdadeiros amigos do Brasil não o permitiram.
O próprio D. João reconheceu que a nossa independência não
estava longe e ao se despedir do filho demonstrou isso. A regência do príncipe D. Pedro durante o ano de 1821 e parte de 1822
preparou e conseguiu nossa independência política. O 7 de se50
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tembro de 1822 foi a confirmação, ou melhor, a realização dos
sonhos dos conjurados mineiros e a concretização do que D. João VI
previra.
2.
IDÉIAS LIBERAIS NA AMÉRICA DO NORTE E FRANÇA
As modificações de ordem econômica e intelectual surgidas nessa
época trouxeram reflexos mútuos entre a Europa e a América.
As colônias inglesas da América do Norte começaram como simples pontos de refúgio de ingleses perseguidos na Europa e pouco
a pouco ganharam individualidade e se firmaram no solo americano. No séc. XVIII, já imbuídos do seu valor, uniram-se e abriram
luta contra a Inglaterra, conquistando a sua liberdade. Tomaram
a forma republicana tendo à frente o grande soldado que foi George Washington, depois seu primeiro presidente, mais tarde reeleito.
Os norte-americanos dizem que ele foi:
"O primeiro na paz
o primeiro na guerra e
o primeiro no coração de seus concidadãos."
Outro grande nome foi Thomas Jefferson, também presidente dos
EUA. A ele recorreram os nossos idealistas quando pretenderam
fazer a independência do Brasil ainda no séc. XVIII. A data nacional desse país é o 4 de julho, pois nesse dia e mês do ano de 1776
é que proclamaram sua independência. Sua Constituição foi logo
redigida e tem servido de modelo a outras cartas constitucionais
de novos países que se foram tornando indepedentes. Posteriormente, os E. U . A . fizeram sua expansão para oeste, deixando
de ocupar só a costa atlântica. Essa marcha para oeste foi
conseguida pela compra de territórios e pela ocupação por parte
dos norte-americanos dos vazios encontrados. Disputaram também as terras dos índios quando o ouro da Califórnia atraiu a
colonização para aquela região. Também ocuparam o braço escravo nas suas plantações de fumo (célebre o tabaco da Virgínia)
e de algodão ao longo do seu principal rio, o Mississippi, que corre
no sentido norte-sul, no centro do continente americano.
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A abolição da escravatura foi penosa, pois deu lugar a uma guerra
civil, entre o Norte e o Sul do país. Foi a chamada Guerra de
Secessão. Um representante norte-americano que assistiu à aprovação de uma lei abolicionista no Brasil entre flores e aplausos,
deplorou que na sua terra isto se fizera com derramento de
sangue.
3.
RETORNO DAS IDÉIAS LIBERAIS
Por ocasião das lutas na América do Norte, vários nobres franceses
se apresentaram para participar dos ideais separatistas dos americanos e, ao lado deles, lutaram contra a Inglaterra. Destacaramse o marquês de La-Fa:yette, o conde de Rochambeau; e notamos
com isso o retorno das idéias de liberdade e de independência.
Agora é a América a influenciar a Europa e mais precisamente a
França. Aí dominava a monarquia absoluta com os Luíses no
poder. A monarquia do direito divino de longa data caracterizava
o poder dos reis.
A alta sociedade, formada de nobres do clero, tinha inúmeros privilégios, enquanto o povo passava fome. O ódio guardado contra
os nobres um dia explodiu: a 4 de julho de 1789 deu-se a grande
revolta do povo - era a revolução francesa que começava. A ira
popular se voltou contra a prisão da Bastilha, em Paris, símbolo
da opressão. A queda da Bastilha marcou o início de uma nova
era.
Foi uma época difícil para a França e que trouxe muitas mortes,
dentre as quais a dos próprios reis, Luís XVI e Maria Antonieta.
A república foi proclamada na França: várias medidas de ordem
econômica e cultural foram tomadas.
Depois, os tempos mudaram e um simples homem, nascido na
ilha da Córsega, vai transformar tudo e criar o Império. Foi ele,
genial soldado e imperador dos franceses, quem transformou o
mapa da Europa e por causa dele recebemos a vinda da família
real portuguesa. A política napoleônica trouxe sérias conseqüências, e seus reflexos atingiram a América espanhola e o Brasil. No
primeiro caso, foi o destronamento do rei da Espanha que trouxe
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a oportunidade das independências, e no segundo, o progresso
do Brasil, abrigando a corte portuguesa por alguns anos.
