UNIVERSIDADE FUMEC FACULDADE DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS - FACE MESTRADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO DO CONHECIMENTO ACEITAÇÃO DE SOFTWARES LIVRES EM AMBIENTES DE ENSINO BÁSICO: Estudo das Escolas Públicas do Município de Belo Horizonte JEFFERSON DE MEDEIROS FERREIRA DA SILVA Orientador: Prof. Dr. Luiz Otávio Borges Duarte Co-orientadora: Profa. Dra. Cristiana Fernandes de Muylder Belo Horizonte Setembro 2012 Jefferson de Medeiros Ferreira da Silva ACEITAÇÃO DE SOFTWARES LIVRES EM AMBIENTES DE ENSINO BÁSICO: Estudo das Escolas Públicas do Município de Belo Horizonte Projeto de pesquisa apresentado ao programa de Pós-Graduação em Sistema de informação da Universidade FUMEC como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento. Orientador: Prof. Dr. Luiz Otávio Borges Duarte Co-orientadora: Prof. Dra. Cristiana Fernandes de Muylder Área de concentração: Gestão Sistemas de Informação e Conhecimento de do Linha de Pesquisa: Gestão da Informação e do Conhecimento. Belo Horizonte Setembro – 2012 RESUMO Este trabalho busca fazer uma avaliação da aceitação de software livre, pelos usuários em escolas públicas de Belo Horizonte, O objetivo da pesquisa é avaliar quais são as principais barreiras encontradas para a implantação de aplicações baseadas em software livre em relação aos softwares proprietários, como o Windows e o Microsoft Office. Palavras Chaves: software livre, administração pública, tecnologia da informação. LISTA DE FIGURAS Pag 15 - Janela típica do MS-Windows 3.1 LISTA DE SIGLAS BH - Belo Horizonte CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CENTOS - The Community Enterprise Operating System CPU - Central Processing Unit CRV - Centro de Referência Virtual do Professor DCC - Departamento de Ciências da Computação DTAE - Diretoria de Tecnologias Aplicadas à Educação ERP - Enterprise Resource Planning FIT - Formação Inicial para o Trabalho FSF - Free Software Foundation GE - General Eletrics GNU - GNU’s Not Unix GPL - General Public Licence HP - Hewlett Packard IBM - International Business Machines LP - Linha Privada MAT - Modelo de Aceitação de Tecnologia MIT - Massachusetts Institute of Technology NTCI - Novas Tecnologias de Informação e Comunicação ONG - Organização não Governamental PBH - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte RMI - Rede Municipal de Informática SEE-MG - Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais SI - Sistema de Informação SIGESPE - Sistema de Gestão de Projetos SIMADE - Sistema Mineiro de Administração Escolar SL - Software Livre SRE - Superintendências Regionais do estado de Minas Gerais TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais Sumário 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 1.1 PROBLEMA .......................................................................................................... 8 1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 10 1.2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 10 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 10 1.3 HIPÓTESE ........................................................................................................... 10 1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 12 2.1 SOFTWARES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ............................................ 14 2.2.1 SISTEMAS OPERACIONAIS ..................................................................... 15 2.2.2 – SOFTWARES APLICATIVOS ................................................................. 19 2.3 AS LICENÇAS DOS SOFTWARES ................................................................... 22 2.3.1 SOFTWARE PROPRIETÁRIO .................................................................... 22 2.3.2 SOFTWARE LIVRE ..................................................................................... 23 3 METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................. 27 3.1 A ESCOLHA DO MÉTODO DE PESQUISA .................................................... 27 3.2 UNIDADE DE ANÁLISE.................................................................................... 28 3.3 COLETA DE DADOS E EVIDÊNCIAS ............................................................. 28 3.4 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................... 