Preparo de remédios caseiros

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Manipulação Caseira de
Formas Farmacêuticas
Módulo 5 – Farm. Ms. Ana Cimbleris Alkmim
Recomendações gerais





Evitar uso de plantas provenientes de
modismos.
Duvidar sempre das plantas tidas como
milagrosas.
Utilizar as plantas cujos efeitos sejam bem
conhecidos.
Identificar corretamente o quadro clínico.
Preparar adequadamente a planta.
Erros remetem à
fitoterapia como forma
terapêutica ineficaz.
Orientação cuidadosa ao paciente
Recomendações gerais

Conhecer sobre:







Dosagem adequada.
Períodos de uso adequados.
As plantas medicinais não devem ser usadas em crianças
menores de 3 anos, gestantes e mulheres que estejam
amamentando.
Nas crianças de 3 a 7 anos deve-se usar 25% das doses indicadas
para adultos.
Nas crianças entre 7 e 12 anos e nos idosos acima de 70 anos
deve-se usar 50% das doses indicadas para adultos.
Nem todas as plantas que são usadas por adultos são
recomendadas para crianças.
Em caso de dúvida, procurar um especialista que trabalhe com
plantas.
Recomendações gerais


Evitar mistura de plantas ou restringir
as misturas a pequeno número de
espécies.
Orientar os pacientes para que, de
preferência, cultivem suas próprias
plantas, que sejam espécies
comprovadamente medicinais
indicadas para as doenças mais
comuns.
Recomendações gerais





Ao adquirir plantas no comércio, selecionar
distribuidores idôneos e observar visualmente a
qualidade das plantas.
Não utilizar plantas das margens de rios e
córregos poluídos, esgotos, cemitérios e beira das
estradas.
Evitar a utilização de plantas colhidas próximas a
lavouras que empreguem agrotóxicos.
Manter os medicamentos fora do alcance das
crianças e dos animais.
Prestar atenção aos rótulos.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem
Empregar
preferencialmente
utensílios de louça,
vidros, aço inox ou
esmaltados.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem
Em caso de doenças
ou machucados nas
mãos e braços devese evitar o preparo de
medicamentos a
serem armazenados.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem




Roupas limpas.
Cabelos presos.
Unhas aparadas.
Barbas e bigodes
raspados.
Não se deve comer,
beber ou fumar durante
o processo de
produção
Boas práticas de fabricação e
armazenagem


Retirar acessórios
das mãos e braços.
Lavagem com água
e sabão.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem
Boas práticas de fabricação e
armazenagem

Desinfecção das mãos com álcool diluído.
Água
Álcool
filtrada /
comercial: fervida:
670 mL
330mL


Essa mistura é correntemente chamada de álcool 70º GL, utilizado
para limpeza em laboratórios e hospitais.
Na verdade, essa mistura caseira não perfaz um álcool com
exatamente 70º GL, mas serve muito bem para o preparo de
fitoterápicos no âmbito doméstico.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem



Limpeza prévia do local de manipulação:
pano limpo umedecido em detergente ou
sabão líquido e água filtrada ou fervida,
enxaguando muito bem em seguida.
Se possível, podemos usar também o
álcool 70º GL.
Vidros:



Muito bem limpos e sem cheiro.
Fervidos e secos.
Potes plásticos: lavados e desinfetados
com álcool 70º GL.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem



Não se deve usar de forma alguma
embalagens de produtos de
limpeza, medicamentos, insumos
agrícolas ou outros químicos em
geral.
Preparações passíveis de
armazenamento devem ficar de
preferência em vidros escuros
(como vidros de cerveja).
Os vidros devem ser:


Bem tampados, para evitar a entrada
de ar, umidade e microorganismos
que aos poucos degradam os
produtos.
Cheios até a borda, para evitar que o
ar dentro do vidro acelere a
deterioração dos produtos.
Boas práticas de fabricação e
armazenagem



Os rótulos precisam ser legíveis,
limpos, e não podem descolar
ou travar a tampa do frasco.
É necessário etiquetar todas as
preparações que não sejam de
uso imediato para evitar erros
posteriores.
Mesmo que a preparação seja
destinada ao uso doméstico, a
etiqueta ajuda a lembrar sua
composição e quando irá
vencer.
Etiqueta: produto intermediário
Maceração de carqueja
Data do início da maceração: 01/12/2008
Data da filtração: 16/12/2008
Conteúdo: Álcool 70 GL............ 1L
Carqueja seca.......... 200g
Local da coleta: Quintal da D. Isabel
Responsável: Ana Cimbleris
Etiqueta: produto final
Tintura de carqueja 1:5
Nome científico: Baccharis trimera
Parte da planta: partes aéreas
Indicação: digestiva
Líquido extrator: álcool 70 GL
Responsável: Ana Cimbleris
Data da manipulação: 16/12/2008
Validade: 16/12/2010
Local da coleta: Quintal da D. Isabel
Volume: 1L
Posologia:
Tomar de 15 a 20
gotas na hora do
desconforto,
diluídas ou não em
água.
Etiqueta

Observações:



Uso externo ou interno.
Conservar ao abrigo da luz.
Não deixar ao alcance das crianças.
Unidades domésticas de
volume e peso



Unidades domésticas de volume e peso 
equivalentes caseiros.
“Olhômetro”: uso de medidas aproximadas,
punhados.
Estimativa pelo fracionamento.
Unidades domésticas de
volume e peso

Plantas secas.





