Faculdade Sete de Setembro Publicidade e Propaganda Renata Frota Moreira Estratégias de Marketing para Academias de Ginástica Fortaleza 2009 Faculdade Sete de Setembro 2 Renata Frota Moreira Estratégias de Marketing para Academias de Ginástica Projeto de Pesquisa de Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda à Banca Examinadora da Faculdade de Sete de Setembro. Orientador: Érick Picanço Fortaleza 2009 3 Dedico este trabalho aos meus pais por tornarem concreto um sonho de vida e á todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste projeto. 4 “Organizações de marketing vitoriosas terão habilidades processos necessárias de marketing para com gerenciar múltiplas estratégias, muitos dos quais não têm, até recentemente, sido consideradas como dentro dos domínios do marketing.” (Frederick E. Webster) 5 RESUMO O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de aplicar estratégias de Marketing no mercado das academias de ginástica qualificadas situadas no bairro Meireles na cidade de Fortaleza. Esta análise foi realizada em Novembro de 2008 e aos dados foram aplicados critérios para escolha da amostra, o processo de coleta de dados e a tabulação dos mesmos. O universo da presente pesquisa foram trinta clientes, de ambos os sexos, e que são alunos academias Espaço de Meta Vip, Espaço Vital e Personal Care. Os gestores destas academias de ginástica também foram entrevistados para melhor esclarecimento dos dados analisados. O melhor método foi a pesquisa descritiva e exploratória, pois produziu um esclarecimento satisfatório da melhor estratégia de marketing. A referida pesquisa contou inicialmente com levantamentos bibliográficos, com base em materiais já publicados em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas. 6 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES..........................................................................................7 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................14 1 ASPECCTOS GERAIS DE MARKETING DE SERVIÇO ..................................... 15 2 O QUE É MARKETING? ........................................................................................16 2.1 MARKETING DE SERVIÇOS ............................................................................. 18 3 ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING .......................................... 23 3.1 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ...................................................................... 24 4 O MERCADO DAS ACADEMIAS ......................................................................... 30 4.1 BREVE HISTÓRICO DAS ACADEMIAS ............................................................ 30 4.2 SEGMENTO DE ACADEMIAS QUALIFICADAS ............................................... 32 5 PONTOS DE VENDAS E ESTRATÉGIAS ........................................................... 34 5.1 TREINAMENTO DA EQUIPE DE VENDAS ....................................................... 35 5.2 VALOR AGREGADO AO PRODUTO ................................................................ 37 6 METODOLOGIA ................................................................................................... 40 6.1 TIPO DE PESQUISA .......................................................................................... 40 6.2 O UNIVERSO E A MOSTRA .............................................................................. 41 6.3 COLETA DE DADOS ......................................................................................... 41 6.4 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................ 41 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................42 7.1 DESCRIÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ............................................................... 42 7.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 45 CONCLUSÃO ....................................................................................................... ...47 ANEXOS....................................................................................................................48 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... ....49 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1. Sexo 100% 90% 90% 80% 70% 70% 70% 60% Masculino 50% Feminino 40% 30% 30% 30% 20% 10% 10% 0% Espaço Vital Fonte: Pesquisa direta, 2008. Espaço Meta Vip Personal Care 8 Gráfico 2. Faixa etária 80% 70% 70% 60% 60% 50% 50% Espaço Vital 40% Espaço Meta Vip 30% Personal Care 30% 30% 20% 20% 20% 10% 10% 10% 0% 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos Acima de 40 anos Fonte: Pesquisa direta, 2008. 9 Gráfico 3. Freqüentou outra academia de ginástica 120% 100% 100% 100% 80% 80% Sim 60% Não 40% 20% 20% 0% Espaço Vital Fonte: Pesquisa direta, 2008. Espaço Meta Vip Personal Care 10 Gráfico 4. Optou pela academia 90% 80% 80% 70% 60% 50% Espaço Vital 50% Espaço Meta Vip 40% 40% Personal Care 30% 30% 20% 20% 20% 20% 20% 10% 10% 10% 0% Perto de casa Indicação de amigos Fonte: Pesquisa direta, 2008. Imagem da academia no mercado Outros 11 Gráfico 5. Satisfação dos clientes com os serviços prestados 120% 100% 100% 100% 80% 80% Sim 60% Não 40% 20% 20% 0% Espaço Vital Fonte: Pesquisa direta, 2008. Espaço Meta Vip Personal Care 12 Gráfico 6. Recomendação 120% 100% 100% 100% 90% 80% Sim 60% Não 40% 20% 10% 0% Espaço Vital Fonte: Pesquisa direta, 2008. Espaço Meta Vip Personal Care 13 Gráfico 7. Melhoria 70% 60% 60% 50% 50% 50% 50% 40% 40% 40% Sim Não 30% 20% 10% 0% Espaço Vital Fonte: Pesquisa direta, 2008. Espaço Meta Vip Personal Care 14 INTRODUÇÃO Esse é um trabalho que fala sobre possibilidades. Mais especificamente sobre as possibilidades de ampliação do mercado das academias de ginástica quando aliadas ao universo do Marketing. Este trabalho acadêmico fala sobre como é possível aplicar ferramentas de marketing no mercado das academias”. Claro, essa definição é bem simplista, mas vai bem ao cerne da questão. As academias de ginástica são um tipo de serviço relativamente novo no mercado fortalezense, este se tornou muito competitivo. Exatamente por isso, existe muito a ser feito, são vários os territórios, segredos e tesouros a serem desvendados; mas antes de iniciar a jornada é preciso ter a dedicação de estudar os percursos, traçar rotas seguras e bolar as melhores estratégias para superar os desafios e as surpresas desagradáveis que inevitavelmente surgirão no caminho. Em termos mercadológicos e se tratando do ramo das academias - é fundamental estabelecer relações seguras e fieis com o mercado-alvo. Fidelização de clientes é a palavra-chave, é o “abre-te Sésamo” dos portões para o sucesso. Essa importante questão e suas nuances serão devidamente aprofundadas ao longo do trabalho. No primeiro e segundo capítulo são abordadas as definições de marketing, seus elementos e conceitos. Além de estratégias viáveis a serem utilizadas no intuito de maximizar o processo de fidelização dos clientes nas academias também caracteriza o marketing de serviços citadas por diversos autores; o terceiro capítulo aborda a estratégia dos pontos de venda bem como o treinamento da equipe de vendas e o valor agregado ao produto; o quarto capítulo mostra estratégias de comunicação e marketing e fala sobre segmentação do mercado e seus objetivos; o quinto capítulo detalha o mercado das academias qualificadas do bairro Meireles em Fortaleza com um breve histórico e sua segmentação; o sexto capítulo explica a metodologia utilizada no trabalho, tipo de pesquisa utilizada, universo e amostra e coleta de dados por fim, no sétimo capítulo, descrição das organizações e análise dos resultados e discussões. . 15 CÁPITULO 1: ASPECTOS GERAIS DE MARKETING DE SERVIÇOS O marketing é o grupo de serviços que faz com que as idéias e informações sejam assimiladas pelos clientes e empresários, traduz-se como a qualidade dos produtos e serviços que podem ser estudados e pesquisados através de atualizações e pessoas preparadas para modernização do mercado. O serviço possui muitas características que os produtos não possuem. O serviço é intangível e além de não existir a troca de objetos, você apenas o percebe, ele é variável, fungível, consumido quando produzido, seu consumo e sua execução ocorrem ao mesmo tempo, não podendo ser mantido em estoque. (KOTLER; KELLER, 2006) Conforme Judd (apud LAS CASAS, 2002, p.17), “Serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem”. A Associação Americana de Marketing define serviços como: “aquelas atividades, vantagens ou mesmo satisfações que são oferecidas à venda ou que são proporcionadas em conexão com a venda de mercadorias”. (LAS CASAS, 2002, p. 17). Já que no mercado de serviços a venda ocorre antes da produção, diferente do mercado de produtos onde o consumidor pode ter contato físico com a mercadoria antes de possuí-la a percepção de risco tende a ser muito elevada, pois eles não podem ser cheirados, tocados, degustados ou até mesmo provados antes do ato da compra. (SANTOS FILHO, 2009) Os elementos tangíveis podem ser vistos, tocados, cheirados, ouvidos ou degustados. Eles constituem aspectos físicos da oferta. Os elementos intangíveis são mais ardilosos. Eles compreendem o nível do serviço oferecido ao suporte tangível e a imagem ou crenças que cercam o produto. (HOOLEY et al. 2001, p.63) O marketing de serviços está ligado diretamente o marketing interativo. O vendedor tem que ter uma boa interação com o comprador durante a execução do serviço. Uma empresa que comercializa serviços de qualidade, não satisfará um cliente sem também dominar a arte do marketing interativo, nas prestadoras de serviços, o cliente e o empregado da linha de frente interagem no momento da execução do serviço. 