28 4 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 30 1 INTRODUÇÃO Já a vários anos existem estudos sobre os sistemas operacionais e as aplicações desenvolvidas e distribuídas sob os auspícios da emblemática bandeira do Software Livre, onde todos podem usar, copiar, modificar e distribuir, sem qualquer custo estes programas. No entanto, apesar dos benefícios financeiros estes aplicativos nunca tiveram uma fácil aceitação entre os usuários, acorrendo até mesmo rejeição. É mais fácil encontrar pessoas usando softwares de forma ilegal, pirataria, do que usando programas de código aberto, que podem ser livremente usados. Diante deste cenário, quando empresas privadas ou o governo investem nestas aplicações e as colocam, de forma arbitrária para serem usadas em seu ambiente de produção, seja ele fabril, bancário, educacional, ou outra área qualquer. Sem uma opção de escolha, e uma ferramenta de trabalho que lhe foge ao conhecimento, e indo mais além de ser “diferente” daquilo que ele sempre usou e aprendeu, esta resistência passa a aparecer e se manifestar nas mais diversas formas. Este é um fato que ocorreu e ocorre nos projetos que tem esta diretriz. Esta pesquisa tem o objetivo de levantar quais são os fatos geradores desta rejeição e o que pode e deve ser feito para minimizar este problema nos projetos do governo junta das escolas públicas do município de Belo Horizonte. Recorrendo a literatura encontramos a ferramenta MAT (Modelo de Aceitação de Tecnologia), que apoia a pesquisa da linha que iremos seguir. A pesquisa será realizada através de questionário, seguindo a metodologia MAT e tentando verificar qual é o fator mais relevante para a formação do sentimento de rejeição desenvolvido pelos usuários em relação as aplicações feitas em software livre a colocadas a disposição deles para o estudo e trabalho nas escolas, tanto na área administrativa quanto nos laboratórios de informática. 1.1 PROBLEMA A partir da Constituição de 1988, a educação passou a ter de receber uma maior atenção do Estado e esta obrigação trouxe melhorias nos processos educacionais, desde o ensino básico até o doutorado, sendo que em cada fase e em cada uma das esferas do poder, um órgão, fundação ou entidade, tem a responsabilidade de fomentar o crescimento e melhoria do ensino. Nosso país é carente em várias áreas de melhores condições humanas e estruturais para o avanço merecido de nossa nação, mas na educação tem encontrado eco em diversas ações tomadas nestes últimos anos e, entre elas, algumas ocorreram e ainda evoluem no Estado de Minas Gerais. Quando se observa as escolas públicas de Belo Horizonte, quanto ao uso de tecnologia e dos sistemas de informação, pode-se perceber o uso de algumas ferramentas de apoio tecnológico aos docentes e discentes, e dentre elas se destaca o uso dos laboratórios de informática, bem como dos sistemas de gestão escolar. Este avanço nas diversas áreas da tecnologia pode ser percebido e acompanhado por meio das ações e dos investimentos governamentais, não só nas instituições de ensino, objeto deste estudo, mas em todas as áreas abraçadas pelo Estado. Percebe-se ainda que os investimentos em software acontecem em aplicações baseadas em software livre, principalmente a partir da publicação do Decreto Presidencial de 29 de outubro de 2003, pois este decreto instituiu os Comitês Técnicos que possuem a função de coordenar e articular o planejamento e a implementação de projetos que incluem aplicações nesta modalidade de licenciamento de software, em todo o âmbito federal. Assim, pretende-se focar neste projeto o estudo dos problemas enfrentados pelo uso de aplicativos baseados em softwares livre em escolas do Município de Belo Horizonte, tanto nas administradas pelo município como as administradas pelo Estado. Há claramente uma divisão no mundo da tecnologia da informação entre os programas chamados de proprietários e os livres, sendo que, sobre a mesa de cada um de nós, temos computadores que normalmente chegam às nossas mãos com a implementação de um software proprietário, normalmente o Windows da Microsoft ou mesmo o Mac OS X da Apple. Muito raramente é encontrado um usuário que tem em sua mesa de trabalho um desktop implementado com um sistema operacional livre, bem como aplicativos também livres. O Estado, seguindo uma tendência natural de buscar a redução de custos em suas implementações, tem procurado fomentar a produção de aplicativos baseados em software livre, bem como tem procurado implementá-los. Isto provoca uma drástica redução de custo, pois deixam de serem gastos altos valores com licenças de uso para cada computador que use uma cópia de um software proprietário. No entanto, estas implementações não estão sendo antecipadamente planejadas e nem tendo um acompanhamento que venha a ajudar os usuários receberem algo, para eles, inovador e muito diferente daquilo que eles conhecem do seu dia-a-dia, mesmo que eles vejam possibilidades de melhoria nas suas atividades. Neste sentido, pretende-se responder, por meio do Modelo de Aceitação de Tecnologia, desenvolvido por Davis (1985) e estendido por Mathieson (2001), o seguinte problema de pesquisa: Quais as barreiras percebidas para implantação de sistemas informatizados das escolas do município de Belo Horizonte, baseados em software livre? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL Propor ações que possibilite a melhoria da receptividade dos usuários (professores, administradores e alunos), frente à utilização de aplicativos e sistemas operacionais baseados em Software Livre, utilizados pelo Estado nas escolas públicas de Belo Horizonte. 