4 Cidades - [email protected] Diário de Caxias Anele de Paula [email protected] Poder é esse bicho estranho que morde as pessoas e as faz cometer as maiores loucuras. O Estado do Maranhão - São Luís, 12 de outubro de 2014 - domingo Boquinha no governo O principal líder do consórcio que ajudou a eleger Flávio Dino (PC do B), o deputado estadual eleito Humberto Coutinho (PDT) agora inicia uma outra batalha. A primeira para ser presidente da Assembleia Legislativa e a segunda para abocanhar os maiores números de secretarias possíveis na administração dinista. Para HC, o mais interessante é ter nas mãos as Secretarias de Saúde e de Obras obviamente. As mais ricas e espinhosas do setor. Mesmo que os nomes indicados não sejam ligados a ele diretamente, um elemento de grau três também servirá aos inten- tos de Humberto Coutinho. O importante mesmo é o poder que essa negociação pode lhe render. E Flávio Dino, apesar do discurso que carrega consigo sempre que vê um microfone ou um colha do secretariado não será feita por um critério técnico. Mas um bolo repartido entre apoiadores. É o risco de se dever favores. E a lista de quem está esperando uma boquinha nesse governo é grande. Para HC, o mais interessante é ter nas mãos as Secretarias de Saúde e de Obras obviamente. As mais ricas e espinhosas do setor gravador ligados, sabe que terá de atender os interesses de HC. Afinal foi ele o principal patrocinador da sua vitória. Sob essa ótica é fácil analisar que assim como seus antecessores a es- Com mais esse gancho no Executivo maranhense o poder dos Coutinho tende a aumentar e como já disse aqui em textos anteriores a este, o céu politico é o limite a partir de agora. Bicho Povo Poder é esse bicho estranho que morde as pessoas e as faz cometer as maiores loucuras. No âmbito político é assim. Quanto mais poder mais inebriado fica quem dele bebe. O difícil nessa situação toda é controlar para não virar obsessão. O mais interessante é que todo esse interesse é sempre em nome do povo e dos interesses destes. Há tantos problemas ainda em Caxias, os quais os interesses dos políticos tão preocupados ainda não conseguiram soluciona-los. Caxienses sofrem. Rico Simples O deputado eleito Humberto Coutinho é um exemplo clássico. Já era rico antes de ser político. E o é mais ainda desde que ingressou nesta. Mesmo assim, não se cansa de galgar mais degraus na escala do poder. É uma pessoa a ser analisada. Coisas simples como sinalização nas ruas e avenidas, um reordenamento urbano e até mesmo uma reforma básica de logradouros públicos é ignorada. O povo no fundo não quer muito. Apenas respeito às suas necessidades básicas, como acessibilidade. Pacientes com câncer enfrentam entraves para se tratar em Caxias No município, há médicos especialistas em oncologia, mas o tratamento via SUS ainda não é feito, restando aos enfermos o TFD, portaria expedida pelo Ministério da Saúde que garante despesas para que o acolhimento seja feito em outra cidade Anele de Paula durante esse período o tumor da mama da minha esposa cresceu", comentou Natanael dos Reis, marido da paciente. A mãe de Naiane, Francisca Rodrigues, sofre com a necessidade de tratamento. "Eu acho que deveríamos ter uma alternativa para se tratar aqui. Para se deslocar até São Luís é complicado e longe. São cinco horas de viagem", reclama. Anele de Paula Da equipe de O Estado C AXIAS - Só quem é diagnosticado com câncer em Caxias sabe das dificuldades para receber atendimento na rede pública. O tratamento só é realizado em Teresina (PI) ou em São Luís. Muitos pacientes acabam morrendo, de tanto esperar para serem atendido na cidade vizinha. Em Teresina, mesmo após determinação judicial, muitos pacientes são barrados pela rede pública de saúde e acabam voltando para Caxias para esperar pelo tratamento. Os pacientes também afirmam que ainda não recebem regularmente o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), um recurso do Governo Federal repassado ao Município para pagar despesas de deslocamento. A Portaria nº 5.599 do Ministério da Saúde visa garantir condições para pacientes com doenças não tratáveis no seu município pagarem as despesas para que o tratamento seja feito em outra cidade. Em Caxias há médicos especialistas em oncologia, mas o tratamento ainda não é feito na cidade. Os recursos do TFD servem apenas para cobrir despesas de deslocamento. Às vezes, para alguns desses pacientes, a alternativa mais rápida para obter atendimento é a via judicial. Já que a rede de saúde pública de Teresina impõe restrições ao atendimento a pacientes de Caxias. Luta - Naiane e Francisca Rodrigues, filha e mãe, lutam contra o câncer. Naiane descobriu um tumor na mama no ano passado e, desde então, passa por tratamento no Piauí. Tudo começou com a dificuldade para receber o diagnóstico. "Nós buscamos imediatamente o serviço público de Caxias. Começamos pela Unidade Básica de Saúde, que encaminhou para o Centro de Atendimento Integrado [Ceami], onde o oncologista solicitou uma biópsia, cujo material foi encaminhado para Teresina. Infelizmente passaram-se 60 dias para que pudéssemos receber o exame. Deu até para se notar que Equipe da Oncovida faz campanhas o ano inteiro para ajudar pacientes com câncer em Caxias Suspenção de atendimento no PI Os promotores de justiça com atribuição na defesa da saúde Antônio Borges Nunes Júnior e Williams Silva de Paiva, de Timon e Caxias, respectivamente, encaminharam ofício na terça-feira (7) à procuradora-geral de justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha, denunciando a suspensão do atendimento a pacientes do Maranhão com câncer, em Teresina. A medida contraria a pactuação realizada entre os estados do Maranhão, do Piauí e o Ministério da Saúde, em