Doenças Causadas por Bactérias Higiene e Saúde Humana Profª Paula Alvarez Cabanêz Alegre-ES 2014 Tuberculose Doença causada por uma bactéria descoberta por Robert Koch; Em 90% dos casos, a doença ataca apenas os pulmões, pode atingir também todos os órgãos do corpo sendo conhecida como tuberculose miliar; Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis Período de incubação: 4 a 6 semanas A invasão do bacilo no organismo não significa que a doença irá se desenvolver; O avanço irá depender da resistência imunológica da pessoa. Transmissão Aspiração de gotículas de saliva suspensas no ar. Após a transmissão pela via inalatória pode ocorrer O indivíduo elimina o bacilo devido suas defesas; A bactéria se desenvolve mas não causa a doença; A tuberculose se desenvolve causando a doençatuberculose primária; A ativação da doença ocorre vários anos depois – Tuberculose pós primária. Diagnóstico Clínico com base na anamnese; RX do tórax; Exame do escarro preferencialmente pela manhã; Teste de Mantoux – Injeta-se tuberculina na pele. Teste de Mantoux Negativo: sem endurecimento ou endurecimento com menos de 5 mm de diâmetro. Limítrofe: endurecimento de 5 a 9 mm de diâmetro. Positivo: endurecimento com mais de 9 mm de diâmetro. Sinais e sintomas Êmese e dores abdominais após refeição; Tosse com eliminação de escarro; Fadiga; Anorexia; Perda de peso; Hipertermia vespertina; Sudorese noturna; Hemoptise. Tratamento Rifampicina; Isoniazida; Pirazinamida. Profilaxia Lavar as mãos; Educação sanitária; Vacinação com BCG; Isolar doentes; Evitar aglomerações em ambientes fechados; Manter vigilância epidemiológica; Notificação. Escarlatina A cada 100 casos de dor de garganta causados por bactéria, 10 são escarlatina.; Enfermidade aguda, infecciosa e contagiosa; Os sintomas iniciais se parecem com os da rubéola ou sarampo. Agente etiológico - Streptococus scarlatina Escarlatina Incidência - Atinge crianças entre os cinco e dez anos e suas epidemias são mais comuns no outono e na primavera; Transmissão – Direta - Ocorre pelo contato com as secreções da boca e nariz. Mais freqüente nas fases iniciais da doença. Escarlatina INCUBAÇÃO- Pode variar desde poucas horas até 10 dias. Normalmente, dura de três a quatro dias. Escarlatina SINTOMAS Febre; Dor de garganta (fica avermelhada); Vômitos; Pulso acelerado (120 a 150 pulsações por minuto); Dores no corpo; Abatimento; Falta de apetite; Sede; Exantema (erupção cutânea com descamação). Escarlatina Tratamento Antibiótico - Penicilina é muito eficaz para combater a bactéria. Deve-se aplicar injeção e depois, tomar a droga por via oral, durante 10 dias, no mínimo. Quando o paciente não puder tomar penicilina, pode-se dar outros medicamentos do gênero. Escarlatina Complicações Hemorragias no estômago, intestino, baço; Dores fortes nos gânglios; Inflamação nos rins; Convulsões; Dores nas articulações; Infecção nos tímpanos. Escarlatina Infecção Puerperal É a infecção que se localiza nos órgãos genitais e que ocorre após o parto ou abortamento recentes; Seguida de peritonite e de septicemia Agente Etiológico Estreptococos Estafilococos Pseudomonas Gardnerella vaginalis entre outros Fatores Predisponentes Parto cesariana – 20%; Ruptura prematura das membranas – 21%; Parto vaginal prolongado e traumático –7.7%; Hemorragia pré, intra e pós-parto; Fatores Predisponentes Condições socioeconômicas; (estado civil não definido que tem como conseqüência um maior numero de parceiros sexuais, elevando o índice de infecções cervicovaginais); Atividade sexual; Retenção de restos ovulares; Circlagem; Idade materna; (adolescente é mais freqüente a infecção endometrial pós-cesaria do que em pacientes mais idosa,talvez