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Avaliar o grau de influência que os usuários possam provocar nos processos de escolha, implantação e uso de aplicações em software livre. • Identificar os fatores mais significativos relativos à resistência à aceitação e uso de software livre. • Investigar os atributos mínimos necessários de conhecimento dos usuários para minimizar o impacto do uso do software livre. 1.3 HIPÓTESE Com base no Modelo de Aceitação Tecnologia (MAT), acredita-se que a maior barreira para a aceitação das aplicações feitas em Software Livre e colocadas a disposição nas escolas públicas de Belo Horizonte, é o fator “Facilidade Percebida”. Sendo as aplicações uma novidade para os usuários e, além disto, feitas em um sistema desconhecido e tendo a apresentação de uma forma diferente que eles conhecem (falta de similaridade com o Sistema Windows), acredita-se que é formado um pré-conceito contra este novo e diferente sistema, fazendo que eles não tenham uma boa aceitação e até mesmo coloquem dificuldades para testar e usa-lo e aceita-lo. 1.4 JUSTIFICATIVA Justifica-se a escolha do tema frente a necessidade de contribuir com a literatura, acerca de estudos que relacionem o tema educação básica e uso de softwares livres. Apesar da já vasta literatura sobre as aplicações e sistemas feitos em software livre, suas vantagens, desvantagens e controvérsias, somente para citar a nível Brasil, existem alguns que foram usados em nosso estudo, como Guesse (2009), Pacitti (2006), Saleh (2004), Taurion (2004) e Vinhais (2007). Esta nossa pesquisa tem como um dos objetivos fazer uma contribuição direcionada para a área da educação, a fim de esclarecer que fator ou fatores são mais relevantes que impedem a aceitação desta tecnologia no ambiente estudantil das escolas públicas de Belo Horizonte. Sob o ponto de vista governamental, justifica-se este estudo frente a demanda de melhoria dos processos de informatização com redução de custos e desenvolvimento da educação básica de outras localidades no Brasil, mas procurando melhoria dos processos de implantação, a fim de minimizar e até mesmo evitar as forças de rejeição. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este cenário tem contribuição expressiva da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), que iniciou em 2001 seu projeto relativo à implantação de laboratório de informática nas escolas públicas municipais, usando para tanto, um conjunto de programas de computador que foi denominado “Libertas”, que foi concebido como um software de distribuição livre e tendo como base o GNU/Linux. Há também, no âmbito da educação, uma outra grande contribuição, através do projeto da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, com o projeto “Escolas em Rede”, que por sua vez é baseado no software Metasys Corporate (http://www.metasys.com.br), também originário da mesma estrutura, ou seja o GNU/Linux. O “Libertas” foi desenvolvido pelo Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Prodabel (Processamento de Dados do Município de Belo Horizonte S/A), sendo que a estrutura básica para o seu desenvolvimento foi não só o sistema operacional GNU/Linux, mas também de vários outros programas, todos de plataforma aberta ou seja, de livre distribuição que não tem qualquer custo para copiá-los, usá-los e alterá-los, como é o exemplo da suíte de escritório LibreOffice. Já a “Escolas em Rede” é um projeto iniciado no ano de 2004 pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEEMG), que visa dar as escolas estaduais de ensino, melhores condições de atuação através do trabalho em rede e do uso das tecnologias da comunicação e informação (TCI) nas suas atividades educativas e administrativas, viabilizando a utilização do computador na escola em todas as suas áreas, procurando atingir e facilitar o trabalho e estudo dos dirigentes, dos funcionários, professores e alunos, aproximando os mais diversos grupos deste universo, face às grandes distâncias e diferenças regionais do Estado de Minas Gerais. Segundo o site da Secretária de Educação do Estado de Minas Gerais (http://www.educacao.mg.gov.br/webdtae//index.php?option=com_content&task=view &id=1384&Itemid=642), a meta é implementá-lo por etapas, de maneira modular e escalável, até atingir todas as escolas públicas estaduais e são as seguintes as premissas do projeto “Escolas em Rede”: • Efetivar a mudança de cultura nas escolas estaduais de Minas e desenvolver a cultura do trabalho em rede e incorporar as novas tecnologias ao trabalho educativo, contribuindo para redução das desigualdades regionais através da implementação das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTCI). • Instalação de laboratório de informática em todas as escolas estaduais; • Manter a conectividade das escolas à Internet de modo a facilitar a comunicação, o acesso e a publicação de informações; • Implantar o Sistema Mineiro de Administração Escolar/SIMADE em todas