QUEIMADURAS: A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO

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QUEIMADURAS: A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA
ASSISTÊNCIA HUMANIZADA DO PACIENTE QUEIMADO.
Danilo Alves Bitarello1
Leonardo de Souza Frossard2
RESUMO
As queimaduras são lesões desencadeadas por agentes físicos, químicos, elétricos,
térmicos ou por fricção que resultam em níveis variados de perda tecidual causando danos
físicos e psicológicos ao paciente. O grau com que estas lesões danificam a pele depende
de muitas variáveis, incluindo a duração e intensidade de contato com o agente agressor, a
espessura da pele da região anatômica acometida, tamanho da área exposta,
vascularização local e idade. O objetivo deste estudo é mostrar a importância da atuação
humanizada da assistência de enfermagem ao paciente queimado, uma vez que, o
enfermeiro é ferramenta fundamental para o tratamento do queimado e o processo de
enfermagem serve como meio mais eficaz para a interação com o paciente. O presente
trabalho aborda os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas queimaduras e os vários
critérios de classificação destas lesões, buscando fornecer subsídios teóricos para tal
compreensão através de uma revisão de literatura abordando desde o conceitos
da
queimadura até a humanização da assistência de enfermagem. Para tanto, foi realizada
uma revisão de literatura em bancos de dados eletrônicos como Biblioteca Virtual da Saúde
(BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), além de livros e manuais disponibilizados pelo Ministério
da Saúde, pertinentes à temática proposta. Conclui-se, através da elaboração deste estudo,
que o enfermeiro é imprescindível na assistência humanizada ao queimado.
PALAVRAS-CHAVE: Queimadura. Enfermeiro. Humanização. Pele. Lesão.
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como propósito demonstrar a importância da atuação do
enfermeiro na assistência humanizada prestada ao paciente queimado, pois o cuidar
1 Mestre, Coordenador e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora.
e-mail: [email protected]
2 Graduando do Curso de Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora.
e-mail: [email protected]
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é muito mais do que curar, é proporcionar ao paciente uma melhor percepção de si e
de sua vida, e ao enfermeiro, a satisfação cada vez maior. (MOLIN, 2004).
A lesão causada por agentes térmicos, químicos, elétricos, radioativos ou por
fricção como relata Menezes e Silva (1988) que agem no tecido de revestimento do
corpo humano é denominado queimadura, podendo extinguir parcial ou totalmente a
pele e seus anexos e até atingir camadas mais profundas, como tecidos
subcutâneos, músculos, tendões e ossos.
As queimaduras causam lesões fundamentais com destruição da superfície
da pele a partir de um agente agressivo externo, de pequena vesícula, bolha ou
erosão a danos mais profundos capazes de desencadear uma ampla diversidade de
respostas sistêmicas. (MÉLEGA, 2002).
Conforme Mélega (2002), as queimaduras são classificadas de acordo com a
profundidade da agressão tecidual, sendo este um dos critérios mais empregados
clinicamente. As lesões são categorizadas em queimaduras de primeiro, segundo ou
terceiro graus.
De acordo com Vale (2005), as lesões não devem ser classificadas apenas
quanto à profundidade, mas também avaliadas quanto à extensão, localização,
idade do paciente, doenças pré-existentes e possível inalação de fumaça.
Dentre tantos fatores prognósticos considerados, destaca-se ainda a
avaliação da etiologia da lesão. Atualmente, diversos autores afirmam que o grau
com que uma queimadura causa dano à pele depende da causa, determinante direto
da duração e da intensidade do calor, afetando de maneiras diferentes a pele
segundo sua espessura, área exposta, vascularização e idade do paciente. (VALE,
2005).
A sistematização humanizada do atendimento ao paciente sempre deve estar
implícita nas ações do enfermeiro, no entanto, atualmente, alguns programas
instituídos pelo Ministério da Saúde (2000) tentam estimular esta maneira de cuidar,
conceituando a importância da humanização, através da demonstração da diferença
do cuidado humanizado para o cuidado mecanizado.
Knobel (2006) conceitua a importância do cuidado humanizado com os
pacientes queimados, pois trata-se de um indivíduo que tem seus medos, desejos,
cultura, religião e opiniões próprias, merecendo assim uma assistência que seja
individualizada e atenda suas necessidades.
A prática da enfermagem profissional requer a habilidade de observação,
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comunicação, reflexão, aplicação do conhecimento das ciências físicas e do
comportamento, além de fazer apreciações e tomar decisões, quando aplica o
método científico ou o método de resolução de problemas para planejar a
assistência de enfermagem, isso se chama processo de enfermagem. (ATKINSON &
MURRAY, 2008)
O enfermeiro deve se utilizar do processo de enfermagem que possibilita a
Sistematização da Assistência de Enfermagem. Tal sistematização constitui de cinco
etapas: histórico de enfermagem; exame físico; prescrição da assistência de
enfermagem; evolução da assistência de enfermagem e anotações de enfermagem.