devido o comportamento sexual) Gemelaridade. Tratamento Baseia-se na antibioticoterapia assim que o diagnostico tenha sido estabelecido e os materiais para cultura colhidos; Como a infecção é polimicrobiana, terapêutica antibiótica deve ser abrangente; As combinações mais comuns utilizadas são: Ampicilina, penicilina associada a gentamicina ou amicacina e metronidazol Infecção Puerperal Sintomas Aceleração do pulso; Hipertermia de 38ºC que ocorre em 2 dos 10 primeiros dias pós-parto; Calafrios Infecção Puerperal Profilaxia Estratégias de educação Sanitária; Assepsia rigorosa durante o parto; Assepsia pós parto(vestes, utensílios) Tratamento das Estreptocócicas Semmelweis conseguiu reduzir as doenças nas maternidades, obrigando os médicos a se lavarem cuidadosamente, antes e deopis das cirurgias. Erisipela Processo linfático agudo da pele provocado pelos estreptococos ; Agente etiológico: Streptococcus pyogenes Outros estreptococos ou estafilococos; Incidência:Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos; Obesos e nos portadores de deficiência da circulação venosa dos membros inferiores. Erisipela Sintomas Lesões apresentando uma parte hipocorada (parte sem cor) com borda elevada e intenso eritema (vermelhidão); Formam-se vesículas que se rompem, eliminando líquido seroso altamente contagioso; Erisipela Como se desenvolve? Através de lesão causada por fungos (frieira); Arranhões na pele; Corte de calos ou cutículas; Coçadura de alguma picada de inseto; Erisipela Tratamento Antibioticoterapia Erisipela Complicações - - Pode evoluir para forma gangrenosa; Hiperemia; Choque toxêmico; Calafrios; G.N.D.A; Linfedema; Febre reumática; Elefantíase; Erisipela Profilaxia Tratamento dos doentes; Educação Sanitária; Evitar lesões na pele. Erisipela Erisipela Erisipela Foliculite É uma inflamação do folículo piloso, que pode ocorrer em qualquer parte do corpo do indivíduo: Agente etiológico: Staphylococcus aureus Foliculite Sintomas: Formação de pequenas pústulas ("bolhinhas de pus") Hiperemia ao redor dos pêlos. Lesões elevadas e avermelhadas que podem ter ponto amarelo (pus) no centro. Prurido no local afetado. Foliculite - Tipos Foliculite decalvante: Leva à atrofia do pêlo, deixando áreas de alopécia que se expandem com a progressão periférica da doença; Foliculite da barba: Localizada na área da barba, podem formar placas avermelhadas, inflamatórias, com inúmeras pústulas e crostas. Foliculite - Tipos Foliculite queloideana : comum em homens de pele negra, formam lesões agrupadas que ao cicatrizar deixam cicatrizes endurecidas e queloideanas; Periporite supurativa: atinge as crianças pequenas, com pústulas superficiais ou nódulos inflamatórios que acabam por drenar secreção purulenta. Foliculite - Tratamento Tratamento é feito com antibióticos de uso local ou sistêmico específicos para a bactéria causadora e cuidados antissépticos; Algumas lesões podem necessitar de drenagem cirúrgica. Profilaxia- Foliculite Manter da pele limpa; Preferencialmente com sabão líquido contendo um agente antibacteriano Foliculite decalvante Foliculite Queloideana Furunculose É uma tumefação dolorosa da pele, produzida pela Infecção bacteriana da pele; Recorrências de furúnculos podem ocorrer por meses ou anos tornando-se problema de difícil resolução clínica. Furunculose Agente etiológico: Staphylococcus aureus; Incidência:Acomete mais os homens que as mulheres, principalmente após a puberdade. Furunculose Como se desenvolve Substâncias gordurosas na pele, que fecham o folículo e propiciam a infecção; Uso de roupas justas, que levam à fricção. Ao coçar a lesão o indivíduo ‘machuca’ o furúnculo fazendo com que seja eliminado pus que vai