Cadernos de Ecologia Aquática

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GLOSSÁRIO SOBRE ECOSSISTEMA AQUÁTICO – ZOOLOGIA
Sandra Oliveira SAGGIOMO & Marlise de Azevedo BEMVENUTI
RESUMO – O ensino de conceitos desconectados do cotidiano, tem resultado no pouco
entusiasmo dos professores e alunos nas aulas de Ciências. A intenção de elaborar uma relação
de palavras e seus significados é o resultado da observação diária, em sala de aula, das
dificuldades dos alunos em compreender o ecossistema aquático. A elaboração deste glossário
sobre o Ecossistema Aquático, voltado para a Zoologia, possibilitará aos alunos o acesso a um
conjunto de termos necessários, mas pouco divulgados, que possam promover a ampliação do
conhecimento do educando sobre a diversidade da vida nos ambientes aquáticos, oferecendo
informações especializadas, atuais e de fácil consulta sobre os vocábulos mais utilizados na
abordagem dos conteúdos sobre o ecossistema aquático.
PALAVRAS-CHAVE: ecossistema aquático, glossário, animais
O ensino de Ciências requer do aluno uma postura reflexiva e investigativa para a
construção da autonomia de pensamento e de ação ampliando, deste modo, suas possibilidades
de crescimento e participação social, os quais tornam-se, muitas vezes difíceis, pois os conteúdos
trabalhados têm apenas uma abordagem livresca por meio de definições e classificações
estanques, apenas memorizadas (Fracalanza, 1986).
O assunto “Ecossistema Aquático” foi escolhido devido à região de Rio Grande (RS) ser
rodeada por água, e localizar-se junto ao estuário que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano
Atlântico, através do canal da barra do Rio Grande. Este ambiente estuarino é relativamente raso,
ocupando cerca de 10% do total da laguna. Nesta região é abundante a vida aquática e selvagem,
destacando-se os peixes, aves migratórias, anfíbios, répteis como tartarugas e jacarés, mamíferos
roedores como as capivaras e espécies vegetais nativas ameaçadas de extinção. São animais e
plantas que ocorrem em ambientes de praia, banhados e arredores das lagoas costeiras como a
Lagoa dos Patos, Mirim, Mangueira, nos Sacos do Arraial, do Silveira, do Justino, da Mangueira e
nas marismas. Estes ambientes funcionam como incubadoras da ictiofauna, tornando-se um local
propício para a pesca (Programa Mar de Dentro, 2000).
A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno, seu meio, sua
comunidade, suas necessidades, em nosso país, não é novidade, pois ela vem crescendo desde a
década de 1960 (Brasil,1998). Por esse motivo, elaborou-se este glossário sobre o Ecossistema
Aquático, especialmente Zoologia, permitindo que os alunos tenham acesso a um conjunto de
termos necessários, mas pouco divulgados.
Foi feita uma análise minuciosa nos conteúdos sobre ecossistema aquático, abordados
nos livros didáticos de Ciências da 6a série do ensino fundamental (Blinder, 1992; Carvalho &
Fernandes, 1992; Barros, 1995; Gowdak & Martins, 1996; Lopes, 1996; Porto & Marques et al.,
1996; Barros & Paulino, 1997; Silva Jr. et al., 1997; Cruz, 1998; Kucera, 1999; Lopes & Machado,
1999). Procurou-se observar se estes termos estavam acompanhados de uma definição clara, de
gravuras, se traziam notas explicativas de rodapé ou um glossário ao final dos capítulos.
Os termos escolhidos para o glossário foram selecionados nos livros didáticos utilizados
pelos alunos em sala de aula, publicados a partir de 1992. A definição dos termos foi obtida em
diversos livros de Biologia e dicionários de ciências (Abercrombie, 1970; Marques et al., 1973;
Villee, 1979; Verlag, 1980; Bolsanelo, 1982; Storer, 1991).
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GLOSSÁRIO SOBRE ECOSSISTEMA AQUÁTICO - ZOOLOGIA
Abiótico: ausência de vida; componente do ecossistema que não inclui
os seres vivos. São as substâncias minerais, os gases, o clima;
lugar ou processo sem seres vivos.
Aboral: estrutura situada em posição oposta à boca.
Acasalamento: união de indivíduos de sexos diferentes para fins de
reprodução, facilitando a cópula.
Adaptação: processo no qual os organismos modificam sua estrutura ou
função; capacidade de sobrevivência e de reprodução que um
organismo adquire para manter-se num determinado ambiente.
