2016 100 80 60 40 PROTOCOLO DE ATENÇÃO À GESTANTE COM SUSPEITA DE ZIKA E À CRIANÇA COM MICROCEFALIA Leste Oeste Norte 20 0 1° Trim 2° Trim 3° Trim 4° Trim Bahia Secretária da Saúde do Estado da Bahia Março/2016 Versão 1 PROTOCOLO DE ATENÇÃO À GESTANTE COM SUSPEITA DE ZIKA E À CRIANÇA COM MICROCEFALIA VERSÃO 1 Bahia Março/2016 3 Governador do Estado da Bahia Rui Costa Vice-Governador João Leão Secretário da Saúde do Estado da Bahia Fábio Vilas-Boas Subsecretário da Saúde do Estado da Bahia Roberto José da Silva Badaró Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde Ita de Cácia Aguiar Cunha Superintendente de Atenção Integral à Saúde José Raimundo Mota de Jesus Superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde José Saturnino Rodrigues Diretoria de Gestão do Cuidado Liliane Mascarenhas Silveira Diretoria de Atenção Básica José Cristiano Soster Diretoria de Atenção Especializada Maria Alcina Romero Bulhosa Diretoria de Gestão da Rede Própria Jassicon Queiroz dos Santos Diretoria de Vigilância Epidemiológica Maria Aparecida Araújo Figueiredo Diretoria de Informação em Saúde Márcia de Paulo Costa Mazzei 4 Organização Jeane Magnavita Cerqueira José Cristiano Soster Maria Aparecida Araújo Figueiredo Pedro Hernando Paraizaman Roberto José da Silva Badaró Colaboradores Especialistas Aline Franco Manoel Sarno Amanda Blauth Marcele Paim Ana Paula Freire Cruz Marcelo Aquino Analia Cunha Pupo Márcia Estela C. Matos Anderson Freitas de Santana Marcia Mazzei Balbina Lemos Margareth Hamdan Melo Coelho Bruno Reis Maria Alcina Boulosa Camila Silva Lisboa Maria Rosário Ribeiro Barretto Cândida Maria Pimentel Pereira Matheus Fernandes Carina Marques Vieira Michele Almeida Cássio André Garcia Nadja Queiroz de Oliveira Dolores Fernandez Fernandez Normélia Quinto dos Santos Edivan de Santana Olga Cristina Lima Sampaio Elisa Maria Carvalho Patricia Paranhos Soares Elisabeth França Raul Molina Felicidade Mota Pereira Rone Peterson Oliveira Fernanda dos Reis Souza Sabrina Calmon de Oliveira Gabriel Q. Nogueira Sandra Maria Portela Leal Gracinda Maria Archanjo Simone Coelho Evangelista Halison Sousa Solange da Cruz Coelho Hans Greve Sonia Cristina Pereira Sales Barreto 5 Ita de Cácia A. Cunha Sônia Maria Pereira dos Santos Ítalo Ricardo Santos Aleluia Stela dos Santos Souza Ivonildo Dourado Tereza Cristina Paim Xavier Carvalho Jacqueline Bomfim Thiago Gonçalves do N. Piropo Jamile Oliveira Lima Verônica Batista Gonçalves dos Reis Janeusa Rita Leite Primo Chagas Viviane Bastos e Bastos Jarbas Santos Dultra Viviane Chicourel Hipolito Rodrigues Jesuína Castro Zuinara Maia Josaildes Antunes Ribeiro José Saturnino Rodrigues Juliana Araújo de Sá Kariny Maria Silva Ferreira Larissa C. Almeida Liana Figueirêdo Almeida de Souza Licia Moreira Lilia Maria Caldas Embiruçu Liliane Mascarenhas Lízia Valverde Viana Manoel Henrique de Miranda Pereira 6 Sumário 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 2 ATENÇÃO À GESTANTE COM RELATO DE DOENÇA EXANTEMÁTICA ........... 16 3 MICROCEFALIA .................................................................................................... 26 3.1 Classificação da microcefalia quanto a etiopatogenia. .................................... 26 3.2 Fatores de Riscos de Microcefalia Adquirida. .................................................. 27 3.3 Avaliação do perímetro cefálico na microcefalia. ............................................. 28 4 ATENÇÃO AO RECÉM NASCIDO EXPOSTO A ZIKA DURANTE A GESTAÇÃO 30 4.1 Atendimento na Sala de Parto ......................................................................... 30 4.2 O recém nascido com microcefalia ou com outra sintomatologia – acompanhamento na Maternidade ........................................................................ 33 4.2.1 Exames laboratoriais: ................................................................................ 33 4.2.2 Exames de imagem: .................................................................................. 34 4.2.3 Triagem Neonatal: ..................................................................................... 35 4.3 Alta Hospitalar.................................................................................................. 37 4.4 Intervenção Precoce ........................................................................................ 37 4.6 O Natimorto ..................................................................................................... 39 5 A REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ESTADO DA BAHIA .................................................................................................................................. 40 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 ANEXOS ................................................................................................................... 44 7 ABREVIATURAS E SIGLAS AIH – Autorização de Internação Hospitalar ATSC – Área Técnica de Saúde da Criança ATSM - Área Técnica de Saúde da Mulher ATPD - Área Técnica da Pessoa com Deficiência AVD - Atividades da Vida Diária CCVG – Coordenação do Cuidado por Ciclo de Vida e Gênero CDC/EUA – Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos da América CDC/Europa – Centro de Prevenção e Controle de Doenças da União Européia CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima Revisão CIEVS – Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde CPT – Coordenação de Políticas Transversais DAB – Diretoria de Atenção Básica DAE – Diretoria de Atenção Especializada DATASUS – Departamento de Informática do SUS DGC – Diretoria de Gestão do Cuidado DGRP – Diretoria de Gestão da Rede Própria DNPN - Desenvolvimento Neuropsicomotor DIVEP – Diretoria de Vigilância Epidemiológica DP – Desvio Padrão ESPII – Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional ESPIN – Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional MS – Ministério da Saúde NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família OMS – Organização Mundial da Saúde PC – Perímetro Cefálico PEATE - Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico PRN – Programa de Reanimação Neonatal 8 RESP – Registro de Eventos em Saúde Pública RSI – Regulamento Sanitário Internacional SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria SES – Secretaria Estadual de Saúde SIH – Sistema de Informação Hospitalar SIM – Sistema de Informação de Mortalidade SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINASC – Sistema de Informação de Nascidos Vivos SNC – Sistema Nervoso Central SUVISA – Superintendência de Vigilância em Saúde SAIS – Superintendência de Atenção Integral à Saúde SESAB – Secretaria de Saúde do Estado da Bahia SUS – Sistema Único de Saúde TAN – Triagem Auditiva Neonatal UBS – Unidade Básica de Saúde UPA – Unidade de Pronto Atendimento USF – Unidade de Saúde da Família 9 1 INTRODUÇÃO Os arbovírus são vírus que podem ser transmitidos ao homem por vetores artrópodos, que são animais invertebrados que possuem o corpo segmentado. As patas articuladas são a principal característica que os diferencia dos demais invertebrados. Dos mais de 545 espécies de arbovírus conhecidos, cerca de 150 causam doenças em humanos (LOPES; NOZAWA; LINHARES, 2014). Na Figura 1 pode-se observar a ocorrência de arboviroses na Bahia desde 1996. Figura 1: Linha do tempo das arboviroses na Bahia Fonte da Suvisa/SESAB/ 2015 O acompanhamento dos casos notificados na Bahia referente aos anos anteriores das arboviroses (Dengue, Zika e Chikungunya), demonstra espacialmente os municípios com maior possibilidade de complicações ou agravamentos derivados destas patologias. Desta forma, olhar para os dados regressos nos trazem o mapa de risco para a situação atual que vivenciamos com a microcefalia associada as arboviroses. Desta forma, podemos traçar um mapa de risco relacionado aos municípios com maiores incidências, como contam nas figuras 2, 3 e 4 que seguem. 