as escolas da rede estadual; • Implementar o Sistema de Gestão de Projetos/SIGESPE; • Divulgar o Centro de Referência Virtual do Professor–CRV, portal destinado a tornar acessíveis a todos os professores, serviços de orientação pedagógica e de recursos didáticos indispensáveis ao ensino de qualidade, em todas as regiões do Estado; • Desenvolvimento de projetos didáticos, via web, com as finalidades de explorar as possibilidades pedagógicas abertas pelas novas tecnologias e desenvolver a cultura do trabalho colaborativo em rede; • Atualizar e adequar dos equipamentos de informática existentes; • Realização de cursos de Formação Inicial para o Trabalho/FIT na área de informática, bem como cursos para área administrativa das escolas, Superintendências Regionais do estado de Minas Gerais/SRE e Órgão Central • Viabilizar a utilização do computador na escola em todas as áreas de forma a romper o isolamento a que muitas escolas têm vivido, devido à extensão territorial e às desigualdades existentes em Minas. As premissas de ambos os projetos é o desenvolvimento da área educacional, usando ferramentas de software criadas sob a tutela do Software Livre, baseado na licença GNU General Public Licence (Licença Pública Geral) – GNU GPL, que atualmente encontra-se na versão 3 (três) e recebeu o nome de GPLv3. 2.1 SOFTWARES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Não é possível falar em software sem passar pela rápida evolução dos computadores, que sairão de grandes equipamentos resguardados em salas especiais e climatizadas, até os hoje conhecidos computadores de mão, ou tablets e smartphones. Das necessidades de cálculos balísticos da segunda grande guerra, até nossas necessidades atuais de comunicação imediata e urgente, os equipamentos foram evoluindo, mas não é possível desmembrar a evolução do hardware sem todos os aprimoramentos do software. Pode-se mesmo afirmar que o hardware dos computadores inexiste sem o software. Guesser (2009) reporta que o software é composto pela parte matemática que ordena os comandos necessários para que o hardware possa funcionar, executando as tarefas de receber, processar e transmitir dados. São também chamados de “programas”, pois agem desta forma e são classificados basicamente em duas categorias, os de base ou sistema e os de aplicações. Pacitti (2006) exemplifica muito bem estas duas categorias, quando apresenta que os softwares de sistema são, não só os sistemas operacionais, mas também os de controle, de comunicação, de gerenciamento de dados, sobretudo os responsáveis pelas primeiras camadas de comunicação com o hardware, também chamados de firmware (é o software embarcado em um hardware que contém as informações de inicialização que permitirão o seu correto funcionamento). Já os de aplicação ele exemplifica como aqueles que processam os dados para os usuários, como, por exemplo, as folhas de pagamentos, os processamentos científicos, processadores de textos e de planilhas entre outros. Segundo Turban et al. (2006), citado por Perez (2006), um sistema de informação (SI) é um sistema capaz de coletar, processar, armazenar, analisar e disseminar informações para atender um propósito específico. Ainda segundo Perez (2006), os sistemas de informação podem ser compostos de dados e instruções, que compões as entradas, os relatórios que são as saídas, as pessoas também conhecidas como usuários, os procedimentos, os computadores e as impressoras (hardware), as redes de comunicações, os bancos de dados e os programas que interagem com o hardware (software). É importante ressaltar que este conjunto, não necessariamente tem de coexistir com todos os seus itens para formar um sistema de informação, pois sua formação e existência independem, por exemplo, dos computadores. Rezende (2005) afirma que existem inúmeras organizações que acreditam que o simples fato de se informatizar, espalhando computadores e os colocando sob uma estrutura de rede, basta para passar a ter resultados e se manter organizada. Ele ainda cita que tecnologia por tecnologia, sem organização, planejamento e gestão, não traz contribuição para as organizações. A utilização de tecnologia em qualquer organização tem de ser planejada e mesmo compartilhada com os usuários, pois, sem este apoio ela pode não trazer os frutos desejados pela organização que a implementa. Este trabalho foca em dois tripés daqueles apresentados por Perez (2006), as pessoas e o software e o relacionamento entre estas duas. 2.2.1 SISTEMAS OPERACIONAIS Um sistema operacional é o programa mais importante para a operação de um computador, e é através dele que é possível a interação entre os seres humanos e o hardware. Segundo Guesser (2009), os primeiros computadores desenvolvidos na década de 70, utilizavam um sistema operacional padronizado denominado Control Program for Microcomputer, mas com o passar do tempo e a evolução e diversificação dos microcomputadores, dois novos sistemas se destacaram, o UNIX desenvolvido