Figura 1 – Alevino
Adoral: estrutura situada próxima à boca.
Aeróbio: designação de organismo que só se desenvolve em presença de oxigênio.
Água-viva: ver medusa.
Alevino: nome dado aos filhotes de peixes (Fig. 1).
Ambiente: conjunto de condições e fatores bióticos e
abióticos que cercam um organismo.
Ameba: ser de forma irregular, unicelular, que se
move por meio de pseudópodes. É um
protozoário do Reino Protista (Fig. 2).
Figura 2 – Ameba
Anelídeo: animal invertebrado que possui o
corpo segmentado em vários anéis
chamados metâmeros. Ex.: minhoca e
sanguessuga (Fig. 3).
Anêmona: animal cnidário marinho na forma de
pólipo, com tamanhos e formas variadas
(Fig. 4).
Figura 3 – Minhoca
Anfíbio: organismo animal ou vegetal capaz de viver
tanto na água quanto na terra. Relativo à classe
Amphibia. Ex.: sapo, rã, perereca (Fig. 5).
Anfioxo: pequeno animal pertencente ao grupo dos
cordados primitivos (Protocordados), que
apresenta corda dorsal, mas não tem coluna
vertebral ou esqueleto. Para o estudo da
Zoologia apresenta grande importância, pois é o
elo na evolução da escala animal entre os
invertebrados e os vertebrados.
Antozoário: animal, como as anêmonas-do-mar e os
corais, que pertence ao filo Cnidaria, classe
Anthozoa.
Figura 4 - Anêmona-do-mar
Artrópode: animal que pertence ao filo Arthropoda como siris (Fig. 6), camarões, caranguejos
(Fig. 7), escorpiões, centopéias, borboletas, moscas e outros. Apresenta os apêndices
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pares articulados, corpo com cabeça, tórax e abdome segmentado; possuem exoesqueleto,
mudado por inteiro periodicamente.
Assexuada: tipo de reprodução sem fecundação e que não
envolve gametas. Verifica-se em vegetais e animais
numa fase muito primitiva da evolução. Esta
reprodução processa-se, geralmente, pelo método
elementar da divisão do organismo em duas partes
perfeitamente iguais, ou ainda por brotamento.
Assimilação: incorporação de nutrientes digeridos, após a
absorção pelo protoplasma vivo.
Átrio: cavidade interna do corpo dos poríferos (Fig. 8);
cavidade superior; aurícula do coração dos
vertebrados.
Autotrófico: organismo capaz de produzir seu próprio
alimento transformando matéria inorgânica em
matéria orgânica. Ex.: vegetais e microalgas.
Figura 6 - Siri
Figura 5 – Perereca
Figura 7 - Caranguejo
Bentos: comunidade de seres que vivem sobre ou enterrados no fundo dos oceanos e lagos;
podem ser fixos ou rastejantes. Ex.: anêmona, esponja, ouriço, estrela-do-mar (Fig. 9).
Bexiga natatória: grande saco que ocupa a porção dorsal da
cavidade visceral dos peixes, ajusta o peso específico do
corpo ao da água nos diversos níveis de profundidade
através da eliminação ou absorção de gases pelos vasos
sangüíneos ou pela boca (Fig. 10).
Bioluminescência: é a produção química de luz por seres
vivos. Freqüente em protozoários, medusas, peixes de
profundidade, lulas e em certos insetos.
Biótico: relativo à vida e aos organismos; o que é causado ou
produzido por organismos vivos; aquilo que se relaciona
com ciclo vital, nutrição, respiração, reprodução,
movimento, sensibilidade, etc.
Bisso: é o produto de glândulas secretoras dos moluscos
pelecípodes, como as ostras e mexilhões, que ao entrar
em contato com a água endurece, auxiliando a fixação
destes animais a um substrato duro como rochas, casco
de navios e etc.
Figura 8 – Átrio de um
porífero; as setas indicam a
circulação da água.
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Figura 9 – Ambiente aquático mostrando o bentos, o nécton e o plâncton.
Bivalve: molusco que possui concha em
partes. Ex.: marisco.
duas
Brânquia:
órgão
para
respiração
aquática;
membranas permeáveis que efetuam trocas
gasosas respiratórias entre o meio exterior
aquático e o meio interior, representado por
líquidos orgânicos (Fig.11).