10 Figura 2: Distribuição espacial da incidência das arboviroses (Dengue, Zika e Chikungunya). Bahia, 2015. Figura 3: Distribuição dos municípios com incidência maior que 100 casos/100.000 habitantes para Zika e Chikungunya. Bahia, 2015. 11 Figura 4: Distribuição dos municípios com incidência maior que 100 casos/100.000 habitantes para Dengue e Zika. Bahia, 2015. Em 22 de outubro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES/PE), comunicou o Ministério da Saúde a observação do aumento no número de casos de microcefalia, a partir de agosto de 2015. Essa situação fez com que todas as autoridades de saúde e especialistas, ficassem atentos ao aparecimento deste evento também aqui na Bahia. O que foi confirmado nos meses subsequentes mediante notificação de mediante notificações, levantamento e verificação de dados. Frente ao evento inusitado de alteração do padrão da ocorrência de registros de microcefalia em recém-nascidos no país, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, considerando a microcefalia um agravo emergencial em saúde pública, que impacta na qualidade de vida das crianças e famílias e causa um possível aumento da mortalidade neonatal infantil. As primeiras publicações apontavam para um aumento da microcefalia associado às Arboviroses, o que levou de forma preventiva, a estruturação do Plano de Resposta às Emergências em Saúde Pública, baseado nos Eixos: 12 Combate ao Vetor - Mobilização e combate ao vetor Aedes aegypti, com objetivo de reduzir o índice de infestação predial do Aedes aegypti a menos de 1% em todos os municípios do estado; Diagnóstico e Cuidado - Busca assegurar a atenção às gestantes com arboviroses e seus acompanhamento e recém-nascidos reabilitação das com microcefalia, crianças além diagnosticadas do com microcefalia, enfatizando a estimulação precoce; Educação – Educação permanente de trabalhadores para assistir adequadamente gestantes e crianças, bem como, mobilizar a sociedade para o enfrentamento do Aedes aegypti. Neste contexto, este evento que tem como desfecho mórbido a microcefalia, no estado da Bahia. Por tanto, aponta para a estruturação de uma rede de diagnóstico, assistência, habilitação e reabilitação, que será apresentada a seguir: 13 Recém-Nascido Vivo com microcefalia possivelmente associada à infecção pelo vírus Zika, durante a gestação: CASO SUSPEITO CASO CONFIRMADO Recém-nascido vivo com menos de 37 semanas de idade gestacional (Pré-termo), apresentando medida do perímetro cefálico igual ou menor que 2 (dois) desvio padrão, segundo tabela de InterGrowth, que equivale a 30,17 cm para menina e 30,46 cm para menino. Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, em que tenha sido identificado o vírus Zika em amostras do Recém-nascido vivo ou da mãe (durante a gestação). OU Recém-nascido vivo com 37 semanas ou mais de idade gestacional (A termo ou Pós-termo), apresentando medida do perímetro cefálico menor ou igual a 2 (dois) desvios padrões na tabela da OMS, o que equivale a 31,5 para meninas e 31,9 para meninos. CASO DE DIAGNÓSTICO DESCARTADO PARA VIGILÂNCIA Caso registrado de recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia possivelmente associada com infecção pelo vírus Zika, com confirmação de causa específica, infecciosa ou não, que não seja a infecção pelo vírus Zika no recém-nascido e na mãe. OU Recém-nascido vivo de qualquer idade gestacional, classificado como caso suspeito de microcefalia possivelmente associada com 11 infecção pelo vírus Zika, com microcefalia diagnosticada por qualquer método de imagem, excluídas outras possíveis causas conhecidas. 14 Feto com alterações do SNC possivelmente relacionada a infecção pelo vírus Zika durante a gestação Cabe salientar, que o Estado a partir de definições e orientações do Ministério da Saúde, ajustou a definição de caso suspeito de recém-nascido (RN) a termo com microcefalia àquele com perímetro cefálico menor ou igual a 2 (dois) desvios padrões na tabela da OMS, o que equivale a 31,5 para meninas e 31,9 para meninos, e para os recém-nascidos pré-termos o perímetro cefálico igual ou menor que 2 (dois) desvio padrão, segundo tabela de InterGrowth (http://intergrowth21.ndog.ox.ac.uk/Newborn/pt/ManualEntry/Compute), que equivale a 30,17 cm para menina e 30,46 cm para menino, passando a adotá-las para fins de vigilância epidemiológica. A associação do Zika vírus como a principal causa de microcefalias, trouxe a necessidade de melhor definição epidemiológica e assistencial. 15 2 ATENÇÃO À GESTANTE COM RELATO DE DOENÇA EXANTEMÁTICA A assistência pré-natal tem como objetivo precípuo garantir o bom andamento das gestações, identificando adequado e precocemente quais os pacientes com mais chances de apresentar evolução desfavorável. Pressupõe o cuidado, a partir da avaliação de risco, mais indicado e encaminhamento seguro, quando necessário. Com o quadro epidemiológico atual, o pré-natal é primordial para prevenir complicações decorrentes de doenças exantemáticas para mãe e o bebê. Os fatores de risco na gestação podem ser prontamente identificados no decorrer da atenção ao pré-natal. Desde que, a gestante inicie seu pré-natal no primeiro trimestre, na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima de sua casa e, desta forma, possa ter assegurado o acesso a todos os exames necessários e adequados a sua condição. Cabe ressaltar que somente exames não são suficientes para prevenir ou diagnosticar os riscos gestacionais e complicações pós-parto/nascimento. Com isso, o pré-natal só é válido e seguro, se for realizado por profissional de saúde habilitado, que realize todas as orientações, avaliações e exames preconizados pelos protocolos vigentes. Gestante com relato ou com sinais de infecção exantemática, rash cutâneo ou febre sem causa aparente, deve ser orientada a procurar a UBS ou USF, onde deve ser realizado o acolhimento. Importante esclarecer, que na gravidez, a presença de infecção exantemática, rash cutâneo ou febre, sem causa aparente não determina, obrigatoriamente, o diagnóstico da microcefalia fetal. Isto não exime que se proceda uma acurada investigação etiológica, devendo a gestante ser classificada de acordo com os parâmetros da classificação de risco pré-natal e notificadas imediatamente, ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde - CIEVS. 