16 CAPÍTULO 2: O QUE É MARKETING? O marketing surgiu em proceder à troca, nas quais duas pessoas têm algo de valor a oferecer um ao outro com intuito de satisfazer ambas as partes. Na época de Revolução Industrial tendo a capacidade de administrar as necessidades de atualizar os seus vendedores para que possa dar um suporte maior aos seus os consumidores. Os administradores preocupados com as produtividades para adquirir lucros e os consumidores não tinham o poder de escolha porque naquela época não existia concorrência. Para Cobra (2003, p. 7), “a essência do marketing é um estado de mente. Em marketing os profissionais de negócios adotam o ponto de vista do consumidor. E essas decisões são apoiadas com base no que o cliente necessita e deseja”. Apesar de todas essas diferenças, o marketing é desenvolvido para atender e não ser destorcido, no mercado as decisões de uma empresa são tomadas dia após dia e os critérios a serem utilizados têm relevância para o mercado. De acordo com Santiago (2000, p. 9), “o termo marketing é muitas vezes distorcido e utilizado como sinônimo de propagandas ou vendas. Isso ocorre porque a propaganda, uma das inúmeras atividades do marketing, aparece constantemente aos olhos do público”. Define-se o marketing como o processo social e gerencial através do quais indivíduos e grupos obtém aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores. Conforme Cobra (1990, p.29), o papel do marketing “é identificar necessidades não satisfeitas, de forma a colocar no mercado produtos ou serviços que, ao mesmo tempo, proporcionem satisfação dos consumidores, gerem resultados auspiciosos aos acionistas e ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas e da comunidade em geral”. Diante do exposto, o marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação da oferta e troca de produtos de valor com outros. Para que o produto possa ser aceito no mercado é preciso descobrir as necessidades das pessoas, buscando atender a demanda do mercado através de bens ou serviços, o marketing é essencial para a divulgação e o conhecimento do produto. Vários autores dividem o marketing em três eras, entre eles Cobra (2003, p.8), que menciona: 17 • A era da produção – em 1925 não havia a preocupação com a venda, uma vez que tudo que era produzido era consumido. A atenção dos fabricantes era apenas com a qualidade de seus produtos. Com essa orientação para a produção, não havia qualquer sentido falar em vendas e muito menos em marketing. • A era da venda – no início de 1950 os fabricantes começavam a dar ênfase à força de vendas, com o objetivo de encontrar compradores para seus produtos. Uma empresa com a orientação para vendas é aquela que assume que os consumidores irão resistir a compra de bens e serviços que eles não julguem essenciais. • A era do marketing – após a crise de 1929, para conquistar os poucos consumidores que restaram surge nos Estados Unidos o marketing, com uma importância redobrada. As organizações sobreviveram à depressão prestando mais atenção aos anseios do mercado. Em dado momento, o mercado internacional passou a se interessar e divulgar na mídia novas opções em busca de competitividade, os clientes passaram a ter um maior poder de escolha de compra. Consoante Cobra (1995, p. 29), “O comportamento do consumidor é largamente influenciado por um processo de globalização cultural irreversível”. A partir de meados da segunda metade do XX o mercado ficou mais disponível para o consumidor, o poder de adquirir um produto ficou mais fácil com a internet o cliente vai ser analisado pelo banco de dados, sendo aprovado ele poderá ter a opção de comprar no financiado, cartão de crédito ou até mesmo no cheque pré-datado. O que pode ser adquirido depois que aprovado o seu crédito são as tendências do mercado os eletrodomésticos, celulares e computadores e outras coisas. Já foi mais difícil adquirir estes produtos, mais com o poder de compra ampliado pelo crédito facilitado novas opções tornaram-se viáveis. Mas, para melhor entendermos o conceito de marketing é importante saber o que significa alguns de seus elementos, que são: necessidades, desejos, satisfação, troca e produtos e serviços para o marketing. O marketing possui vários segmentos, ou melhor, tipos. Um tipo de marketing que tem crescido muito nos últimos anos é o marketing de serviços; o qual será explicitado logo a seguir. 18 2.1 MARKETING DE SERVIÇOS Segundo Kotler e Armstrong (2003), exatamente como as empresas manufatureiras, as boas empresas prestadoras de serviços usam o marketing para conseguir um forte posicionamento nos mercados-alvos selecionados. As empresas prestadoras de serviços bem sucedidas focam sua atenção tanto em seus clientes quanto em seus empregados. O Marketing de Serviços pode ser executado em toda e qualquer empresa. Esta afirmação, abonada por diversos autores, exprime o fato de que toda empresa vende serviços. O serviço pode estar ou não acompanhado de um bem, em maior ou menor grau. Este argumento, contemplado por diversos autores, deixa explicita a importância da valorização do serviço da empresa, para com seu cliente. Mesmo que a empresa ofereça um bem material ao seu cliente, este virá acompanhado de um serviço; seja este um bom atendimento, uma garantia, um serviço de entrega, entre outros. De acordo com Drucker (1997, p. 97), a espécie de oráculo da administração de negócios nas últimas quatro décadas, disse no inicio dos anos 60 que “a primeira tarefa de uma companhia é gerar consumidores”. Para ele, “marketing é tão básico que não pode ser considerado uma função em separado. Marketing é o negócio visto do ponto de vista do seu resultado final, ou seja, do ponto de vista do cliente. O sucesso nos negócios não é determinado pelo produtor, mas pelo consumidor”. Essa mudança de foco é fundamental para a compreensão do marketing. Até a década de 50, nos Estados Unidos, as empresas geravam um produto e o vendiam aos consumidores mediante um esforço de vendas. Ou seja, quem definia o que seria oferecido ao mercado era o representante. Em se tratando de marketing, ao contrário, quem define o que será oferecido ao mercado é o próprio mercado. Drucker (1997, p.97) ainda afirma que, “haverá sempre alguma necessidade de vender. Mas o objetivo do marketing é conhecer e compreender o consumidor tão bem que o produto ou serviço o atendem completamente e, em conseqüência, vendem-se sozinhos. Idealmente, o marketing deve resultar em um consumidor que está pronto para comprar. Tudo o que é preciso fazer é tornar disponível o produto ou serviço”. 19 Levitt (1988, p. 142), em 1960 publicou a obra Marketing Myopia (A Miopia do Marketing), que revolucionou o modo de pensar os negócios. Era a consolidação do moderno conceito de marketing. Para Levitt, “o primeiro negócio de qualquer negócio é continuar no negócio. Para tanto, é preciso gerar e manter consumidores”. Levitt ressaltou da seguinte forma a distinção entre vendas e marketing: “A diferença entre marketing e vendas é mais do que semântica: vendas têm seu foco nas necessidades do representante, marketing nas do comprador. Vendas preocupamse com a necessidade do representante de converter seu produto em dinheiro; marketing preocupa-se com a idéia de satisfazer as necessidades do consumidor com o produto”. Levitt (1988, p.142) explana o seguinte sobre Henry Ford: “Em um certo sentido, Ford foi ao mesmo tempo o mais brilhante e o mais insensato homem de marketing da história americana. Ele foi insensato porque se recusou a oferecer ao consumidor outra coisa que não um carro preto. Ele foi brilhante porque forjou um sistema de produção desenhado para atender às necessidades de mercado. Segundo Kotler (2004, p. 412), o serviço é definido como “qualquer ato ou desempenho que uma parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada”. Este autor complementa a definição do serviço através de quatro características: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade: a) Intangibilidade A intangibilidade reside no fato de que o serviço é prestado num respectivo local, e somente pela pessoa ou empresa que o propõe. Esta característica expressa a exata condição e momento em que o mesmo deve ser vendido. Sendo assim, torna-se impossível conhecê-lo ou adquiri-lo antes que este seja oferecido, ou seja, os serviços são intangíveis porque não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados. No caso de entretenimento e serviços profissionais, os compradores preocupam-se muito com quem vai prestar o serviço. Por exemplo, um show do Chico Anísio não será o mesmo se ele adoecer e for substituído pelo Tiririca. Um seminário sobre informática apresentado por um “Fulano desconhecido” difere do apresentado por Bill Gates. Quando os clientes têm fortes preferências de fornecedor, se usa o preço como uma forma de racionalizar o tempo limitado do 20 fornecedor para oferecer seus serviços. Por isto, um advogado renomado, cobra