Braquiolária: larva da estrela-do-mar,
invertebrado do filo Echinodermata.
animal
Caramujo: denominação popular de molusco
terrestre ou aquático da classe Gastropoda,
com apenas uma concha, univalve.
Figura 10 - Bexiga natatória
Caranguejo: artrópode aquático marinho ou de
água doce, da classe Crustacea, com
indivíduos de abdômen curto e dobrado
que se acomoda em uma depressão
ventral. Serve de alimento para o homem e
outros seres aquáticos (Fig. 7).
Carapaça: placa de exoesqueleto, como um
escudo, que cobre parte ou todo o corpo
de muitos artrópodes, formada por quitina
ou cálcio; esqueleto externo dorsal das
tartarugas (quelônios) (Fig. 12).
Figura 11 – Brânquia de peixe
Caravela: organismo colonial tóxico, urticante, de
cor azul, que possui uma câmara de gás, o flutuador. Faz parte da classe Hydrozoa, filo
Cnidaria (Fig. 13).
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Carnívoro: animal que se alimenta da carne
de outros animais.
Cartilagem: tipo de tecido conjuntivo com
flexibilidade e firmeza que constitui o
esqueleto de tubarões e raias, e parte
do esqueleto dos peixes teleósteos.
Cauda: apêndice posterior. Nos animais
inferiores a cauda ocorre por um
prolongamento das partes que
Figura 12 – Carapaça de uma tartaruga marinha
constituem o corpo. Nos vertebrados
a cauda é um prolongamento da coluna vertebral.
Cefalópode: molusco pertencente à classe Cephalopoda; animais
com os “pés” na cabeça, como os polvos (Fig.14), lulas
(Fig.15) e náutilos. Os náutilos apresentam concha externa, as
lulas concha interna e os polvos não apresentam concha.
Todos são exclusivamente marinhos e com respiração
branquial.
Cefalotórax: denominação dada à porção anterior do corpo dos
crustáceos e aracnídeos, formada pela fusão da cabeça com o
tórax (Fig. 16).
Celenterado: animal que pertence ao filo Coelenterata ou Cnidaria.
Ex.: as medusas e os corais. Geralmente são marinhos e seu
tamanho varia desde alguns milímetros até dois metros de
diâmetro. Podem ter vida livre ou viverem fixos no fundo do
mar.
Figura 13 - Caravela
Célula-flama: célula especializada dos Platelmintos, cuja função é remover o excesso de água e
substâncias nela dissolvidas, para o exterior.
Figura 14 - Polvo
Figura 15 - Lula
Célula-ovo: célula sexual feminina de animais e vegetais; o mesmo que óvulo em animais.
Cirrípede: crustáceo de vida fixa que se prende em casco de navios, rochas submersas, ou à
superfície externa das baleias e tartarugas. Também conhecido por cirripédio. Ex.: cracas
(Fig.17).
Cissiparidade: divisão de uma célula dando origem a duas novas células.
Cloaca: câmara situada na região posterior do corpo das aves, répteis e pepinos-do-mar, onde se
abrem as terminações finais dos sistemas digestório, excretor, reprodutor ou respiratório.
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Cnidoblasto: o mesmo que cnidócito; células com
substância urticante presente nos animais do filo
Cnidaria.
Colônia: agrupamento de indivíduos de uma mesma
espécie no qual os indivíduos se acham unidos
através de um substrato comum.
Comensal: animal que se associa a outros na forma de
comensalismo.
Comensalismo: associação de dois ou mais indivíduos de
espécies diferentes na qual uma ou mais espécies
são beneficiadas e as outras não são prejudicadas.
Figura 16 - Cefalotórax
Comunidade biológica: denominação que designa o
conjunto das diversas espécies de organismos
animais, vegetais, protistas, bactérias e fungos
que convivem de forma organizada em um
mesmo ambiente.
Concha: valva, envoltório calcário ou córneo
constitui um esqueleto sólido externo
moluscos (em algumas espécies pode
interno ou faltar). Serve para a inserção
músculos.
Pode
ocorrer
também
protozoários (Fig. 18).
que
dos
ser
dos
em
Condricte: o mesmo que elasmobrânquio.
Figura 17 - Cracas
Consumidor: ser vivo que não tem capacidade de produzir
seu próprio alimento, nutre-se de outros seres vivos.
Copépodo: animal invertebrado microscópico da classe
Crustacea que vive em ambientes aquáticos,
geralmente no plâncton e no bentos. Muitas espécies
são parasitas de peixes, baleias e outros animais.