16 Profissionais que atuam na atenção básica (UBS/USF/NASF) devem fornecer acolhimento às gestantes e garantir o bom andamento das gestações, bem como, realizar adequada abordagem aos seus familiares, sobretudo quando houver suspeita de Zika e diagnóstico de microcefalia intrauterina e, quando necessário, encaminhar para acompanhamento psicológico. O pré-natal preconizado deve seguir as orientações constantes no Caderno de Atenção Básica: Atenção ao Pré-natal de Baixo Risco – Caderno 32, 2013. Pode ser adquirido no endereço eletrônico: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf. O cuidado à gestante com relato de doença exantemática deve ser realizado seguindo os seguintes passos: I. Acolhimento à gestante; II. Avaliar sinais e sintomas de Arboviroses; III. Realizar a Notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN e Registro de Eventos em Saúde Pública – RESP; IV. Iniciar o Pré-natal de Risco Habitual com complementação de exames; V. Vinculação à Maternidade, segundo Plano Terapêutico Singular da Gestante. I. Acolhimento à Gestante O acolhimento deve ocorrer no primeiro contato da equipe da Atenção Básica com a gestante e deve abordar todos os aspectos de risco e necessidade individual, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde no Caderno 28, Acolhimento à Demanda Espontânea (Figura 6). Figura 6: Algoritmo de acolhimento à demanda espontânea na Atenção Básica. 17 Fonte: Caderno de acolhimento MS 18 II. Avaliar sinais e sintomas de Arboviroses A gestante com sinais ou sintomas de arbovirose passa a ter um cuidado complementar, devido à relação suspeita com a microcefalia em recém nascidos. Deste modo, também serão necessários exames complementares, além dos recomendados ao pré-natal de risco habitual. Na figura 5 estão assinalados os principais sinais e sintomas mais comuns de infecção pelo Zika vírus, comparados com os sinais e sintomas das infecções pelos vírus da Dengue e da Chikungunya. Figura 5: Frequência de sinais e sintomas mais comuns de Arboviroses, segundo observações da Universidade Federal de Pernambuco. 19 A gestante com doença exantemática ativa, deverá ser assistida na rede (Atenção Básica, Unidade de Pronto Atendimento ou Maternidade) e encaminhada para realizar a coleta de sangue durante a fase aguda da doença (até o quinto dia do aparecimento das lesões), pois, somente nesta fase é que o exame de sangue possibilita identificar o agente etiológico. Exames para a gestante com doença exantemática: Sorologia, para coleta sanguínea realizada na fase aguda da doença exantemática nas gestantes ou logo após a detecção de microcefalia no feto, para: Dengue Chikungunya Parvovírus B19 TORCH (Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes) PCR, para coleta sanguínea realizada entre 0-3 dias de doença exantemática nas gestantes, para: Zika (também poderá ser realizado com amostra de urina, coleta até 15 dias) Dengue Chikungunya III. Realizar a Notificação Para que se conheça a real magnitude e se dimensione a estrutura necessária para atender aos recém nascidos com quadro compatível com microcefalia, se faz necessário o registro de todos os casos suspeitos de arbovirose em gestantes. A notificação deve ser realizada via: SINAN- Sistema de Informação de Agravos de Notificação (http://sinan.saude.gov.br/sinan/login/login.jsf); e, RESP- Registro de Eventos em Saúde Pública - (http://www.resp.saude.gov.br/microcefalia#/painel). O acesso aos registros dos casos notificados no RESP- Microcefalia, somente poderá ser realizado por usuários cadastrados, devendo inserir seus dados – login e 20 senha - no endereço eletrônico http://dw.saude.gov.br, onde cada usuário será responsável pela realização das suas análises. Para melhorar a acurácia da informação, é importante que seja avaliada a qualidade dos dados inseridos, previamente à análise dos dados. Para tanto, é necessário a revisão sistemática desses dados, sendo feitas as devidas correções como exclusão de duplicidades, complementação e qualificação das informações e registro da evolução do caso. Embora o Ministério da Saúde tenha acesso a todos os registros de casos do país, o RESP ainda não contém todos os registros nacionais devido a subnotificação por parte das unidades e serviços de saúde. Por esse motivo, além do registro nos sistemas oficiais de informações, solicita-se que seja enviado diariamente, um resumo dos dados para o e-mail [email protected], até às 16 horas (horário de Brasília). O MS tem divulgado os dados consolidados de todo país, semanalmente, por meios de comunicação de grande circulação do país e de sites oficiais IV. Iniciar o pré-natal de Risco Habitual com complementação de exames O calendário de atendimento durante o pré natal deve ser programado em função dos períodos gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal. O calendário deve ser iniciado precocemente (no primeiro trimestre) e deve ser regular, garantindo que todas as avaliações propostas sejam realizadas e que tanto o Cartão da Gestante quanto a Ficha de pré-natal sejam preenchidos. O total de consultas deverá ser de, no mínimo, 6 (seis), com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro. Sempre que possível, as consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: Até 28ª semana – mensalmente; Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. 21 A maior frequência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal. Não existe “alta” do pré-natal na Atenção Básica antes do parto. A indicação de exames do Pré-natal de Risco Habitual consta no Caderno 32 – Atenção Pré-Natal de Baixo Risco, publicado pelo MS. Na Bahia, ratificamos a necessidade da realização do Teste Rápido de Sífilis e HIV, oferecido pelo MS e dos demais exames de triagem pré-natal, oferecido pelo método do Papel Filtro. Contudo, para as gestantes com suspeita de doença exantemática, faz-se necessário exames complementares aos já estabelecidos no pré-natal de risco habitual, que seguem: Exames para a gestante com história de doença exantemática: 19 Sorologia, para: Dengue Chikungunya Parvovírus B19 TORCH (Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes) PCR , para: Zika (também poderá ser realizado com amostra de urina, coleta até 15 dias da fase aguda) Dengue Chikungunya Ultrassom Obstétrico (01 por trimestre) – sendo prioritários o 1º e 3º trimestres – Responsabilidade da Gestão Municipal. 22 V - Vinculação à Maternidade, segundo Plano Terapêutico Singular da Gestante. A gestante com suspeita de Zika que realiza o pré-natal de risco habitual na Atenção Básica terá sua vinculação definida mediante sua condição gestacional, antecedentes patológicos e história de parto. Contudo, caso haja a suspeita de microcefalia fetal verificada pelo Exame de Ultrassom Obstétrico, orienta-se sua vinculação a Maternidade de Referência Secundária, visto a necessidade de avaliação pediátrica e suporte para possíveis complicações. Bem como, maior possibilidade de realização de exames que possibilitarão ter uma avaliação mais precisa da extensão das lesões encefálicas, caso ocorram. E desta forma, ter uma estimulação precoce direcionada e célere. Ultrassonografia Obstétrica: O Resultado do Ultrassom Obstétrico definirá a conduta de vinculação a maternidade. No entanto, cabe ressaltar que o pré-natal de risco habitual deve ser continuado até o parto. Não existe alta de pré-natal na Atenção Básica antes do parto. Gestantes que realizaram ultrassonografia e os bebês apresentam suspeita de microcefalia, devem ser avaliados por um obstetra e vinculados às maternidades da rede de referência secundária para a realização do parto. Caso a paciente não tenha realizado nenhuma consulta pré-natal no primeiro trimestre da gravidez, as mesmas deverão iniciar o pré-natal nesse momento e realizar todos os exames pré-natais recomendados para o primeiro trimestre, acrescidos daqueles que são solicitados 23 