0,5 g – 1 colher de café;
1 g – Uma colher de chá;
2 g – Uma colher de sobremesa;
3 g – Uma colher de sopa.
Plantas frescas: o dobro.




1 g – 1 colher de café;
2 g – Uma colher de chá;
4 g – Uma colher de sobremesa;
6 g – Uma colher de sopa.
Unidades domésticas de
volume e peso
Utensílio
Conta-gotas – 20 gotas
1 colher de café
1 colher de chá
1 colher de sobremesa
1 colher de sopa
1 cálice
1 xícara de café
1 xícara de chá
1 copo
Volume (mL)
1
1 a 2,5
5
10
15
30
50
150
150 a 200
Unidades domésticas de
volume e peso

Variações:



Tamanho de copos, colheres e outros utensílios
domésticos.
Variação no peso ou volume de acordo com o tanto que
se enche o utensílio.
Variação na comparação entre plantas secas e plantas
frescas.
Exemplo: use uma colher das folhas de alecrim
(Rosmarinus officinalis).
Colher de sopa cheia de folhas frescas de alecrim = 4g.
Colher de sopa rasa com folhas frescas = 2g.
Colher de chá dessa mesma planta = 1g.
Colher de sopa cheia de alecrim seco = 2,4g.
Colher de sopa rasa = 0,8g.
Colher de chá = 0,6g.
Extratos aquosos

Tipos:
 Infuso: abafado.


Decocto: cozimento.


Partes moles*: folhas, flores e talos.
Partes duras*: cascas, raízes, frutos e
sementes.
Com os chás, são preparadas
também diversas outras formas
farmacêuticas: inalações,
compressas, banhos, etc.
*A forma mais
apropriada para o
preparo de cada
espécie nem sempre se
enquadra nessa regra
geral.
Dicas


As plantas que exalam cheiro não
devem ser fervidas.
Quanto a adoçar os chás:



Açúcar branco: interfere na ação
medicinal.
Adoçantes: pior ainda.
Pode-se adicionar uma pitada de folhas
de estévia às preparações.
Chá infuso

Quantidades:



Ervas secas: 1 a 3g para cada 150mL.
Ervas frescas: 2 a 6g para cada 150mL.
Modo de preparar:






Limpar as plantas, se necessário;
Fragmentá-las;
Colocar a planta em uma vasilha e verter água quente
sobre ela;
Tampar e deixar de 10 a 15 minutos em repouso,
agitando de vez em quando;
Acrescentar as gotículas que ficam sob a tampa à
preparação;
Filtrar.
Chá decocto

Quantidades:



Ervas secas: 1 a 3g em 250mL de água.
Ervas frescas: 2 a 6g em 250mL de água.
Modo de preparar:







A água irá evaporar e
no final da decocção
restará
aproximadamente 1
xícara de chá, ou seja,
150mL.
Limpar as plantas, se necessário;
Fragmentá-las;
Colocar numa vasilha as ervas junto com a água fria;
Ferver em fogo brando por 10 a 15 minutos para plantas
com textura branda ou 15 a 30 minutos para plantas com
textura compacta (cascas);
Retirar do fogo, tampar e deixar de 10 a 15 minutos em
repouso, podendo-se agitar de vez em quando;
Acrescentar as gotículas que ficam sob a tampa à
preparação;
Filtrar.
Tinturas e alcoolaturas



Tinturas: plantas secas.
Alcoolaturas: plantas frescas.
Sugestão para diluição do álcool de cereais:



Plantas secas: 670 mL de álcool para 330 mL de água;
Plantas frescas: não diluir o álcool de cereais.
Materiais necessários para a preparação:





Planta prescrita;
Um vidro de boca larga (âmbar, de preferência);
Tecido ou filtro de papel, para filtrar;
Mistura de álcool de cereais e água ou apenas o álcool;
Etiqueta.
Tinturas

Método de preparação:



Modo de preparar:







Maceração.
200g de planta em 1000mL de álcool de graduação
alcoólica apropriada, durante 15 dias.
Fragmentar a droga vegetal;
Colocar 200g da droga no frasco âmbar limpo e de
boca larga;
Adicionar 1000mL da mistura de álcool com água;
Fechar bem o frasco, agitar e rotular;
Macerar por 15 dias, agitando 2x/dia;
Filtrar e rotular.
Conservação: validade de 2 anos.
Alcoolaturas

