papel do silicato de potássio aplicado em plantas de pepino

Propaganda
V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano
IF Goiano- Campus Iporá
21 a 23 de setembro de 2016
PAPEL DO SILICATO DE POTÁSSIO APLICADO EM PLANTAS DE
PEPINO INDUSTRIA SOB CONDIÇÕES DE COMPETIÇÃO COM ERVAS
DANINHAS
GOMES, Júlia Graziela¹; COSTA, Érica Castro1; CAIXETA, Vanessa Meireles1; SOUZA,
Gabriel Pereira; PEREIRA, Alexandre Igor de Azevedo²
Estudante de Iniciação Científica – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Urutaí GO. [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected] 2 Orientador – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus
Urutaí - GO. [email protected]
1
RESUMO: As ervas daninhas são um dos principais problemas fitossanitários na produção de Cucurbitaceae.
Herbicidas utilizados no controle de Cyperus rotundus (tiririca) são incompativeis com a produção de pepino,
devido a sua sensibilidade a maioria destes. O uso do silício beneficia a formação de uma barreira impedindo
a penetração de fungos fitopatogênicos na epiderme foliar. Mas, pouco se sabe sobre a indução de resistência
na competição com ervas daninhas. Assim, o presente projeto avaliou o efeito do silício como indutor de
resistência em plantas de pepino, Cucumis sativus cv. Kybria F1, no impacto de competição com ervas
daninhas. O estudo foi conduzido em estufa agricola com seis tratamentos, com e sem aplicação de Si em
ambas plantas. Quando o Si foi pulverizado na tiririca as plantas de pepino obtiveram menor altura e menor
número de folhas. O Si, nas condições experimentais estudadas, aparenta não induzir resistência à planta de
pepino contra competição com ervas daninhas.
Palavras-chave: Cucumis sativus, Cyperus rotundus, silício.
INTRODUÇÃO
O papel do Si como indutor de resistência
ao estresse em plantas é conhecido. Além de
reduzir a perda de água pela planta, o Si melhora a
arquitetura vegetal, aumenta o teor de clorofila nos
tecidos foliares, a eficiência no uso de nutrientes
imóveis como o cálcio, ferro, zinco, manganês e
cobre; além de conferir resistência contra
penetração de fitopatógenos e insetos (Rodrigues
2010). O Silicato de Potássio em solução nutritiva
e pulverizações foliares no pepino atuou contra
infecção ao fungo oídio (LIANG et al. 2005).
Fitoalexinas
(compostos
antimicrobianos
produzidos após infecção) foram induzidas em
pepino com Si após infecção sob condições
laboratoriais sugerindo que esse elemento
potencializa eventos bioquímicos relacionados
coma defesa da planta.
Todavia, pouco se tem investigado sobre o
potencial do Si em amortizar o efeito da
competição por ervas daninhas em plantas de
importância econômica, como o pepino. Dessa
forma, o objetivo do presente projeto foi avaliar o
efeito do silício como indutor de resistência em
plantas de pepino, Cucumis sativus L.
(Cucurbitaceae) cv. Kybria F1, no impacto de uma
competição com ervas daninhas.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no setor de
Olericultura do Instituto Federal Goiano-Campus
Urutaí, em Urutaí, estado de Goiás em uma estufa
agrícola de 7m de largura por 30 de comprimento.
Os procedimentos de análise do solo, preparo dos
canteiros, semeadura do pepino em bandejas de
isopor, transplantio, adubação e tratos culturais
foram realizados de acordo com as exigências
técnicas da cultura. As plantas de pepino híbrido
Kybria F1 foram cultivadas em canteiros e a
ocorrência das ervas daninhas foram constatadas
de forma espontânea e natural. Na ocasião do
presente estudo, apenas a erva daninha Cyperus
rotundus
L.
(Cyperaceae)
(tiririca)
foi
diagnosticada. A densidade de infestação nos
canteiros foi em média de 60,0 ± 5,5 indivíduos por
2m².