usualmente no segundo trimestre, como por exemplo, os que avaliam as taxas de glicose. As gestantes que procurarem o serviço pré-natal apenas no terceiro trimestre deverão realizar imediatamente, os exames complementares relativos ao primeiro e segundo trimestres, bem como os exames preconizados para o terceiro trimestre gestacional. Observação importante: Todas as informações sobre ocorrência de infecções, rash cutâneo e exantemas ou febres sem causa aparente devem ser investigadas e registradas no prontuário e na caderneta ou cartão da gestante. Recomendações de boas práticas de atenção ao parto: 1. Estímulo ao parto normal – Zika vírus ou microcefalia em si, NÃO são indicações de cesariana; 2. Contato pele a pele entre mãe e recém-nascido; 3. Clampeamento oportuno do cordão umbilical; 4. Amamentação na primeira hora de vida; 5. Procedimentos de rotina após a primeira hora de vida; 6. Seguir procedimento do MS de reanimação neonatal. A Secretaria Estadual de Saúde da Bahia irá denominar de suspeita de microcefalia fetal todo feto que, durante o rastreamento intrauterino com ultrassonografia obstétrica, apresente, a partir de 16 semanas até o nascimento, um desvio padrão igual ou menor que -2(DP) na circunferência craniana para sexo e idade gestacional. Os municípios, que compõe a Rede SUS, deverão continuar com a obrigação preconizada pelo Ministério da Saúde de garantir ultrassonografias obstétricas em todo pré-natal das gestantes, tendo como critérios de complementação de pelo menos mais 01 (um) Ultrassom Obstétrico: 24 1. Toda grávida em qualquer idade gestacional com histórico de doença exantemática aguda até 03 meses antes da última menstruação. 2. Toda grávida em qualquer idade gestacional com histórico de doença exantemática aguda com diagnóstico laboratorial conclusivo para o Zika vírus. 3. Suspeita de Feto morto intrauterino em gestante com histórico de doença exantemática durante a gestação com microcefalia ou outras alterações do SNC. OBS: Nos casos suspeitos de alterações, onde, na investigação com ultrassonografia não apresente alteração no Sistema Nervoso Central (SNC), a gestante será direcionada para continuidade do Pré-natal de Risco Habitual nos Serviços da Rede de Atenção Básica e de ultrassom como preconiza o MS. 25 3 MICROCEFALIA A microcefalia é definida como ocorrência recém-nascido a termo com perímetro cefálico (PC) menor que dois desvios standard abaixo da média esperada na tabela da OMS, o que equivale a 31,5 para meninas e 31,9 para meninos, e para os recémnascidos pré-termos o perímetro cefálico igual ou menor que 2 (dois) desvio padrão, segundo tabela de InterGrowth, que equivale a 30,17 cm para menina e 30,46 cm para menino. A origem das microcefalias deve-se a fatores diversos, incluindo anomalias do desenvolvimento cerebral e dano cerebral adquirido (pré natal, peri natal ou pós natal). Cabe ressaltar que alguns anos, foram descobertos diversos genes que regulam o tamanho do córtex cerebral durante o processo embriológico do sistema nervoso central, e que, supostamente estão implicados em causas genéticas de microcefalia primaria. Entre os genes inclui: MCPH (micro-cefalina), ASPM (Abnormal Spindle-like Microcephaly-Associated), CDK5RAP2 (CyclinDependent Kinase 5 Regulatory-Associated Protein 2) e CENPJ (Centromere Associated Protein J). Em 90% dos casos de microcefalias, exceto os casos de origem familiar que podem ter um nível de inteligência normal, estão associados a um atraso mental. O atraso mental é proporcional ao grau da microcefalia e o quadro clínico manifesto, depende da etiologia que originou o transtorno. 3.1 Classificação da microcefalia quanto a etiopatogenia. São classificadas em dois tipos: Primária e Adquirida. Microcefalia Primária é aquela em que o cérebro não consegue se desenvolver corretamente por ações principalmente de erros genéticos, cromossomopatias ou por influência do meio ambiente intrauterino. Este tipo de microcefalia geralmente se desenvolve durante os 07 primeiros meses de gestação, são resultados de alterações estabelecidas na fase de indução, prosencefalização, proliferação da embriogenese do sistema nervoso central. Neste grupo, os exames de imagem (USG TC, IRM) podem ser normais ou mostrar dados patológicos diversos, como 26 atrofia, ventriculomegalia, calcificações, disgenesias e lesões de línea media cerebral. A microcefalia, muitas vezes se desenvolvem em torno de 3 a 6 meses de vida, pode ser isolada inicialmente com desenvolvimento psicomotor normal, apresentando apenas a desproporção crânio facial e posteriormente desenvolve atraso mental de grau variável a partir do segundo ano de vida. É descrito como herança autossômica dominante que cursa como microcefalia isolada com nível de inteligência e exames de imagem normais. Microcefalia secundária ou adquirida é um tipo de lesão onde o cérebro completa o desenvolvimento normal, porém, posteriormente, sofre um dano que altera o seu crescimento evolutivo. A microcefalia secundária se relaciona com um dano cerebral adquirido e se manifestam principalmente nos últimos meses de gestação. Este é o tipo que tem sido frequentemente associado às ocorrências no município de Salvador, Bahia. Neste grupo de microcefalias secundárias, os exames de imagem do último trimestre (USG, TC, IRM) são sempre patológicos, incluindo: atrofia cerebral, ventriculomegalia, porencefalia, encefalomalácia, macro cística, disgenesias de cerebelo, disgenesia do vérnix e corpo pelúcido, cistos da linha média, cistos anteriores, dentre outros. 3.2 Fatores de Riscos de Microcefalia Adquirida. 1. Infecções congênitas: citomegalovírus (CMV), rubéola, toxoplasma, sífilis congênita, herpes vírus. Na infecção por CMV, a microcefalia pode ser o único sinal de lesão do SNC. No início cursam com encefalopatia de expressão clínica variável e às vezes se apresentam em forma de calcificação cerebrais nas fases avançadas ou de sequelas. 2. Radiações ionizantes: ocorrem por exposição durante o primeiro e segundo trimestres de gestação. Quanto mais precoce se instala a lesão, mais grave será o dano anatômico. 27 3. Tóxicos: Existem relatos descritos de casos de microcefalia em fetos expostos intraútero a álcool, tabaco, cocaína e heroína 4. Fármacos: É conhecida a associação da microcefalia e outras alterações neurológicas e sistêmicas em gestantes expostas a fenitoína, valproato, citostáticos (metotrexate), ácido retinoico, warfarina, corticóides e aminopterina durante os primeiros meses de gravidez. 5. Patologia vascular cerebral: relacionada à aplasia de grandes vasos cerebrais. Se manifesta por um tecido cerebral infartado com formações císticas e calcificações irregulares. 