Cópula: união, ato sexual.
Cordad o: animal com notocorda, filo Chordata que possui
cordão nervoso dorsal e fendas brânquiais
faringeanas, pelo menos em alguma fase de sua
vida; inclui os vertebrados, anfioxos e tunicados.
Coral: pólipo marinho, geralmente vivendo em colônias. O
esqueleto calcário que recobre o coral pode se fixar
a um coral vizinho e formar camadas crescentes que
recebem o nome de recife de coral (Fig. 19).
Figura 18 – Conchas de moluscos
Corrupto ou corrupio: nome popular de um crustáceo decápode, pertencente à classe
Crustacea (Fig. 20).
Cromatóforo: denominação geral de célula com pigmentos que podem ser escuros, amarelos,
azuis, verdes ou de combinações destes. Em muitos animais os cromatóforos são
capazes de expandir ou contrair seus pigmentos, respondendo aos estímulos luminosos,
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hormonais ou nervosos, modificando
a
coloração
ou
desenhos
característicos da pele do organismo.
Esta possibilidade de modificar os
cromatóforos permite ao animal
confundir-se com o meio ambiente
Ex.: lulas e polvos.
Crinóide: animal que pertence ao filo
Echinodermata (Equinodermos) da
classe
Crinoidea.
É
conhecido
também como lírio-do-mar.
Crustáceo: tipo de artrópode aquático e
marinho, embora alguns vivam em rios
Figura 19 – Corais
ou em terras úmidas. Apresentam
várias formas, cores e hábitos, alguns são gregários, mas a maioria é de vida livre. O corpo
é revestido por uma crosta endurecida, origem do nome deste grupo. Ex.: siri (Fig. 6),
caranguejo (Fig. 7), camarão e tatuzinho-de-jardim.
Decápode: animal que apresenta dez
apêndices locomotores (“pés”). A
ordem de crustáceos a qual
pertence o camarão recebe o
nome de Decapoda.
Desova: expulsão para o ambiente dos
óvulos que se desenvolveram
durante determinado período nos
ovários das fêmeas de diversos
peixes e anfíbios.
Detritívoro: ser vivo que consome
matéria
orgânica
morta,
chamada detrito.
Figura 20 - Corrupto
Dióico: organismo que apresenta sexos separados, macho e fêmea.
Dipnóico: peixe que é capaz de respirar fora d’água, engole o oxigênio do ar. Possui pulmões.
Ex.: pirambóia, peixe pulmonado da região amazônica (Fig. 21).
Duna: acumulação de areia, geralmente muito fina, que se move levada pelo vento. As dunas
marítimas podem ser observadas ao longo da orla marítima.
Ecdise: processo de muda (troca) do exoesqueleto em artrópodes, durante o crescimento.
Eclosão: rompimento do ovo para
deixar sair a larva ou filhote.
Ecologia: ramo das Ciências
Biológicas que estudas as
relações entre os seres vivos
e desses com o ambiente.
Ecossistema: é o conjunto de
relações mútuas entre todos
Figura 21 – Peixe Dipnóico
os organismos de um
ambiente e suas relações com o meio físico e químico.
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Ectoparasita: parasita externo; ser vivo que vive no exterior de seu hospedeiro em relação de
parasitismo.
Ectotérmico: o mesmo que pecilotérmico e heterotermo; animal que apresenta a temperatura do
corpo semelhante à do ambiente. Ex.: peixes, cobras e anfíbios.
Elasmobrânquio:
peixe
de
esqueleto cartilaginoso, como
o tubarão (Fig. 22) e a raia;
são chamados de condrictes.
Embrião: nos animais é o
organismo em seus primeiros
Figura 22 – Tubarão
estágios de desenvolvimento
desde o zigoto (ovo); nas
plantas é o organismo que se forma na semente.
Endoesqueleto: estrutura óssea ou cartilaginosa nos vertebrados (Fig. 23a); ossículos nos
equinodermos (Fig. 23b); fornece sustentação interna.
Figura 23a - Endoesqueleto de um peixe
Figura 23b – Equinodermo
Endoparasita: parasita que se estabelece dentro de outro organismo, em órgãos ou cavidades
internas de seu hospedeiro.
Endotérmico: o mesmo que homotérmico; animal que apresenta temperatura do corpo sempre
constante, independente da temperatura do ambiente no qual vive. Ex: mamíferos e aves.
