Estudo da estrutura e da composição interna das estrelas de nêutrons Paula M. G. L. Ferreira, German Lugones Centro CCNH Universidade Federal do ABC Av. dos Estados, 5001, Santo André, SP [email protected], [email protected] Resumo. Neste trabalho utilizamos as equações da estrutura estelar relativística para descrever estrelas de nêutrons e estrelas de quarks. Utilizamos as equações de estado de Bethe-Johnson e de Baym-Pethick-Sutherland para descrever estrelas de nêutrons e o modelo sacola do M.I.T. para descrever estrelas de quarks. A relação “massa-raio” é qualitativamente diferente em ambos os casos. Isto mostra que é possível inferir a composição interna das estrelas compactas a partir de determinações observacionais da massa e o raio destas estrelas. Palavras-chave. Estrela de nêutrons, Equações de T.O.V. I. INTRODUÇÃO II. DESENVOLVIMENTO s estrelas de nêutrons são sustentadas contra a pressão gravitacional através da pressão de degenerescência dos nêutrons contidos no seu interior. Para descrever a estrutura das estrelas, podemos utilizar as equações da relatividade geral conhecidas como equações de Tolman-Oppenheimer-Volkoff (TOV) [1]. Essas equações são deduzidas dentro do formalismo da relatividade geral, a partir das equações de campo de Einstein, considerando-se a estrela como uma distribuição de matéria relativística, esfericamente simétrica, estática e composta por matéria que se comporta como um fluido perfeito. As equações de TOV possuem a seguinte forma: Nesse trabalho calculamos o raio da estrela de acordo com sua pressão central utilizando o software Wolfram Mathematica 7.0. O programa integra repetidamente as equações de TOV até que encontre o raio da estrela (local onde a pressão é nula). E assim construímos os gráficos onde relacionamos a massa de uma estrela de nêutrons com o seu respectivo raio. A III. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 1, descreve o comportamento da massa com seu respectivo raio em uma estrela de nêutrons. Vemos que o raio estelar diminui a medida que a massa aumenta (isto é, a densidade de massa central aumenta) que são regiões estáveis da estrela de nêutrons. O ponto final da curva (referindo-se a Mmax a massa máxima com o seu correspondente raio R) marca o início da instabilidade. Estrelas com massa maior a Mmax formam buracos negros. Equação 1 Massa em função do raio. Equação 2 Diferencial da pressão em relação a massa. As equações de T.O.V. são equações diferenciais ordinárias que podem ser resolvidas utilizando métodos numéricos, desde que seja fornecida uma equação de estado. Neste trabalho para estrelas de nêutrons utilizamos a equação de estado Baym - Pethick - Sutherland (BPS) para pressões centrais menores que 0.006 (Mev/fm³) e Bethe-Johnson para pressões maiores. Para descrever a matéria de quarks utilizamos o modelo de sacola do M.I.T.,com B=60 MeV/fm³. Figura 1. Relação entre a massa e o raio de uma estrela de nêutrons estática. Na Figura 2, descrevemos o comportamento da massa com respeito ao raio em uma estrela de quarks. Vemos que o raio estelar aumenta à medida que a massa aumenta até chegar em um ponto de máximo da curva que marca o início da instabilidade. Figura 2. Relação entre a massa e o raio de uma estrela de quarks. IV. CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos pelo modelo proposto concluímos que a massa máxima para uma estrela de nêutrons é aproximadamente 1,8 massas solares e o raio máximo para uma estrela de quarks é aproximadamente 11 km. Esses dados estão de acordo com os valores observados experimentalmente. Vimos que em uma estrela de nêutrons, a massa se mostra inversamente proporcional ao raio enquanto, em uma estrela de quarks a massa se mostra proporcional ao raio. Logo, podemos inferir a composição interna das estrelas compactas através da determinação da relação “massa-raio” que é qualitativamente distinta em ambos os casos. REFERÊNCIAS [1] Shapiro, S. L. & Teukolsky S. A. Black Holes, White Dwarfs and Neutron Stars: The Physics AGRADECIMENTOS Ao Programa de Iniciação Científica da (PIC/UFABC) pelo financiamento deste trabalho. UFABC