3.3 Avaliação do perímetro cefálico na microcefalia. Um perímetro cefálico abaixo do esperado em geral, também indica um encéfalo pequeno, cujo defeito se classifica em primário ou adquirido. Medições de perímetro cefálico tem implicação única de diagnóstico, se feito em série e influenciada por fatores como a idade cronológica, sexo, etnia e idade gestacional. Medir a circunferência da cabeça deve fazer parte de um conjunto de dados clínicos principais no exame pediátrico, contribuindo para formação da base do diagnóstico de muitas doenças neurológicas. O pediatra deve estar familiarizado com as doenças mais comuns que causam microcefalia, e também deve conhecer as variações de crescimento normal para cranio.Os valores de PC pode ser influenciado por factores tais como a espessura do tecido mole cefálica e a forma da cabeça. Assim, um inchaço dos tecidos moles ou a recolha de sangue tipo de cefaloematoma neonatal erroneamente pode condicionar nossa medida PC. Além disso, uma cabeça arredondada tem um aumento do volume intracraniano como uma circunferência da cabeça oval, e uma predominância do crânio de diâmetro ântero-posterior tem um volume maior do que o outro biparieta com maior diâmetro. Um PC medida isolada tem apenas um valor relativo é muito mais importante fazer uma curva de crescimento da cabeça, tendo repetidamente medidas de PC. 28 Devemos saber que a curva de crescimento de PC varia consideravelmente com o sexo, idade gestacional (IG) e raça. Por isso, é imprescindível a utilização de tabelas crescimento do cranio diferenciadas para cada sexo e comparar com os dados obtidos a partir da população infantil no meio regional geográfico. A taxa de crescimento cabeça é consideravelmente mais rápido em crianças prematuras em relação aos nascidos a termo, porisso, temos deve usar curva de crescimento do cranio usando idade gestacional em vez da idade cronológica no grupo de crianças nascidas antes de 37 semanas de gestação. Outros fatores menos importantes que afetam o tamanho craniano incluem : a espessura dos ossos cranianos e a taxa de fusão suturas nível. 29 4 ATENÇÃO AO RECÉM NASCIDO EXPOSTO A ZIKA DURANTE A GESTAÇÃO O recém-nascido (RN) exposto a Zika durante a gestação poderá nascer em maternidade de risco habitual, salvo se houver sido diagnosticado microcefalia durante o pré natal, neste caso, o parto deverá ser vinculado a uma maternidade secundária (Anexo II). 4.1 Atendimento na Sala de Parto Diante de um RN exposto a esta doença durante gestação, a conduta do profissional de saúde (médico/enfermeiro) na sala de parto deverá ser a preconizada pelo Programa de Reanimação Neonatal (PRN): Se RN a termo, com bom tônus muscular, respirando ou chorando, deverá seguir os cuidados de rotina, com contato pele a pele precoce, e aleitamento na primeira hora de vida. Caso o RN não seja a termo ou não respire ou não chore ou não tenha bom tônus muscular deverá ser colocado em berço de calor radiante e seguir os passos iniciais da reanimação com posterior avaliação para nova conduta de acordo com o PRN. Importante ressaltar que até o presente momento, o aleitamento materno não está contra indicado, devendo, portanto sempre que possível ser iniciado na sala de parto, na primeira hora de vida. Vale ressaltar que, “À luz dos conhecimentos científicos atuais, não dispomos de evidências para alterar as condutas assistenciais e técnicas no que concerne ao aleitamento materno e aos Bancos de Leite Humano frente ao cenário epidemiológico do vírus Zika.” (FIOCRUZ, 2015) O Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) também confirma que não há casos documentados sobre a transmissão do vírus através da amamentação, incentivando portanto o aleitamento materno, pois os benefícios da amamentação superam qualquer dano teórico associado ao aleitamento materno (http://www.cdc.gov/mmwr/volumes/65/wr/mm6503e3.htm). 30 Como se trata de um RN exposto a uma arbovirose, é importante a avaliação da placenta, que deverá ser pesada, e feita a descrição macroscópica com registro na Caderneta de Saúde da Criança ou em relatório de alta hospitalar deste RN. Caso seja possível, deve-se realizar também, a anatomia patológica da placenta. O exame físico desta criança deve ser aquele já preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dando ênfase à descrição de qualquer achado anormal. A medida do perímetro cefálico (PC) deve ser feito por profissional qualificado médico (a) ou enfermeiro (a), sempre que se detectar a possibilidade de microcefalia. As microcefalias, como as demais anomalias congênitas, são definidas como alterações de estrutura ou função do corpo que estão presentes ao nascimento e tem origem no período pré-natal. A medição do perímetro cefálico é feita com fita métrica não-extensível, na altura das arcadas supraorbitárias, anteriormente, e da maior proeminência do osso occipital, posteriormente. Os valores obtidos devem ser registrados em gráficos de crescimento craniano, o que permite a construção da curva de cada criança e a comparação com os valores de referência. Os casos que apresentem mudanças súbitas no padrão de crescimento e valores anormalmente pequenos para a idade e o peso (menor que dois desvios-padrão) devem ser investigados. A medida do PC é importante nos primeiros dois anos de vida, refletindo, até certo ponto, o crescimento cerebral. O ideal seria que sempre fosse usado o gráfico de perímetro cefálico de acordo com a idade gestacional e sexo do paciente, mas sabemos que isso não acontece na prática dos berçários. Então, para recémnascidos a termo, foi definido o ponto de corte em 31,5 para meninas e 31,9 para meninos, e para os recém-nascidos pré-termos 30,17 cm para menina e 30,46 cm para menino. É claro que a medida do PC deve ser acompanhada mensalmente após o nascimento. E, qualquer desaceleração do Perímetro Cefálico, que demonstra o PC abaixo de - 2 desvios-padrão, também deve levantar a 31 suspeita e notificação do caso como deve ocorrer com qualquer lactente regularmente acompanhada pela puericultura. Verifique o perímetro cefálico da criança (circunferência occiptofrontal) (Figura 7). Figura 7: Medida do perímetro cefálico. ATENÇÃO! Valores de Perímetro Cefálico, não serão classificados como microcefalia, devem ser adequadamente acompanhados por puericultura, com vigilância do desenvolvimento e sua evolução. No caso do Recém Nascido com microcefalia associada à infecção pelo vírus Zika, a notificação do caso deve ser realizada por intermédio do formulário de RESPMicrocefalia, disponível no endereço eletrônico: www.resp.saúde.gov.br. A notificação da suspeita de microcefalia no RESP não exclui a necessidade de se notificar, também, no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). 32 4.2 O recém nascido com microcefalia ou com outra sintomatologia – acompanhamento na Maternidade O exame físico deste RN deve ser feito rotineiramente, dando-se ênfase às medidas antropométricas (PC, Perímetro Torácico, Perímetro Abdominal, Peso e Estatura). O perímetro cefálico deve ser repetido com 24 a 48h de vida para confirmação da medida. A anamnese deve dar ênfase aos antecedentes obstétricos: Início do pré-natal; Intercorrências no pré-natal; Doenças pré-existentes; Exposição a substâncias tóxicas (drogas ilícitas, álcool, tabagismo, inseticidas e cosméticos, entre outras); Exposição à radiação ionizante; Relato de exantema ou outros sinais e sintomas sugestivos de infecção; Ultrassonografia obstétrica com achados anormais; Antecedentes familiares: transtornos genéticos, microcefalia. 4.2.1 Exames laboratoriais: Coletar sangue do cordão umbilical (3mL), e sangue da mãe (10 mL) para realização das sorologias: IgM por captura e IgG quantitativo para dengue, Chikungunya, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes, Elisa para Zika vírus, VDRL; 33 Exames laboratoriais inespecíficos: hemograma completo, dosagens séricas de aminotransferases hepáticas, ureia e creatinina e outros conforme necessidade do recém-nascido. O diagnóstico laboratorial específico para Zika vírus baseia-se, principalmente, na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos. O período de viremia ainda não está completamente estabelecido, entretanto, acredita- se que seja de curta duração. Desse modo, seria possível a detecção direta do vírus em um período de 4 a 7 dias, após o início dos sintomas. Porém, recomenda-se que o exame seja realizado, idealmente, até o 5º dia do aparecimento dos sintomas. 