(HORTA, 1979).
Assim, este artigo tem o objetivo identificar a importância da assistência de
enfermagem humanizada ao paciente queimado. A pesquisa justifica-se pela alta
incidência de lesão por queimaduras, e por despertar e consolidar o interesse de
acadêmicos e profissionais de enfermagem acerca deste assunto. Por consequência
da base de conhecimento bem constituída sobre o tema, torna-se possível à
assistência ampla com tratamento clinico humanizado e adequado. Desse modo,
contribui-se evidenciando a importância do papel do enfermeiro na assistência
humanizada ao paciente queimado.
O que se pretende com o referido estudo é o desenvolvimento de uma
estratégia assistencial de promoção de saúde, buscando um estudo centrado na
melhoria da qualidade da assistência, no sentido de minimizar as complicações que
podem colocar em risco a integridade física e mental desses pacientes.
1- METODOLOGIA
Para a elaboração desta pesquisa optou-se pela natureza qualitativa, método
descritivo e do tipo bibliográfico.
A abordagem qualitativa se adéqua a essa pesquisa, pois é de grande
amplitude, tendo em vista que a mesma analisa e interpreta o individuo como um
todo, pois de acordo com Minayo (1994), a pesquisa qualitativa costuma a ser
holística preocupada com os indivíduos e seu ambiente, em todas as suas
6
complexidades e naturalista sem qualquer limitação ou controle imposto ao
pesquisador.
Escolheu-se o método descritivo por este evidenciar de forma objetiva o
conhecimento acerca da atuação do enfermeiro, interpretando esta realidade. Pode
se dizer que ela esta interessada em descobrir e observar a assistência ao paciente,
procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.
Este método busca descrever o trabalho desenvolvido pelo enfermeiro na sua
atuação na assistência ao paciente queimado, auxiliando nos problemas
psicossociais desenvolvidos e a reintegração social do paciente.
Quanto ao tipo, à pesquisa foi bibliográfica, sendo assim, empregou-se em
sua elaboração material para seu embasamento como: livros, artigos científicos e
revistas. Sua elaboração contou com a consulta de 43 fontes bibliográficas entre
artigos científicos, livros e manuais, entre fevereiro e maio de 2012.
A pesquisa bibliográfica não foi somente uma fonte de repetição sobre um
determinado assunto, e sim uma fonte de conhecimento que propiciou a análise de
um tema, a queimadura e a atuação humanizada do enfermeiro, a partir de
fichamentos e resumos, permitindo assim chegar a novas conclusões, pretendendo
contribuir para que profissionais de saúde envolvidos neste cuidado possam revisar
conceitos e praticas, e distinguir que lesão é apenas mais uma parte dentro de um
todo, que é o ser humano.
2- REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico deste artigo foi divido em duas partes. Primeira:
Considerações Acerca dos Conceitos e da Classificação das Queimaduras, onde se
busca conceituar e classificar as lesões acometidas pelo paciente e a segunda, a
Importância da Atuação do Enfermeiro na Assistência Humanizada ao Paciente
Queimado, cujo objetivo será decorrer sobre a atuação humanizada deste
profissional dentro da Sistematização da Assistência de Enfermagem.
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2.1 CONSIDERAÇÔES ACERCA DOS CONCEITOS E DA CLASSIFICAÇÂO DAS
QUEIMADURAS
A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, abrangendo 16% do peso
corporal. Como maior sistema orgânico do corpo, é imprescindível para a vida
humana. Ela configura uma barreira entre os órgãos internos e o meio externo e
participa de funções corporais vitais. A área total da superfície corporal é importante
para mensurar o metabolismo basal, isto é, a produção de energia sob condições
padronizadas de repouso. (JUNQUEIRA E CARNEIRO 2004).
Funcionalmente, a pele é responsável pela termorregulação, impedindo perdas
hídricas e controlando a temperatura e umidade superficial, participa do metabolismo
e do armazenamento de vitaminas e de lipídeos, além de regular os fluxos
sanguíneo e linfático. Devido à presença de terminações nervosas especializadas,
receptores táteis, barorreceptores e termorreceptores, a pele é um importante órgão
sensorial (GUIRRO et al., 2002; YOUNG et al., 2001).
A lesão causada por agentes térmicos, químicos, elétricos, radioativos ou por
fricção que agem no tecido de revestimento do corpo humano é denominado
queimadura, podendo extinguir parcial ou totalmente a pele e seus anexos e atingir
camadas mais profundas, como tecidos subcutâneos, músculos tendões e ossos.
(MENEZES E SILVA, 1998).