mais caro do que um advogado menos conhecido. b) Inseparabilidade A inseparabilidade caracteriza a aquisição e consumo do serviço no exato momento em que este é produzido. A especificidade do serviço relaciona-se também a esta característica, pois uma consultoria ou uma palestra proferida por um respectivo expert, em hipótese alguma seria substituída por outro, uma vez que o cliente “pagou para ouvi-lo”. Os produtos físicos são fabricados, estocados, mais tarde vendidos e, por fim, consumidos. Porém, os serviços são primeiro vendidos, depois produzidos e consumidos ao mesmo tempo. Já em serviços, produção e consumo são simultâneos. Serviços são inseparáveis daqueles que os fornecem, sejam pessoas ou máquinas. Se um funcionário presta serviços, ele é parte do serviço. Quando ele eventualmente comete um erro, o cliente já recebe o serviço defeituoso por conta da simultaneidade. Como o cliente também está presente quando o serviço é produzido, a interação fornecedor-cliente é um aspecto especial do marketing de serviços. Tanto o fornecedor quanto o cliente afetam o resultado do marketing de serviço. (KOTLER; ARMSTRONG, 2003) c) Variabilidade A variabilidade (outra característica dos serviços), diz Kotler (2004), implica numa dificuldade de uniformização, na medida em que os serviços são altamente variáveis e dependem de quem os executa e de onde são prestados. Desta forma, o autor alerta para a importância do marketing interno visando o treinamento e a qualificação daqueles que lidam diretamente com o cliente (funcionários), bem como a satisfação e motivação destes. Outra providência a ser tomada para lidar com esta variabilidade, afirma Kotler (2004), é padronizar o processo de prestação de serviços, utilizando ferramentas como o fluxograma e o script para conhecer pontos fortes e fracos do serviço envolvido. Monitorar a satisfação do consumidor através de sistemas de sugestões, reclamações, etc. É também relevante para conhecer como os serviços estão sendo percebidos pelo consumidor. O autor ainda chama a atenção para a dificuldade que o próprio cliente tem de avaliar a qualidade de um serviço, mesmo 21 após tê-lo recebido. Para o autor as empresas de serviços enfrentam três grandes desafios: aumentar sua diferenciação competitiva, sua qualidade e produtividade. São estratégias necessárias para criar mais valor ao cliente, criando lealdade do mesmo em relação à empresa. A variabilidade refere-se a despadronização dos serviços, mesmo que oferecidos por uma mesma pessoa ou empresa. É possível, e muitas vezes desejável, que os serviços sejam personalizados, essa é, portanto, uma importante característica dos serviços. Embora ocorra esta variabilidade, há uma grande possibilidade de cópia entre os serviços, uma vez que é impossível patenteá-los, ou seja, os serviços são altamente variáveis; sua qualidade depende de quem os proporciona e de quando, onde e como são proporcionados. Por exemplo, alguns hotéis conceituados, têm fama de oferecer melhores serviços que outros. Em um determinado hotel, o funcionário que cuida do registro dos hóspedes é simpático e eficiente, enquanto outro funcionário a dois passos dali pode ser desagradável e lento. Mesmo a qualidade do serviço de um único funcionário varia de um dia para o outro, de acordo com sua energia e disposição e energia no momento de contato com cada cliente. d) Perecibilidade Outra característica importante dos serviços é a perecibilidade. Os serviços são perecíveis, não podem ser estocados e caso não sejam usados, estarão perdidos. Kotler (2004) afirma que esta característica não representa um problema quando a demanda é estável, mas torna-se mais difícil de ser administrada quando a demanda é cíclica. Estratégias especiais de marketing devem ser implementadas para lidar com essas flutuações de oferta e procura. A perecibilidade retrata a característica de que os serviços não são estocáveis. Este fato exige das empresas soluções criativas e ativos em propaganda, buscando aumentar a oferta em períodos em que o respectivo serviço se mostra menos solicitado. Quando a demanda é constante, o fato de os serviços serem perecíveis não causam maiores problemas; mas quando a demanda é flutuante, os problemas podem ser graves. Por exemplo, as empresas de transporte público são obrigadas a manter muito mais equipamento devido à demanda na hora do rush do que manteriam se a demanda fosse uniforme durante todo o dia. 22 McKenna (1999) alerta para o fato de que as fronteiras entre produtos e serviços estão desaparecendo rapidamente na atualidade. Ocorre, segundo ele, uma “servilização” dos produtos e a “produtilização” dos serviços. Tal fato é de suma importância para a aplicação de estratégias de marketing, tanto para empresas de produtos quanto para as de serviços. Churchill e Peter (2000), no entanto, argumentam a grande possibilidade de erros (podem ser também expressos como “defeitos”) que podem ocorrer na prestação de serviços – acompanhados ou não de um bem. Estes erros, comumente produzidos por profissionais liberais, podem resultar em perdas de clientes, haja vista que tais impropriedades são facilmente propagadas, em detrimento das regularidades. Os autores sugerem a criação de um planejamento para se adequar às flutuações da demanda. A garantia da qualidade é “fazer com que as pessoas façam melhor tudo aquilo de devem fazer”. Esta premissa justifica a necessidade de aplicar o marketing de serviços. A melhoria contínua é característica inerente ao serviço, mesmo que este serviço seja na produção ou no acompanhamento de um bem. A relação: serviço recebido versus serviço esperado é normalmente avaliada pelo cliente. Argumentam também os autores, que a chave do sucesso de muitas empresas está na melhoria contínua. Uma empresa ou indivíduo que prima pela qualidade em seu serviço possibilita uma maior demanda e resulta em elevação de seus preços. É importante a plena atenção por parte dos funcionários (ou do indivíduo que oferece o serviço) na busca de cativar o cliente. Não só no serviço específico está sua qualidade, mas no serviço que o precede ou lhe procede. O uso de tecnologia, como o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) ou uma “mala direta”, garante a devida fidelidade do cliente para com a empresa, embora se tenha por consenso que o uso da tecnologia está na busca de redução do tempo e/ou custo. 23 CAPÍTULO 3: ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Muitas pessoas pensam em marketing apenas como vendas e propaganda. Todos os dias vemos inúmeras propagandas na televisão, em outdoors, revistas, jornais, panfletos, mala diretas, internet e campanhas de telemarketing. Por mais que sejam importantes, as vendas e a propaganda são apenas duas das muitas funções do marketing e não necessariamente as mais importantes. Metaforicamente falando, são apenas a ponta do iceberg. A organização vitoriosa do futuro estará focada no cliente e será auxiliada por uma competência em informação de mercado, que ligará a voz do cliente a todo o processo de oferecer valores a empresa...Organizações de marketing vitoriosas terão as habilidades necessárias para gerenciar processos de marketing com múltiplas estratégias, muitos dos quais não têm, até recentemente, são considerados como dentro dos domínios do marketing. (HOOLEY et al., 2001, p.3) Frederick Webster (apud HOOLEY et al., 2001), apresenta o novo conceito de marketing como um conjunto de regras para criar-se uma organização focada no cliente e dirigida para o mercado: 1. Criar um novo foco no cliente por meio da empresa. 2. Ouvir o cliente. 3. Definir e nutrir as competências distintas da organização. 4. Definir marketing como inteligência de mercado. 5. Escolher precisamente o público-alvo. 6. Gerenciar para lucrar, não aumentar as vendas. 7. Fazer o cliente valorizar sua estrela guia. 8. Deixar o cliente definir lealdade. 9. Medir e gerenciar expectativas dos clientes. 10. Construir relações de lealdade com o cliente. 11. Definir a empresa como serviço empresarial. 12. Comprometer-se com melhoria contínua e inovação. 13. Gerenciar cultura com estratégia e cultura. 14. Crescer com parcerias e alianças. 15. Destruir a burocracia de mercado. 