Aula de Bioquímica II – SQM04242015201 Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares Tema: Ciclo do Ácido Cítrico Prof. Dr. Júlio César Borges Depto. de Química e Física Molecular – DQFM Instituto de Química de São Carlos – IQSC Universidade de São Paulo – USP E-mail: [email protected] Os destinos do Piruvato Fermentação Láctica Alcoólica Anaeróbico Aeróbico Respiração Oxidação completa da glicose Maioria das células eucarióticas e bactérias: Combustíveis orgânicos CO2 e H2O; Glicólise é apenas a primeira etapa da oxidação completa da glicose; Ocorre em três estágios principais. Respiração Celular 1º estágio: glicose, ácidos graxos e alguns aminoácidos Fragmentos de 2 C grupo acetil da Acetil-CoA 2º estágio: oxidação dos grupos acetil CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO ENERGIA liberada é conservada nos transportadores de elétrons reduzidos NADH e FADH2 3º estágio: Oxidação das coenzimas reduzidas; Transferência de e- para o O2 Cadeia transportadora de elétrons Conservação de energia fosforilação oxidativa Ciclo do ácido Cítrico Ciclo de Krebs Ciclo do ácido Tricarboxílico Recebeu o prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina em 1953 pela descoberta do Ciclo do Ácido Cítrico Hans Krebs: Aparato de Warburg utilizado para medir o consumo de oxigênio no metabolismo do tecido muscular. 1937 Ciclo do Ácido Cítrico 1945 Coenzima A 1951 Acetil CoA Ciclo do ácido Cítrico Ciclo de Krebs Ciclo do ácido Tricarboxílico Tem papel central no metabolismo Destino do Piruvato, aminoácidos e ácidos graxos no metabolismo aeróbico - Oxidação de Combustíveis à CO2 e H20 - Ocorre na mitocôndria - Necessita de O2 molecular para ocorrer - Porta de entrada do Piruvato Acetil-CoA O Acetil-CoA entrada da maioria dos combustíveis do ciclo convertidos Esqueletos de C dos açúcares e ácidos graxos Forma um tioéster com o acetato para formar a acetil-CoA Ligação amida ao grupo acetil da acetil-CoA CARREADOR DE ACILAS Ligação fosfoéster Síntese de Acetil-CoA -Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase - Complexo multienzimático Piruvato desidrogenase (E1) Diidrolipoil-transacetilase (E2) Dihidrolipoil-desidrogenase (E3) - aumenta a velocidade de reações evita a difusão do substrato - minimiza reações secundárias - controle coordenado Síntese de Acetil-CoA -Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase necessita de 5 coenzimas: Pirofosfato de tiamina, CoA, Lipoamida, FAD, NAD+ Síntese de Acetil-CoA -Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase - 60 cópias de E2 ~ 50 nm de diâmetro > 5x ribossomo Domínio lipoil de E2 60 moléculas de E2 trímeros Síntese de Acetil-CoA -Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase - Forma Acetil-CoA pela descarboxilação oxidativa do Piruvato reação irreversível - Braço da lipoamida canaliza a reação entre os sítios catalíticos do complexo catalítico 1º REAÇÃO descarboxilação do Piruvato dependente de TPP 2º REAÇÃO grupo hidroxietil transferido do TPP para Lipoamida Transacetilase - envolve a oxidação da carboxila e redução da lipoamida S–S H–S + S–Acetil Síntese de Acetil-CoA -Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase 3º REAÇÃO transesterificação dependente de CoA - liberação de Acetil-CoA 4º REAÇÃO regeneração da Lipoamida oxidada troca dissulfídica duas Cys - envolve FAD fortemente ligado a E3 5º REAÇÃO oxidação do dissulfeto da E3 - envolve FADH como intermediário e NADH como aceptor final da reação Síntese de Acetil-CoA -Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase Síntese de Acetil-CoA - Complexo enzimático da Piruvato Desidrogenase - O longo braço da lipoamida permite o grupo “visitar” diferentes sítios ativos Ciclo do ácido Cítrico Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Tricarboxílico principal sítio de óxido-redução de moléculas sítio de oxidação final de carboidratos, aminoácidos e ácidos graxos Local: mitocôndria - o equivalente a 1 grupo Acetil é completamente oxidado a 2 CO2 entra Acetil CoA (e outros metabólitos) e sai 1 GTP e 8 e’ (3 NADH e 1 FADH2) 1º NADH isocitrato desidrogenase sítio de evolução de CO2 2º NADH α-cetoglutarato desidrogenase sítio de evolução de CO2 1º FADH2 succinato desidrogenase 3º NADH Malato desidrogenase o oxaloacetato é regenerado no final do ciclo sistema oxidante de grupos acetil - 4 pares de elétrons são transportados pela cadeia de transporte de elétrons para a oxidação de O2 Ciclo do ácido Cítrico 1) É a fornalha de oxidação celular 2) 8) Grande extração de energia a partir de 1 Acetil-CoA 7) 2) 8 reações enzimáticas 1: Citrato Sintase 2: Aconitase 3: Isocitrato desidrogenase 4: α-cetoglutarato desidrogenase 5: Succinil-CoA Sintetase 6: Succinato desidrogenase 7: Fumarase 8: Malato desidrogenase 3) 6) 5) 4) Ciclo do ácido Cítrico 1) CITRATO SINTASE Alimenta a fornalha Catalisa a condensação de