Passado o perigo representado por Napoleão Bonaparte, já derrotado pelos ingleses e preso na ilha de Santa Helena, Portugal passou
a exigir a volta do seu rei, pois o motivo da sua vinda já não mais
existia. Parece que o título de imperador que mais tarde D. Pedro I vai tomar, e não o de rei, teria sido influêneia de Napoleão,
herói militar da infância do nosso jovem herdeiro do trono. A História não existe isolada e por aí vemos as interligações dos fatos
acontecidos na mesma época. Há um sincronismo que não podemos abandonar.
4.
REFLEXOS NO BRASIL
o séc.
XVIII no Brasil está associado ao desenvolvimento cultural
que se processou no Rio de Janeiro e nas Minas Gerais e com
ele se desenvolveu o pensamento liberal trazido da Europa pelos
estudantes das universidades. Os rapazes brasileiros freqüentavam as universidades de Coimbra, de Montpellier, respectivamente,
em Portugal e na França, e em contato com esses meios de cultura
superior chegavam ao Brasil portadores de novas idéias. Nosso
meio era acanhado e havia a proibição de se importar livros com
receio de que aquelas idéias ganhassem adeptos em nossa terra.
4.1
Conjuração mineira
Em Minas Gerais, onde o ouro decaíra e a opressão de Portugal
continuava cada vez mais forte, essas idéias encontraram campo
favorável à sua disseminação. Impostos atrasados, população aterrorizada com a notícia de uma próxima derrama - tudo fazia
aumentar a repulsa à metrópole. Os brasileiros e alguns portugueses amigos do Brasil passaram a desej ar a separação do Brasil de
Portugal, isto é, a independência. A conjuração mineira foi uma
conseqüência desse governo opressivo e os que a formaram desejavam uma pátria livre, com forma republicana, onde os homens
fossem livres e os escravos libertados. Esse sonho reuniu militares,
sacerdotes, advogados, cultos e sonhadores.
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Destacamos: Tomás Antonio Gonzaga, desembargador e poeta;
Cláudio Manoel da Costa, advogado e poeta; Inácio José de Alvarenga Peixoto, advogado e coronel de milícias; Carlos Correia de
Toledo, padre e homem de grande cultura; Joaquim José da Silva
Xavier, alferes e dentista prático; Salvador Carvalho do Amaral
Gurgel, cirurgião; e muitos outros.
Esse ideal foi também compartilhado com uma notável mulher,
Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira, poetisa, companheira
exemplar de Alvarenga Peixoto, esposa e mãe que soube enfrentar, com prejuízo da saúde, todos os horrores de um processo difamatório que envolveu o marido, trouxe o seu degredo para a
Africa e o seqüestro de seus bens. Muitos conseguiram escapar à
justiça de Portugal quando chegou a traição mas a maioria foi
exilada e um único foi morto na forca: o alferes, apelidado de
Tiradentes, a 21 de abril de 1792. Como se não bastasse o seu
suplício, a coroa determinou que seu corpo fosse esquartejado e
seus pedaços distribuídos pelo caminho que Minas levava ao Rio
de Janeiro. Esse mesmo caminho por onde tantas vezes transitou
e onde pregava a liberdade nos pontos onde parava. D. Maria I,
rainha de Portugal, assinou a sentença de morte e, mais tarde
seu neto, o príncipe D. Pedro, proclamou nossa independência política, o sonho dos conjurados!
Hoje interpretamos a morte de Tiradentes como a maneira que a
coroa encontrou de assustar os brasileiros, de intimidá-los para
que nunca mais pensassem em independência ...
4.2
A vinda da corte portuguesa
Os problemas políticos em Portugal determinaram a vinda para
o Brasil da corte portuguesa. No momento, achava-se afastada
do poder a Rainha D. Maria I, por doença, e em seu lugar governava o príncipe regente D. João, seu filho. A vinda da família real
e da corte é interpretada como um golpe político, dado por D. João,
que desse modo se livrava de Napoleão Bonaparte e se abrigava
na sua melhor colônia.
Os navios que traziam tão importantes personalidades se desgarraram e uma parte da frota chegou à Bahia e D. João foi
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solicitado a permanecer naquela capitania e com muito custo veio
para o Rio, a capital da colônia. Nos dias que passou em Salvador
assinou um ato de grande importância que foi o da abertura dos
portos às nações amigas, em 28 de janeiro de 1808. Nessa determinação do príncipe regente muito influenciou o Visconde de
Cairu, grande economista. Até então só podíamos comerciar com
Portugal e isso tolhia nossa vida econômica.
