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Homem e Natureza
em Ludwig Feuerbach
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Universidade Federal do Ceará
Reitor
Prof. Jesualdo Pereira Farias
Vice-Reitor
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Editora UFC
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Conselho Editorial
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Eduardo F. Chagas
Eduardo
Chagas
Deyve Redyson
Redyson
Deyve
MarcioGimenes
Gimenes de
Marcio
dePaula
Paula
(Organizadores)
(Organizadores)
Homem e Natureza
em Ludwig Feuerbach
Fortaleza
2009
Homem e Natureza em Ludwig Feuerbach
© 2009 Copyright by Eduardo F. Chagas, Deyve Redyson e Marcio Gimenes
de Paula [Organizadores]
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional
Todos os Direitos Reservados
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Divisão de Editoração
Coordenação Editorial
Moacir Ribeiro da Silva
Revisão de Texto
Maria Vilaní Mano e Silva
Normalização Bibliográfica
Perpétua Socorro Tavares Guimarães – CRB – 3 801
Capa
Mariano Sousa
Programação Visual
Luiz Carlos Azevedo
Catalogação na Fonte
Bibliotecária Perpétua Socorro Tavares Guimarães CRB 3 801/98
H 765 Homem e natureza em Ludwig Feuerbach./ Eduardo F. Chagas,
Deyve Redyson e Marcio Gimenes de Paula [organizadores].
– Fortaleza: Edições UFC, 2009.
304 p.
ISBN: 978-85-7282-367-8
(Série Filosofia, 8)
1. Feuerbach, Ludwig 1820 – 1872 2. Socialismo 3.
Ideologia Alemã I. Chagas, Eduardo F.
II. Redyson,
Deyve III. Paula, Marcio Gimenes de IV. Título
CDD: 335.4
Agradecimentos
Nossos agradecimentos ao Departamento de Filosofia da
Universidade Federal de Sergipe – UFS, ao Grupo de Pesquisa em
Ciências da Religião da UFS – GPCR, especialmente ao Prof. Dr.
Marcio Gimenes de Paula (UFS), pelo acolhimento de diversos
alunos, professores e interessados pela filosofia da religião, em
especial pela filosofia de Ludwig Feuerbach, e pela organização do
I Congresso Internacional Feuerbach em Aracajú-Sergipe, ocorrido
entre os dias 17 a 19/06/2009. Agradecemos também ao PROCAD
– PUCRS/UFC, em destaque ao Prof. Dr. Konrad Utz (UFC), pelo
apoio ao I Colóquio Feuerbach: Religião, Homem e Natureza, realizado em Fortaleza, de 02 a 06/03/2009, na Universidade Federal
do Ceará – UFC, bem como aos alunos pesqui sadores J osé Aldo
(UFC), André Bonfim (UFC) e Regiany Gomes (UECE) pela divulgação e execução deste evento. Agradecemos à Pós-Graduação
em Filosofia da UFC, de modo especialmente cordial ao Prof. Dr.
