Aula n.o 11 A VISÃO 01. Como funcionam exatamente os olhos? Até cerca do ano 1000 d. C., acreditava-se que os olhos emitiam luz e que essa luz de algum modo formava uma imagem. As pessoas pensavam que, se pusessem uma mão em frente dos olhos, não haveria imagem porque a luz deles não poderia passar. Mas, cerca do ano 1020, o cientista árabe Al-Hazen sugeriu corretamente que as coisas se passavam exatamente ao contrário – que os olhos recebiam luz em vez de a emitirem. Nos séculos que se seguiram, médicos e cientistas fizeram estudos detalhados da estrutura do olho. Aprenderam que o cristalino dos olhos projeta uma imagem numa tela viva chamada retina. Graças à invenção do microscópio, sabe-se agora que a retina é um conjunto de células sensíveis à luz (cones e bastonetes) que enviam mensagens ao cérebro através do nervo óptico. Mas como o olho forma imagem? O olho forma uma imagem do mesmo modo que uma máquina fotográfica: real, invertida e menor que o objeto. A luz atravessa a lente e é focada na retina, que é constituída por células ou terminais nervosos sensíveis à luz. Quando a luz os atinge, são transmitidos sinais ao cérebro através do nervo óptico. A imagem é projetada invertida sobre a retina, mas é interpretada corretamente. Quando existe visão binocular normal, ambos os olhos fixam o mesmo ponto. A porção visual do cérebro funde as duas imagens numa única. A córnea e o cristalino do olho formam uma lente fina que está em média, a 2,2 cm de distância da retina. Essa lente é deformável, ou seja, sua distância focal pode ser modificada, alterando-se seu perfil, de modo a formar uma imagem nítida na retina. Com base nessas informações, DETERMINE a distância focal da lente do olho humano quando se observa um objeto muito distante. a) A distância focal tem um valor superior a 2,2 cm para focalizar um objeto muito distante. b) A distância focal vale menos de 2,2 cm porque é inversamente proporcional à distância entre o objeto focalizado e a lente cristalina. c) A distância focal é nula porque a imagem se forma sobre a retina. d) A distância focal vale exatamente 2,2 cm, porque a imagem de objetos distantes deve formar-se sobre o foco que, por sua vez, se posiciona na retina para que essa imagem seja nítida. e) Faltam dados numéricos para se equacionar e resolver a presente questão. 02. A Ciência e a Tecnologia dependem muito do conhecimento que se tem da natureza e das possibilidades de manipulação de ondas mecânicas e eletromagnéticas. O olho humano, por exemplo, tem apenas um cristalino e uma retina sensível à luz. Muitos insetos (como esta mosca figurada) têm olhos compostos ou múltiplos que são divididos em centenas ou milhares de compartimentos (omatídeos). Cada compartimento tem um olho individual com o seu próprio cristalino. Isoladamente, estes olhos não vêem o objeto completo, mas o encéfalo do inseto junta todos os sinais para construir a imagem. As suas cores são brilhantes devido ao efeito chamado interferência da luz. Assim sendo, determine dentre os fenômenos abaixo relacionados, aquele em que não ocorre interferência de ondas: a) bolhas de água e sabão coloridas; b) os batimentos sonoros; c) a formação de onda estacionária; d) a região de penumbra no contorno da sombra de um objeto; e) a mancha de óleo colorida. CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. II 53 03. A FOTOGRAFIA A palavra vem do grego PHOTO, que significa LUZ, e GRAPHOS, que designa a ESCRITA, significando, no conjunto, “escrever ou gravar com a luz”. O processo que faculta a obtenção de uma imagem visível impressa por ação da luz, pode valer-se dos aparelhos mais simples aos mais sofisticados. Nenhum imagem fotográfica, no entanto, é totalmente nítida. Foram inventados diversos métodos para medir o grau de nitidez, mas eles são aplicados à imagem produzida pela lente da câmara. E nenhuma lente é perfeita, mas as fórmulas e os cálculos óticos devem presumir que tal fenômeno exista. Suponha então que, numa máquina fotográfica, a distância da objetiva ao filme é de 25 mm. A partir das especificações dadas a seguir, assinale a que corresponde a uma lente que poderia ser a objetiva dessa máquina: a) convergente, de convergência + 4,0 di. b) convergente, de convergência + 25 di. c) convergente, de convergência + 40 di. d) divergente, de convergência – 25 di. e) divergente, de convergência – 4,0 di. 04. Em locais baixos como num vale, captam-se mal sinais de TV, FM (frequência modulada) e de telefone celular, que são sinais de frequências altas, mas captam-se bem sinais de rádio de frequências baixas. Os sinais de rádio de frequências baixas como aqueles das emissoras de AM (amplitude modulada), são melhor captados porque: a) refletem na Lua e voltam para a Terra; b) refratam-se através de montanhas e obstáculos; c) difratam-se mais facilmente devido ao maior comprimento de onda, além de refletirem-se na ionosfera; d) provocam ressonância com as moléculas dos materiais que se interpõe em seu caminho, propagando-se através deles; e) sofrem reverberação devido à sua baixa frequência, o que prolonga a sua duração, atingindo distâncias maiores. 05. Sabe-se que o índice de refração (n) de um meio indica o grau de dificuldade encontrado pela luz para propagar-se nesse meio, sendo uma grandeza adimensional. De uma maneira geral, sabemos que o índice de refração depende da frequência da luz incidente (f). A figura representa o gráfico do índice de refração em função da frequência da luz incidente para um determinado material.Se f1 e f2 representam duas frequências quaisquer, podemos afirmar que, dentro do material: a) as velocidades da luz são iguais para as duas frequências; b) a velocidade da luz com frequência f2 é maior que a velocidade da luz com frequência f1; c) a velocidade da luz com frequência f1 é maior que a velocidade da luz com frequência f2; d) nada podemos afirmar sobre as velocidades, pois a velocidade da luz neste material independe da frequência da luz incidente. e) como a fequência da luz em um mesmo meio pode ser variável, a velocidade fica sempre indeterminado. 