Equinodermo: animal invertebrado que pertence ao filo Echinodermata. Inclui as estrelas-domar, ofiúros (Fig. 24), ouriços-do-mar, bolachas-da-praia (Fig. 25), crinóides e holotúrias
(Fig. 26). São marinhos e nenhum é parasita ou colonial. A maioria apresenta hábitos
bentônicos e são presos ao fundo oceânico ou se movem lentamente sobre o substrato.
Não apresentam cabeça; simetria bilateral quando larva e radial nos adultos; do esqueleto
interno projetam-se espinhos para a superfície externa.
Figura 24- Ofiúro
Figura 25 - Bolacha-da-praia
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Figura 26 - Holotúria ou pepino-do-mar
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Escama: lâmina delgada que cobre a pele da maioria dos peixes. Pode ser: placóide nos
tubarões, ctenóide ou ciclóide nos teleósteos (Fig. 27); placas córneas de formas variáveis
que protegem o corpo dos répteis (Fig. 28).
Figura 28 – Placas córneas do réptil,
Figura 27 - Tipos de escamas de peixes ósseos e
indicadas pelas setas vermelhas
cartilaginosos
Espécie: unidade de classificação, refere-se aos indivíduos capazes de cruzar entre si, originando
descendentes férteis.
Espícula: pequena peça esquelética, que forma o
endoesqueleto das esponjas; pode ser de calcário ou
sílica (Fig. 29).
Espermatozóide: gameta masculino, livre e móvel, produto
específico da gônada masculina. É o elemento
fecundante do esperma que penetra no óvulo.
Figura 29 – Espículas
Esponja: animal primitivo de vida séssil que pertence ao filo
Porífera; ver porífero.
Estrela-do-mar: animal marinho presente especialmente em praias
rochosas. Seu corpo consiste de um disco central, com
espinhos calcários na superfície superior e cinco ou mais raios
ou braços. Não possui cabeça destacada no corpo. Pertence
ao filo Echinodermata, classe Asteroidea (Fig. 30).
Estuário: ambiente de água costeira semi-fechado, com conexão
livre para o mar, no qual a água do mar é diluída com a água
de origem continental (rio, laguna, etc.).
Figura 30 - Estrela-do-mar
Eucarionte: organismo cujas células possuem o núcleo organizado e separado do citoplasma por
uma membrana, a carioteca. Ex.: animais e vegetais.
Exoesqueleto: o mesmo que esqueleto externo; estrutura de revestimento e sustentação externa
presente nos animais invertebrados como siri, camarão e insetos.
Extinção: ato de exterminar. O termo é utilizado para indicar o desaparecimento de uma espécie.
Filtrador: organismo que utiliza a filtração para recolher partículas suspensas na água que
servirão de alimento.
Fitoplâncton: seres planctônicos autotróficos,
principalmente microalgas, que tem um
papel importante como produtores de
alimento, pois realizam fotossíntese.
Flagelo: projeção filiforme utilizada para a
locomoção de uma célula; encontrado em
células
de
metazoários
como
os
espermatozóides
e
alguns
protistas
chamados flagelados (Fig. 31).
Figura 31 – Organismo protista com flagelo
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Fotossíntese: propriedade das plantas verdes em aproveitar a luz solar e sintetizar matéria
orgânica.
Gameta: célula reprodutora
sexuada não fecundada.
Girino: nome dado às fases
larvais de sapos e rãs
(Fig. 32).
Figura 32 – Girinos
Gregário: indivíduo que vive agregado, em bando.
Hábitat: lugar onde vive um organismo no ecossistema.
Herbívoro: denominação dada para o ser vivo que se alimenta de plantas ou algas.
Heterótrofo: denominação do ser vivo que utiliza matéria orgânica produzida por outros
organismos, para sua alimentação. Não
produz seu próprio alimento como os
autótrofos.
Hidra: hidrozoário; pequeno pólipo solitário; animal
multicelular muito simples. Pertence ao filo
Cnidaria, classe Hidrozoa. É delicada,
flexível e mede de 10 a 30 mm. Na superfície
oral apresenta tentáculos circundando a
boca, que auxiliam na obtenção de alimento.
Vivem em água doce, fria e limpa de lagos,
tanques e córregos, fixando-se a pedras e
vegetação aquática (Fig. 33).
Figura 33 – Hidra em movimento
Hospedeiro: organismo vivo que abriga no seu corpo
outro ser vivo, geralmente um parasita; serve de
substrato e ou fonte de energia para outro ser.
