Doenças auto imunes - Colégio Dom Feliciano

Propaganda
Componente Curricular: Enfermagem Médica
Profª Mônica I. Wingert
Módulo II
Turma 201E
DOENÇAS AUTOIMUNES
As doenças autoimunes são um tipo de desordem imunológica e sua característica reside no fato da
diminuição da tolerância aos componentes do próprio organismo, devido a uma alteração no processo
de diferenciação de antígenos externos (vírus, bactérias, por exemplo) e os do próprio organismo de
um indivíduo. Esta doença atinge aproximadamente 5% da população do mundo e tem origem na
delicada relação entre fatores externos (ambientais) e fatores intrínsecos do organismo, como
predisposição genética e alterações nos níveis hormonais.
Sabe-se que existem um pouco mais do que 30 doenças auto- imunes, sendo que cada uma possui
sintomas específicos e atacando órgãos distintos, sendo elas:
#Lúpus
#Artrite Reumatoide
#Gota
#Febre Reumática
LUPUS ERITOMATOSO SISTÊMICO (LES)
É uma doença autoimune inflamatória que atinge vários órgãos e sistemas do corpo, Nela, os
anticorpos que deveriam combater doenças, atacam as próprias células do corpo e isso pode trazer
sérias complicações mas apesar disso, quando o indivíduo é devidamente tratado, pode levar uma
vida normal.
Mais comuns em mulheres jovens, tendo início por volta dos 30 anos, com predominância nas raças
negras. A doença pode ser fatal, com um índice de mortalidade de 5%.
O lúpus não é contagioso, pois é uma doença autoimune, isto é, o sistema imune do indivíduo ataca as
células do próprio indivíduo.
Tipos de lúpus- Os diferentes tipos de lúpus são:
Lúpus discoide: Élimitado à pele;
Lúpus sistêmico: Afeta todo o corpo;
Lúpus induzido por medicamentos tais como: corticosteroides, remédios para malária como
cloroquina e anti-inflamatórios em geral.
Tratamento
É feito com medicamentos corticosteroides e imunossupressores e pode ser necessário outros
medicamentos para tratar as doenças associadas.
Os alimentos adequados para quem possui lúpus são os alimentos anti-inflamatórios como:
salmão, atum, bacalhau, arenque, cavalinha, sardinha e truta pois são ricos em ômega 3;
chá verde, alho, aveia, cebola, brócolis, couve-flor e repolho, semente de linhaça, soja, tomate e uva,
pois são antioxidantes;
abacate, laranja azeda, limão, tomate, cebola, cenoura, alface, pepino, nabo, couve, germinados,
beterraba, lentilha pois são alimentos alcalinizantes.
Além disso, recomenda-se investir nos alimentos biológicos, integrais e beber bastante água todos os
dias.
Complicações do lúpus
Mulheres portadoras do lúpus podem engravidar, mas para isso devem seguir corretamente as
recomendações do médico e esperar pelo período de remissão das crises, para então iniciar as
tentativas de engravidar, mas o risco de aborto é alto.
Recomenda-se aos pacientes com lúpus não consumir bebidas alcoólicas, não fumar, não expor-se ao
sol e não tomar anticoncepcionais orais pois podem dar início a uma nova crise da doença.
A prática de atividade física tem-se mostrado benéfica no período entre crises.
Pacientes diagnosticado com Lúpus Eritematoso Sistêmico não podem tomar vacinas que contenham
vírus vivo.
Sinais e sintomas podem variar de pessoa para pessoa e os mais comuns são
 febre; mal estar; perda de peso e de apetite;
inflamação nas articulações;
 glomerulonefrites;
distúrbios gastrointestinais;
pericardite;
convulsões;
 úlceras na boca (aftas); lesões oculares no estágio mais avançado da doença.
 manchas na pele;
 vermelhidão no nariz e no rosto, formando um desenho como asas de borboleta;
 fotossensibilidade; pequenas feridas no nariz;
dificuldade em respirar; taquicardia;
 tosse seca; cefaleia; anemia; edema, alopécia;
pouca urina; ansiedade;
 depressão; doenças hematológicas e sanguíneas;
doenças do aparelho respiratório
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Orientar o paciente para tomar os seguintes cuidados:
 exposição a luz solar; exposição a luz ultra violeta artificial; - infecções;
 traumas; Orientar e supervisionar higiene oral.
 promover alívio da dor articular mediante mudança de decúbito.
 verificar sinais vitais e comunicar qualquer alteração.
 realizar controle de diurese, conforme prescrição médica.
 Pesar o paciente em jejum, diariamente.
 Orientar para que o paciente mantenha as unhas bem cortadas ou cortá-las se necessário.
 Observar a pele e comunicar aparecimento de descamação e/ou prurido.
 Orientar para o paciente não coçar a pele.
ARTRITE REUMATÓIDE
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune que acomete
principalmente articulações sinoviais.
Artrite reumatoide é consequência de uma resposta imunológica a antígenos desconhecidos de origem
interna ou externa. Os estímulos podem ser virais, bacterianos ou mesmo uma alteração na função do
colágeno. Pode haver também uma predisposição genética à doença. É mais frequente entre mulheres
na faixa de 20 a 45 anos.
Causa
A causa é desconhecida ou pode ser desencadeada por processos infecciosos, genes, mudanças
hormonais e fatores ambientais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O quadro clínico é variável, mas em geral pode ser determinado pelo estágio e pela gravidade da
doença.
Os aspectos mais clássicos são:
 dor, calor, rubor, edema e ausência de função articular. Frequentemente é acompanhada de
sinais gerais de febre, emagrecimento, lesões oculares e cardíacas.