pelos Laboratórios Bell e o MS-DOS desenvolvido pela Microsoft, que eram sistemas de acesso difícil e exigiam que os operadores decorassem comandos para poderem utiliza-los. Em 1984, quando a Apple Computer lançou seus computadores Macintosh, que tinham o sistema operacional baseado em uma interface gráfica, teve inicio uma mudança que revolucionou a forma de utilizar os computadores, tornando os softwares cada vez mais amistosos. Neste movimento a Microsoft, detentora dos direitos sobre o MS-DOS, percebeu que havia um ótimo nicho de mercado para o comércio de um novo sistema operacional que fosse eficiente, mas principalmente fácil de ser utilizado pelos usuários comuns. A partir destas ideias a Microsoft passou a desenvolver o MS-Windows como ainda hoje é conhecido, sendo sua versão inicial a MS-Windows 3.1, já caracterizada pelo extensivo uso das janelas gráficas e da utilização do dispositivo indicador (mouse). Na figura 1 temos uma janela típica do MS-Windows 3.1. Janela típica do MS-Windows 3.1 Fig. 1 Este novo sistema se mostrou muito mais fácil de usar e a Microsoft passou a desenvolver um sucessor para seu novo sistema operacional, o MS-Windows 3.11 e com o passar dos anos vieram o Windows-95, o 98, o 2000 e o Windows-XP. Segundo Silveira (2003), citado por Guesser (2009), com o advento do Windows-XP, praticamente 97% do mercado mundial passou a ser dominado pelo sistema operacional da Microsoft. Saleh (2004) relata que outra vertente da evolução dos sistemas operacionais foi originada do sistema UNIX, que foi desenvolvido a partir de um sistema operacional anterior, chamado Multics, que tinha sido criado através do consorcio entre a General Eletric (GE), os Laboratórios Bell e o Massachusets Institute of Technology (MIT). Com a liberação do código-fonte do UNIX pelos Laboratórios Bell para universidades em 1974, que receberam a liberdade de modifica-lo e distribui-lo. Uma das universidades que mais contribuíram para o desenvolvimento do UNIX foi a Universidade de Berkeley, que finalmente em 1977, após a introdução de novas funcionalidades, melhoramentos e correções, em 1977 criou a distribuição UNIX que recebeu o nome de Berkley Software Distribuition (BSD). O BSD foi criado em oposição ao UNIX desenvolvido e comercializado pela gigante americana, a AT&T que tinha o controle acionário dos Laboratórios Bell. A partir deste fato, um segundo e forte movimento no desenvolvimento dos sistemas operacionais foi iniciado. Mesmo sem saber, naquele momento estava definido o nascimento do movimento do software livre. Um exemplo de Sistema Operacional, criado e baseado nos preceitos do software livre é o desenvolvido para a utilização da Prefeitura de Belo Horizonte no seu projeto, conhecido como Libertas, cujo histórico é apresentado abaixo. 2.2.1.1 – O LIBERTAS Com a implantação e expansão da “Rede Municipal de Informática” (RMI) de Belo Horizonte e a consequente necessidade de instalação de mais e mais computadores, a equipe técnica/administrativa da Prodabel, consciente do grande custo para a compra de licenças de uso de software proprietário para cada um dos computadores, aliada à cultura já enraizada do uso de software livre dentro da empresa, abriu caminho para a implantação deste tido de software em todas as CPUs. Assim, os custos foram reduzidos, viabilizando o projeto. Faltava escolher qual a melhor distribuição deveriam usar. Esta procura levou os técnicos da Prodabel a diagnosticar que as existentes não atenderiam plenamente o que eles necessitavam de ter implantado. Surgiu daí a idéia de criarem uma distribuição GNU/Linux própria, com características que atenderiam as necessidades desejadas. Então foi fechada uma parceria com a DCC/UFMG para o desenvolvimento desta nova distribuição e desta parceria nasceu o GNU/Linux Libertas. No início do projeto o Libertas era baseado nas distribuições GNU/Linux Red Hat, como também na distribuição Fedora. Com a evolução do projeto e por avaliações internas das equipes desenvolvedoras, a base do projeto passou a ser a distribuição Debian. O Libertas nasceu tendo, além do próprio sistema operacional para computadores, um vasto conjunto de programas direcionados para as necessidades vislumbradas pela Prodabel para atender aos usuários e, somando ainda, uma baixa necessidade de poder computacional para ser executado. Assim ele pode ser instalado em computadores simples e menos poderosos, diminuindo ainda mais o custo total do projeto. Um destes programas é o LibreOffice, que usamos como exemplo neste trabalho, face suas características claras e até didáticas de ser declarado um software livre, como todos os demais usados no projeto. Foram desenvolvidas duas versões básicas do sistema Libertas, uma para ser usadas em servidores e outra para ser usado em computadores de mesa, também chamados de desktop, para os usuários nas suas atividades de trabalho e/ou estudo. O conjunto do Sistema Operacional GNU/Linux Libertas, pode ser baixado a partir do site http://libertas.pbh.gov.br/drupal/webfm. 