A chegada ao Rio de Janeiro foi marcada por muitas festas e
dificuldades para alojar tantas personalidades numa cidade colonial. O tempo passou; aqui D. João e D. Carlota Joaquina criaram seus filhos, perderam alguns, casaram outros, aqui morreu
D. Maria I, D. João foi aclamado rei e foi feliz na sua Quinta da
Boa Vista que um português rico lhe emprestara.
4.2.1
Política interna
O progresso material e espiritual do Brasil foi muito grande com
a presença de D. João VI no Brasil e não é de se admirar que, com
a sua partida, começasse o processo da independência.
Dentre os fatos marcantes dessa época podemos destacar: a Impressão Régia, trazida de Portugal, e que permitiu a publicação
do nosso primeiro jornal A gazeta do Rio de Janeiro, a impressão
de livros e, portanto, a difusão da cultura; a missão artística francesa de 1816, vinda a convite de D. João e que fez nascer no Rio
a Academia de Belas-Artes; criação da Academia de Marinha e da
Academia Militar; instituição das aulas de comércio e de medicina;
criação dos institutos vacínicos; instalação do Banco do Brasil;
criação da Biblioteca Pública; instalação da Fábrica de Pólvora;
criação do Jardim Botânico; do Museu Real.
Com tanto progresso não seria mesmo possível, após a sua partida,
o Brasil retornar à condição de colônia.
D. João aboliu a proibição, então existente, de se instalar qualquer
fábrica no Brasil e assim teve início a nossa industrialização. O
comércio, embora favorecendo a Inglaterra aliada de Portugal,
muito se desenvolveu e navios de várias nacionalidades paravam em
nossos portos. Muitos estrangeiros aqui vieram residir, destacando-se ingleses e franceses.
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4.2.2
Política externa
Foi muito ativa a política externa de D. João no Brasil: abertura
dos portos em 28 de janeiro de 1808; conquista da Guiana Francesa
em 1809; elevação do Brasil a reino, a 16 de dezembro de 1815;
conquista da Banda Oriental em 1817, anexada ao Brasil como
Província Cisplatina.
As duas anexações territoriais depois foram tornadas sem efeito,
pois não as conservamos.
4.2.3
A partida de D. João
Por sua vontade, D. João não regressaria a Portugal, pois aqui se
sentia bem, era amado pelo povo e aqui fora rei: vivia satisfeito,
cercado de seus ministros, despachando com eles e os representantes
estrangeiros, passeando, tomando seus banhos de mar, alguns dos
quais em São Domingos, hoje bairro de Niterói. Somente em 1817
é que teve problemas com a revolução republicana de Pernambuco.
Portugal começou a reclamar sua presença, fazendo-Ihe ver que o
perigo napoleônico havia desaparecido e que ele precisava voltar.
A demora, em se decidir se ia ou se mandava D. Pedro em seu
lugar, fez rebentar na cidade do Porto, ao norte de Portugal, uma
revolução, e isso apressou a volta da corte.
D. João determinou que o Brasil ficaria sendo governado por uma
regência e indicou seu filho D. Pedro para ocupar o lugar de regente. Este havia casado com a arquiduquesa da Áustria, D. Leopoldina, mulher inteligente e culta. Trouxe com ela um grupo
de naturalistas para estudar a nova terra que era o Brasil. Ela
amava o estudo dos minerais, das plantas, dos animais e se encantou com a natureza do Brasil.
A partida de D. João deu-se em 1821 e nesse ano começou o governo
do príncipe-regente, D. Pedro.
4 . 2 . 4 Conseqüências da presença da corte no Brasil
A principal conseqüência foi a quebra da estrutura colonial. Isto
quer dizer que a colônia, que hospedara por 13 anos a corte por56
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tuguesa, não poderia, depois disso, voltar a ser colônia. Muitos
portugueses eram a favor da recolonização, mas os brasileiros não
voltariam atrás. O processo da separação já estava em andamento
e não iria retroceder.
Nosso desenvolvimento econômico, com a abertura dos portos e a
instalação das primeiras indústrias, despertou a consciência do
valor do país. A posição do Brasil como reino unido a Portugal
e Algarves era como um posto acima do de colônia, conquistado
pela permanência da corte em nossas terras.
A cidade do Rio de Janeiro, sede da monarquia portuguesa, foi bem
tratada e sua aparência melhorou bastante. Seus diversos aspectos
foram imortalizados pelos desenhos deixados por Debret, um dos
artistas da missão francesa.
5.