4.2.2 Exames de imagem: US transfontanelar (Tomografia de crânio sem contraste caso não tenha condições técnicas na realização da US transfontanelar). IMPORTANTE! A criança exposta à Zika (durante a gestação), deverá submeter aos exames laboratoriais e de imagem, conforme já descrito, sendo que, mediante ao resultado da ultrassonografia transfontanelar ou tomografia de crânio (quando indicada), outros exames preconizados poderão ser indicados com critérios técnicos e de forma complementar, podendo ser realizado ambulatorialmente, conforme segue no fluxograma abaixo. *com exceção dos exames de Triagens Neonatais. 34 Fluxograma de Atenção ao RN com Microcefalia 4.2.3 Triagem Neonatal: O RN com microcefalia ou qualquer outra sintomatologia deverá seguir os protocolos já existentes para qualquer outra criança: teste do pezinho, triagem auditiva, teste do olhinho, teste do coraçãozinho. A microcefalia isoladamente, não indica internamento prolongado para o bebê desde que ele esteja em condições de alta. A realização dos exames poderá ocorrer na investigação ambulatorial, desde que se apresente em condições de alta. Recomendações complementares Caso o RN não apresente microcefalia, porém, tenha alguma outra sintomatologia clínica deverá ter seu plano terapêutico singular, abordando cada caso de acordo com a necessidade e ser orientado aos responsáveis o retorno, caso apresente algum sinal de perigo: 35 Recomendar à mãe que volte de imediato se a criança apresentar qualquer dos seguintes sinais de perigo: Está muito “molinha” “caidinha”– Temperatura do corpo baixa, menor ou igual a 35,5ºC. movimentando-se menos que o normal. Febre – temperatura maior ou igual a 37,8ºC. Está muito sonolenta, com dificuldade para acordar. Pus saindo da orelha. Cor amarelada da pele (icterícia), Convulsão (ataque) ou perda de atingindo os braços e as pernas do consciência. bebê. Dificuldade ou cansaço para respirar ou respiração rápida Cor amarelada da pele em crianças com mais de 2 semanas. Não consegue mamar Urina escura Fezes claras. Observe a cor das Vomita tudo o que ingere. Umbigo com vermelhidão ao redor ou com secreção malcheirosa. Cianose ( fica roxa) fezes da criança usando a escala de cores abaixo. Se a cor das fezes for suspeita, procure com urgência o serviço de saúde. Caso o RN com microcefalia não esteja em condições de alta, deverá aguardar a estabilização clínica para alta hospitalar. 36 4.3 Alta Hospitalar No momento da alta hospitalar o RN deverá sair com encaminhamento para realização dos exames conforme critérios supracitados no Fluxograma de Atenção ao RN com Microcefalia, caso não tenham sido realizados, referenciado para a Unidade Básica de Saúde (UBS) /Equipe de Saúde da Família (ESF) e agendados para realização de: Avaliação e acompanhamento com neuropediatra (Anexo III); Solicitação de estimulação precoce com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional; Avaliação com pediatra de acordo com a necessidade de cada caso. Durante todo o acompanhamento desta criança, a Caderneta de Saúde da Criança deverá ser utilizada como instrumento norteador na avaliação do crescimento através dos gráficos de PC, Peso, Estatura e IMC, assim como do desenvolvimento infantil através do Instrumento de Vigilância do Desenvolvimento Infantil, este, inclusive, com classificação de risco e tomada de conduta. Provável Atraso de Desenvolvimento: Referir para avaliação neuropsicomotora (Anexo III). 4.4 Intervenção Precoce O desenvolvimento do ser humano enquanto continuidade da espécie e, portanto, da sociedade, é uma questão que nos remete às condições de vida da população, em seus diferentes setores, particularmente à promoção da saúde. Podemos considerar a saúde não apenas como o “estado de bem estar físico, mental e social”, mas como um conjunto de condições, criadas coletivamente, que permitem a uma sociedade a produzir e reproduzir-se de modo saudável, em suas condições objetivas e subjetivas de vida, de modo indissociável. 37 A Intervenção Precoce tem como objetivo intervir no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças que se encontram em risco de ter seu percurso afetado. Tem como base o desenvolvimento normal, utilizando para isso, métodos adequados que propiciarão maior independência, autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente. Vai estimular a criança a ampliar suas competências através de sensações despertas, inicialmente, durante as atividades reflexas e exercício de movimentos espontâneos e, posteriormente, dos estímulos que veem das atividades da vida diária ou das habilidades desenvolvidas. O bebê deve iniciar a intervenção, imediatamente, após a alta hospitalar e estabilidade clínica e permanecer até os 3 (três) anos de idade. Os atendimentos deverão ser realizados por profissionais capacitados para atender crianças com microcefalia ou risco neurológico. Equipe sugerida: Assistente Social Fisioterapeuta Fonoaudiólogo Psicólogo Terapeuta Ocupacional É indispensável a participação dos pais e familiares no programa, considerando-se que o ambiente social é o mais rico em estímulos para a criança. Deve-se orientá-los como utilizar momentos como o banho, a troca de roupa, alimentação, autocuidado e, principalmente, de brincar para estimulação. O marcos do desenvolvimento infantil é referências para a avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor - DNPM de crianças e indicam o tratamento em caso de alteração. Eles estão disponíveis na Caderneta da Saúde da Criança, que possui versões para o sexo feminino e masculino, sendo disponiblizadas pelo Ministério da Saúde com arquivo eletrônico: 38 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menina_9ed.p df) - Caderneta da Saúde da Criança – Menina. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino_9ed.p df) - Caderneta da Saúde da Criança – Menino. 4.5 O Recém Nascido Assintomático, porém com exposição ao Zika vírus durante a gestação O RN que foi exposto ao Zika vírus durante a gestação (quadro clínico / sorologia materna positiva para Zika vírus) e que nasce assintomático deverá ter alta hospitalar para acompanhamento de puericultura na UBS/ESF, porém com orientação para realização de Ultrassom Transfontanelar e fundoscopia. Caso os exames venham alterados, deverá ser seguida a mesma orientação para o RN com microcefalia. Novamente, lembrando que a UBS/ESF deverá utilizar a Caderneta de Saúde da Criança como instrumento norteador do crescimento e desenvolvimento infantil. 4.6 O Natimorto O natimorto deverá ser notificado conforme ficha de notificação do MS. Caso seja possível, fazer a investigação laboratorial da mãe, caso ainda não tenha sido feito, para confirmação da infecção pelo Zika vírus. 