2.2.2 – SOFTWARES APLICATIVOS Estes são programas direcionados a apoiarem os usuários em suas atividades. O exemplo mais simples de um software de aplicação, também conhecido como aplicativo é um editor de textos ou uma planilha. No entanto os aplicativos não se restringem tão somente a programas tão simples, há alguns tão complexos e grandiosos como o conhecido pela sigla SAP, criado pela empresa alemã SAP AG, que é um software de gestão de negócio, ou em ERP (Enterprise Resource Planning) mais conhecido por Sistemas Integrados de Gestão Empresarial. Entre os dois extremos de aplicações anteriormente apresentadas, há uma vasta gama programas, que passam pelos que ajudam os usuários, como os de Folha de Pagamento, Contabilidade, Controle de Estoque, Controle de Contas a Pagar e Receber entre tantos outros. Um modelo de aplicativo conhecido e utilizado nos projetos dos diversos níveis de governo, são as suítes de escritório. Existem duas grandes, a OpenOffice da Fundação Apache e a LibreOffice da The Document Foundation. O LibreOffice é uma suíte (conjunto) de aplicativos de escritório destinada tanto à utilização pessoal quanto profissional, composta de editor de textos, planilha, editor de apresentações, editor de desenhos e um banco de dados, sendo ela compatível com as principais suítes de escritório do mercado, oferecendo todas as funções esperadas de uma suíte profissional. O início da história do LibreOffice remota ao final dos anos 90, quando a empresa alemã Star Division, que desenvolvia uma suíte de escritório própria desde os anos 80 resolveu tornar o StarOffice um software livre. Pouco tempo depois a Star Division foi comprada pela SUN Microsystems e esta, por sua vez, abriu para a comunidade do software aberto o código fonte da suíte StarOffice. Assim foi iniciado o Projeto OpenOffice. O projeto OpenOffice recebeu o apoio de diversas organizações, como a Novell, a Intel, a Red Hat, entre outras, além de importantes contribuições de desenvolvedores independentes, organizações não governamentais (ONG) e até mesmo agências governamentais. Esse grupo de milhares de programadores e usuários do mundo inteiro são os desenvolvedores do pacote desde então, sendo que a SUN Microsystems coordenava as atividades da comunidade. Em 2009 a empresa Oracle comprou a SUN Microsystems e com ela veio o controle dos direitos sobre o projeto OpenOffice. A partir desta aquisição, vários desenvolvedores e colaboradores saíram do projeto e fundaram sob a tutela da “The Document Foundation”, um novo projeto que recebeu o nome de LibreOffice. A “The Document Foundation” foi criada com base nas premissas abaixo, que são consonantes com os ideais oriundos do projeto OpenOffice e da filosofia do software livre. São eles: Princípios da “The Document Foundiation” Nós comprometemos a: - Eliminar a exclusão digital na sociedade ao oferecer a toda e qualquer pessoa acesso sem custo a ferramentas de produtividade de escritório para permitir exercerem sua cidadania no século 21. - Apoiar a preservação das línguas maternas ao motivar os cidadãos a traduzirem, documentarem, apoiarem e promoverem nossa ferramenta de produtividade de escritório em sua língua materna. - Permitir aos usuários de software de escritório reter a propriedade intelectual dos documentos que criarem ao utilizarem formatos abertos de documentos e padrões abertos. - Um processo de desenvolvimento de software que seja aberto, revisto entre pares de forma transparente e onde a excelência técnica é valorizada. Rejeitamos: - Ferramentas de produtividade de escritório proprietárias, nas mãos de empresas monopolizadoras, que impõem uma taxação de fato da liberdade de expressão global e penaliza os economicamente despossuídos. - A constrição dos ambientes de trabalho dos computadores por um único idioma, forçando os cidadãos a aprenderem uma língua estrangeira antes de poderem expressar-se eletronicamente. - Os formatos proprietários de arquivos, que pertencem a empresas privadas de software – documentos pertencem a seus criadores e não pertencem aos fabricantes de software. - Um processo de desenvolvimento fechado onde erros são ocultos e baixa qualidade é aceita. Nossa forma de trabalhar: Nossos valores essenciais nos levam a acreditar nas seguintes formas de trabalho: - O domicílio para nossas atividades será uma fundação democrática, independente e autogovernada. - O acesso à fundação será aberto a todo indivíduo que concordar com nossos valores essenciais e contribuir para nossas atividades. - Apoiamos a participação de empresas, através do patrocínio de profissionais que trabalhem com isonomia e em conjunto com os demais contribuintes da comunidade. - A Fundação será realizada em uma organização sem fins lucrativos que será proprietária dos ativos e conduzirá transações financeiras e legais em nome da Comunidade Em sua base, o LibreOffice é composto por um pacote de aplicações para uso de pessoas e de empresas e é composto de itens como: Writer: um processador de textos para qualquer tipo de documento. Calc: uma planilha eletrônica. Impress: ferramenta para a criação de apresentações multimídia. Draw: ferramenta para uso em diagramação e gráficos. Base: uma ferramenta de gerenciamento de Banco de Dados. Math: ferramenta que permite inserir em qualquer tipo de documento equações e fórmulas. Ainda há disponibilidade de vários módulos que podem ser agrupados, além de um grande número de modelos de documentos. 