oxaloacetato com Acetil-CoA Citrato sintase Homodímero • 1 º substrato Oxaloacetato induz mudanças conformacionais no domínio flexível criando um sítio de ligação para o 2 º substrato acetil-CoA • Ocorre formação do intermediário: citroil-CoA alteração conformacional •Leva a hidrólise do tioéster, liberando CoA Ciclo do ácido Cítrico 1) CITRATO SINTASE Alimenta a fornalha modificação conformacional fecha o Acetil CoA sobre o oxaloacetato - Mecanismo ácido-base forma um intermediário enol - Enol ataca por SN2 o oxaloacetato forma o citroil-CoA - Hidrólise libera a CoA mais Citrato exergônica Ciclo do ácido Cítrico 2) ACONITASE -forma isocitrato via cis-aconitato - envolve desidratação e hidratação facilitado por um complexo Fe-4S Ciclo do ácido Cítrico 3) ISOCITRATO-DESIDROGENASE - descarboxilação oxidativa produz NADH e CO2 - necessita de Mn2+ ou Mg2+ como cofator Reação em 3 etapas 1º Redução de NAD+ 2º Descarboxilação Intermediário enol 3o Rearranjo em ceto-enol Ciclo do ácido Cítrico 4) ALFA-CETOGLUTARATO-DESIDROGENASE - Forma um complexo multi-enzimático - Descarboxilação oxidativa produz NADH e CO2 - Funciona de maneira similar ao complexo da piruvato-desidrogenase - Acopla um CoA ao α-cetoglutarato NAD+ é o aceptor de elétrons CoA é o transportador do grupo succinil Ciclo do ácido Cítrico 5) SUCCINIL-COA-SINTETASE - acopla a síntese de GTP com a quebra da ligação de CoA do Succinil - envolve a enzima fosforilada para o estado intermediário 1º: formação do Succinil-Pi 2º: enzima fosforilada e liberação do Succinato 3º: Atividade quinase fosforilação ao nível do substrato Nucleosídeo-difosfato-quinase GTP + ADP → GDP + ATP Ciclo do ácido Cítrico 6) SUCCINATO-DESIDROGENASE - conta com um FAD covalentemente ligado à enzima - faz parte do complexo II da cadeia transportadora de elétrons sítio de oxidação do FADH2 formado - forma fumarato alcano a alceno Em eucariotos: ligada a MMI da mitocôndria / Bactérias: MP Contém grupos Fe-S e conta com um FAD covalentemente ligado à enzima Ciclo do ácido Cítrico 7) FUMARASE - hidratação da ligação dupla do fumarato forma malato - envolve um íon OH- para atacar a ligação dupla do fumarato Ciclo do ácido Cítrico 8) MALATO-DESIDROGENASE - oxidação da OH do Malato regenera oxaloacetato - dependente de NAD+ similar à lactato desidrogenase - reação endergônica reação dirigida pela retirado do produto - [oxaloacetato] é mínima retirado pela citrato síntase e outros ΔG < 0 exergônica Ciclo do ácido Cítrico Produção de energia do ciclo 1: Isocitrato desidrogenase 2: α-cetoglutarato desidrogenase 3: Succinato desidrogenase 4: Malato desidrogenase 4 1 2 3 Ciclo do ácido Cítrico Produção de energia do ciclo Ciclo do ácido Cítrico Produção de energia do ciclo Controle do Ciclo do ácido Cítrico A entrada é regulada: Piruvato desidrogenase Citrato sintase O Ciclo de Krebs também é regulado: Reação da isocitrato-desidrogenase Reação da α-cetoglutarato-desidrogenase Pontos de controle Relacionados aos principais metabólitos Acetil-CoA, oxaloacetato e NADH 3 fatores controlam a velocidade do ciclo: Disponibilidade de substrato Inibição pelos produtos acumulados Inibição alostérica por retroalimentação das enzimas de catalisam as etapas iniciais do ciclo Controle do Ciclo do ácido Cítrico Vários pontos de controle - Acetil-CoA e oxaloacetato não saturam a Citrato sintase - Falta de NADH aumenta a formação de oxaloacetato e Acetil-CoA - NADH e FADH2 são oxidados somente se ADP é simultaneamente fosforilado a ATP ATP inibe a Citrato sintase, isocitrato desidrogenase e α-cetoglutarato desidrogenase - Resulta em acumulo de Citrato - Logo, a necessidade/disponibilidade de ATP garantem o funcionamento do ciclo de Krebs NADH inibe a Piruvato-desidrogenase, citrato sintase, isocitrato desidrogenase e αcetoglutarato desidrogenase Succinil CoA inibe a citrato sintase ocupa sítio da Acetil-CoA - ADP e Ca2+ ativam a isocitrato desidrogenase - Ca2+ ativa a fosfatase da Piruvato-desidrogenase ativando-a Ciclo do ácido Cítrico O papel em outras vias - é uma via anabólica ou anfibólica oxaloacetato para a gliconeogênese e esqueletos de carbono para aminoácidos Ciclo do ácido Cítrico O papel em outras vias Fornece blocos de construção para outras vias anaeróbicas Inversão do sentido oxidativo (normal) da via Reciclado a NAD+ pela redução do oxaloacetato a succinato NADH produzido pela oxidação do isocitrato Não possuem α-cetoglutaratodesidrogenase não conseguem realizar a via completa das reações do Ciclo de Krebs Ciclo do ácido Cítrico REAÇÕES ANAPLERÓTICAS Intermediários do ciclo de Krebs são removidos por vias biossintéticas repostos por reações anapleróticas REAÇÃO ANAPLERÓTICAS MAIS IMPORTANTE Fígado e rins de mamíferos: carboxilação reversível do piruvato pelo CO2 para a formação de oxaloacetato Piruvato-carboxilase Acetil-CoA modulador alostérico positivo