39 5 A REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ESTADO DA BAHIA A Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência (RCPD) foi instituída no âmbito do SUS pela Portaria GM/MS nº 793, de 24 de abril de 2012, e tem na sua composição a Atenção Básica, como ordenadora do cuidado, a Atenção Especializada em reabilitação auditiva, física/ostomia, intelectual, visual e em múltiplas deficiências, além da atenção hospitalar e de urgência e emergência. Esse modelo de atenção visa superar a fragmentação da assistência à saúde comumente visualizada nas diversas regiões de saúde. Cabe salientar, que na Atenção Especializada os serviços são classificados de acordo a quantidade de temáticas de deficiência atendidas, sendo Estabelecimento Único o serviço que atende apenas uma temática e Centro Especializado de Reabilitação (CER) quando atende a mais de uma temática. Os CER podem ser classificados como CER II, III ou IV quando atende duas, três ou quatro temáticas respectivamente. A Área Técnica Saúde da Pessoa com Deficiência – ATSPD, da SESAB tem o papel de monitoramento e apoio técnico aos serviços que compõem a RCPD. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais define uma pessoa com Deficiência Intelectual (DI) aquela que está “significativamente limitada em35 pelo menos duas das seguintes áreas: auto-cuidado, comunicação, habilidades sociais/interpessoais para a vida no lar, auto-direção, uso de recursos comunitários, habilidades acadêmicas funcionais, trabalho, lazer, saúde e segurança”, e classifica a deficiência intelectual em quatro graus: leve, moderada, grave e profunda. Segundo os instrutivos da RCPD, os serviços de reabilitação para pessoas com Deficiência Intelectual e com Transtornos do Espectro do Autismo (DI/TEA) deverão garantir linhas de cuidado em saúde, com ações direcionadas para o desenvolvimento de habilidades, particularmente voltadas à cognição, linguagem e sociabilidade, baseadas no Projeto Terapêutico Singular. Deverão, também, dispor de instalações físicas e de equipe multiprofissional devidamente qualificada e capacitada para a prestação de assistência especializada. A composição da equipe de reabilitação intelectual e das pessoas com TEA deverá ser: médico neurologista 40 ou psiquiatra, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista, assistente social e terapeuta ocupacional, podendo ser inserido, em caráter opcional, o pedagogo. O atendimento multiprofissional deve ser voltado para o desenvolvimento de habilidades para atividades de vida autônoma, destacando-se: estimulação precoce, orientações à família e à escola e reabilitação/habilitação. Os serviços habilitados para esta temática devem atender, no mínimo, 200 usuários/mês. Os serviços que compõem a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no Estado da Bahia, na temática das deficiências intelectual e física, podem ser visualizados no Anexo III, deste documento. 41 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. 318 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Manual AIDPI neonatal. Organização PanAmericana de Saúde. 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 228 p. BRASIL.Ministério da Saúde. Ministério da Saúde confirma relação entre vírus Zika e microcefalia. 28 de novembro de 2015. [Internet]. Nota à imprensa. 2015 Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21014ministerio-da-saude-confirma-relacao-entre-virus-zika-e-microcefalia>. Acesso em: 10 nov. 2015 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 55p. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus zika, 2015. CDC/EUA. Zika Virus [Internet]. Web. 2015. Disponível em: <http://www.cdc.gov/zika/index.html>. Acesso em: 10 nov. 2015. CEPRED - Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência. Protocolo de atendimento interdisciplinar. Serviço de intervenção precoce, 2004. DUNCAN, B.B. et al. Medicina Ambulatorial. Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências, 2014. 4. ed. Disponível <https://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=4HZQBAAAQBAJ&pgis=1 em: >. Acesso em: 10 nov. 2015. 42 KUDO, Aide Mitie et al. Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional em pediatria. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 1994. LOPES, Nayara; NOZAWA, Carlos; LINHARES, Rosa Elisa Carvalho. Características gerais e epidemiologia dos arbovírus emergentes no Brasil Rev Pan-Amaz Saude, v.5, n.3, Ananindeua, set. 2014. OLIVEIRA, W.K. et al. Monitoramento dos casos de microcefalias no Brasil, até a semana epidemiológica 46, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Brasília: SciELO Brasil; 2015. p. 1–5. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/30/Microcefalia-2boletim.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015. OEHLER, E. et al. Zika virus infection complicated by Guillain-Barre syndrome--case report, Euro Surveill, French Polynesia, December 2013;19(9). PAHO. Alerta Epidemiológica. Síndrome neurológico, anomalias congénitas e infección por vírus Zika: Implicaciones para la salud pública en las Américas. Washington: Pan Amercican Health Organization; 2015. Disponível em: <http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_docman&task=doc_view&Itemid=2 70&gid=32404&lang=es>. Acesso em: 10 nov. 2015. PERNAMBUCO. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e Epidemiológico para investigação de casos de microcefalia no estado de Pernambuco. Versão N° 02. Pernambuco: Secretaria Estadual de Saúde, 2015. 42p. SVS/MS. SVS monitora casos de doença exantemática no Nordeste - 29 de abril de 2015. Nota à imprensa. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/svs/noticias-svs/17524-svs-monitora-casos-dedoenca-exantematica-no-nordeste>. Acesso em: 10 nov. 2015. 43 ANEXOS ANEXO I: ORIENTAÇÕES PARA A COLETA, ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS PARA A INVESTIGAÇÃO DE MICRICEFALIA NO ESTADO DA BAHIA 44 45 46 47 48 49 50 51 ANEXO II: UNIDADES DE REFERÊNCIA SECUNDÁRIA AO PARTO MACRORREGIÃO REGIÃO DE SAÚDE Feira de Santana REFERENCIA PARTO Hospital Inácia Pinto Itaberaba CENTRO LESTE Seabra Hospital Cleriston Andrade Serrinha Irecê CENTRO NORTE Hospital Mário Dourado Sobrinho Jacobina Porto Seguro HRDLEM Teixeira de Freitas UMMI Camaçari HGC Cruz das Almas Hospital Luís Argolo Salvador Maternidade José Maria de Magalhães Salvador Hospital Roberto Santos Salvador Hospital João Batista Caribé Salvador IPERBA Salvador Maternidade Albert Sabin Salvador Maternidade Climério de Oliveira Salvador Maternidade Tsyla Balbino Santo Antônio de Jesus Hospital Luís Argolo Juazeiro Hospital Municipal de Juazeiro Paulo Afonso Hospital Nair Alves Senhor do Bonfim Hospital D. Antonio Monteiro Alagoinhas Maternidade Municipal João Paulilo Ribeira do Pombal Hospital Geral Santa Tereza EXTREMO SUL LESTE NORTE NORDESTE 52 Brumado Hospital Regional de Guanambi Guanambi SUDOESTE Itapetinga Hospital Esaú Matos Vitória da Conquista Ilhéus Hospital Manoel Novaes Itabuna SUL Jequié Maternidade São Judas Tadeu Valença Hospital Santa Casa de Valença Barreiras Hospital do Oeste OESTE Ibotirama Santa Maria da Vitória Hospital Municipal Dr. José Borba Segundo a RESOLUÇÃO CIB Nº 318/2011, que aprova o Plano Estadual da Rede Cegonha e recomenda outras providências, a assistência obstétrica e neonatal na Rede Própria da SESAB dispõe de 07 Unidades de referência secundária ao parto e 06 de referência terciária, sendo 05 da Gestão indireta e 08 da Gestão Direta, distribuídas entre as Regiões de Saúde da Bahia, conforme a tabela abaixo. Fica condicionada à atenção aos RN's com microcefalia nessas unidades: A realização de ultrasson transfontanelar (com o RN internado ou ambulatorialmente); A realização de sorologias para mãe e bebê (com o RN internado ou ambulatorialmente). 