Invertebrado: animal que não possui coluna vertebral
dorsal.
Lanterna de Aristóteles: conjunto de cinco dentes fortes
com músculos associados, presentes no ouriço-domar e bolacha-da-praia, animais que pertencem ao
filo Echinodermata (Fig. 34).
Figura 34 – Ouriço-do-mar, no
detalhe a lanterna de Aristóteles.
Lago: extensão de água doce ou salina cercada de terras.
Laguna: corpo de água costeiro, raso, conectado com o
oceano por um ou mais canais. É orientado geralmente
de forma paralela à costa, separado do oceano por
uma barreira.
Larva: estágio de um animal, após o período embrionário,
com forma diferente do adulto.
Lírio-do-mar: ver crinóide (Fig. 35).
Mandíbula: ossos em forma de arco que formam a boca.
Situam-se na face anterior do crânio dos vertebrados;
apêndice bucal presente nos artrópodes mandibulados,
como insetos, crustáceos e miriápodos.
Figura 35 – Lírio-do-mar
Manto: nome dado à epiderme que recobre a massa visceral dos moluscos e secreta a concha.
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Mar: grande massa de água salgada, na periferia dos oceanos.
Maré: movimento periódico das águas do mar, caracterizado por aumento e diminuição do seu
nível, devido à atração do Sol e da Lua.
Marisco: designação geralmente dada a diversos moluscos bivalves que vivem enterrados no
substrato à beira mar.
Marisma: formação pantanosa plana costeira, em águas rasas
inundadas pela maré; brejo.
Medusa: forma móvel dos cnidários. Geralmente são semiesféricas, com tentáculos na margem do corpo e boca no
centro do mesmo. São carregadas pelas correntes
marinhas, pois sua capacidade de natação é limitada. São
animais do zooplâncton (Fig. 36).
Mesogléia: substância que dá aos cnidários uma consistência
gelatinosa.
Metamorfose: processo de mudança na estrutura, forma e
habilidade de vida de um organismo durante o seu
desenvolvimento (Fig. 37).
Migração: movimento periódico feito por organismos, ocasionados Figura 36 - Medusa
por fatores como clima, procura de alimento, época de reprodução, etc.
Molusco: animal de corpo mole, não segmentado, do filo Mollusca. Vive em ambientes terrestres
(caracóis e lesmas), de água doce e salgada (mariscos, ostras e polvos). Geralmente
apresenta uma concha externa. Os moluscos são bons indicadores de poluição. Quando
ocorrem à beira-mar, em uma zona onde se concentram os mais diversos tipos de
poluentes, estes animais são facilmente afetados. Os moluscos são ecologicamente
importantes, pois suas conchas (Fig. 18) também são elementos fundamentais do ciclo do
cálcio.
Monera: reino constituído por bactérias e
cianobactérias que são seres
procariontes. Podem viver como
células isoladas microscópicas ou
formar colônias.
Mutualismo: associação benéfica mútua
entre indivíduos de espécies
diferentes.
Muda: o mesmo que ecdise nos
Figura 37 – Metamorfose de um anfíbio.
artrópodes - eliminação de um
revestimento externo, como cutícula, escama, penas ou pêlos.
Nadadeira: extensão do corpo em um animal aquático usada na locomoção. Podem ser de
posição dorsal, anal, peitoral, ventral e caudal (Fig. 38).
Nécton: animais aquáticos que possuem meios próprios de locomoção para vencer o movimento
da água. Ex.: peixes, baleias, tubarões, lulas (Fig. 9).
Nicho ecológico: espaço físico ocupado pelo organismo e seu papel funcional na comunidade.
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Notocorda: suporte axial celular
elástico formado ventralmente ao
tubo nervoso no embrião inicial
de todos os cordados, mais tarde
é circundado ou substituído pelas
vértebras
na
maioria
dos
vertebrados.
Ocelo: unidade fotorreceptora de
invertebrados. Funciona como
olhos muito simples.
Figura 38 – Nadadeiras de um peixe
Oligoqueto: classe do filo Annelida;
animal segmentado, sem ventosa, com poucas cerdas em cada anel, geralmente de vida
subterrânea. Ex.: minhoca.
Omnívoro: designação para seres vivos que tem dietas mistas com matéria orgânica de diferentes
origens (bactérias, algas, animais
e detritos orgânicos).