24 3.1 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO A compreensão do processo de formação da cultura feminina enquanto consumidoras baseia-se no entendimento do conceito de segmentação de mercados. Segundo Giglio (2003), para que possamos desenvolver produtos que “casem” com as preferências de cada grupo é necessário identificar os segmentos de acordo com o comportamento semelhante dos consumidores. Weinstein (1995) define segmentação como o processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características similares, que, provavelmente, exibirão comportamento de compra similar. Abreu (1999) acredita que esse conceito de marketing relativamente recente e revolucionário vem reconhecer que cada mercado é composto por segmentos distintos, consistindo em compradores com diferentes necessidades, estilos de compra e respostas às variações na oferta, ou seja, cada segmento de mercado representa uma oportunidade diferente. Segundo Cobra (1992), a produção em série e em larga escala que se sucedeu à Revolução Industrial e os métodos cada vez mais eficazes de fabricação levaram as empresas à busca do mercado de massa. Mercado esse capaz de absorver quantidades crescentes de produtos em preços declinantes. À medida que a concorrência se intensificou, explica Abreu (1999), os preços caíram e os ganhos declinaram, as empresas deixaram de ter controle sobre os preços por conta da semelhança entre seus produtos. Nesse estágio, começou-se a reconhecer o valor potencial da diferenciação dos produtos, isto é, a introdução de aspectos diferenciais como base para obter vantagem competitiva. Cobra (1992) afirma que as pessoas normalmente estão agrupadas heterogeneamente e a segmentação de mercado visa agrupá-las em segmentos mais homogêneos. Giglio (2003), através do estudo do comportamento do consumidor, acrescenta que o objetivo deste agrupamento é alocar os consumidores em categorias que minimizem a variância dentro do grupo e maximize-a entre os grupos. Contudo, afirma Cobra (1992), a tarifa de identificação desse agrupamento de pessoas, não é fácil, pois nem sempre esses grupos são tão facilmente identificáveis quanto desejável. Conforme Giglio (2003), os consumidores estão se tornando mais sofisticados e demandando produtos mais customizados que atendam as suas necessidades, 25 preferências e gostos. O objetivo de ser orientado para o consumidor fez com que muitas empresas de sucesso oferecessem produtos ou serviços diferentes para segmentos de mercado diferentes. Para Cobra (1992), a formulação de estratégias e de programas de marketing depende das suas adequações a estes segmentos. Para atender o mercado de forma satisfatória é necessário conhecer-se as preferências dos consumidores-alvos, assim como as suas atitudes e comportamentos mais comuns de compra. Giglio (2003) acrescenta que é difícil mensurar o comportamento como propósito de desenvolver um mix de marketing focado, mas é relativamente fácil mensurar as características do consumidor como renda, idade ou gênero. Portanto, essas características são freqüentemente usadas como base para o desenvolvimento de estratégias de marketing, pois indicam comportamentos prováveis. Nas aplicações de estratégia de marketing, um princípio utilizado é que a segmentação se baseia na identificação e no apelo aos consumidores com comportamentos semelhantes, e não necessariamente em características semelhantes. Os analistas de consumo usam as características dos consumidores para segmenta-los em classes, porque elas se correlacionam com o comportamento, ou são indicadores do comportamento, e não porque essas características são determinantes de porquê as pessoas comprarem. Segundo Cobra (1992), o grande desafio da segmentação de mercado é identificar compradores com comportamentos de compra homogêneos. Porém, ressalta Giglio (2003), quanto mais especializada a oferta e menor o segmento para o qual foi desenhada, maior a probabilidade de os custos aumentarem. Isto pode significar um preço mais alto do que os consumidores daquele segmento estão habituados, o que propicia insatisfação e abandono da marca. Weinstein (1995) aconselha que os profissionais de marketing de hoje devam abordar nichos de mercado que exibam necessidades e desejos únicos. Segundo Kotler (2000), muitas empresas estão optando pelo marketing de mercado-alvo, em que as empresas vendedoras encontram os maiores segmentos de mercado, escolhem um ou mais desses segmentos e desenvolvem produtos e programas de marketing para cada um. Em vez de dispensar seus esforços de marketing (abordagem pulverizada), elas concentram sua atenção nos compradores que terão maior chance de atender bem (abordagem direcionada). Segundo Bennett (apud KEEGAN, 2005, p.156), a segmentação de mercado é: 26 O processo de subdividir um mercado em vários subconjuntos de clientes que se comportam de maneira semelhante ou tenham necessidades similares. Cada subconjunto pode ser escolhido como um alvo de mercado a ser atingido com uma estratégia específica de marketing. O processo começa com uma base de segmentação – um fator por parte dos clientes. A segmentação do mercado global é o processo de dividir o mercado mundial em conjuntos distintos de clientes que se comportam de maneira semelhante ou têm necessidades similares. Para Giglio (2003), o objetivo principal da segmentação é o aumento da satisfação do consumidor e da lucratividade. O aumento da lucratividade ocorre quando o valor econômico para o consumidor é maior que o custo de se criar valor. Weistein (1995) ressalta outros objetivos da segmentação tais como, analisar mercados, encontrar nichos e oportunidades e capitalizar através de uma posição competitiva superior. Isso pode ser conseguido pela seleção de um ou mais grupos de usuários como alvos para a atividade de marketing e pelo desenvolvimento de programas de marketing únicos para atingir estes consumidores potenciais (segmentos de mercado). Cobra (1992) acredita que produtos e serviços deverão ser cada vez mais adaptados para atender a necessidades específicas de agrupamentos homogêneos de consumidores. E com essa finalidade as técnicas de posicionamento de produtos nos respectivos mercados-alvo ganham força. Segundo Kotler (2000), o marketing na empresa deve ser traduzido como um esforço para aumentar a precisão do mercado consumidor e sua segmentação. Atualmente, com o avanço da tecnologia da informação, o ponto de partida para qualquer discussão gira em torno da segmentação de mercado através do marketing. Através do marketing o papel do vendedor fica restrito à produção, distribuição e promoção em massa do produto que atenda aos consumidores de uma forma geral. Kotler (2000) informa que muitas empresas estão adotando o micromarketing em um dos seguintes níveis: segmento, nicho, local e individual. Para Weinstein (1995), micromarketing significa conhecer seus consumidores, dar a eles o que querem, utilizar promoções direcionadas (como por exemplo, revistas especiais, que sejam de interesse, patrocínio de eventos, entre outros) e construir fortes canais de relacionamento. 27 O primeiro nível de micromarketing que Kotler (2000) aborda é o marketing de segmento. Para ele o segmento de mercado é identificado nas pessoas a partir de suas preferências, do poder de compra, da localização geográfica, de suas atitudes e hábitos de compra. A segmentação nada mais é do que uma abordagem entre o marketing de massa e o marketing individual, sendo este último o que proporciona vários benefícios a mais que o marketing de massa. Através dele a empresa pode criar um produto ou serviço mais apropriado e oferecê-lo a um preço mais apropriado ao público-alvo. Os canais de distribuição e comunicação tornam-se mais fáceis, além do que a empresa enfrenta menos concorrência num segmento específico. O segundo nível é o marketing de nicho. Um nicho, segundo Kotler (2000), é um grupo definido mais estritamente, um mercado pequeno cujas necessidades não estão sendo totalmente satisfeitas. Nesse segmento a identificação dos nichos acontece através da divisão de um segmento ou definindo-se um grupo que está a procura por um mix de benefícios distinto. As empresas acabam entendendo tão bem as necessidades de seus clientes que eles chegam a concordar em pagar um preço premium por produtos e serviços da empresa. O terceiro nível é o que Kotler (2000) classifica como marketing local. Nesse nível de marketing os programas são idealizados de conformidade com os desejos e as necessidades de grupos de clientes locais. (áreas comerciais, bairros e até mesmo lojas). Como exemplo, Kotler (2000) cita o Citibank que fornece diferentes mix de serviços bancários nas suas agências, de acordo com as características demográficas do bairro. O último nível é o marketing individual. Segundo Kotler (2000), este nível de segmentação nos leva ao “segmento de um” e ao “marketing customizado”. Muito do marketing empresa para empresa é customizado, onde o fabricante customiza as condições de logística, de oferta, de comunicação e financeiras para cada ampla conta. Cobra (1992) afirma que a identificação de um grupo de consumidores requer a análise detalhada das mudanças sociais, mudanças nos hábitos de compra, nos estilos de vida e no comportamento em geral dos consumidores, que por razões econômicas, de clima, de ciclo de vida, de produtos entre outras, exige sofisticação crescente da tecnologia de pesquisa. Kotler (2000) afirma que, para a adoção de marketing de mercados-alvo, são necessárias três etapas importantes: identificar e 28 classificar os grupos de compradores que possam requerer produtos ou mix de marketing diferenciados (segmentação de mercado); selecionar um ou mais segmentos de mercado (mercados-alvo); e determinar e divulgar os principais benefícios que diferenciam os produtos no mercado (posicionamento de mercado). Cobra (1992) considera a divisão de um mercado em áreas geográficas uma das práticas mais antigas e ainda válidas de segmentação. O critério geográfico pode ser dividido em regiões, estados, microrregiões, municípios, distritos, bairros, quarteirões e domicílios. Segundo Kotler (1990), na segmentação geográfica, o mercado é dividido atendendo a critérios geográficos, tais como nações, estados, municípios, cidades, entre outros. A empresa é sabedora de que os potenciais de mercado e os custos variam de conformidade com as localizações dos mercados. A segmentação geográfica propõe dividir o mercado em unidades geográficas diferentes, tais