2.3 AS LICENÇAS DOS SOFTWARES 2.3.1 SOFTWARE PROPRIETÁRIO Todo programa de computador cuja cópia, redistribuição ou modificação são restritos ou proibidos pelo seu desenvolvedor, criador ou distribuidor, é conhecido como Software Proprietário. Esta expressão foi criada em oposição ao conceito de Software Livre. Faz-se necessário para a utilização, copiar, redistribuir ou até mesmo ter acesso ao código-fonte do programa, adquirir uma licença, comprando uma cópia ou recebendo uma licença de uso. Dois dos mais conhecidos Software Proprietários são o Sistema Microsoft Windows e o Microsoft Office. Além destes podemos encontrar vários outros no mercado de programas para computadores. Uma das grandes vantagens dos softwares proprietários é a sua larga divulgação no meio empresarial e popular, onde através de uma maciça cultura de uso e costume, fomentados pela venda casada de computadores nas lojas especializadas em hardware – venda de computadores, há um forte apelo comercial para a venda e fornecimento do Software proprietário, que não deixa de ser mais uma fonte de renda destas empresas, assim, a cada compra de um computador no mercado aos consumidores, há uma venda de uma copia de pelo menos um software proprietário, normalmente o Sistema Operacional Windows da Microsoft, ou mesmo ainda o Sistema Operacional Mac OS X da Apple. Esta venda inicial favorece ainda o comercial de outros serviços como o Microsoft Office, ou o conjunto Office da Apple, ambos já conhecidos softwares proprietários. Este tipo de comércio favorece a chegada as empresas e aos lares um conjunto de softwares, todos proprietários e esta forte popularização, faz iniciar um ciclo de criação de aplicativos para estas plataformas, seguindo a mesma tendência de serem fechados, ou seja, proprietários. Este ciclo cria então uma forte cultura de uso e costume de todos os usuários de utilizarem quase que exclusivamente estas aplicações, criando assim um fator dificultador na implementação de mudanças tão radicais quanto as que aparentam serem as dos softwares denominados livres. 2.3.2 SOFTWARE LIVRE O software livre teve origem, segundo Silveira (2004), quando em 1983 o Sr. Richard Stallman, que era um dos pesquisadores do Laboratório de Inteligência Artificial do Massachusetts Institute of Technology (MIT), deu início ao Projeto “GNU’s Not Unix” (GNU), cujo objetivo era projetar e construir um sistema operacional completo para computadores, tendo como base o sistema operacional UNIX que foi criado por Ken Thompson, Denis Ritchie, Douglas Mcllroy e Peter Weiner, que à época, trabalhavam nas empresas norteamericanas Bell Labs System e na AT&T. Assim, ainda segundo Silveira (2004), citado por Oliveira (2010), com base nas idéias de Richard Stallman, foi criada em 1984 a Free Software Foundation (FSF) e dentro dela o projeto do “Sistema Operacional GNU”. O desenvolvimento deste projeto dentro da FSF teve grandes avanços no desenvolvimento de aplicativos, utilitários e programas que viriam a compor o conjunto do projeto. Entretanto um dos módulos necessários à construção do sistema operacional, chamado tecnicamente de kernel (núcleo), que seria o módulo responsável pela interação entre o hardware (componentes eletroeletrônicos) do computador com os aplicativos, programas e utilitários, com o software que ainda não existia. O objetivo da FSF com a criação de seu sistema operacional era e ainda é, a de contrapor com a indústria de software comercial como o Windows da Microsoft, o Mac OS X da Apple entre outros. A premissa da FSF é que todo o software desenvolvido deve ser de livre distribuição, é uma questão de liberdade, não de preço, pois é possível auferir lucros com a venda de serviços de implementação e manutenção destes produtos. Quatro regras básicas compõem a diretriz da produção dos programas, utilitários e softwares da FSF, são elas: • A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0); • A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo as suas necessidades (liberdade nº 1). Acesso ao código-fonte é um prérequisito para esta liberdade; • A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar a outros (liberdade nº 2); • A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Com base nestas quatro regras, a FSF desenvolveu um conjunto de licenças de uso de softwares, entre elas, a chamada de GNU General Public Licence (Licença Pública Geral) – GNU GPL, que atualmente encontra-se na versão 