O delineamento utilizado foi em DBC com
quatro repetições e seis tratamentos: (T1: apenas
pepino, T2: apenas tiririca, T3: competição pepino
x tiririca com Si no pepino, T4: competição pepino
x tiririca com Si na tiririca, T5: competição sem Si
e T6: competição com Si pulverizado no pepino e
na tiririca). Os parâmetros de crescimento para a
planta de pepino quantificados foram altura da
planta, número de folhas por planta, espaçamento
entre nódulos, comprimento e largura das raízes do
pepino. Os parâmetros de produção: número total
de frutos por planta, peso do fruto, número de
colheitas por planta e produtividade foram
quantificados aos 46, 51, 56 e 61 dias após o
transplantio (DAT). Para as ervas daninhas, o
1
V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano
IF Goiano- Campus Iporá
21 a 23 de setembro de 2016
comprimento da maior folha e comprimento da raiz
foram quantificados.
500
a
400
Altura de plantas (cm)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Tratamento T6 foi aquele que
proporcionou menor altura das plantas de pepino
em comparação com os demais (Figura 1). O
número de folhas por planta também foi maior
nesse tratamento. Todavia, o espaçamento entre
nódulos das plantas de pepino não sofreu
interferência dos tratamentos. Quanto aos
parâmetros de produção não foi observada
diferença significativa para o número total de
frutos por planta, peso do fruto, número de
colheitas por planta e produtividade em nenhum
intervalo de avaliação. Todavia, o número de frutos
por planta especificamente aos 61 DAT foi
superior no tratamento T3 (competição e Si
aplicado apenas no pepino) (106,25 ± 10,39) em
comparação ao tratamento T6 (competição e Si
aplicado tanto na erva daninha como no pepino)
(66,25 ± 8,97). No tratamento T4 (competição
pepino x tiririca com Si na tiririca) observou-se
maior comprimento da folha da erva daninha em
comparação com os demais tratamentos.
Os resultados do presente trabalho
demonstram que o pepineiro não é tido como uma
planta acumuladora de Si como muito bem
reportado para arroz, milho e cana-de-açúcar. Isso
indica que os benefícios do Si em Cucurbitaceae
possam estar relacionados mais com a formação de
uma camada superficial na folha contra penetração
e injúria causadas por agentes de estresse bióticos,
no caso fungos e insetos. Os benefícios da
aplicação de Si em plantas de pepino são bem
reportados para indução de resistência contra
fungos. Nossos resultados devem ser interpretados
com cautela, pois aplicações foliares de Si em
sistemas que contenham grandes infestações de
ervas daninhas, mais especificamente, como
tiririca podem favorecer essa planta a se
desenvolver e aumentar o seu potencial de
supressão da cultura principal.
ab
ab
a
ab
b
300
200
100
0
1
2
3
4
5
6
Tratamentos
Figura 1 – Altura de plantas (Média±EP1) de
pepino (Cucumis sativus) submetidas aos
tratamentos T1: apenas pepino sem Si, T2:
apenas pepino com Si, T3: competição pepino x
tiririca com Si no pepino, T4: competição
pepino x tiririca com Si na tiririca, T5:
competição sem Si e T6: competição com Si
pulverizado no pepino e na tiririca. IF GoianoCampus Urutaí, Urutaí, Goiás.
CONCLUSÃO
O Si não é capaz de amortizar, na planta de
pepino, os efeitos negativos da competição com a
erva daninha tiririca.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq e ao IF Goiano-Campus Urutaí.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIANG Y.C., W.C. SUN & V. RÖMHELD. 2005.
Effects of foliar- and root-applied silicon on the
enhancement of induced resistance to powdery
mildew in Cucumis sativus. Plant Pathology 54(5):
678-685.
RODRIGUES F.A. 2010. Silício na AgriculturaAnais do V Simpósio Brasileiro sobre Silício na
Agricultura. 1aed. Visconde do Rio Branco:
Suprema Gráfica e Editora Ltda. v.1. 385p.
2
Download