como países, estados, cidades, bairros, etc. Pode-se operar em uma ou mais áreas geográficas, porém, deve-se ter cuidado nas variações locais em termos de necessidades e preferências. O perfil socioeconômico trabalha com a visualização das classes sociais e os seus níveis de renda. No entanto, existem outros indicadores de classe social, o que significa que o pesquisador deverá tomar um cuidado especial no cruzamento de informações. Os outros indicadores são, por exemplo, escolaridade, renda, ocupação profissional, acessibilidade tecnológica, etc. (DALMAU et al., 2008, p.2) De acordo com Keegan (2005), fazer segmentação geográfica é dividir o mundo em subconjuntos geográficos. A vantagem da geografia é a proximidade: os mercados de um mesmo segmento geográfico são mais próximos uns dos outros e mais fáceis de visitar na mesma viagem ou durante o mesmo período de tempo. Segundo Kotler (2000), na segmentação demográfica, o mercado é dividido em grupos de variáveis básicas, como idade, tamanho da família, sexo, rendimentos, ocupação, nível de instrução, religião, raça, geração, nacionalidade e classe social. Portanto, as variáveis demográficas representam a base mais usual para se distinguir grupos de clientes. Quando ocorre do mercado-alvo não estiver descrito em termos psicográficos, se torna necessário voltar para as características demográficas, afim de que se possa estimar com mais precisão o tamanho do mercado-alvo e o meio de comunicação que deverá ser praticado para atingi-lo da maneira mais eficiente. 29 Conforme Kotler (2000) a segmentação por sexo tem sido bastante aplicada a roupas, penteados, cosméticos e revistas. Entretanto outros profissionais de marketing, fora da área, vislumbram também alguma oportunidade para esse tipo de segmentação. A segmentação por renda também é bastante utilizada em várias categorias de produtos e serviços. Contudo, Kotler (2000) alerta que a renda nem sempre prevê o melhor cliente para o produto. Ele cita como exemplo o caso de que foram os operários americanos os primeiros compradores de televisão em cores nos Estados Unidos, pois entenderam que era mais barato para eles comprar uma TV a cores do que ir a cinemas ou restaurantes. Ao abordar a segmentação demográfica, Cobra (1992) ressalta que em muitas ocasiões há a utilização das classes socioeconômicas. Essas classes classificam-se desde a classe “A” até a classe “E”, sendo a primeira tida como a de maior poder aquisitivo, enquanto que a classe “E” a de menor poder. Essa classificação visa agrupar pessoas da sociedade com interesses similares, atitudes, valores, comportamentos e posição socioeconômica. Cobra (1992), considera que estabelecer parâmetros que meçam os comportamentos dos indivíduos enquanto consumidores em relação aos benefícios oferecidos por certas marcas não é fácil, pois o benefício é algo subjetivo e difícil de ser identificado e medido. De acordo com Keegan (2005), a segmentação por comportamento concentra-se em saber se as pessoas compram e usam um produto ou não, assim como a freqüência com que o utilizam e em que quantidade. Trata-se de uma segmentação que costuma ser utilizada na adequação de cursos à distância uma vez que esses dados mostram respostas mais específicas à utilização da tecnologia da informação ou à qualidade do curso que possa demonstrar eventuais questões a serem trabalhadas no decorrer do processo. Kotler (2000) afirma que na segmentação comportamental, os compradores são divididos em grupos com base em seus conhecimentos de um produto, em sua atitude com relação a ele, no seu uso ou na resposta a ele e que muitos profissionais de marketing acreditam que as variáveis comportamentais – ocasiões, benefícios, status do usuário, índice de utilização, status de fidelidade, estágio de prontidão e atitudes em relação ao produto – são os melhores pontos de partida para se construir segmentos de mercado. 30 CAPÍTULO 4: O MERCADO DAS ACADEMIAS 4.1. BREVE HISTÓRICO DAS ACADEMIAS Conforme Capinussú e Costa (1989, p.22), no Brasil coube ao Conde japonês, Maeda Koma, que era mestre em jiu-jitsu, montar a primeira academia em moldes comerciais, em 1914, em sua própria casa, tendo-o feito na cidade de Belém do Pará, pois exercia a função diplomada de receber imigrantes japoneses e escolheu esta cidade por ser o ponto através do Pacífico mais próximo entre o Brasil e o Japão. Depois, em 1925, o português Enéas Campello que trabalhava como instrutor de educação física do colégio militar carioca montou o ginásio, onde oferecia atividades de halterofilismo (levantamento de peso e culturismo) e ginástica olímpica (argolas e paralelas). Além disso, Campello editava folhetos com instruções de manuseio de halteres, que, por sinal, ele mesmo fabricava. No mesmo ano, uma paraense, Nauna Corder, que havia estudado na Royal Ballet Academy, na Inglaterra, alugou uma sala atrás da Igreja Anglicana, no Rio de Janeiro, e instalou uma academia que tinha cursos de ballet clássico, sapateado, ginástica rítmica e acrobática. Em 1927 iniciou-se a era das academias ‘Gracie’, quando Carlos Gracie, discípulo do mestre japonês Koma e um de seus alunos mais aplicados, instalou, também no Rio de Janeiro, sua academia de jiu-jitsu. Em 1932, foi a vez do Nordeste, onde o Mestre Bimba montou o Centro de Cultura Física e Capoeira Regional, tendo em seguida se transformado na primeira academia de capoeira no Brasil e em 1941, mestre Pastinha abre, em Salvador, o Centro Esportivo Capoeira Angola. Em seguida foi criada, em 1935, na praia de Botafogo, Rio de Janeiro, a primeira academia brasileira de ginástica feminina pela a holandesa Hellen Als, o que deu início a uma forte e constante influência estrangeira feminina. Em Setembro de 1946, o médico Marcelo Benjamim de Viveiros criou com apoio de João Batista, Cid Pacheco, Hamilton de Carvalho e Francisco Lino Andrade, o modelo de academia brasileira que se espalharia pelo país inteiro especializada em halterofilismo, especialmente o culturismo, com as atividades do Ginásio Força e Saúde, em uma pequena sala na zona central do Rio de Janeiro, 31 baseado na concepção da revista norte-americana Strenght and Health e a importação dos EUA de equipamentos de academias, como barras e anilhas, cujo peso era aferido em libras, cuja transformação para quilos foi estudada e feita minuciosamente pelo torneiro mecânico português, Manuel Batista pai de um dos maiores colaboradores de Viveiros e futuro campeão de halteres, João Batista. Manuel Batista utilizou-se de um livro de aritmética da época de D. Pedro IV, acabando de confeccionar a primeira barra olímpica brasileira em 1947. Viveiros, com a ajuda dos amigos, lançou a revista na versão tupiniquim ‘Força e Saúde’ e produziu e vendeu material ginasta, como halteres e folhetos para orientar no exercício das atividades físicas, o que ajudou o grupo a obter renda para continuar o projeto de expansão do culturismo brasileiro, realizado em 1947. O primeiro campeonato nacional de levantamento de peso ocorreu no Rio de Janeiro após a transformação da pequena sala do ginásio Força e Saúde no Copacabana Pesos e Halteres. Simultaneamente ao movimento de Força e Saúde brasileiro, em algumas regiões surgiram academias destinadas à prática de artes marciais, mas sem organização e mentalidade empresarial. Ainda na década de 40, surgiram academias especializadas em halterofilismo, nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, ambos de acordo com o modelo do professor Viveiros da Força e Saúde. A década de 50 foi marcada como época de ouro nas academias destinadas ao halterofilismo; no modo culturismo, com academias no Recife e Belo Horizonte, ambas baseadas no modelo introduzido pelo professor Viveiros. Depois foi a vez de Paraíba e da capital paulista. No início da década de 1950, é a vez do Nordeste, sendo inaugurado, em Fortaleza, o Centro de Cultura Física Cearense sob a coordenação do professor Nilo Weber Veloso. Depois Natal e Maceió. Na década de 1960 a maioria das capitais brasileiras e em grandes centros do interior do Brasil, o modismo das academias começou a marcar épocas e gerações, surgindo de forma desordenada e indiscriminada os estabelecimentos de ensino de halterofilismo, especialmente o culturismo, bem como a prática das mais variadas modalidades de ginástica, balé, dança e artes. 