3 (três) e recebeu o nome de GPLv3 (Anexo B). Oliveira (2010), ainda relata que em 1991, um estudante finlandês do curso das Ciências da Computação, de nome Linus Torvalds, desenvolveu e criou um kernel, ao qual ele dá o nome de Linux e o distribuiu sob a licença GPL. Era o que faltava para a FSF completar seu Sistema Operacional GNU, que passou a ser conhecido como GNU/Linux ou mais popularmente por Linux. Ainda hoje o Sr. Linus é o responsável pela coordenação do desenvolvimento contínuo do kernel e a ele juntaram-se vários e anônimos programadores espalhados por todo o planeta, além de diversas organizações. Só para citar 3 (três) empresas, temos os gigantes: International Business Machines (IBM), a Hitachi e a Hewlett Packard (HP). A partir deste conjunto, somado à liberdade de desenvolvimento, mudança e distribuição, foram surgindo no mercado as mais variadas distribuições GNU/Linux, algumas de vida curta, outras de grande sucesso mundial, tornando-se inclusive o sistema operacional base da maioria dos supercomputadores. Segundo Pacitti (2006), o software livre trouxe implicações tanto de caráter técnico e científico quanto social e político, provocando uma salutar revolução e quebra de paradigmas. A título de informação, algumas distribuições do GNU/Linux mais famosas mundialmente são: • • • • • • • • • • Debian Red Hat Fedora Suse Ubuntu Gentoo Android CentOs Mandriva Slackware 3 METODOLOGIA DE PESQUISA 3.1 A ESCOLHA DO MÉTODO DE PESQUISA Segundo Yin (2005), quando o pesquisador tem pouco ou nenhum controle sobre os acontecimentos e fatos estudados, somando-se o fato que o estudo abrange fatos conteporâneos, ele recomenda a utilização realizar a pesquisa através do estudo de caso. Ainda segundo Yin (2005), “utiliza-se o estudo de caso como estratégia de pesquisa em muitas situações, para contribuir com o conhecimento que possuímos acerca dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de outros fenômenos relacionados”. O fenômeno aqui estudado é considerado como contemporâneo e o pesquisador não tem nenhum controle sobre os eventos, além de estar inserido no contexto da vida real, enquadrando assim, no caso específico deste trabalho. No caso das instituições estudadas o objetivo é a identificação dos fatores que influenciam na adoção de softwares livres, sistema operacional e aplicativos e a construção de um modelo que contribua para a melhora da aceitação destes softwares junto aos usuários. A presente pesquisa seguirá a metodologia MAT, sendo realizada através de questionário e terá sua base a pesquisa quantitativa descritiva, que segundo Gil (1999), citado por Raupp, a pesquisa descritiva tem como principal objetivo a de descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis, sendo que uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, que neste estudo é o questionário. 3.2 UNIDADE DE ANÁLISE A unidade de análise deste estudo serão 10 (dez) escolas públicas de Belo Horizonte, sendo 5 (cinco) municipais e 5 (cinco) estaduais, que receberam apoio dos projetos tanto da Prefeitura de Belo Horizonte quanto da Secretaria de Estado de Minas Gerais. Estas escolas receberam de seus respectivos órgãos, não só o software em questão nesta pesquisa, mas também todo o hardware, como os computadores e impressoras, necessários para a implantação de seus projetos. 3.3 COLETA DE DADOS E EVIDÊNCIAS Dentro da metodologia MAT o uso do questionário é evidente e fundamental. Para tanto, através de estudo bibliográfico, identificamos o trabalho de Vinhais (2007,p. 69), no qual o autor validou um questionário no estudo realizado sobre os fatores de sucesso na adoção de softwares livres em empresas privadas. Este questionário será adaptado a realidade das escolas públicas e submetido a professores e administradores das escolas. O questionário será composto de questões que objetivam verificar dados que possam ser confrontados com os constructos desenvolvidos a partir do referencial teórico. Cada uma das questões será uma afirmativa seguida de um conjunto de alternativas relativas a um grau de concordância (“discordo inteiramente”, discordo em grande parte”, discordo parcialmente”, “neutro”, “concordo parcialmente”, “concordo em grande parte” e “concordo inteiramente”), baseado na escala Likert, mas com 7 (sete) pontos. 3.4 ANÁLISE DOS DADOS A análise dos dados que serão obtidos através dos preenchimentos dos questionários será realizada através do emprego da estatística descritiva, buscando identificar quais características do novo sistema impactam mais significativamente o comportamento dos usuários, com relação à rejeição ao modelo de software adotado nas escolas publicas. 4 REFERÊNCIAS AUGUSTO, M. P. Um estudo sobre as motivações e orientações de usuários e programadores brasileiros de software livre. 2003. 99 f. Dissertação (Mestrado em Administração)–Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2003. CAMPOS, Augusto. 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