Odílio Aguiar, que nos apoiou com financiamento de recursos para
a publicação deste livro. Finalmente, o nosso estimado agradecimento à Profa. Dra. Adriana Serrão, da Universidade de Lisboa, e
ao Prof. Dr. Deyve Redyson (UFPB), bem como a nossa profunda
gratidão a todos os professores que colaboram com um artigo,
sem os quais este livro não seria possível.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO . ................................................... 11
1
FEUERBACH E A APOTEOSE DA VIDA
Adriana Veríssimo Serrão . ................................................ 15
1.1
Ler Feuerbach Hoje .................................................... 15
1.2
As Primeiras Formulações: a Encarnação da Razão
na Humanidade ......................................................... 17
1.3
Do Modelo Teórico da Vida à Essência como
Totalidade de Vida . ................................................... 21
1.4
Da Filosofia da Sensibilidade à Filosofia da Vida .............. 26
1.5
Uma Apoteose da Vida .............................................. 30
2
A MAJESTADE DA NATUREZA EM LUDWIG
FEUERBACH
Eduardo F. Chagas . ........................................................37
3
TESIS PROVISIONALES PARA UNA FILOSOFÍA
CON FUTURO. LA ANTROPOLOGIA DE L. FEUERBACH FRENTE AL NIHILISMO
Luis Miguel Arroyo .........................................................67
4
UMA FILOSOFIA PARA O FUTURO: SEMELHANÇAS E DISTÂNCIAS ENTRE FEUERBACH
E NIETZSCHE
Deyve Redyson .............................................................85
5
L´ANIMA E LA SENSIBILITÀ IN LUDWIG FEUERBACH
Francesco Tomasoni ..................................................... 113
5.1
L’Anima Nella Filosofia Tedesca del Settecento ............ 113
5.2
Anima e Spirito Nei Gedanken .................................. 119
5.3
Peculiarità Dell’individuo Sensibile .............................. 122
5.4
Anima e Monade ..................................................... 127
5.5
Il Desiderio e L’Impossibilità ...................................... 130
6
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE MORTE E
IMORTALIDADE EM FEUERBACH
Marcio Gimenes de Paula . ..............................................133
6.1
Introdução .............................................................. 133
6.2
A Figura de Deus nos Pensamentos sobre a Morte
e a Imortalidade ..................................................... 138
6.3
Tempo, Espaço, Vida, Espírito e Consciência nos
Pensamentos sobre a Morte e a Imortalidade ................ 145
6.4
Conclusão . ............................................................. 148
7
DIE BEDEUTUNG VON LUDWIG FEUERBACHS
ETHIK DER LEIBLICHKEIT FÜR DEN NACHMETAPHYSISCHEN DISKURS UM MENSCHENRECHTE
8
Ursula Reitemeyer .......................................................153
SENSIBILIDADE EMANCIPATÓRIA: SCHELLING,
FEUERBACH E MARX A CONTRAPELO DA
TRADIÇÃO
Rosalvo Schulz ............................................................171
8.1
O Dilema e Algumas Pistas de Superação . ................... 171
8.2
A Suspeita de Schelling ............................................ 180
8.3
Feuerbach: em Busca do Corpo Perdido ...................... 185
8.3.1
Confronto com a filosofia desencarnada ................... 185
8.3.2
Primazia do ser em relação ao pensar enquanto
8.4
postura crítica fundamental . .................................. 191
Marx: em Busca da Verdadeira Riqueza ....................... 196
8.4.1
Afirmação da humanidade dos sentidos e o
caráter crítico do trabalho vivo . ............................. 196
8.4.2
Uma nova concepção de riqueza ............................ 201
8.4.3
Desafio: um novo pensamento filosófico .................. 205
9
NI IDEALISTA NI MATERIALISTA, COMUNISTA:
NUEVAMENTE FEUERBACH
Patrícia Carina Dip ........................................................213
9.1
El Cristianismo se Dice de Muchas Maneras .................. 213
9.2
La Destrucción de una Ilisión ..................................... 217
9.3
El Amor es de Por sí Ateo: Feuerbach Crítico
de Kierkegaard ........................................................ 223
9.4
El “Caso Feuerbach” en la Recepción Marxista ............. 229
9.5
Feuerbach Hoy ........................................................ 235
10
FEUERBACH, CRÍTICA DA RELIGIÃO, CRÍTICA
DA MODERNIDADE
José Crisostómo de Souza ...............................................241
10.1
Materialismo/Naturalismo versus
Subjetivismo/Egoísmo, Cristão/Moderno ..................... 244
10.2
Os Predicados Substancializados e o
Essencialismo/Idealismo de Feuerbach ......................... 251
10.3
A Essência Genérica contra o Ceticismo e o
Individualismo Modernos .......................................... 261
11
FEUERBACH Y KIERKEGAARD: HACIA LA
HUMANIZACIÓN DE LO DIVINO
Maria José Binetti . .......................................................271
11.1
Introducción ........................................................... 271
11.2
G. W. F. Hegel: sobre la Superación Efectiva de
las Regiones ............................................................ 272
11.3
L. Feuerbach y la Comunidad de lo Jumano-Divino ....... 279
11.4
S. Kierkegaard y la Singularidad de lo Jumano-Divino .... 284
11.5
Algumas Conclusiones .............................................. 290
12
BIBLIOGRAFIA . .....................................................293
APRESENTAÇÃO
Diversos factores terão concorrido para dissipar a
penumbra que durante décadas envolveu a figura de Ludwig
Feuerbach e ofuscou o seu lugar de direito na história da
filosofia, vindo lentamente a libertá-lo do estigma de pensador negativo, confinado ao papel de fundador do ateísmo
e demolidor da filosofia especulativa.