Historicamente as queimaduras segue o homem desde os tempos mais
remotos. Com o controle e uso disseminado do fogo em todas as culturas, mesmo
as mais primitivas, os acidentes em decorrência de seu uso passaram a ser cada
vez mais fartos. A incidência de queimaduras aumentou à medida que as civilizações
evoluíram e queimaduras produzidas por calor e frio somaram-se às químicas e,
mais recentemente, às causadas por radiações ionizantes. (MÉLEGA, 2002).
Em conformidade Knobel (1998) queimadura é a lesão resultante da ação do
calor, como energia isolada ou associada à outra forma energética, sobre o
revestimento cutâneo.
Ainda segundo a compreensão do mesmo autor a queimadura pode ser
causada por diversos fatores que agem no tecido do revestimento do corpo,
podendo ser atingido parcial ou totalmente à pele e seus anexos.
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Segundo Sheridan (2003), as queimaduras comprometem a integridade
funcional da pele, quebrando a homeostase hidroeletrolítica e alterando o controle
da temperatura interna, flexibilidade e lubrificação da superfície corporal. O
comprometimento da pele ocorre em virtude da extensão e profundidade das lesões.
As consequências geradas pela queimadura é mais ampla do que se pode
imaginar, não significando apenas uma lesão limitada à superfície cutânea, pois
intensas alterações metabólicas, hemodinâmicas, psicológicas e funcionais alteram
totalmente a vida do paciente. (FELIPE JR, 1990)
As queimaduras estão entre as principais causas externa de morte registradas
no Brasil, demonstrando uma taxa de mortalidade de 62% entre os paciente com
queimadura internados em hospital de emergência. A ocorrência no território
brasileiro é de 1.000.000 casos por ano, sendo 5% dos acidentes causados por
líquido aquecido, atingindo a faixa etária de 01 a 05 anos, segundo a Sociedade
Brasileira de Queimaduras; destes, 200 mil casos são atendidos em serviço de
emergência e 40 mil demandam hospitalização (VALE, 2005).
As queimaduras causam lesões basais com destruição da superfície cutânea a
partir de um agente agressivo externo, variando de pequena vesícula, bolha ou
erosão a perdas mais profundas ou largas capazes de desencadear uma grande
diversidade de respostas sistêmicas (MÉLEGA, 2002).
Segundo Mélega (2002), as queimaduras são classificadas de acordo com a
profundidade de acometimento tecidual, sendo este um dos critérios mais utilizados
clinicamente. As lesões são categorizadas em queimaduras de primeiro, segundo ou
terceiro graus.
As queimaduras de primeiro grau atinge camada mais externa da pele, a
epiderme. Este tipo de queimadura não provoca alterações hemodinâmicas ou
clínicas expressivas, visto a ausência de vascularização epitelial. (MÉLEGA, 2002).
Pelo mesmo autor as queimaduras de segundo grau abrangem tanto a
epiderme quanto a derme, atingindo parte dos anexos cutâneos. Clinicamente,
adiciona-se aos sinais e sintomas anteriores, a presença de vesículas ou bolhas,
superficiais ou profundas.
As queimaduras de terceiro grau são profundas atingindo todas as camadas da
pele. Fibras musculares e tecidos ósseos subjacentes podem ser agredidos. Não
apresentam sintomatologia dolorosa e não reepitelizam, havendo perda dos anexos
epidérmicos e das terminações nervosas epidérmicas e dérmicas. (MÉLEGA, 2002).
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As lesões não devem ser classificadas apenas quanto à profundidade, mas
também medidas quanto à extensão, localização, idade do paciente, doenças préexistentes e possível inalação de fumaça como destacado por Vale (2005); Sheridan
(2003).
Estes mesmos autores sugerem que tal observação motiva os riscos gerais dos
queimados nas primeiras horas, sendo maiores as repercussões sistêmicas quanto
maior for a área lesionada, devido à perda funcional da pele. Torna-se, desta forma,
importante o conhecimento da proporção da área corporal queimada.
A técnica mais eficaz para a determinação da área queimada é formado pela
regra dos nove, desenvolvida por Polaski & Tennison, este método foi proposto para
adultos, no qual o esquema propõe o valor de 9% para a cabeça e 9% para cada
membro superior; 18% para o tronco posterior, 18% para o tronco anterior e 18%
para cada membro inferior; 1% para o pescoço. Então, cada segmento corresponde
a um percentual, ou seja, o corpo é dividido em múltiplos de nove. (FERREIRA,
2003).
Mélega (2002) ressalta, ainda, que para um cálculo mais preciso, deve-se
usar a tabela de Lund e Browder, que também leva em consideração as diferenças
de áreas de acordo com as faixas etárias. O mesmo método proposto para criança,
o esquema propõe o valor de 18% para a cabeça e 9% para cada membro superior;
18% para o tronco posterior, 18% para o tronco anterior e 9% para cada membro
inferior; 1% para o pescoço.
Os primeiros cuidados adequados dispensados à vítima de queimadura
estabelecem
determinante
fundamental
no
resultado
final
do
tratamento,
contribuindo decisivamente para a redução da morbidade e da mortalidade.
