SEMIOLOGIA PERIODONTAL O QUE É O PERIODONTO? São todas as estruturas situadas ao redor do elemento dentário FUNÇÃO PRINCIPAL: Manter o dente em seu alvéolo, através do: PERIODONTO DE PROTEÇÃO – FUNÇÃO DE REVESTIMENTO= gengiva livre(gengiva marginal ou livre e papilas interdentais ) + gengiva inserida ou aderida. PERIODONTO DE SUSTENTAÇÃO – FUNÇÃO DE SUSTENTAR = ligamento periodontal +osso alveolar + cemento radicular. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA GENGIVA COR: rosada, podendo variar do rosa pálido ao coral, devido a espessura de camada epitelial e aderência ao osso alveolar, grau de queratinização(trauma da mastigação) e pigmentação do epitélio, presença ou ausência de inflamação , e vascularização da mucosa. pode apresentar manchas escuras dependendo do grupo racial considerado, e nas intoxicações por metais pesados. A cor normal varia de um indivíduo para outro. - Nos processos inflamatórios há tendência ao vermelho e brilhante. FORMA: A gengiva normal segue a anatomia dental, contornando-os e preenchendo os espaços interdentais e termina em um bordo afilado estreitamente adaptado à superfície dental. A forma ou contorno da gengiva marginal (1mm), interdental e inserida (1 a 9mm), estão condicionados à morfologia das coroas, aos espaços, contorno das raízes, presença ou ausência de enfermidade. - A GUNA APRESENTA DESTRUIÇÃO TECIDUAL TEXTURA: A gengiva livre é lisa e transparente. A gengiva inserida tem aspecto fosco e granulado(ponteado gengival) ou finamente lobulado, semelhante à casca de laranja (STIPLING). A perda do granulado é um sinal característico de doença gengival. Nos processos inflamatórios, onde as fibras colágenas (vindas da mucosa alveolar, cuja função é dar elasticidade, firmeza, aderência, turgidez) são destruídas , a gengiva inserida apresenta-se lisa e brilhante. Lisa – porque as células novas de colágeno são destruídas pelo meio ácido da inflamação Brilhante – devido a redução de queratina Áspera – hiperqueratose. CONSISTÊNCIA: A gengiva livre pode ser afastada com um jato de ar. A gengiva inserida é firme e aderida ao osso e ao cemento radicular. + rígida - nos processos inflamatórios fibróticos + flácida – nos processos inflamatórios granulosos DOENÇA PERIODONTAL - ETIOLOGIA: placa dental. O QUE É A PLACA DENTAL? Poucos minutos após a raspagem de um molar p/ remover a placa e a película existentes – 1 milhão de m.o. se depositam/mm2 de superficie de esmalte. O CÁLCULO: é a placa mineralizada Formação : Agregados de bactérias que se ligam tenazmente aos dentes e às outras superfícies orais + células epiteliais e inflamatórias. deposição de uma película acelular de + ou – 1 mícron de espessura, de acordo com a sua localização supra ou subgengival- não é visível – detectada c/ substâncias evidenciadoras : mermobrina a 5%, eritrosina, fuccina, etc. 1 Origem: salivar e restos de bactérias autolisadas, células descamadas, etc. ou do fluído gengival. A maior parte do material extracelular é dextrano, polissacarídeo formado pelas bactérias a partir da sacarose. São essenciais para o desenvolvimento das D.P., e assim, a corrida da Odontologia é para o controle da placa, que é crítico para a terapia. Fator local: restaurações mal adaptadas Fator sistêmico: predisposição orgânica e resposta do hospedeiro. 10% é altamente susceptível à D.P. O PRIMEIRO SINAL DE INFLAMAÇÃO GENGIVAL PODE SER O AUMENTO DO FLUXO DO FLUIDO GENGIVAL - Líquido de Brill (1959) – originário do tecido conjuntivo gengival, tem função de defesa e limpeza , contém proteínas, carboidratos, substâncias antibacterianas, micro organismos, etc. O SANGRAMENTO GENGIVAL é um sinal claro e evidente da doença periodontal BOLSA PERIODONTAL – sinal patognomônico de periodontite A doença periodontal ela se INSTALA, HÁ PERDA DE INSEÇÃO E ESTABILIZA. HÁ OUTRO SURTO, PERDA DE INSERÇÃO E ESTABILIZA. EVOLUI NO PERÍODO DE AGUDIZAÇÃO. NÃO É LENTA E CONTÍNUA COMO SE PENSAVA GENGIVITE: refere-se à inflamação limitada aos tecidos moles que circundam os dentes (periodonto de proteção – gengiva livre e inserida) COLEMAN, 1996 – os sinais da inflamação gengival incluem eritema, edema, exsudato expressos pela palpação e dor PERIODONTITE: é um processo de doença inflamatória que afeta as estruturas de suporte dos dentes: ligamento periodontal, osso alveolar e cemento. Com a continuação do processo pode levar à perda da aderência epitelial, destruição do ligamento periodontal e osso alveolar – formação de bolsas periodontais (migração apical do epitélio do sulco) – mobilidade dental e eventual perda dos dentes. MARCHA NATURAL OU EVOLUÇÃO DA LESÃO PERIODONTAL: 1 – placa dental. 