Ao mesmo tempo, a fun­dação de uma Sociedade
Internacional – a Societas ad Studia de Hominis Condicione
Colenda – Internationale Gesellschaft der Feuerbach-For­
scher – promovendo a realização periódica de encontros,
veio estimular a análise criteriosa dos textos e a discussão de
aspectos menos aten­di­dos da obra. Re­cor­dem-se al­gumas
destas temáticas: a “filosofia do futuro” (Ludwig Feuerbach und die Philosophie der Zukunft, Bielefeld, 1989); a
proposta de uma racionalidade sensível (Sinnlichkeit und
Rationalität, Reisenburg, 1991), a ética da solidariedade
11
.......
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Homem
. . . . . . . . .e
. . Natureza
. . . . . . . . . . em
. . . . .Ludwig
. . . . . . . .Feuerbach
...........
Determinante para a renovação dos estudos feuerbachianos foi a publicação da edição crítica de suas obras
completas, incluindo a correspondência e grande parte
dos inéditos, finalmente acessíveis na versão original. Os
Gesammelte Werke (Berlin, Akademie Verlag, 1967 e ss.)
dirigidos por Werner Schuffenhauer, sob os auspícios da
Aca­de­mia das Ciências de Berlim, apresentam o texto
das primeiras edições, depurado das simplificações e da
sobreposição de variantes que caracterizava a edição dos
seus discípulos e primeiros biógrafos, Wilhelm Bolin e Fried­
rich Jodl (Sämtliche Werke, Bd. I‑X, Stuttgart, 1903‑1911),
expressamente organizada com a intenção de divulgar ao
grande público um Feuerbach “populari­za­do”. Também
os Werke in sechs Bänden (Frank­furt am Main, Suhrkamp,
1976), muito úteis como instrumento de trabalho, são, por
partirem de uma selecção do editor Erich Thies, insu­ficientes
para o conhecimento da produção total de Feuerbach.
(Solidarität oder Egoi­smus, Zurique, 1992), a concepção da
história e da his­to­rio­grafia (L. Feuerbach und die Ge­schichte
der Philosophie, Nápoles, 1994); a releitura de Feuerbach
à luz das novas pro­­ble­má­ticas suscitadas pelo fenômeno
da mundialização (Identität und Pluralität in der globalen
Gesellschaft. Ludwig Feuerbach zum 200. Geburtstag,
Berlin, 2004).
A crescente difusão do pensamento feuerbachiano
far-se-ia sentir também fora do contexto alemão, nomeadamente em am­biente de língua portuguesa, quer através
das traduções de alguns dos principais escritos, quer da
or­ga­nização de dois encontros: Pen­sar Feuerbach. Colóquio
Comemo­rativo dos 150 anos da publicação de “A Essência
do Cristianismo” (1841‑1991) (Lisboa, 1991) e O Homem
Integral. An­tro­po­logia e Utopia em Ludwig Feue­rbach
(Lisboa, 1997).
12
................................................................................................
Apresentação
.......