infectar outros folículos próximos; Furunculose Sintomas Nódulo muito doloroso, vermelho, inflamatório, endurecido e quente; Prurido; Edema. Furunculose gy Tratamento Uso de antibiótico sistêmico e aplicação de calor local, por meio do uso de compressas quentes; Drenagem cirúrgica, em alguns casos; Sabonete bacteriano e antibiótico tópico no nariz e unha empregados em furunculose recidivante. Furunculose Prevenção Uso de antibiótico para tratar todos os episódios que ocorram; Limpeza da pele com substâncias anti-sépticas; Lavagem freqüente das mãos; Uso de toalhas limpas; Trocas freqüentes de fronhas e roupas íntimas; Furunculose Gonorréia É uma doença sexualmente transmissível; Agente Etiológico: Neisseria gonorrheae; Também chamada de Blenorragia; Período de incubação: 2 a 6 dias; Transmissão: É transmitida diretamente por via sexual. Gonorréia - Sintomatologia Homem: Algia, ardor a micção, secreção uretral muco-purulento, disúria, prostração, hipertermia, com a evolução: uretrite, epididimite, esterelidade; Mulher: Geralmente assintomática, com a evolução apresenta algia, ardência, leucorréia e polaciúria; Gonorréia - Localização O Gonococo pode ter outras localizações além da geniturinária: Reto (proctite); Conjuntiva ocular (oftalmia neonatal). Para evitar esta complicação que deixa a criança cega, é utilizada nas maternidades um colírio de nitrato de prata (técnica de Crede); Articulação; (artrite gonocócica) No parto pode ocorrer gonorréia nos órgãos sexuais do recém nascido. (A maioria das crianças com gonorréia infecta-se por ocasião de abuso sexual) Gonorréia - Diagnóstico É basicamente clínico; Exame papanicolau; Se houver necessidade - coleta "in vitro" ou local, através de um swab (Haste com um pedaço de algodão na ponta). O material recolhido é transposto em um campo de cultura e após 72 horas. Gonorréia - Tratamento Antibióticos, Ceftriaxone,ciprofloxacino, ofloxacino, outros; Abstinência sexual ou uso de preservativos nas relações sexuais. Profilaxia Tratar as pessoas doentes e portadoras; Evitar relações sexuais com pessoas contaminadas; Reduzir o número de parceiros sexuais; Usar preservativos nas relaçoes sexuais. Gonorréia Artrite devido a gonorréia Gonorréia Meningite Meningocócica Infecção das meninges; A bactéria invade inicialmente a garganta, mas caso atinja a via sanguínea, poderá afetar as meninges; Agente etiológico: Neisseria meningitides; Período de incubação: 3 a 4 dias. Meningite meningocócica Transmissão Gotículas de saliva; Um indivíduo assintomático poderá transmitir o agente etiológico a outra pessoa; Sintomatologia Febre alta; Náuseas e vômitos; Convulsões; Cefaléia intensa; Sonolência; Erupção cutâneo-eritematosa. Sintomatologia Abaulamento de fontanela (moleira inchada); Erupção cutâneo-eritematosa; Hidrocefalia; Septicemia; Miocardia. Diagnóstico Através de uma coleta de sangue ou fluido espinal (líquido cefalorraquidiano) ; Raios x da região. Tratamento É muito demorado pela dificuldade de se fazerem os antibióticos atingirem as meninges; Feito com penicilina, tetraciclina e cloranfenicol. Profilaxia Isolamento Respiratório e protetor; Quimioprofilaxia; Notificação compulsória; Vacinação (baixa eficácia); Vigilância dos comunicantes contactantes; Manutenção do ambiente bem ventilado. Petéquias em antebraço - meningite Meningite sequela Coqueluche É uma doença infecciosa típica da infância, que atinge as vias respiratórias; Agente Etiológico: Bordetella pertussis ou Haemophilus pertussis; Período de incubação: 7 a 10 dias. Transmissão Através de gotículas eliminadas das vias aéreas. Sintomas Estágio Catarral – queixas semelhantes a um resfriado, hipertermia, coriza, espirros e tosse irritativa;(duração 7 a 14 dias) Estágio Paroxístico- Tosse que se caracteriza por acesso repetidos, ruídos respiratórios guincho, cianose após cada acesso de tosse e vômito; (duração 4 a 6 semanas) Estágio de Convalescença- Os sintomas começam regredir progressivamente.