janeiro deste ano, para manutenção do atendimento mediante o repasse financeiro para o governo piauiense. Em 2004, foi editada portaria do Ministério da Saúde que incorporou ao teto financeiro anual de Teresina o valor de R$ 4,82 milhões, provenientes do Estado do Maranhão. Esse repasse anual seria destinado a cobertura de diversos serviços de saúde prestados pelo Piauí aos pacientes maranhenses. Com o aumento da demanda para tratamento oncológico, em abril de 2010, foi firmada pactuação entre os dois estados, por intermédio da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Adminis- tração Federal da Advocacia-Geral da União (AGU), em que foi regulamentado o atendimento dos pacientes de alta e média complexidade oriundos do Maranhão nos estabelecimentos credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Piauí. Mesmo assim, em dezembro de 2013, os gestores piauienses suspenderam o atendimento aos pacientes com câncer, com a justificativa da falta de repasse financeiro, o que totalizaria uma dívida de R$ 8 milhões. Para tentar resolver a questão, foi firmado novo compromisso, em março deste ano, entre o Maranhão, o Piauí e a União em que o Ministério da Saúde se responsabilizaria pelo repasse financeiro para assegurar o atendimento aos pacientes maranhenses, referente ao período de maio de 2011 a dezembro de 2013. Além disso, os dois estados, por meio das Comissões Intergestores Bipartite apresentariam estudo de oferta e capacidade instalada de saúde. O atendimento foi retomado e, depois, foi novamente suspenso. Ao tentar agendar o tratamento dos pacientes no Piauí, a Central de Regulação do Maranhão não obtém nenhuma resposta ou justificativa de recusa. "Os Estados do Piauí e Maranhão cumpriram o que foi pactuado, mas a União não repassou os recursos", afirma o promotor Antônio Borges Júnior, que recebeu denúncias de pacientes em janeiro deste ano. Diante do impasse, o Ministério Público do Maranhão (MP) informou a situação e pediu providências ao Ministério Público Federal do Piauí, Ministério Público Estadual do Piauí, Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão, Secretaria Municipal de Saúde de Teresina e Ministério da Saúde. "A triste e atual realidade é que pacientes oncológicos maranhenses estão a sofrer e a morrer por inconcebível falta de entendimento institucional entre os estados e a União", diz o ofício enviado à procuradora-geral. Regina Rocha encaminhou ofício, na quarta-feira, 8, ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, e ao secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, solicitando a adoção de medidas urgentes para solucionar o problema. Impedimento - Desde o início do ano os hospitais públicos de Teresina deixaram de receber pacientes oncológicos do Maranhão, via Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, segundo o Governo do Piauí, aconteceu por causa do aumento da demanda de pacientes maranhenses, em contraposição do repasse feito pelo Governo do Maranhão à Prefeitura de Teresina, que permanecia com o mesmo valor desde 2010. Entre as cidades maranhenses mais prejudicadas com essa suspensão destacam-se Caxias, macrorregião composta por sete municípios, e de Timon, macrorregião composta por quatro municípios, que fazem fronteiras com a capital piauiense. Sem esse dinheiro e sem a unidade de saúde muitos pacientes, principalmente os de baixa renda, acabam contando exclusivamente com a ajuda das organizações não governamentais Centro de Oncologia (Oncovida)e Amigos na Luta Contra o Câncer ( Anlucc) que fazem trabalhos filantrópicos no município para ajudar os pacientes com câncer. Bingos, rifas e até caminhadas de conscientização estão entre as ações realizadas pelas instituições. Tanto a Oncovida quanto a Anlucc atuam em Caxias por meio de doações para ajudar os pacientes. No caso específico da Oncovida, há uma campanha permanente de troco solidário, na qual pequenos cofres são colocados em pontos comerciais para receber doações da população. Já a Anlucc tem trabalhado com a realização de campanhas solidárias como explica Doralice Maria de Oliveira Carvalho, diretora geral da ONG. A entidade está aberta a doações em espécie e cestas básicas de colaboradores que se sensibilizem com a causa. Mais em Geral 6 Unidade de oncologia deverá ser inaugurada Segundo o Portal da Transparência, o Município de Caxias já recebeu do Governo Federal mais de R$ 730 mil para a construção da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). O recurso seria aplicado na instalação de estrutura no Hospital Municipal Gentil Filho. A obra está em andamento e era para ter sido inaugurada em um prazo de 180 dias, ainda no ano passado, o que não aconteceu. Desde então, se vão mais de seis meses de atrasos. E a previsão, segundo a Secretaria Municipal de Saúde é que a obra seja concluída até dezembro. A Unacon faz parte de uma estratégia conjunta entre o Estado, os municípios da macrorregião de Caxias e o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Acesso - O objetivo da unidade é promover o acesso dos pacientes oncológicos a um serviço de saúde de qualidade na própria região e reduzir o risco de morte e minimizar as consequências do câncer na população maranhense, especificamente a dos caxienses. Inicialmente, será realizado, além das consultas e exames, que já são feitos com os especialistas que atuam na cidade, as aplicações de tratamento quimioterápico. A unidade não atenderá apenas os pacientes de Caxias, mas de outros municípios vizinhos que fazem parte da pactuação bipartite. Depois que o município começar a prestar esse tipo de atendimento a Unacon passará por expansão. A meta é que dentro de três anos Caxias também possa oferecer tratamento em radioterapia.