Método de preparação:



Modo de preparar:







Maceração.
500g de planta em 1000mL de álcool de graduação
alcoólica apropriada, durante 15 dias.
Fragmentar a droga vegetal;
Colocar 500g da planta no frasco âmbar limpo e de
boca larga;
Adicionar 1000mL de álcool;
Fechar bem o frasco, agitar e rotular;
Macerar por 15 dias, agitando 2x/dia;
Filtrar e rotular.
Conservação: validade de 2 anos.
Vinhos medicinais

Materiais necessários para a preparação:






Plantas prescritas;
Vinho branco ou tinto seco, com graduação alcoólica de
11º;
Garrafa âmbar limpa;
Tecido ou filtro de papel, para filtrar;
Etiqueta.
Método de preparação:

No vinho medicinal utiliza-se, geralmente, uma relação
de 1:10 de planta seca/vinho, ou seja, 100g de erva seca
para 1L de vinho.
Vinhos medicinais

Modo de preparar:






Fragmentar 100g da planta;
Macerar por 15 dias em 1L de vinho;
Fechar bem o frasco, agitar e rotular;
Agitar 2x/dia;
Filtrar e rotular.
Conservação: validade de 6 meses.
Xaropes

Materiais necessários para a preparação:







Planta prescrita;
Açúcar (aproximadamente 2 partes de açúcar para 1 parte
de água);
Panela esmaltada;
Tecido, filtro de papel ou outros materiais para filtrar;
Vidro âmbar limpo para envasar;
Etiqueta.
Método de preparação:

No xarope utiliza-se, geralmente, uma relação de 1:10 de
planta seca, ou seja, 100g de erva seca para 1L de
xarope.
Xaropes

Modo de preparar 1:






Fragmentar a droga vegetal;
Preparar o chá conforme indicado, em panela
apropriada;
Dissolver o açúcar neste chá, sob fogo brando;
Tampar a panela e deixar em repouso até que
esfrie;
Filtrar;
Envasar em frasco âmbar limpo e rotular.
Xaropes

Modo de preparar 2:






Dissolver 85g de açúcar com auxílio de 50 mL de água,
em banho‐maria, com agitação constante.
Esfriar, completar o volume com água para 100mL,
homogeneizar e filtrar.
Acrescentar a tintura desejada (10mL);
A temperatura do banho‐maria não deve ultrapassar 80
ºC.
Guardar em frasco âmbar limpo e rotular.
Conservação: validade de 1 mês.
Xaropes


O frasco deve ser limpo, podendo ser necessário
escaldar ou lavar o vidro por fora depois de fechado:
esse procedimento evita a fermentação, o mofo e as
formigas.
Observação: não deve ser usado por pacientes
diabéticos.
Sucos




Algumas plantas suculentas são usualmente empregadas
na forma de sucos.
Outras plantas também podem ser preparadas desta
forma.
Na falta de liquidificador, pode-se também amassar ou
ralar os vegetais e espremê-los em pano limpo.
Para a extração do sumo, pode-se adicionar um pouco
de água se necessário.
Bases de dados úteis
Livros, legislação e internet.
IN 5/2010
Um livro recomendado
“Trata-se da principal obra sobre
esse tema, de caráter científico,
publicada no Brasil até o momento;
completamente atualizada
recentemente com o lançamento de
sua segunda edição, ocorrida
pouco antes do falecimento do
coautor Francisco de Abreu
Matos. Agora contempla 394
espécies da flora nativa e exótica
cultivadas no país, organizadas
segundo o APG II”.
RDC 10 / 2010

Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá
outras providências.
Referências úteis em geral










ANVISA  www.anvisa.gov.br
Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde  www.saude.gov.br/bvs
Biblioteca Virtual em Saúde 
http://regional.bvsalud.org/php/index.php
Bireme (links com medline, paho, lilacs, cochrane) 
www.bireme.br
OMS  www.who.int
OPAS  www.opas.org.br
PUBMED www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez
SciELO  www.scielo.br
Scirus  www.scirus.com/srsapp
CFN  www.cfn.org.br
ANVISA
CFN
Monografias da OMS
Biblioteca Virtual em Saúde
Referências em botânica



MOBOT (Missouri Botanical Garden)
 www.mobot.org
International Plants Names Index 
www.ipni.org
Kew Garden  www.kew.org
MOBOT
MOBOT
Kew
Kew
International Plant Names
Index
International Plant Names
Index
Referências mais específicas



Rain Tree  www.rain-tree.com
National Center for Complementary and
Alternative Medicine  http://nccam.nih.gov/
Medline 
www.nlm.nih.gov/medlineplus/medlineplus.html
Rain Tree
National Center for Complementary
and Alternative Medicine
Medline
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