O tratamento da reposição volêmica, para Smeltzer & Bare (2005), deve ser
realizado ainda nesta fase para que se previna choque hipovolêmico, repondo os
líquidos e eletrólitos perdidos. A terapia varia de acordo com o paciente, pois a
posição hídrica é definida pelo total de débito urinário e o índice de perfusão renal.
Uma das fórmulas usadas para a reposição hídrica é a de Parkland que incide numa
solução de 4 ml de lactato de ringer por quilograma de peso corporal X a
porcentagem da área de superfície corporal queimada. É administrada nas primeiras
24 horas, sendo a metade nas primeiras 8 horas e a outra metade durante as 16
horas seguintes. Nas 24 horas seguintes, varia e tem a adição de glicose e potássio
e colóide.
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As crianças e os idosos encontram-se em um risco particularmente alto para
lesão por queimadura. A pele destes é fina e frágil; portanto, mesmo um período
limitado de contato com uma fonte de calor pode criar uma queimadura de
espessura plena. (MENEZES E SILVA, 1998).
Vale (2005) destaca ainda a avaliação da etiologia da lesão, segundo este, as
lesões podem ser classificadas em queimadura superficial, superficial de espessura
parcial, profunda de espessura parcial, de espessura completa, subdermal e elétrica.
Para Vale (2005), queimadura superficial: causa dano celular somente a
epiderme. É a velha queimadura de sol. Clinicamente, a pele se mostra vermelha e
eritematosa. A cicatrização é espontânea, ou seja, a pele se recupera sozinha e não
deixa cicatriz.
Na queimadura Superficial de Espessura Parcial a camada da epiderme é
destruída completamente, porém a camada da derme sofre apenas dano leve e
moderado. O sinal mais comum dessas queimaduras é a presença de bolhas
intactas sobre a área que foi lesada. A cicatrização ocorrerá mais rapidamente se a
pele for removida e aplicado um curativo apropriado na ferida. Esse tipo de
queimadura é extremamente dolorosa em decorrência da utilização das terminações
nervosas contidas na derme. Além da dor, pode haver febre se as áreas se tornarem
infectadas. (VALE, 2005).
No entendimento de Brasileiro Filho (2000), a cicatrização é o processo pelo
qual um tecido danificado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado. Uma
cicatriz é entendida clinicamente como uma marca visível de uma lesão e
histologicamente são resultantes de uma reação fibroblástica.
Queimadura Profunda de Espessura Parcial envolve a destruição da epiderme
lesando a derme. A maioria das terminações nervosas, folículos pilosos e glândulas
sudoríparas serão danificados porque a maior parte da derme é destruída, a
cicatrização ocorre espontaneamente. (VALE, 2005)
As queimaduras de Espessura Completa todas as camadas da epiderme e
derme são destruídas completamente, a camada adiposa subcutânea pode ser
lesada em alguma extensão. Frequentemente aparece a trombose dos vasos
sanguíneos superficiais, e não se observa branqueamento do tecido à pressão.
Todas as terminações nervosas no tecido da derme são destruídas e a ferida
insensível; contudo, um paciente pode experimentar uma quantidade significante de
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dor derivada das áreas adjacentes que sofreram queimaduras de espessura parcial
completa. (VALE, 2005)
Outro problema que se origina das queimaduras profundas é a lesão do
sistema vascular periférico, levando a necrose de tecido. Em uma queimadura de
espessura completa, não há sítios disponíveis para reepitelização da ferida. Todas
as células epiteliais foram destruídas e será necessário um enxerto de pele sobre a
ferida. (VALE, 2005)
Queimadura Subdermal envolve destruição completa de todo o tecido desde a
epiderme até o tecido subcutâneo. O músculo e o osso podem ser lesados. Na
queimadura elétrica varia de acordo com o tipo de corrente, intensidade da corrente
e área do corpo por onde a corrente elétrica passa. As artérias podem sofrer
espasmo e haver necrose da parede vascular. O músculo lesado aparecerá mole.
Os efeitos cardíacos associados são arritmias, fibrilação ventricular ou parada
respiratória. Insuficiência renal, em decorrência de quebra excessiva de proteína e
do choque dos rins que acompanham um trauma de grande porte. No sistema
nervoso central pode ocorrer lesão aguda da medula espinal ou fratura vertebral,
que se reflete clinicamente em paresia espástica, com ou sem alteração sensorial
nas áreas de espasticidade concomitantes. (VALE, 2005).
Segundo Sheridan (2003), a queimadura constitui uma das maiores
agressões que o organismo pode suportar. O desequilíbrio hidroelétrico decorrente
do trauma térmico é tão intenso que culmina no estabelecimento de um quadro
agudo de choque hipovolêmico. O choque é agravado, nos dias subseqüentes, pela
perda contínua de água através da superfície queimada. Esta perda pode atingir um
volume de até 120ml/m2/h e permanece enquanto não se completa a cicatrização.