32 4.2 SEGMENTO DE ACADEMIAS QUALIFICADAS As academias qualificadas são aquelas que têm uma supervisão maior de seus profissionais do que nos serviços convencionais por questão de necessidade ou preferência pessoal. Os educadores físicos ajudam seus adeptos a entenderem melhor o próprio corpo bem como os mecanismos para desenvolvimento de uma vida saudável. O processo de freqüentar uma academia deve ser prazeroso ao cliente, pois este tem o trabalho de se deslocar de sua residência ou trabalho até o local desejado. Não é agradável para qualquer pessoa utilizar mal o tempo em executar algum negócio, pois hoje em dia “tempo é dinheiro”. Nas academias essa situação não é diferente, no ato de matricular-se o cliente deseja que o processo seja rápido, fácil e satisfatório. Horovitz (1993, p.31) aborda que “a qualidade do atendimento pesa duas vezes mais no juízo do que o conforto e a escolha. O preço é a extensão da gama de produtos só vem no fim. Atendimento ou conforto, ambos procedem das prestações e da experiência que envolvem o ato de comprar.” Nas academias de ginástica a produtividade tem que ser de acordo com o nível de qualidade que o empresário deseja passar para o cliente. Se a academia tiver um preço mais alto que a concorrência, este deve ter custos altos para passar maior qualidade nos serviços prestados. Os clientes procuram academias que se assemelham a lugares familiares e aconchegantes e para isso necessitam de um ambiente que atendam as expectativas desejadas, além de propiciar a modelagem do corpo nada melhor que um local de qualidade. Na visão de Horovitz (1993, p.31), “a qualidade é o nível de excelência que uma empresa escolhe atingir para satisfazer à sua clientela-alvo. É também a medida com que ela consegue conforma-se a esse nível”. Um outro componente de serviço é o que trata de pessoas, pois nas academias de ginástica o cliente irá ter o contato direto com os funcionários da empresa. Seja no primeiro contato com o indivíduo, que será na recepção, ou no decorrer de sua permanência no estabelecimento. O relacionamento da empresa com o cliente é muito importante. Para prestar serviços de qualidade as academias devem investir em recrutamento, treinamento e sempre deixar o grupo de profissionais motivados para trabalharem bem e agradar o cliente. Segundo Harovitz (1993, p.31), “O serviço 33 é o conjunto dos suportes que envolvem o ato de compra. Ele é medido em termos de despreocupação e de valor agregado, para os produtos, e de prestação e de experiência, para os serviços”. 34 CAPÍTULO 5: PONTOS DE VENDAS E ESTRATÉGIAS De acordo com Kotler e Keller (2006), o apelo da propaganda no ponto – de – venda se fundamenta no fato que, segundo diversos estudos, em muitas categorias de produtos os consumidores tomam a maior parte de suas decisões sobre a marca dentro da loja. Um estudo sugeriu que cerca de setenta por cento de todas as decisões de compra são realizadas na loja. Logo, a propaganda dentro do estabelecimento comercial é elaborada com o intuito de aumentar o número de decisões espontâneas de compra. Segundo Kotler (2004, p.102), “As metas indicam aquilo que uma unidade de negócios deseja alcançar; estratégias é um plano de como chegar lá. Todos os negócios devem preparar estratégias para atingir suas metas”. No mundo globalizado de hoje onde a informação está ao alcance de dezenas de milhões, a localização passou a não ser a principal arma para o sucesso do produto, dependendo do caso. Qual é seu alcance e em quanto tempo o produto estará na mão de quem o deseja, tornou-se mais importante. Desta forma a distribuição dos produtos e os canais por meio da qual ele é ofertado ao cliente, fazem deste elemento do mix grande importância no processo de compra do cliente. Não adianta vender o melhor produto e mais barato se ele não chega à mão do cliente no prazo determinado. Neste elemento pode fazer com que todo o investimento do produto, marca e divulgação sejam destruídos. De acordo com Kotler e Armstrong (2003, p.333), “(...) canal de distribuição – é um conjunto de organizações independentes envolvidas no processo de oferecimento do produto ou serviço para uso ou consumo de um consumidor final ou usuário empresarial”. Os canais de distribuição possibilitam grande trabalho dos especialistas em marketing e da empresa, haja vista que este instrumento no processo de arranjo do produto pode conter ameaças e/ou oportunidades para a empresa. A relação entre a empresa e os canais de distribuição do produto deve ser sólida, de determinação de responsabilidades e confiança, um vez que os canais são continuamente ameaçados por questões econômicas, políticas, naturais, demográfica, tecnológicas e culturais. A utilização de vários canais de distribuição afetam diretamente os custos do produto ofertado. Entretanto, para que a empresa possa ofertar tal produto ao maior 35 número de consumidores possível faz-se necessária a parceria entre a empresa e seus intermediários. A localização mostra-se importantíssima na prestação de serviços. Não se trata somente da importância de onde está localizado, como se também possui algum atrativo para o consumidor tais como: estacionamento, fácil acesso, iluminação, segurança, se está no caminho para quem ele caracteriza como públicoalvo, entre outros. Tais questões são sem sombra de dúvida relevantes para o ,sucesso do produto e/ou serviço e daí parte a idéia de valor-agregado. A logística deve se preocupar em tentar otimizar o processo de produção e escoamento do produto sem um aumento considerado dos custos do produto ofertado. A exemplificar, se uma fábrica é localizada em um centro urbano, deverá pagar impostos mais caros que certos centros industriais periféricos, contudo tal deslocamento pode trazer transtornos ao transporte do produto até o porto. Desta forma o processo decisório da localização deve ser bem mensurado pela empresa, porque muitas vezes uma largada ruim não dá espaço para futuros ajustes. 5.1 TREINAMENTO DA EQUIPE DE VENDAS Para Cobra (2001), o novo profissional de vendas deve unir boa dose de conhecimento de marketing e de merchandising e de gerenciamento de categoria de produtos à sua atividade, para criar fascínio, emoção e sedução a seu cliente. Mas para saber se o vendedor está ou não executando as suas novas tarefas a contento, é preciso avaliar o impacto dos momentos da verdade do seu desempenho de atendimento, verificando o ânimo do cliente. É preciso primeiro definir o que faz um cliente se sentir satisfeito ou insatisfeito com o atendimento dispensado pelo vendedor. Quando um cliente é bem atendido ele valoriza a relação com o profissional de vendas que o atende, caso contrário, ele tende a ser áspero e ranzinza. Conforme Cobra (2001, p.13), “Atender às necessidades do cliente e suas expectativas são apenas uma parte do trabalho do novo vendedor. Ele deve estar consciente de proporcionar sempre ‘momentos mágicos’”. Cobra (2001), considera que ocorrem momentos mágicos para o consumidor em uma loja, quando: 1. As expectativas de desempenho do produto são confirmadas ou superadas. 36 2. As lojas proporcionam para os clientes um atendimento impecável e maravilhoso. 3. Surgem fatos inesperados, porém favoráveis e (ou) agradáveis. Para Kotler e Armstrong (2003), afim de evitar gastos, a empresa deve realizar programas de treinamento antes de enviar seus novos vendedores a campo. Estes programas de treinamento têm diversos objetivos. Os vendedores precisam conhecer a empresa e identificar-se com ela. Portanto, a maioria desses programas começa com uma descrição do histórico e dos objetivos da empresa, sua organização, sua estrutura financeira, suas instalações e seus principais produtos e mercados. Os vendedores também precisam conhecer bem os produtos da empresa. Por esse motivo, os trainees aprendem como eles são fabricados e como funcionam. Também precisam conhecer as características dos clientes e concorrentes, por isso o programa de treinamento os instrui sobre as estratégias dos concorrentes e sobre os diferentes tipos de clientes, suas necessidades, seus motivos e seus hábitos de compra. Como precisam saber como fazer apresentações eficazes, recebem treinamentos sobre os princípios da venda. Por fim, precisam entender bem os procedimentos e as responsabilidades de campo. Aprendem como dividir seu tempo entre clientes ativos e contas potenciais e como usar a verba de despesas, preparar relatórios e encaminhar comunicação de maneira eficaz. 37 5.2 VALOR AGREGADO AO PRODUTO Por se tratar do mais importante ponto chave e ser o ponto de partida do marketing, o produto, suas características e como pode ser classificado já foram explanados anteriormente, onde o produto faz parte do mercado e é oferecido pelas instituições para atender as necessidades dos consumidores. Entretanto, a este produto são atribuídos valores para melhor desenvolvê-lo a partir dos benefícios que ele ofertará. O primeiro atributo, que alguns nem consideram característica e sim necessidade, é a qualidade. Existem dois tipos básicos de qualidade, a real e a percebida. Muitas vezes o produto tem uma qualidade diferente da percebida que pode enfraquecê-lo perante os concorrentes. Os valores-agregados são uma série de fatores, sejam do próprio produto ou mesmo de preços, praça ou promoção, que tornam esse produto o ideal para conquistar o público-alvo satisfazendo em cheio seus anseios. Para Kotler e Armstrong (2003, p.277), “em vez de reduzir os preços para se igualar à concorrência, elas acrescentam serviços de valor agregado para diferenciar suas ofertas e, desta maneira, sustentar suas margens mais altas”. A embalagem. O rótulo, o ‘design’, a segurança, variedade, serviços de assistência e apoio ao produto e, principalmente, a marca, são características do produto que o marketing pode trabalhar a fim de se diferenciar e destacar-se no mercado perante o público-alvo, ou seja, podem ser valores-agregados ao produto. Conforme Las Casas (2002, p.83), “a embalagem que tem freqüentemente o objetivo e propósito de proteger, promover e facilitar o manuseio entre outros”. Em relação ao design, Kotler e Armstrong (2003, p.212) afirma que “é um ponto mais amplo que estilo. Estilo simplesmente descreve a aparência de um produto. (...) o design contribui tanto para a utilidade do produto quanto para sua aparência”. Existem muitas dúvidas na diferenciação de embalagem e design. A embalagem é formada pelo rótulo, que é a parte responsável pela identificação do produto e da marca, pelas instruções, orientações e informações necessárias que o consumidor deve ter ao utilizar o produto, pelo design do produto. O design pode atribuir ao produto características de segurança, medição, conhecimento do interior do produto, entre outros. Todos esses instrumentos da confecção da ‘roupagem’ do produto fazem parte do mesmo e podem tornar-se diferenciais. 