5.1
REFLEXOS NAS COLÔNIAS ESPANHOLAS
Processo da independência nas colônias
O séc. XVIII trouxe idéias liberais da Europa para a América por
meio dos vários estudantes que buscavam suas universidades. Elas
frutificaram na América do Norte e influenciaram a França.
O séc. XIX aumentou a rivalidade entre espanhóis nascidos no
continente europeu e os nascidos na América, os chamados criollos,
os americanos, filhos de espanhóis nascidos em diferentes partes
das colônias.
5.2
Precursores
Antes que se desse a concretização da independência das colônias
espanholas da América, as rivalidades entre colonos e senhores,
entre a América e a Espanha, fez com que várias tentativas dela
surgissem em diferentes pontos do continente. A Europa sofrendo
a pressão napoleônica, a Espanha vendo seu rei deposto, aproveitou-se a América para se libertar. O México teve como precursor
o padre Hidalgo; a Venezuela, Francisco Miranda; o Uruguai,
Artigas. Mas, a liberdade chegaria um pouco depois.
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5.3
Independências
El libertador, o venezuelano Simão Bolívar, desprezando as como-
didades que seu nascimento lhe dava, iniciou uma campanha contra o despotismo espanhol e, após diversas vicissitudes e vanas
batalhas, conseguiu libertar cinco regiões, hoje prósperos países
da América do Sul.
A marcha pelos Andes foi deixando atrás de si combates ganhos e
povos libertados. Assim foi com a Colômbia, com a Venezuela, com
o Equador, com o Peru, com a Bolívia. Do outro lado da cordilheira andina, nas planícies do Prata, outro grande libertador se
projetava - José de San Martín - que tornou a Argentina livre
do jugo espanhol. Atravessando as montanhas andinas, prestou
auxílio ao libertador do Chile, Bernardo O'Higgins; não bastante,
marchou o herói para as terras peruanas, onde se avistou com
Bolívar que vinha do norte para o sul, libertando terras.
Os grandes combates travados nos Andes deram liberdade a esses
povos oprimidos e a forma republicana foi adotada por eles. Ao lado
de Bolívar, Sucre foi o grande auxiliar e amigo, e a ele se deve a
independência da Bolívia, chamada antigamente de Alto Peru.
Dessa luta, também fez parte lorde Cochrane, que depois lutaria no
Brasil.
6.
LEITURA COMPLEMENTAR
I. A monarquia do direito divino dominou durante muitos anos
na França e o rei mais característico desse período foi Luís XIV
que dizia que era a lei, que recebera de Deus o poder e que não
precisava de primeiro-ministro para governar.
H. Napoleão Bonaparte é chamado de corso, por ter nascido na
pequena ilha da Córsega, próxima à Sardenha, na ocasião uma
ilha francesa.
IH. Dentre os grandes vultos norte-americanos, destaca-se o do
político e cientista Benjamin Franklin, o inventor do pára-raios.
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IV. O vale do rio Mississipi, nos Estados Unidos, por concentrar
forte população negra, deixou-nos rico folclore até hoje explorado,
principalmente nas canções dolentes dos negros escravos.
V. O exemplo do presidente Abraão Lincoln serve até hoje de guia
para a mocidade, pois de simples lenhador chegou a ocupar a
suprema magistratura do país .
VI. O séc. XVIII no Brasil foi conhecido por século de proibições, pois era proibido fabricar-se qualquer coisa para não prejudicar as indústrias portuguesas.
VII. Já estava nos planos dos conjurados a mudança da capital
de Vila Rica, depois Ouro Preto, para São João del-Rei.
VIII. Pensavam também, ao libertar o Brasil, fazer uma bandeira
que seria um retângulo branco com um triângulo verde rodeado
pela frase: Libertas quae sera tamen, que quer dizer "liberdade
ainda que tardia" .
IX. A atual bandeira do Estado de Minas copiou a idéia dos
conjurados, mas colocou o triângulo em cor vermelha.
X. O grande poeta da conjuração foi o desembargador Gonzaga
que assinava suas poesias com o pseudônimo de Dirceu. Eram
elas dirigidas a sua noiva que ele chamava de Marília.
XI. Salvador Carvalho do Amaral Gurgel foi o único fluminense
envolvido no movimento e deportado para a África. Lá constituiu
família, foi médico respeitado e tronco da família Gurgel em solo
africano.
XII. Tiradentes tinha boa cultura e era senhor de grande inteligência, o que provam os documentos ultimamente estudados.
XIII. A figura de D. João VI já não é mais ridicularizada pelos
brasileiros que agora já compreendem o grande e habilidoso político que ele foi.
XIV. A ele o Brasil deve o início da marcha para a sua independência.
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