A intensidade da perda hídrica relaciona-se diretamente com a profundidade
da lesão e com a temperatura ambiente (ou seja, quanto maior a profundidade e a
temperatura ambiente, maior a perda); e inversamente proporcional ao tempo
decorrido e a umidade do ar, maior a perda. (SHERIDAN, 2003),
As alterações fisiopatológicas que se produzem no organismo como
consequência de queimaduras é intensas, variadas e clinicamente importantes
sendo fundamental ordená-las e relacioná-las com a evolução do doente, sendo,
porém, difícil a determinação isolada do início e do fim dos vários fenômenos
fisiopatológicos.
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2.2 A IMPORTANCIA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTENCIA
HUMANIZADA AO PACIENTE QUEIMADO
O cuidado humanizado sempre deve estar implícito nas ações do enfermeiro,
no entanto, atualmente, alguns programas instituídos pelo Ministério da Saúde
(2000) tentam estimular esta maneira de cuidar, conceituando a importância da
humanização, através da demonstração da diferença do cuidado humanizado para o
cuidado mecanizado.
O Ministério da Saúde criou em 1997 o Programa Nacional de Educação
Continuada em Dor e Cuidados Paliativos para os Profissionais da Saúde. Tendendo
uma abordagem não apenas técnica, mas principalmente humana para a questão do
sofrimento. Essa preocupação estava voltada aos pacientes oncológicos, pois, as
dores causadas por câncer representam 5% das dores crônicas. A Organização
Mundial de Saúde estima que 4,5 milhões de pacientes evoluem a óbito por ano sem
receber terapêutica para dor e sem que lhes sejam atendidos outros sintomas tão
prevalecentes quanto esta e que também acarretam sofrimento. (BRASIL, 2000)
Posteriormente, em 2000, o Ministério da Saúde, movido pelo número
significativo de denuncias dos usuários referentes aos maus tratos nos hospitais,
convidou profissionais da área de saúde mental para compor uma proposta de
trabalho voltada à humanização dos serviços hospitalares e de saúde. Estes
profissionais formaram um Comitê Técnico que elaborou o Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar, com o objetivo de promover uma mudança
de cultura no atendimento de saúde no Brasil. (BRASIL, 2000).
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar recomenda
um conjunto de ações integradas que visam transformar substancialmente o modelo
de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, aprimorando a qualidade
e a eficácia dos serviços hoje prestados. Seu objetivo principal é aperfeiçoar as
relações entre profissionais de saúde e usuários, dos profissionais entre si, e do
hospital com a comunidade. (BRASIL, 2000).
O conceito de uma humanização holística é defendido por Knobel (2006), em
que para ele humanizar é cuidar do paciente como um todo, englobando o contexto
familiar e social incorporando e respeitando os seus valores, esperanças, aspectos
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culturais e as preocupações de cada um, é garantir a qualidade da comunicação
entre paciente, família e equipe. Significa ter uma escuta ativa para com o outro,
compreende-lo na sua singularidade e nas suas necessidades, para que ele se sinta
reconhecido e considerado.
Com base na definição acima, Knobel (2006) conceitua a importância do
cuidado humanizado com os pacientes queimados, pois trata-se de um indivíduo
que tem seus medos, desejos, cultura, religião e opiniões próprias, merecendo
assim uma assistência que seja individualizada e que atenda suas necessidades.
Segundo Cintra, Nishide e Nunes, (2000), a proposta de humanização do
cuidado vem em busca do resgate dos valores humanistas, amor, toque, conversa,
respeito e da preocupação com o outro. Um aspecto a destacar é a forma com que o
cuidado é desenvolvido na prática, totalmente com ênfase nas técnicas, ou seja, nas
intervenções de Enfermagem, que em ultima análise, depende de uma prescrição
médica.
Dessa forma, o objetivo da Enfermagem, pelos estudiosos acima, não está
centrado no cuidado ao paciente, mas na maneira de ser executada a tarefa. Os
enfermeiros têm ciência que os queimados estão, muitas vezes, assustados e
ansiosos no que respeita as lesões e tratamentos associados. Estas reações podem
ser avolumadas pelo ambiente da unidade de cuidados intensivos. Os queimados
sofrem de dor física e psicológica. A dor física está, geralmente, centrada em
atividades especificas como limpeza e desbridamento da ferida e fisioterapia.
Para Atkinson & Murray (2008), a prática da enfermagem profissional requer a
habilidade de observação, comunicação, reflexão, aplicação do conhecimento das
ciências físicas e do comportamento, além de fazer apreciações e tomar decisões,
quando aplica o método científico ou o método de resolução de problemas para
planejar a assistência de enfermagem, isso se chama processo de enfermagem.
