Funções Ecológicas das APPs e RL: O papel da restauração Flávio Bertin Gandara Renata Evangelista de Oliveira Silvicultura de Nativas (além da Restauração...) Silvicultura de Nativas Restauração Ecológica e Florestal SAFs Sistemas Agroflorestais Manejo de PFM e PFNM PFM e PFNM Fins de conservação Benefícios sócio – econômicos e ecológicos, aperfeiçoamento legal Restauração Ecológica “Ciência, prática e arte de assistir e manejar a recuperação da integridade ecológica dos ecossistemas, incluindo um nível mínimo de biodiversidade e de variabilidade na estrutura e no funcionamento dos processos ecológicos, considerando-se seus valores ecológicos, econômicos e sociais”. (SER, 2002) METAS GERAIS DA RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA • Recriar comunidades ecologicamente viáveis; • Proteger e fomentar a capacidade natural de mudança dos ecossistemas; • Resgatar uma relação saudável entre sociedade e ambiente. Fonte: Engel & Parrotta, 2003 COMO ALCANÇAR ESSAS METAS? • Definindo claramente os objetivos da restauração; • Conhecendo o ecossistema a ser restaurado; • Identificando as barreiras que impedem ou dificultam a regeneração natural e diminuem sua resiliência. Fonte: Engel & Parrotta, 2003 ECOSSISTEMA A RESTAURAR GRUPOS FUNCIONAIS BIOTA Plantas Animais Microorganismos COMUNIDADE BIÓTICA Produtores primários Herbívoros Carnívoros Decompositores Polinizadores Dispersores, etc... “Status taxonômico” Formas de vida RESILIENTE RESISTENTE ESTÁVEL ÍNTEGRO SAUDÁVEL Habitats/Nichos AMBIENTE FÍSICO Solo, substrato, meio atmosférico ou aquoso, hidrologia, clima, regime de nutrientes, etc.... Mecanismos que governam alterações nos ecossistemas, referentes à sua estrutura e função (Pickett et al, 1989) Velocidade e Escala Nível Rápida/pequena Indivíduo População Comunidade Ecossistema Paisagem Lenta/grande RESTAURAÇÃO Serviços ecossistêmicos (exemplos) Ciclagem de minerais- C/ N / P Valor cultural Tratamento de resíduos/ filtragem de produtos tóxicos Controle de distúrbios climáticos Armazenamento de água Produção de alimentos Regulação dos níveis de gases atmosféricos Regulação de fluxos hidrológicos Recreação Fonte de matérias-primas Regulação de gases que afetam o clima Controle de erosão e sedimentação Controle biológico de pragas e doenças Proteção de hábitats Preservação de polinizadores Fonte de material genético Intemperismo da rocha-matriz e formação do solo Bens e serviços florestais Conservação de solo e água Habitat Benefícios ecológicos Lazer e estética PFM PFNM Restauração e melhoria de áreas rurais Ind. de base florestal Conservação da Biodiversidade Utilização energética Agrosilvicultura Castanho-Filho, s.d. Diponível em: http://www.rbma.org.br/mercadomataatlantica/pdf/sem_ma_serv_amb_11.pdf PRINCIPAIS BENS E SERVIÇOS FLORESTAIS Madeira Combustíveis Produtos florestais não madeireiros Conservação dos solos e das águas Conservação da diversidade biológica Limitação às mudanças climáticas Empregos Lazer Proteção do patrimônio natural e cultural Contexto para a determinação de estratégias para a restauração florestal Estratégias de manejo para a RESTAURAÇÃO FLORESTAL Aspectos Socioculturais Aspectos econômicos e institucionais Aspectos ecológicos Baseado em ITTO, 2002 Aspectos Socioculturais Estratégias de manejo para a RESTAURAÇÃO FLORESTAL •Uso da terra •Valores •Organização comunitária •Repartição de custos e benefícios •Direitos de uso •Conhecimento tradicional •Equidade social Aspectos econômicos e institucionais •Causas da degradação •Interesses locais e nacionais •Sistemas de incentivo (PSA) •Organização e monitoramento •Produção - PFM e PFNM •Políticas públicas •Legislação •Paisagem •Sítio (solo, água,clima) •Biodiversidade, habitat •Produtividade e funções protetoras •Otimização de recursos e