(até 3 semanas) Diagnóstico Baseado em evidências clínicas; Hemograma - Leucocitose; Tratamento Antibiótico eritromicina , tetraciclina ou clorafenicol. Profilaxia Vacinação da população infantil; Quimioprofilaxia. Hanseníase Também conhecida como lepra, morféia, malde-Lázaro, mal-da-pele, mal -do-sangue; Ataca normalmente a pele, os olhos e os nervos; Agente etiológico: Mycobacterium leprae Hanseníase O agente é conhecido como bacilo de hanseníase em homenagem a Armauer Hansen em 1874; Período de incubação: 2 a 5 anos Transmissão Contato direto com o bacilo, presentes na saliva, secreções nasais, ou lesões cutâneas. Sinais e sintomas Manchas brancas e amareladas na pele (local insensível passando despercebido pelo paciente); Pele grossa; Maldarose (perda de cílios e sobrancelhas). Formas da Hanseníase Forma indeterminada – Manchas hipocrômicas ou eritematosas na pele, com ausência de sensibilidade. Forma Virchowiana – Eritema e infiltração difusos, placas eritematosas infiltradas e de bordas difusas, tubérculos, nódulos, lesões da mucosa. Formas da Hanseníase Forma tuberculóide – Placas eritemo-violáceas, edematosas, placas de localização palmar, plantar e facial; Forma dimorfa- Lesões eritematosas, planas com o centro claro, lesões infiltradas com o centro claro, lesões com tonalidade ferruginosa ou parda Em todas as formas há manifestações neurológicas Forma Tuberculóide Forma indeterminada Forma dimorfa Forma virchowiana Diagnóstico Baciloscopia; Histopatologia; Diagnóstico clínico, baseado na definição do caso Profilaxia Promover educação sanitária adequada; Promover desinfecção recorrente dos objetos de uso do portador/doente; Isolamento do doente que não estiverem em tratamento; Vacina BCG não é específica, mas é usada como medida profilática Tratamento O tratamento dura de seis meses a dois anos com medicação específica, reabilitação física e psicossocial; O que determina a duração é o estágio e forma da doença; Há cura para hanseníase; Quem começa o tratamento deixa rapidamente de ser contagioso, não constituindo mais perigo para as pessoas próximas Sífilis Doença infecto-contagiosa, sistêmica de evolução crônica com manifestções cutâneas temporárias, provocadas por uma espiroqueta; Agente etiológico: Treponemma pallidum As manifestações podem ser precoces ou tardia Sinais e sintomas Fase primária: cancro duro aparece cerca de 1 mês, nos órgãos genitais, boca, pode desaparecer de forma gradual; Fase secundária: Aparecem erupções cutâneas, conhecida como roséola sifilítica; Fase terciária: Disseminação em diversos órgãos e tecidos, sífilis cardiovascular e neurossífilis Sífilis secundária Sífilis primária Sífilis congênita Transmissão Relação sexual; Via transplacentária; Transfusão de sangue; Diagnóstico Reação sorológica – VDRL; Comprometimento do sistema nervoso é comprovado pelo exame do liquor; Rx dos ossos longos é muito útil; Tratamento Penicilina G benzatina; Toda gestante terá VDRL a admissão hospitalar ou imediatamente após o parto; Se a mãe tiver sorologia positiva para sífilis deverá ser feito o VDRL do bebê, se positivo tratar com Penicilina G procaína ou penicilina cristalina Profilaxia Reduzir o número de parceiros sexuais; Evitar relações sexuais no período de contágio; Usar preservativos nas relações sexuais; Promover higiene rigorosa após contato sexual; Controlar hemoderivados para transfusão; Solicitar VDRL para gestantes; Notificação