Opérculo: placa óssea que cobre as
brânquias nos peixes teleósteos;
peça que fecha a concha de
alguns moluscos gastrópodes
(Fig. 39).
Ósculo: abertura da parte superior dos
poríferos por onde sai a água com
substâncias desnecessárias e
detritos.
Figura 39 – Opérculo de um peixe teleósteo,
indicado pela seta
Osteictes: filo Chordata, classe Osteichthyes; peixes de esqueleto ósseo; teleósteos. Ex.:
tainha, linguado, bagre (Fig. 39).
Ovíparo: animal que põe ovos.
Ovo: célula resultante da fecundação do óvulo pelo espermatozóide; zigoto.
Ovovivíparo: animal cujos ovos são incubados e eclodem dentro do corpo materno, como em
alguns peixes, répteis e invertebrados.
Óvulo: célula germinativa de uma fêmea; gameta feminino; produto específico dos ovários.
Ouriço-do-mar: animal que pertence ao filo
Echinodermata. Apresenta o corpo
arredondado, sem braços livres com
espinhos delgados e móveis em toda a
superfície do corpo (Fig. 40).
Parasito: organismo vivo que se aloja em outro
causando prejuízo.
Pecilotérmico: o mesmo que ectotérmico;
característica
de
animais
cuja
temperatura do corpo é variável em
função da temperatura do ambiente.
Figura 40 – Ouriço-do-mar
Peixe: designação geral de vertebrados aquáticos que se movem por meio de nadadeiras;
geralmente fusiformes, com o corpo quase sempre coberto por escamas; habitam todos os
tipos de água; respiram por brânquias, situadas abaixo do opérculo (Fig. 39).
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Glossário sobre Ecossistema Aquático
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Pelágica: zona, camada de água que cobre os fundos (de rasos até profundos) dos oceanos,
coluna de água.
Pelágico: organismo que vive na zona pelágica.
Pérola: pedra de valor comercial produzida pelas ostras. Quando um grão de areia fica entre o
manto e a concha a ostra produz camadas de madrepérola ao redor do grão originando a
pérola.
Pigmento: substância que dá cor,
naturalmente ou não, às
células,
aos
tecidos
ou
substâncias no organismo ou
fora dele.
Piracema: nome dado no Brasil à
migração dos peixes, rio
acima, para a desova (Fig.
41).
Figura 41 - Piracema
Piscicultura: cultivo, criação de peixes.
Plâncton:
organismos,
a
maioria
microscópicos
(invertebrados, microalgas, bactérias e fungos), que
vivem em suspensão na água. Alguns são imóveis,
outros se movem por meio de estruturas como
apêndices, flagelos, cílios e outras. O plâncton dividese em fitoplâncton e zooplâncton (Fig. 9).
Pluricelular: ser constituído por várias células. Ex.: animais.
Pólipo: indivíduo de corpo tubular ou cilíndrico do filo dos
cnidários. Vive geralmente fixo no substrato pela
região aboral. Na extremidade livre, apresenta
tentáculos ao redor da boca.
Poliqueto: classe do filo Annelida; animal segmentado,
com muitas cerdas nas projeções laterais do corpo.
Figura 42 – Porífero
Porífero: animal aquático multicelular do filo Porifera, cujas células do corpo são organizadas de
tal maneira, que formam pequenos orifícios, denominados poros, em toda superfície do
corpo; são incapazes de realizar movimentos, fixam-se em rochas, conchas e outros substratos.
Ex.: esponja (Fig. 42).
Praia: espaço de terra, em geral coberta
de areia, limitada com o mar; zona
ora coberta por água, ora exposta
(Fig. 43).
Procarionte: organismo cuja célula não
possui material genético envolvido
por membrana. Ex.: bactérias.
Produtor: organismo vivo que produz
matéria orgânica, a partir de
compostos inorgânicos ou através
de fotossíntese.
Figura 43 - Praia do Cassino (Rio Grande – RS)
Cadernos de Ecologia Aquática 1 (1): 15-30, jan - jul 2006
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S. O. Saggiomo & M. A. Bemvenuti
Protista: organismo eucarionte unicelular com características comuns aos fungos, vegetais e
animais, mas não se encaixam em nenhum destes grupos. Ex.: protozoários, microalgas,
alguns tipos de mofos e bolores, ameba (Fig. 44).
Protozoário:
organismo
protista
heterotrófico
pertencente ao reino Protista. Podem ser de vida
livre, comensais ou parasitas. Ex: a ameba e o
paramécio.