2 – inflamação gengival: instala-se de um lado do festão gengival. 3 -envolve o dente: rompimento da aderência epitelial. 4 – destruição do ligamento periodontal. 5 – acometimento ósseo: formação de bolsa periodontal e perda de osso alveolar. 6- mobilidade dental. 7- perda do dente. PLACA – CÁLCULO – GENGIVITE – PERIODONTITE – PERDA DENTAL Fatores Etiológicos Locais : microrganismos, depósitos dentais, fatores oclusais(hipo e parafunção, relação c/ tecidos moles) Fatores Oclusais – aspectos morfológicos: mal oclusão, impactação alimentar, inserção do freio labial e jugal, respiração bucal, ação mastigatória, hábitos higiênicos. Aspectos funcionais: forças oclusais, hábito, parafunção. Fatores Etiológicos Gerais ou Sistêmicos: constituição e hereditariedade, endocrinopatias, distúrbios nutricionais, hemopatias, doenças debilitantes, distúrbios psicossomáticos, ação de drogas, condições fisiológicas Diagnóstico Precoce – identificar e tratar precocemente, evitando complicações e seqüelas, e diminuindo o período de incapacidade. Anamnese – anotar no P. O. toda alteração da normalidade: nível da margem gengival, da crista óssea ao redor do dente, profundidade das bolsas periodontais mobilidade dental, mal posições, elementos dentais ausentes, cáries dentais, índice de placa e tártaro e estado periodontal. Exame Físico – o que se vê – o que se palpa – em quem está – o tempo que está – onde está. 2 Sondagem – pesquisar bolsa periodontal, lesões, cálculos subgengivais, cáries, restaurações c/ excesso de material restaurador, próteses iatrogênicas, inadequadas e mal adaptadas. Palpação – verificar sangramento, supuração, alteração de volume, sensibilidade (ligeira pressão no sentido do sulco gengival p/ a coroa clínica) Mobilidade – implantação anormal do dente, mobilidade. Exames Complementares – 1 - Rx – destruição da crista óssea alveolar (bolsa periodontal, destruição osso nas proximais) 2 - Microbiológico – se após procedimentos clínicos e medicação antibiótica, não houver resposta favorável, saber qual o m.o. está atuando . O que importa não é a quantidade de placa, mas a “qualidade”, qual a bactéria presente. Teste do fluido gengival, teste de função leucocitária (leucócitos preguiçosos), teste de receptor defeituoso p/ monócitos. Proservação – revisões periódicas EXAME CLÍNICO DO PERIODONTO (KERR) 1 – Avaliação visual da gengiva (cor, forma, textura e consistência) 2 – Sondagem do sulco gengival (nível da aderência – crianças e adultos: sobre o esmalte ou a nível da união cemento dentina. Nos anciões: no cemento. Nunca + de 1mm abaixo da união c. dentina. A profundidade do sulco gengival – 1 a 2mm :V. L. P. Nas faces proximais: 1 a 3mm. Seis sondagens em cada dente: ângulos disto e mesiovestibular, disto e mesio lingual, pontos médios das faces vestibular e lingual . Existe sonda computadorizada. 3 – Análise radiográfica de exame periapical e interproximal completo – determinar a perda de continuidade e altura da crista alveolar MÉTODOS FÍSICOS DE DIAGNÓSTICO - objetivo: chamar a atenção do clínico 1 – Exame radiográfico 2 – Profundidade de sondagem 3 – Nível de inserção 4 – Sangramento à sondagem 5 – Mobilidade dental 6 – Inflamação gengival ‘UMA GOTA DE PREVENÇÃO VALE MAIS DO QUE UM OCEANO DE CURA” Cerca de 25% dos casos de endocardite infecciosa são causados por problemas bucais, como cáries e gengivites (Prof. Max Grinberg, supervisor da equipe de Cardiopatias Valvares do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas. 95% da Doença Periodontal é tratada com RASPAGEM. Poucos minutos após a raspagem de um molar p/ remover a placa e a película existentes – 1 milhão de m.o. se depositam/mm2 de superficie de esmalte. A ESCOVAÇÃO reduz em 50% a incidência de Cárie e Doença Periodontal 3