Estes marcos decisivos na evolução da literatura
feuerbachiana são, por sua vez, já sinal de um interesse
mais fundo. É compreensível que uma época pós-sistemática como a nossa esteja apta a aderir a um estilo de escrita
disperso e multifacetado e mais receptiva a reconhecer a
atualidade do pensamento de Feuerbach, seja no plano
dos princípios de uma filosofia do humano integral, seja
na vertente crítica, que lhe é correlativa, dos pro­cessos
teóricos e reais de de­su­ma­­nização. Assim, os grandes
temas que estruturam a viragem da filosofia operada por
Feuerbach no século XIX, apelando a um filosofar radicado no pulsar efetivo da vida, ou nas teses centrais da sua
antro­pologia concreta, como a invenção do corpo próprio,
a inter­sub­­jectividade, ou a estrutura dialógica da existência,
não emergiram apenas de uma curiosidade erudita, mas
vêm sendo reelaborados, sobretudo por encontrarem eco
na cons­ciência atual.
O Congresso Feuerbach, organizado pela Universidade Federal de Sergipe, que ocorreu em Aracaju, em
junho de 2009, integra-se plenamente neste movimento
de renovação hermenêutica que procura apreender, sem
ideias pré-concebidas, as articulações de uma ampla visão
do mundo. Mantendo-se em aberto outras possíveis abordagens, os estudos que agora se publicam no presente
volume de Atas definem algumas orientações bem definidas
na mais recente investigação.
Uma congrega as explorações da categoria central
de Sinnlichkeit, na dupla vertente antropológica e estética,
reforçando a tese de que a sensibilidade – à falta de melhor
correspondência para a tradução do termo alemão – não
se reduz a uma faculdade humana, mas identifica todo o
‘sensível’ na plenitude de suas manifestações.
Outra linha, que incide na proposta de uma reforma
da filosofia como filosofia para o futuro, é o mesmo que
dizer projeto prático e político para o futuro da Humanidade, em cujo centro se encontra o indivíduo real, de carne e
osso, e as suas relações como ser genérico.
Se por via da psicologia religiosa Feuerbach oferece uma visão do homem como ser uno, mas em iminente
tensão, também a antropologia da sensibilidade, que supera os dua­lismos tra­di­cionais ao fundar-se na ontologia,
não conduz, em contrapartida, à qualquer absolutização
do humano. Os limites colocados por Feuerbach ao antro-
13
.......
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Homem
. . . . . . . . .e
. . Natureza
. . . . . . . . . . em
. . . . .Ludwig
. . . . . . . .Feuerbach
...........
Se a viragem para a existência e a ontologia da sensibilidade não ofe­recem especiais dificuldades de aceitação
pela comunidade filosófica, assumidas que foram por múltiplas cor­rentes posteriores de cariz antimetafísico, sobre a
doutrina feuerbachiana da religião continuam a impender
mal-entendidos que distorcem a intenção de reconduzir a
dimensão objetiva da religião aos mecanismos subjetivos
que lhe dão origem. Uma conexão claramente evidenciada no conjunto de comunicações que lhe são dedicadas,
levando-nos a compreender melhor a tese segundo a qual
na base da atitude religiosa se encontram necessidades
humanas, nomeadamente, o desejo de não morrer, raiz da
ideia de imor­ta­lidade e das configurações do divino.
pocentrismo são evidenciados no quadro da am­bi­valência
entre a defesa da indivisível unidade do ser humano e, ao
mesmo tempo, da condição finita de um ser inteiramente
de­pendente do fundamento da vida. A Natureza, princípio
omipresente ao longo do percurso intelectual de Feuerbach, representa, para a subjetividade concreta e aberta ao
mundo o outro polo da existência integral.
Devemos saudar a iniciativa deste primeiro Congresso sobre Feuerbach no Brasil, pautado pelo rigor científico
e pela participação de reputados especialistas de vários
países. Neste volume, em que alguns leitores poderão
encontrar estímulo para iniciar o contato com Ludwig Feuerbach, outros descobrirão, decerto, importantes motivos
de reflexão.
Adriana Conceiçao Guimaraes Verissimo Serrão
14
................................................................................................
Apresentação
.......
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