Pseudópode: projeção da membrana plasmática, que
ocorre em algumas células e serve para a captura
de alimento e locomoção (Fig. 2).
Rádula: estrutura calcárea ou quitinosa raspadora,
dotada de dentículos que se encontra fixada sobre
a língua dos moluscos.
Regeneração: substituição natural de partes perdidas do Figura 44 – Organismos Protistas
corpo através de mutilação. Também é utilizada
para a reprodução assexuada. Comum em vários invertebrados como minhocas e estrelasdo-mar (Fig. 45).
Sanguessuga: vermes aquáticos e terrestres do filo
Annelida. Possuem hábitos predadores ou
parasitários, apresentam ventosas terminais
alargadas para locomoção e fixação (Fig. 46).
Sapróbio: organismo heterótrofo que vive de
substâncias
orgânicas
mortas
ou
em
decomposição. Ex.: protozoários, anelídeos,
bactérias, fungos e algas. Estes seres
desintegram a matéria orgânica suspensa no
meio líquido, efetuando depuração biológica das
águas.
Seleção natural: eliminação natural dos indivíduos
menos aptos na luta pela vida e sobrevivência
das variedades de seres vivos mais adaptados ao
meio ambiente.
Figura 45 – Estrelas-do-mar com
braços regenerados (braços menores)
Séssil: organismo fixo, permanentemente, à superfície de um substrato ou outro organismo;
sedentário que não se desloca livremente.
Simbiose: associação entre dois organismos na qual há
benefícios recíprocos.
Simetria bilateral: tipo de simetria em que um corpo pode
ser dividido por um plano mediano em metades
equivalentes, direita e esquerda, sendo cada uma a
imagem especular da outra.
Simetria radial: tipo de simetria na qual um organismo
possui partes similares arranjadas ao redor de um eixo
central comum, como as estrelas-do-mar e as
medusas.
Substrato: meio físico como rochas, areia, solo de terra e
outros, onde se desenvolvem os organismos.
Teleósteo: ver osteíctes.
Cadernos de Ecologia Aquática 1 (1): 15-30, jan - jul 2006
Figura 46 – Sanguessuga
Glossário sobre Ecossistema Aquático
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Tentáculo: apêndice móvel não articulado, situado geralmente próximo à boca, com função para o
tato, apreensão, fixação e locomoção.
Tunicado: animal pertencente ao filo Chordata, porém sem
crânio (acraniata); vivem livres no mar (plâncton) ou fixos
ao substrato; solitários ou coloniais; a larva é dotada de
corda dorsal rudimentar (notocorda) e cordão nervoso na
cauda; o adulto é desprovido de notocorda e tem cordão
nervoso reduzido.
Turbelário: animal que pertence à classe Turbellaria do filo
Platelminthes; são de vida livre, muito comuns na água
doce ou em solo úmido. Ex.: planária. (Fig. 47)
Unicelular: ser vivo constituído por uma única célula (Fig. 48).
Valva: concha externa que reveste o corpo de moluscos bivalves
e braquiópodos.
Figura 47 – Planária
Vertebrado: animal que apresenta uma coluna vertebral
(espinha); de ciclóstomos a mamíferos.
Vida livre: diz-se do animal que vive livre, ou seja, não é
parasita.
Univalve: concha dos moluscos gastrópodes, que é constituída
por uma só peça. Ex.: caramujo.
Zona abissal: zona marinha muito profunda e totalmente
escura, onde a luz não consegue penetrar. Apresenta
total ausência de organismos fotossintéticos e os animais
que ali vivem estão adaptados às grandes pressões e à
falta de luminosidade. Não se verificam grandes
variações de temperatura e salinidade
Figura 48 – Seres unicelulares
Zooplâncton: comunidade de organismos aquáticos que vivem em suspensão; são
exclusivamente heterotróficos (Fig. 9), sendo a maioria animais invertebrados e alguns
protistas.
Zigoto: célula resultante da união de dois gametas o óvulo e o espermatozóide.
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Endereço dos autores:
Sandra Oliveira SAGGIOMO
Escola Estadual Getúlio Vargas, rua dom Bosco s/no Rio Grande, RS 96.200-000
Email - sansaggiomo@riogrande-rs
Marlise de Azevedo BEMVENUTI
Departamento de Oceanografia, FURG, C. Postal 474 Rio Grande, RS, 96.201-900
Email – [email protected]
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