tecnologia Aspectos ecológicos Baseado em ITTO, 2002 Técnicas/métodos para restauração florestal RESTAURAÇÃO FLORESTAL EFETIVA Monitoramento e avaliação Desenvolvimento de práticas Conhecimento da ecologia das espécies comunidades ecossistemas ECOSSISTEMAS DEGRADADOS paisagem Nível de Sustentabilidade Restauração florestal Condução da regeneração natural EIR EMR EAR Plantio de mudas de espécies arbóreas nativas APPs e RLs • Funções ecológicas x Restauração • Funções sociais – – – – Emprego e renda; Legislação; Políticas públicas; Responsabilidade Social Fonte: Boletim de Pesquisa da Soja, 2007 (Fundação MT) Slide: material instrucional da disciplina LCF1581 – LCF/ESALQ/USP 20m Efeitos da eliminação da mata ciliar • Assoreamento dos córregos e rios • Desaparecimento de nascentes • Desaparecimento dos peixes e outros animais terrestres • Agravamento das secas e das cheias • Escoamento direto de resíduos de agrotóxicos das áreas agrícolas mais elevadas diretamente para a água A floresta e a infiltração da água Tratamento Infiltração (mm/h) 59,9 Piso florestal intacto Piso removido mecanicamente Piso queimado anualmente 49,3 40,1 Pastagem degradada 24,1 Fonte: Lima (1986) Efeito da cobertura e do manejo do solo sobre as perdas de solo e água em SP. Cobertura do solo Perdas de solo (t ha-1ano-1) Perdas de água (% da água da chuva) Mata nativa 0,004 0,7 Reflorestamento 0,04 0,7 Pastagem 0,4 0,7 Citricultura 0,9 1,1 Cana-de-açúcar 12,4 4,2 Perdas de solo (t ha-1) Perdas de água (% da água da chuva) Restos culturais queimados 20,2 8,0 Restos culturais incorporados ao solo 13,8 5,8 Restos culturais sobre a superfície do solo 6,5 2,5 Tipos de manejo do solo Fonte – Adaptado de Bertoni et al. (1982) – Plano Diretor da Bacia do Rio Corumbataí Relação entre área com cobertura florestal e o escoamento superficial Cobertura florestal em % 0 8 Escoamento superficial em % 100 77 40 90 58 43 100 25 Fonte: Burger (1976) Papel das Matas Ciliares • • • • • • • • • Reduz a erosão das margens Serve de fonte de alimentos Assegura a perenidade das nascentes Proteção dos impactos do transporte de defensivos, corretivos e fertilizantes Aumenta a quantidade e melhora a qualidade das águas Enriquece a Biodiversidade regional (corredor ecológico) Controla pragas e doenças agrícolas Purifica o ar e embeleza o ambiente. Melhora a qualidade de vida. Área de Canavial com 18 anos de Recuperação Iracemápolis 2006 Projeto de Restauração aos 20 anos 2007 PFNM Ornamental/Paisagismo Artesanato Medicinal/Cosmético/Fármaco PFM Madeira para estrutura Energia Movelaria Alimentos Corantes Mudas/ Sementes Óleos Fibras Produção de pequenos Produtos Químicos Melíferas Caixotaria Artesanato objetos Instrumentos musicais Tornearia Construção naval Carvalhaes et al, 2008; Carvalhaes et al, 2007 Espécies da Mata Atlântica fornecedoras de produtos (PFM e PFNM) 7% apenas PFM apenas PFNM 45% PFM + PFNM 48% N = 69 Carvalhaes et al, 2008; Carvalhaes et al, 2007 Formas de crescimento 3% arbórea 1% 4% herbácea 18% liana epífita 74% herbácea/epífita Carvalhaes et al, 2008; Carvalhaes et al, 2007 Silvicultura de Nativas Restauração (Por que? Pra que? Pra quem?) Potencial do setor florestal no desenvolvimento das bases institucionais, científicas e humanas necessárias ao desenvolvimento da silvicultura com espécies nativas; Empresas do setor atuando nos mesmos biomas, com a mesma necessidade de desenvolvimento de tecnologias mais adequadas para a restauração; Possibilidade de transformar “obrigação legal” em geração de renda/benefício econômico = interessante para o fomento (Modelos mais atraentes para os proprietários rurais); Atendimento a demandas específicas da Certificação; RL = grande quantidade de área com potencial produtivo. Vários caminhos levam à restauração... • Obrigado!!!!!