38 No mundo globalizado em que as instituições se encontram, a necessidade de uma marca tem titularidade importante. Não ser apenas mais um na multidão pode garantir o sucesso de um produto. No mercado, principalmente com os bens de consumo por conveniência, a marca parece à primeira vista não ser importante. Um sabonete, por exemplo, independente da marca exerce a função de limpar. Segundo Sandhusen (1998, p.307), “Marca – termo, símbolo, desenho ou combinação que identificam e diferenciam os produtos”. Contudo, marcas como Lux e Dove servem de atrativo para vender esse produto por um preço diferenciado, oferecendo algo a mais, o status. Lux e Dove não vendem apenas a capacidade de tirar a sujeira e sim frescor, beleza, pele macia. Uma embalagem transparente, com plástico, em vez de papel, um design anatômico, para não cair da mão, fazem o sucesso do produto. A variedade de um produto também pode ser seu diferencial do mix de marketing. Existem instituições que criam diferentes produtos para diferentes público-alvo, enquanto outras criam apenas variações e inovações para o produto base e assim conseguir atingir um novo público-alvo. Conforme Sandhusen (1998, p.309), “Linha de produto – grupo de produtos relacionados pelas considerações de marketing, técnicas e uso final”. A Nestlé sempre faz esse tipo de variação de produto, criando uma extensão de sua linha de produtos. O Nescafé existe no mercado de várias maneiras, com leite, sem leite, descafeinado dentre outros atendendo assim quem gosta de café da mais diferentes maneiras ou apenas de uma específica. O público-alvo neste caso, cresceu, quem gosta de café, e não mais quem gosta de Nescafé tradicional. Vale ressaltar ainda que os produtos possuem ciclo de vida (CVP) que vai do desenvolvimento do produto, sua introdução no mercado, seu crescimento de vendas e o declínio de vendas os longo do tempo. Porém tal ciclo pode ser achatado ou alongado dependendo do planejamento estratégico que a empresa possua para o produto, assim como a saturação e a substituição venha acontecer no mercado. De acordo com Sandhusen (1998, p.325), “Ciclo de vida do produto – que segue o curso da vida dos produtos através dos estágios de introdução, crescimento, maturidade e declínio”. Além disso, o autor ainda afirma que, “estágios de desenvolvimento e declínio através dos quais um produto bem-sucedido normalmente segue em frente.Cada 39 estágio sugere mudanças nos desafios competitivos e nas respostas dos compostos de marketing para esses desafios”. É bom diferenciarmos a evolução da definição que tivemos ao longo dos anos. O produto não precisa necessariamente passar por todas essas fases, ele pode declinar logo que é lançado ao mercado, sem chance de crescimento. Essa analogia ao ciclo de vida dos seres vivos é importante. Conhecer em que período desde ciclo o produto se encontra pode mudar metas, processos e até mesmo anseios que a empresa tenha em relação à ele. Vale ressaltar ainda que mudanças políticas, de legislação, entre outros, podem acelerar o ciclo ou até mesmo extinguilo. 40 CAPÍTULO 6: METODOLOGIA No presente capítulo constam os procedimentos metodológicos utilizados que direcionaram a elaboração do trabalho - tais como a definição da natureza da pesquisa, os critérios adotados para escolha da amostra, o processo de coleta de dados e a tabulação dos mesmos. Andrade (2003, p.129) afirma ser “o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento, e assim, se construir em processo de pesquisa”. A pesquisa científica depende primeiramente de uma boa formulação de um problema. Tudo então vai girar em torno dessa dúvida apresentada. E para solucioná-la é preciso planejar e seguir certos critérios. 6.1 TIPO DE PESQUISA O estudo em questão deu-se por meio da realização de uma pesquisa descritiva e exploratória. Conforme Gil (2002, p. 42) “as pesquisas descritivas tem objetivo primordial a descrição de características de determinada população ou fenômeno”. Segundo Mattar (2007, p. 7): A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação da pesquisa quando o pesquisador não tem conhecimento o suficiente para formular e (ou) hipóteses específicas. A referida pesquisa contou inicialmente com levantamentos bibliográficos, com base em materiais já publicados em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas. Conforme o autor acima citado (2007, p.9): Uma das formas mais rápidas e econômicas de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa é a através do conhecimento dos trabalhos realizados por outros, via levantamento bibliográfico. Este levantamento envolve a procura de livros sobre o assunto, revistas especializadas ou não, dissertações e teses apresentadas em universidades, informações publicadas em jornais e etc. 41 A pesquisa visa descobrir resposta para perguntas, através do emprego de procedimentos científicos. Tais processos foram criados para aumentar a probabilidade de que a informação obtida seja significativa para a pergunta proposta e, além disso, seja precisa e não visada. 6.2 UNIVERSO E AMOSTRA O universo da presente pesquisa foram 30 clientes, de ambos os sexos, e que são alunos da academia Espaço Vital, Espaço de Meta Vip e Personal Care, realizado de forma aleatória, na cidade de Fortaleza-Ceará, no período de novembro de 2008. 6.3 COLETA DE DADOS Neste trabalho foi utilizada o questionário estruturado, de questões fechadas. 6.4 TRATAMENTO DOS DADOS Os dados foram analisados por meio de análise descritiva estatística do conteúdo de entrevista em profundidade real, através de gráficos. 42 CAPÍTULO 7: ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1 DESCRIÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES As academias qualificadas Espaço de Meta Vip e Personal Care, possuem ambientes climatizados e utilizam equipamentos europeus modernos que se adaptam melhor as formas do corpo. As academias normais podem ser procuradas por públicos mais preocupados com os resultados estéticos da prática de exercícios. Utilizam equipamentos, por exemplo, halteres, barras, bicicletas ergométricas, esteiras e outros. Os serviços oferecidos nas academias pesquisadas são: • academia Espaço Vital: ergometria, musculação convencional, musculação semi-personalizada(um professor para quatro alunos), ginástica (body pump, body combat, body attack, body balance, body step, body jam, power jump, jump fit circuit, localizada, step/local), spinning, boxe, pilates, yoga, fisioterapia e massoterapia. • academia Espaço de Meta Vip 1: ergometria, musculação, spinning, ginástica (body pump, body combat, body attack, body balance, body step, body jam, power jump, jump fit circuit, localizada, step/local), yoga, muay-tay, capoeira, paredão de escalda, hidroginástica , serviço semi-personalizado Personalité com um professor para cada seis alunos (sem hora marcada), avaliação física, nutricional, treinamento desportivo, massagem, alongamento manipulado 2 vezes na semana. • academia Personal Care 2: serviço básico: treinamento total de condicionamento físico (exercícios de força, aeróbios e alongamentos) programa de reabilitação específico para problemas de coluna, fisioterapia com rpg e osteopatia, pilates, medicina esportiva, avaliação esportiva e nutricional que funciona também para outras academias, serviço semi-personalizado com um professor para cada cinco alunos com hora marcada e serviço personalizado com um professor para cada três alunos. 1 06- 01 -2005 (vip) maio de 2005 inaugurada a sede do náutico e no inicio de 2007 inaugurada a sede na praia de iracema Meta Life. Quantidade de alunos – 800 (vip) 400 (nau) 600 (life) 2 Inauguração- 13-10-98 1 sede na Osvaldo Cruz e 25-07-2005 (beira-mar). Quantidade de alunos – 510 alunos 43 Nas duas academias de ginástica objetos desse trabalho, academia Espaço Vital e academia Espaço de Meta; são oferecidos serviços para cuidar do corpo do cliente, deixando-o da forma desejada e mais saudável, podendo ser praticados também com o uso de alguns aparelhos, que são instrumentos especificamente fabricados para atender a este fim. São exercícios que podem ser chamados de produtos, conforme são descritos em suas características a seguir. • Body Pump: consta de exercícios, realizados com barras e anilhas emborrachadas, que visam a desenvolver, em seus praticantes, a força e a resistência muscular, além de promover alto gasto calórico, melhorando a postura corporal e prevenir a osteoporose. • Body Combat: baseados em movimentos sincronizados das mais variadas artes marciais que promove alto gasto calórico, desenvolvendo a resistência aeróbica, a coordenação motora e flexibilidade. • Body Attack: é indicado àqueles que querem treinar forte. São combinados exercícios aeróbicos de alta intensidade com trabalhos de força e estabilização, há altos índices de gastos calóricos e melhoria na resistência. • Body Balance: é uma aula de condicionamento corporal que utiliza movimentos adaptados de disciplinas orientais como, tai-chi-chuan, yoga e aulas ocidentais. O objetivo dessa aula é melhorar a força, a postura, o equilíbrio e capacidade de concentração. • Body Step: é uma atividade cardiovascular desenvolvida com a utilização de plataformas conhecidas como step. Promove a perda calórica e define a musculatura das pernas. • Body Jam: é uma aula que mistura vários estilos musicais como funk, groove, ritmos latinos, caribenhos, street dance , techno, hip-hop, dico e jazz. Melhora o condicionamento cardiovascular e promove a maior consciência corporal. 