53 ANEXO III: REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E INTELECTUAL NO ESTADO DA BAHIA MACRORREGIÃO REGIÃO DE SAÚDE Serviço de Reabilitação (Estimulação Precoce) Feira de Santana Associação de Pais e Amigos do CENTRO LESTE Itaberaba Seabra Excepcional – APAE (Feira de Santana) Centro Especializado em Reabilitação (CEMUR-CER II) Serrinha CENTRO NORTE Irecê Centro de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (CEPRED-CER III); Jacobina EXTREMO SUL Porto Seguro Teixeira de Freitas Camaçari Obras Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV) Centro de Reabilitação Física Mãe Maria (CRFMM-CERII) Centro Multiprofissional de Reabilitação Física (CEMPRE) Centro de Prevenção e Reabilitação da Cruz das Almas Pessoa com Deficiência (CEPRED-CER III); Obras Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV) Núcleo de Atendimento à Criança com LESTE Paralisia Cerebral (NACPC-CER II); Centro Salvador de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (CEPRED-CER III); Obras Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV); Clínica de Reabilitação Física e Mental (CLIFIR); Instituto de Organização Neurológica da Bahia (ION); Associação de Pais e Amigos Excepcionais de Salvador (APAE) 54 Centro de Prevenção e Reabilitação da Santo Antônio de Jesus Pessoa com Deficiência (CEPRED-CER III); Obras Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV) Juazeiro NORTE Paulo Afonso Centro de Prevenção Reabilitação e Inclusão Social (CERPRIS) Senhor do Bonfim Alagoinhas Sociedade Pestalozzi – Alagoinhas NORDESTE Centro de Prevenção e Reabilitação da Ribeira do Pombal Pessoa com Deficiência (CEPRED-CER III); Obras Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV) Brumado Centro Municipal Especializado em Reabilitação Física e Auditiva (CEMERF- Guanambi CER II); Associação Pais e Amigos Excepcionais de Itapetinga (APAE SUDOESTE Itapetinga Itapetinga-CER II) Centro Municipal Especializado em Reabilitação Física e Auditiva (CEMERF- Vitória da Conquista CER II); Associação Pais e Amigos Excepcionais de V. da Conquista (APAE V. Conquista) SUL Ilhéus Núcleo de Atenção Especializada (NAE) 55 Itabuna Jequié Centro de Reabilitação e Desenvolvimento Humano (CREADH) Núcleo de Prevenção e Reabilitação Física de Jequié (NUPREJ) Núcleo de Atenção Especializada (NAE); Valença Centro de Reabilitação e Desenvolvimento Humano (CREADH); Núcleo de Prevenção e Reabilitação Física de Jequié (NUPREJ) Barreiras OESTE Ibotirama Centro de Reabilitação de Deficiências do Oeste da Bahia (CEPROESTE) Santa Maria da Vitória 56 Serviço de Reabilitação (Estimulação Precoce) Endereços e Contatos Centro Especializado em Reabilitação (CEMUR- Rua Lauro Farame de Freitas S/Nº – Centro CEP: 46.880-000 Tel: (75) 3251-0361 CER II) Gilmara Farias dos Santos (coordenadora) e-mail: [email protected] Centro de Prevenção e Reabilitação da Pessoa CEPRED – Av. ACM, S/Nº: CEP: 41.840-000 Tel: (71) 3270-5602 / 5611/ Fax: (71) com Deficiência (CEPRED-CER III); Obras 32705602 Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV) [email protected] Centro de Reabilitação Física Mãe Maria (CRFMM-CERII) Coordenadora: Normélia Quinto dos Santos e-mail: Rua Eleuzibio Cunha, nº 290, Bela Vista CEP:45.997-002 Tel:(73) 3011-2720 Fax: SMS (73) 3291-5264 Coordenadora: Abilianny Baldo Salles Pinto e-mail: [email protected] Centro Multiprofissional de Reabilitação Física Endereço: Avenida Claiton Leão, S/n, Centro, Camaçari / Tel: (71) 3627-6219 (CEMPRE) Coordenadora: Tatiane Gois Pita da Silva Centro de Prevenção e Reabilitação da Pessoa com Deficiência (CEPRED-CER III); Obras Sociais Irmã Dulce (OSID-CER IV) e-mail: [email protected] OSID - Endereço: Av Dendezeiros nº 161 – Roma/ Telefones: 3310-1199 /1181 Coordenadora: Rosinei Souza Alves de Souza e-mail: [email protected] Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia NACPC - Rua do Corte Grande, nº 160, Alto de Ondina – Salvador/BA CEP.: 41950-860 Cerebral (NACPC-CER II); Centro de Prevenção Coordenadora: Daniela Caribé Tel/fax:(71) 3611-2902 e-mail: [email protected] 57 e Reabilitação da Pessoa com Deficiência CLIFIR - Rua Marechal Floriano, 19 Vale do Canela Tel. 3337-2674/ Fax 3336-8584. (CEPRED-CER III); Obras Sociais Irmã Dulce Coordenadora: Elza de Oliveira Araujo e-mail: [email protected] (OSID-CER IV); Clínica de Reabilitação Física e Mental (CLIFIR); Instituto de Organização Neurológica da Bahia (ION); Associação de Pais e Amigos Excepcionais de Salvador (APAE) ION - Rua Prof. Sabino Silva, 549, Jardim Apipema Tel: 3336-2699/ 2792 e 3235-4236 Coordenadora: Maria Aparecida Maciel Souza APAE - Av. Rio Grande do Sul, 545, Alameda Verona, Pituba TEL: 3270-8308/8305 Coordenadora: Ester Nunes Centro de Prevenção Reabilitação e Inclusão Social (CERPRIS) e-mail: [email protected] e-mail: [email protected] CERPRIS - Rua Dr. José Araujo, nº 205, Bairro Sto Antonio CEP: 48.900-000. Tel: (74) 3612-1866 Lopes Coordenadora: Cibele da Costa e-mail: [email protected] Sociedade Pestalozzi – Rua ADE, Bairro: Parque Regente, CEP:48030670 Pestallozzi Alagoinhas 3422-1455/ 3421-7105/ 999713401 Coordenadora: Maria Ivonilda Tel: (75) e-mail: [email protected] CEMERF - Av. Olívia Flores,nº3000, Bairro Universitário. Vitória da Conquista CEP:45.055Centro Municipal Especializado em Reabilitação 090 Tel: Coord. Geral: 77 3429 3462, Coord. Saúde Auditiva: 77 3429 3464 Física e Auditiva (CEMERF-CER II); Associação Coordenadora: Glícia Miranda da Silveira e-mail: [email protected] Pais e Amigos Excepcionais de Itapetinga (APAE APAE ITAPETINGA - Avenida Izai Amorim S/N Itapetinga-CER II) Tel. (77) 3262- 1819 Fax (77) 3261-2040 Coordenadora: Verônica de Cassia Gomes Rodrigues e-mail: [email protected] 58 Centro Municipal Especializado em Reabilitação Física e Auditiva (CEMERF-CER II); Associação Pais e Amigos Excepcionais de V. da Conquista (APAE V. Conquista) Núcleo de Atenção Especializada (NAE) APAE CONQUISTA - Av. Rosa Cruz, 135, Bairro Recreio/ Tel. (77) 2102-7116 Coordenadora: Cacilda Benedita Schibelg's Álvares e-mail: [email protected] NAE - Travessa Santa Isabel, n° 16 - Cidade Nova, Ilhéus – BA/ Telefone: (73) 3633-5640 Coordenadora: Fernanda Ludgero e-mail: [email protected]/ Centro de Reabilitação e Desenvolvimento CREADH - Rua Inglaterra, nº 104, São Judas CEP: 45.600-000 Tel: (73) 3215-6621 Humano (CREADH) Coordenadora:Maria Auxiliadora Núcleo de Prevenção e Reabilitação Física de NUPREJ - Rua São Cristovão S/N - Centro Jequié (NUPREJ) 3527-6993 Centro de Reabilitação de Deficiências do Oeste Rua Boa Vista S/Nº- Barreirinhas/ CEP: 47.800-000 Tel: (77) 3613-4415/3613-9540 da Bahia (CEPROESTE) Coordenadora: Erika Seixas e-mail: [email protected] CEP: 45.200-000 Fax: (73) 3527-7664/ Coordenadora: Muchelly Muniz Souza e-mail: [email protected] e-mail: [email protected] 59 ANEXO IV: Tabela de InterGrowth – Meninos (a termo 60 ANEXO V: Tabela de InterGrowth – Meninas (a termo) 61 INTEGROWTH - Valores de referência para perímetro cefálico em recém-nascidos Pré-termo – para meninos 62 63 INTEGROWTH - Valores de referência para perímetro cefálico em recém-nascidos Pré-termo – para meninas 64 Disponível em: http://intergrowth21.ndog.ox.ac.uk/pt http://intergrowth21.ndog.ox.ac.uk/Preterm/Very_preterm_size_at_birth/ 65