O processo de trabalho em administrar ou gerenciar em enfermagem tem como
objeto os agentes do cuidado e os recursos empregados no assistir em
enfermagem. Por causa disso, muitos profissionais de enfermagem consideram que
este fazer deve ter sua importância diminuída, pois acostumaram a ouvir e a repetir
que a enfermagem deve se ocupar a apenas do cuidar. No entanto, não há cuidados
possíveis se não houver a coordenação do processo de trabalho. (Tannure e
Gonçalves, 2008).
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O enfermeiro deve se utilizar do processo de enfermagem que possibilita a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), esta se divide em cinco
etapas: histórico de enfermagem; exame físico; prescrição da assistência de
enfermagem; evolução da assistência de enfermagem e anotações de enfermagem.
(HORTA, 1979).
A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma atividade privativa do
enfermeiro que orienta as atividades de toda a equipe de enfermagem, uma vez que
os técnicos e auxiliares exercem suas funções a partir da prescrição do enfermeiro.
A SAE é a organização e execução do processo de enfermagem, com visão holística
e é composta por etapas inter-relacionadas, segundo a Lei 7498 de 25/06/86 (Lei do
Exercício Profissional). Vislumbra o aperfeiçoamento da capacidade de solucionar
problemas, tomar decisões e maximizar oportunidades e recursos formando hábitos
de pensamento.
A SAE foi desenvolvida como método especial para aplicação da abordagem
científica ou da solução de problemas na prática e para a sua aplicação enfermeiros
precisam entender e aplicar conceitos e teorias apropriados das ciências da Saúde,
incluídas na própria Enfermagem, as ciências físicas, biológicas, comportamentais e
humanas, além de desenvolver uma visão holística do ser humano. Esse conjunto
de conhecimentos proporciona justificativas para tomadas de decisão, julgamentos,
relacionamentos interpessoais e ações, como regulamenta a Lei do Exercício
Profissional. (COFEN-RJ, 1986)
A North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) define o diagnostico
de enfermagem como um juízo clínico sobre respostas individuais, familiares ou
comunitárias a problemas de saúde, processos vitais reais ou potenciais.
Seu uso auxilia a definição e aperfeiçoamento do atendimento ao paciente e
serve de base para seleção das intervenções de enfermagem para que os
resultados sejam alcançados. Contudo, para tal é necessário um processo de
raciocínio complexo em que o enfermeiro procede à interpretação dos dados
coletados. (NÓBREGA et al, 2007).
A equipe multiprofissional, principalmente o enfermeiro, deve possuir um
pensamento crítico que promova a decisão clínica e ajude a identificar as
necessidades do paciente e quais as melhores medidas a serem tomadas para
atendê-las. Aplica, assim, uma das etapas do processo de enfermagem, que se
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divide em, conforme Smeltzer & Bare (2005), histórico, diagnósticos de enfermagem,
planejamento, implementação e evolução.
Ainda, segundo os autores, histórico é a coleta de dados que serve para definir
o estado de saúde do paciente e identificar problemas de saúde reais ou potenciais,
e são obtidos por meio da história de saúde e do exame físico.
Em relação ao paciente considerado grande queimado, coletam-se dados
sobre sua história, faz-se o exame físico e ainda recolhe-se informações sobre como
ocorreu a queimadura, depois os dados são analisados. (SMELTZER & BARE,
2005).
Ao considerar o diagnóstico de enfermagem como etapa que identifica as
necessidades e o grau de dependência do paciente, segundo Horta (1979), não
deve deixar de ressaltar o caráter sombrio desta clientela, que possui instabilidade
clínica e pode evoluir rapidamente de uma fase aguda, com complicações severas,
irreversíveis, para o óbito, devido às sérias alterações locais e fisiológicas causadas
pelas queimaduras e, conforme também a relação diretamente proporcional entre a
extensão e a profundidade das lesões com a gravidade das complicações às quais
os pacientes estão sujeitos.
De acordo com Horta (1979), transceder o Ser-Enfermeiro é ir além da
obrigação, do “ter o que fazer”. É estar comprometido, engajado na profissão, é
compartilhar com cada ser humano sob seus cuidados a experiência vivenciada em
cada momento. É usar-se terapêuticamente, é dar calor humano, é se envolver com
cada ser e viver cada momento como o mais importante de sua profissão.
O enfermeiro é ferramenta fundamental para o tratamento do grande queimado
e a anamnese de enfermagem serve como meio mais eficaz para saber qual o grau
de gravidade do qual se encontra este paciente. Analisar quais as áreas do corpo
que foram atingidas, verificar a presença de flictenas (bolhas), saber qual o tempo
da queimadura, idade e peso do paciente, se tiver condições saber qual a
procedência do paciente, checar imunização contra o tétano no adulto e esquema
vacinal em crianças, monitorizar sinais vitais, avaliar a função respiratória, avaliar
função neurológica, checar acesso venoso, analgesia, colheita de exames, quando o
tempo de queimadura for maior que 24h, realizarem balneoterapia e curativos.