06. Após a chuva, podemos ver no céu o fenômeno da dispersão da luz solar, formando arco-íris. A figura mostra o que ocorre com um raio de luz solar, ao atingir uma gota de água. Representamos para simplificar a figura, apenas os raios de luz vermelha e violeta, que limitam o espectro da luz branca. Considerando as informações acima, responda às seguintes perguntas. A. O índice de refração da água é maior para a luz violeta do que para a luz vermelha. Qual delas propaga-se, dentro da gota, com maior velocidade? 54 CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. II a) violeta, pois ocupa a parte superior da figura dada; b) vermelha, pois a velocidade é inversamente proporcional ao índice de refração; c) violeta, pois a velocidade é diretamente proporcional ao índice de refração da água da gota; d) vermelha, porque o sua velocidade é maior no interior da gota do que no ar; e) tanto a luz vermelha quanto o violeta possuem a mesma velocidade no interior da gota de chuva, sendo um pouco menor do que no ar. B. Quais os fenômenos, mostrados na figura, que ocorrem com o raio de luz branca nas posições I, II e III? a) refração, reflexão, dispersão; b) refração, refração, refração; c) refração com dispersão, reflexão, refração; d) refração com dispersão, reflexão, nova dispersão; e) refração, refração, dispersão. C. O que acontece com a frequência (f), a velocidade (v) de propagação e o comprimento de onda da luz (λ) vermelha, ao passar do ar para a água? a) b) c) d) e) f não muda não muda diminui aumenta não muda v não muda aumenta aumenta diminui diminui não muda diminui aumenta diminui diminui óculos ou lentes de contato. A medida em que a idade avança, no entanto, todas as pessoas, mesmo que possuam visão normal, passam a ter dificuldade em ver de perto, pois contraem a presbiopia, também chamada de “vista cansada”, que é consequência do cansaço dos músculos que acomodam a visão às variadas distâncias. É nesse momento que entram em cena os “óculos de leitura”. O grau das lentes corretivas, ou seja, sua vergência (V), é medido em dioptrias (di) e é igual ao inverso da distância focal (f) da lente (medida em metros). Com base no exposto, responda às questões a seguir. A. João, de idade avançada, tem presbiopia. O grau das lentes dos óculos de João é +2,0 di. Assim, se ele quiser projetar, sobre uma folha de papel, a imagem do Sol, ele deverá posicionar as lentes de seus óculos a uma distância da tolha, em centímetros, igual a: a) 0,5 b) 5,0 c) 25 d) 50 e) 100 B. Para essa lente fornecer uma imagem virtual de um objeto colocado diante dela, é necessário que o objeto em questão esteja posicionado: a) entre o foco e a lente. b) sobre o foco dessa lente. c) a uma distância d da lente, tal que f < d < 2f. d) a uma distância d da lente, tal que d > 2f. e) a qualquer distância da lente. 07. Miopia, hipermetropia e astigmatismo. Essas ametropias são erros de refração, pois provocam alterações no formato do olho e afetam a maneira como é feita a refração, ou seja, como o olho direciona a luz para focá-la na retina. Os erros de refração podem ser pequenos e não prejudicar a visão. Porém, quando são maiores, podem acarretar outros problemas nos olhos. Os principais sintomas dos erros de refração são: diminuição da visão, desconforto nos olhos e, ocasionalmente, dores de cabeça. Esses sintomas normalmente desaparecem com o uso de CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. II 55 08. Duas crianças observam um aquário com a forma de um paralelepípedo, cujas arestas são opacas. Uma delas afirma que há, no aquário, apenas um peixinho; a outra afirma que há dois. Sabendo que essas crianças não mentem, assinale a alternativa que melhor explica o que está ocorrendo. Em cada alternativa os círculos representam as crianças, o(s) ponto(s) representa(m) o(s) peixinho(s) e o retângulo representa o aquário, todos vistos de cima. 09. Observe atentamente a tirinha abaixo do cartunista Maurício: A lente em questão, que permitiu ao elefante enxergar a minúscula formiga, antes invisível aos seus olhos, é do tipo: a) divergente; b) cilíndrica; c) plano-côncava; d) convergente; e) bicôncava ou biconvexa. 56 CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. II 10. Inúmeras são as aplicações de lentes esféricas, tanto em instrumentos ópticos de observação como de projeção, como também em lentes corretivas de anomalias no sistema óptico do globo ocular. Sobre lentes esféricas podemos afirmar que: I. A lente utilizada no olho mágico de uma porta é divergente. II. Se a imagem formada numa lente esférica é real, certamente ela é invertida em relação ao objeto. III. Quando um objeto se aproxima de uma lente convergente até seu ponto focal, sua imagem real irá aumentar de tamanho. IV. Uma pessoa com visão normal pega emprestados os óculos do seu amigo que é míope. Podemos dizer que a imagem que se formava na retina passa a formar-se fora da retina. a) Todas as afirmativas são corretas. b) Apenas III e IV são falsas. c) Apenas a I está correta. d) Apenas a II está falsa. e) Apenas I e IV são corretas. CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. II 57 Gabarito 07. A. d 1 1 1 V= → 2= →f= f f 2 01. d 02. d 03. c f = 25 . 10–3 m V= V= f = 0,5 m → f = 50 m B. a 1 f 1 25 . 10 V = 40 di –3 = 1000 25 04. c 05. c 06. A. b B. c C. e 08. d 09. d 10. a 58 CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. II