44 • Power Jump: é um programa de ginástica em grupo que utiliza um minitrampolim como equipamento para realizar o trabalho cardiovascular. • Jump Fit Circuit: a modalidade é a combinação do treinamento cardiovascular com um eficiente treinamento localizado, utiliza-se de um kit de tubos elásticos como também, opcionalmente, barras e anilhas com exclusivo sistema de encaixe no mini-trampolim. • Localizada: programa de exercícios localizados que utiliza caneleiras, bastões e halteres emborrachados. É indicado para as pessoas que desejam desenvolver força, resistência e definição muscular. • Step/local: programa de atividades que combina coreografias simples no step e a eficiência localizada para o abdome, glúteo e coxa. A distribuição do serviço nas academias de ginástica acontece no mesmo local da prestação deste. O cliente vai à academia e logo na entrada encontra a recepção com os funcionários do atendimento, que irão matriculá-lo, passar algumas informações e esclarecer as dúvidas. Os serviços são entregues no momento que o cliente começa a freqüentar a academia. A recepção é a ‘linha de frente’ das academias, ambiente de importância considerável, posto que, a primeira impressão é a que fica, ou seja, estes poderão decidir pela compra dos serviços, pela forma que serão atendidos e pela atenção dos funcionários. 45 7.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES Diante das descrições das academias analisadas em relação ao tema em questão, realizou-se 30 entrevistas com clientes das três academias, onde: O gráfico1 mostra que a maioria dos clientes das três academias em questão são mulheres. Dessa forma, fica evidente que o público feminino se preocupa mais a cada dia com seu bem estar físico. Em relação a faixa etária dos clientes entrevistados, percebe-se que nas academias Espaço Vital e Espaço Meta Vip a maioria têm idade entre 21 a 30 anos, enquanto que na academia Personal Care, a maioria dos seus clientes entrevistados têm idade acima de 40 anos. Isso vem mostrar que a idade avançada não é um fator decisivo na procura às academias. O gráfico 3 demonstra que nas academias Espaço Vital e Personal Care, todos os entrevistados afirmaram que freqüentaram outra academia de ginástica; enquanto que na academia Espaço Meta Vip 80% dos clientes freqüentaram outra academia de ginástica. Essa analise vêm demonstrar que esses clientes estão sempre a procura de novas academias, a buscar sempre novos métodos e aparelhamento que proporcionem efeitos de curto prazo. De acordo com o gráfico 4, em relação a opção pelas academias em questão, sabe-se que: Academia Espaço Vital: 80% perto de caso, e 20% imagem da academia no mercado; Academia Espaço Meta Vip: 50% perto de caso, 10% indicação de amigos, 10% imagem da academia no mercado e 30% outros motivos; Academia Personal Care: 20% perto de casa, 40% indicação de amigos, 20% imagem da academia no mercado e 20% outros motivos. Diante da satisfação com os serviços prestados pelas academias analisadas, percebe-se que todos os clientes entrevistados da academia Espaço Vital e Personal Care estão satisfeitos; enquanto que a academia Espaço Meta Vip apenas 20% dos clientes não estão satisfeitos. Conforme Freitas (2007), a satisfação depende do desempenho do serviço percebido com relação ao valor relativo às expectativas do cliente. Dessa forma, percebe-se que os clientes entrevistados consideram que o atendimento personalizado, os professores qualificados, os diversos serviços, a publicidade das academias são o diferencial que as mesmas apresentam, mantendo assim a qualidade dos serviços e fidelizando mais clientes. Quanto à questão “recomendaria os serviços desta academia para seus amigos?”, todos os clientes das academias 46 Espaço Vital e a Personal Care afirmaram que sim; enquanto que 90% dos clientes da academia Meta Vip afirmaram que sim, ou seja, 10% dos clientes da academia Meta Vip estão insatisfeitos com a qualidade de atendimento e dos serviços prestados na academia em questão. De acordo com o gráfico 7 percebe-se que 50% dos clientes analisados na academia Espaço Vital consideram que a academia necessita de algum tipo de melhoria, como o estacionamento da mesma. Já na academia Espaço Meta Vip, 60% dos alunos entrevistados, consideram também que a academia necessita de algum tipo de melhoria, como dança, alongamento, pilates e até mesmo a ventilação dentro da academia. E na academia Personal Care, também não foi diferente das outras, os clientes assim justificaram que sentiam necessidades de mais instrutores, mais tipos de exercícios e até mesmo manobrista no estacionamento, para uma melhor mordomia para seus clientes. É importante que as organizações forneçam subsídios outros para que as academias possam atender melhor as expectativas de seus alunos, sempre buscando solucionar os pontos falhos existentes com relação à qualidade do serviço prestado. Dessa forma conclui-se que as academias estão correspondendo às expectativas dos seus clientes, em diversos setores; porém, em algumas áreas ainda necessitam de maior atenção, a fim de atender plenamente as necessidades e expectativas de seus clientes. 47 CONCLUSÃO No decorrer do trabalho apresentado, fica evidente a importância de uma boa preparação dos compostos de marketing para a manutenção de uma estratégia mercadológica eficaz, em sintonia com as diversas nuances e desejos do mercadoalvo. Conhecer os clientes, saber quais são os seus desejos, medos, aspirações; conhecer a concorrência, e, principalmente, conhecer a si mesmo – enquanto empresa – ter pleno consciência de seus pontos fortes e fracos, são a matéria prima essencial para construir poderosas ferramentas de mercado. Desde sua gênese o ramo das academias destacou-se como um serviço intrinsecamente relacionado ao ego das pessoas, à sua vontade de se tornarem atraentes e de acordo com os padrões estéticos de seu tempo. Embora exista também um outro componente muito relevante – a preocupação com a saúde – segundo a coleta de dados ele nem de longe é o carro-chefe das academias; sendo mais que evidente que a maioria das pessoas que utilizam esse tipo de serviço o fazem por vaidade. O desejo em ter um corpo bonito é um combustível poderoso em termos de mercado, as possibilidades de elaboração de compostos de marketing são inúmeras. As academias citadas, Espaço de Meta; Espaço Vital; Personal Care, são iniciantes no uso das ferramentas de Marketing, considero que ainda existe um longo caminho a ser percorrido, embora os primeiros passos já tenham sido dados. 48 ANEXOS QUESTIONÁRIO PARA CLIENTES DA ACADEMIA_________________ IDENTIFICAÇÃO_____________________________________________ 1. Faixa etária a) b) c) d) 20 21 a 30 31 a 40 Outros 2. Sexo a) M b) F 3. Já freqüentou outra academia de ginástica? ( ( )Sim )Não 4. O que fez com que você optasse por esta academia? ( ( ( ( ( ( )Perto de casa )Perto do trabalho )Indicação de amigos ) Imagem da academia no mercado ) Preço )Outros 5. Está satisfeito com os serviços prestados pela academia? ( ( )Sim )Não 6.Na sua opinião,o que a academia apresenta de diferencial? 7.O que a academia faz para lhe manter cliente? 8.Recomendaria os serviços desta academia para seus amigos? ( ( )Sim )Não 9. Você acha que a academia necessita de alguma melhoria? Qual? _________________________________________________________________ 49 BIBLIOGRAFIA LAS CASAS, Alexandre. Marketing de Serviços. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 2002:17. FREITAS, Daiane Miranda de. Avaliando a qualidade do serviço de academia de ginástica. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Avaliando_a_qualidade_de_servico_d e_academia_de_ginastica.htm>. Acesso em: 09 mar.2008. SANTOS FILHO, Edval Carlos dos. Marketing de serviços. Disponível em: <http://www.sied.com.br/sys/prof_arquivos/Apostilha%2001_Marketing%20de%20Se rvi%C3%A7os.doc>. Acesso em: 12 abr. 2009. HOOLEY, Grahan J. et al. Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo. 2ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2001. COBRA, Marcos. Vendas – use a magia do marketing e a sedução da venda. Edição Ibero-americana. São Paulo: Cobra editora e marketing, 2001. COBRA, Marcos. Consultoria em Marketing. 1ª Edição. São Paulo: Cobra editora e marketing, 2003. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 1ª Edição. São Paulo: editora atlas, 1990. COBRA, Marcos. Ensaio de Marketing Global. 1ª Edição. São Paulo: Cobra editora e marketing, 1995. KOTLER, Philip. Administração em Marketing. 10ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2004: 102 50 KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2003. SANDHUSEN, Richard L. Marketing Básico. São Paulo: Saraiva, 1998: 307.