(CÂNDIDO, 2001).
Na perspectiva do cuidado estético, o enfermeiro faz uso de suas dimensões
físicas, mentais e espirituais, assumindo a ciência sensível e, assim, deixando de
16
exercer exclusivamente o saber racional. Cabe destacar, como peculiar no cuidado,
a capacidade dos profissionais de realizarem diagnósticos de enfermagem com a
utilização dos sentidos do corpo e, através deles, decodificar as mensagens nãoverbais complementares dos pacientes. (SANTOS, 2005).
O enfermeiro também é responsável por avaliar a reação do doente quanto ao
posicionamento, imobilizações, exercício e capacidade do doente e da sua família
para executarem os cuidados que se impõem fazer, diariamente, às feridas após a
alta. No exame físico diário o enfermeiro tem necessidade de fazer uma avaliação
cuidadosa quanto à circulação sanguínea, cianose de algum membro eventualmente
apoiado e temperatura. Além de oferecer ao paciente outros profissionais para a
realização de exercícios físicos, as atividades da vida diária e a deambulação
também são alvos de uma contínua avaliação quanto à tolerância física e emocional
do queimado (DIAS et al,2006).
Smeltzer & Bare, (2005), retrata que a enfermagem encorpara os exercícios de
fisioterapia ao cuidado do paciente para impedir a atrofia muscular e manter a
mobilidade necessária para as atividades diárias, um cuidado primordial para
reabilitação. A reabilitação começa logo depois da queimadura mais precocemente.
O grau de tolerância à atividade, a força e a resistência do paciente irão aumentando
gradualmente à medida que a atividade for acontecendo durante períodos cada vez
mais longos.
O cuidado, na perspectiva da dor para Molin (2004), da sua avaliação e
terapêutica, também deveria ser humanizado, individualizado, incluindo não apenas
o aspecto farmacológico, mas especialmente as ações próprias da enfermagem, os
nossos instrumentos de trabalho, o nosso foco, que é o cuidado humano. Cuidar é
muito mais do que curar, é proporcionar ao indivíduo uma melhor percepção de si e
de sua vida, e ao profissional, a satisfação cada vez maior.
No planejamento da assistência de enfermagem os objetivos da assistência
são determinados, prioridades são estabelecidas, resultados da assistência são
projetados e um plano de assistência é escrito. Verificam-se quais os procedimentos
que melhor se adequem ao estado do paciente queimado. (SMELTZER & BARE,
2005)
A etapa final corresponde à evolução, que, segundo Smeltzer & Bare (2005), é
a determinação das respostas do paciente às prescrições de enfermagem e a
extensão em que os resultados foram alcançados. Para que todo esse processo
17
tenha uma sequência do início ao fim, com probabilidade de eficiência elevada,
identificar os diagnósticos de enfermagem é importante, pois possibilita mais
facilmente planejar e programar as intervenções de enfermagem.
Os diagnósticos de enfermagem têm como propósito, interpretar os dados de
avaliação e então identificar os problemas de saúde que envolva o paciente, a
família e outros indivíduos de relevância. (SMELTZER & BARE, 2005)
Humanizar é cuidar do paciente de forma holística, englobando também a
família, respeitando os seus valores, culturas e preocupações de cada indivíduo. A
internação traz alterações principalmente psicológicas por causa da aparência e
cicatrizes que nem sempre com cirurgia reparadora se desfazem. A assistência
humanizada à família implica compreender o processo vivenciado quando um dos
seus parentes é acometido pela queimadura, para que assim a equipe
interdisciplinar tenha condições de reconhecer as suas necessidades (KNOBEL,
2006).
Ballone (2007); Jeammet, Reynaud, & Michel, (2000) destacam a importância
de
reconhecer
o
papel
das
emoções,
considerando
que
as
sensações
desagradáveis no corpo integram um conteúdo psicológico quando o paciente
começa a expressar os afetos por meio dos impulsos e de sofrimento emocional.
Inicialmente, reações emocionais como medo, ansiedade, angústia e até
comportamentos psicóticos têm sido observadas, seguidas pelo aparecimento de
sintomas depressivos. As reações emocionais, adicionadas das manifestações de
dor secundárias às lesões ou aos procedimentos tornam o cuidado deste paciente
extremamente estressante para a equipe de enfermagem. (ARTZ, 1980)
Outras pesquisas destacaram a importância de compreender os sentimentos
do paciente queimado diante das sensações de dor e ansiedade, devido aos
estressores físicos provenientes das mudanças fisiológicas do corpo, e dos
estressores
psicológicos
que
repercutem
nas
alterações
do
humor
e
comportamento. Os pacientes hospitalizados com queimaduras podem apresentar
dificuldades no manejo da dor, tendo em vista que as sensações dolorosas podem
ser percebidas com intensidade mesmo diante de lesões no corpo que já se
encontram cicatrizadas. Assim, considera-se fundamental o atendimento psicológico
para pacientes que apresentam sofrimento psíquico secundário na presença de uma
doença física. (CARLUCCI et al 2007; WEINBERG et al 2000).
18
A situação de adoecimento e hospitalização ocasiona sofrimento emocional e
físico decorrente das características do ambiente hospitalar, da sensação de
abandono, da perda da identidade e da ruptura do núcleo familiar (CARLUCCI et al
2007).
As lesões causadas por queimaduras são considerados um acontecimento
traumático suficientemente severo para ser classificado como um evento estressor
na etiologia do Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Este transtorno é
caracterizado pelo DSM-IV-TR como um conjunto constante de reações abarcando a
revivência e a evitação do acontecimento e o entorpecimento, e sintomas
persistentes de excitabilidade aumentada, secundário à experiência de um episódio
estressor traumático. (APA, 2002)
A participação dos familiares durante a hospitalização pode promover o
desenvolvimento de um ambiente protetor, facilitando a incorporação e o
enfrentamento da doença ou trauma, reduzindo a tensão e os riscos de crise e
proporcionando melhor qualidade de vida. A participação dos familiares possui
dimensão biológica, psicológica, social, cultural e espiritual (OLIVEIRA, 1994).
Humanizar é garantir a palavra à sua dignidade ética. Ou seja, para que o
sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer sejam humanizados, é
preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. É
preciso, ainda, que esse sujeito ouça do outro palavras de seu reconhecimento. É
pela linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação
com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. (KNOBEL, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final do presente estudo concluiu-se que as queimaduras são lesões de
perda tecidual com grandes repercussões clínicas locais e sistêmicas, físicas e
psicológicas. Para que o tratamento e acompanhamento do paciente sejam corretos
e adequados há a necessidade de compreensão dos mecanismos fisiopatológicos
envolvidos em tal processo patológico. A importância da atuação do enfermeiro na
Sistematização da Assistência de Enfermagem é acima de tudo a oportunidade
destes em tornar o fazer técnico em fazer científico, e mais que isso, em humano,
19
visto que a aplicabilidade desse processo além de ser ação única e exclusiva do
enfermeiro, proporcionando sua autonomia, onde os registros implicam em respaldo
legal seguro, promove uma maior aproximação do enfermeiro ao paciente, visando
uma assistência humanizada.
Observou-se, sobretudo a importância na atuação do enfermeiro sobre o olhar
da humanização aliando o cuidado técnico ao cuidado emocional, possibilitando a
solução de vários problemas que interferem no relacionamento enfermeiro paciente
família. Permite, ainda, aos profissionais lidar com as limitações e conflitos de uma
forma mais saudável, respeitando valores e concepções do outro. A humanização,
então, requer um processo reflexivo acerca dos valores e princípios que norteiam a
prática profissional, pressupondo, além de um tratamento e cuidado digno, solidário
e acolhedor por parte do enfermeiro ao seu principal objeto de trabalho - o paciente.
O compromisso com o paciente que sofre queimadura pode ter as mais
diversas motivações, assim como o compromisso com os cuidadores e destes entre
si. Humanizar a assistência hospitalar é dar lugar não só à palavra do paciente como
também à palavra do profissional de saúde, de forma que tanto um quanto outro
possam fazer parte de uma rede de diálogo. Cabe a esta rede promover as ações e
políticas assistenciais a partir da dignidade ética da palavra, do respeito, do
reconhecimento mútuo e da solidariedade.
BURNS: THE IMPORTANCE OF THE ROLE OF THE NURSE IN THE BURNED
PATIENT ASSISTANCE HUMANIZED.
ABSTRACT
Burns are injuries triggered by physical, chemical, electrical, thermal and friction that result in
varying levels of tissue loss causing physical and psychological harm to the patient. The
degree to which these injuries damage the skin depends on many variables, including
duration and intensity of contact with the offending agent, skin thickness of the anatomical
region affected, the size of the exposed area, local vascularization and age. The aim of this
study is to show the importance of the performance of humane nursing care to burn patients,
20
since the nurse is an important tool for the treatment of burned and the nursing process
serves as a more effective interaction with the patient. This paper discusses the
pathophysiological mechanisms involved in burns and various criteria for classification of
these lesions, trying to provide theoretical support for such an understanding through
literature review addressing concepts from the burn to the humanization of nursing care. For
this purpose, we performed a literature review of electronic databases such as the Virtual
Health Library (VHL), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Latin American and
Caribbean Health Sciences (LILACS) as well as books and manuals provided by the Ministry
of Health, relevant to the topic. It is through the preparation of this study, that nurses are
essential in the humanized burned.
KEYWORDS: Burn. Nurse. Humanization. Skin. Injury.
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