 Rigidez matinal, que pode durar horas;
 Caroços firmes de tecido sob a pele em seus braços (nódulos reumatoides);
 Fadiga, febre e perda de peso.
 A palpação das articulações revela tecido esponjoso ou tumefeito.
Em geral, o comprometimento começa nas pequenas articulações das mãos, dos punhos e dos pés. À
medida que a doença progride, são afetados os joelhos, os ombros, o quadril, os cotovelos e a coluna
vertebral.
As manifestações podem regredir ou evoluir em surtos, dando origem a deformidades, à atrofia
muscular e a nódulos subcutâneos.
Cuidados de enfermagem
Utilizar medidas para aliviar a dor, como:
 Analgésicos conforme prescrição;
Massagens;
 Orientar e promover a terapia com calor conforme prescrição médica;
 Usar talas e apoios prescritos para aliviar a dor e os espasmos;
 Estimular o autocuidado e a autoestima. Monitorar as atividades físicas;
 Criar situações para diminuir a fadiga. Evitar que o paciente fique muito tempo deitado;
 Incentivá-lo quanto as fisioterapias e aos exercícios físicos;
 Terapia ocupacional.
GOTA
Gota é um tipo de artrite que ocorre quando o ácido úrico se acumula no sangue e causa inflamação
nas articulações. Trata-se de um distúrbio do metabolismo na formação excreção de ácido úrico,
causando níveis excessivos de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) e aumento de outros líquidos
corporais, incluindo o líquido sinovial.
Há dois tipos diferentes de gota:
Gota aguda: é uma doença dolorosa que normalmente afeta uma articulação.
Gota crônica: consiste em episódios repetidos de dor e inflamação que podem envolver mais de uma
articulação.
Na forma articular, temos a presença de cristais de urato na membrana sinovial, no líquido articular e
na cartilagem (artrite gotosa). Nos rins, os cálculos renais, devido à cristalização e ao depósito de
urato de sódio, aparecem como pontos de brancos no córtex e como estrias na porção medular.
Com o passar do tempo acontece uma artrite crônica e uma tendência à insuficiência renal.
causas
 Ausência do mecanismo enzimático responsável pela excreção do ácido úrico pelos rins.
 Produção excessiva de ácido úrico devido a um defeito enzimático, com isso os rins não
conseguem eliminar.
 Alguns medicamentos diuréticos e o ácido acetilsalicílico podem levar a diminuição renal do
ácido úrico.
Tratamento
 Anti-inflamatórios;
Analgésicos fortes para as dores;
 O especialista poderá prescrever também alguns medicamentos que ajudem a reduzir a dor, o
inchaço e a inflamação;
Corticoides para aliviar a dor;
 O uso diário de alguns remédios também diminui os níveis de ácido úrico no sangue.
O médico poderá prescrever esses medicamentos se o paciente tiver vários ataques durante o mesmo
ano ou se os seus ataques forem muito graves, se o paciente tiver lesões nas articulações e cálculos
renais de ácido úrico.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Na gota a pessoa tem um ataque agudo de artrite na articulação metacarpo-falangiana do hálux e em
outros locais, como joelhos, tornozelos e pés. Ocorre dor intensa na e ao redor da articulação que se
apresenta quente, hiperemiada e sensível. A febre comumente está presente.
Os períodos assintomáticos tendem a diminuir, levando à artrite gotosa crônica e ocorrendo a perda
funcional e incapacitante.
A deposição dos cristais nos rins leva aos sinais e sintomas de insuficiência renal.
Inchaço do dedo grande do pé acompanhado de dor forte pode durar de 3 a 10 dias, e após este
período o paciente volta a levar uma vida normal;
Uma nova crise pode surgir em meses ou anos e comprometer a mesma ou outras articulações;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Manter repouso, principalmente articular.
 Medicar com analgésicos e anti-inflamatórios conforme prescrição médica.
 Orientar quanto à importância da ingestão de dietas com baixa quantidade de purinas, por
exemplo, os alimentos abaixo, que contêm de 0 a 15mg de purina em 100g: legumes, queijo,
ovos, frutas, leite e cereais.
 Adequar e estimular alguma terapia ocupacional.
 Evitar que o paciente coma frutos do mar, miúdos, excesso de carne vermelha;
 Manter o uso dos medicamentos conforme prescrição médica;
 Estimular a autoimagem, pois o paciente se sente impossibilitado;
 Manter repouso;
Estimular terapia ocupacional;
Orientar fisioterapia;
 Orientar para que o paciente beba bastante líquido;
 Recomendar e reforçar a questão da dieta em purinas
 Estimular a autoimagem, já que o indivíduo se vê incapacitado e com a imagem física
prejudicada devido ao processo inflamatório das articulações.
 Estimular um aumento de ingestão de líquidos para reduzir os riscos de cálculos renais.
 Orientar quanto à necessidade de atividades físicas apropriadas.
 Recomendar e reforçar a importância da dieta pobre em purinas.
FEBRE REUMÁTICA
A Febre reumática é uma doença inflamatória grave, que surge como complicação de uma amigdalite
bacteriana, e acomete, preferencialmente, os tecidos articulares, cardíacos, neurológicos e cutâneos.
A doença pode causar graves sequelas cardíacas, que são inclusive, as maiores responsáveis pelos
altos índices de mortalidade da doença. A inflamação gerada pela doença pode destruir as válvulas do
coração.
A Febre reumática é provavelmente uma reação de sensibilidade causada pelos estreptococos. Quanto
mais ocorrem infecções estreptocócicas mais lesões cardíacas podem ocorrer. A Febre Reumática é
considerada uma doença autoimune.
O grupo de pessoas mais atingido são as crianças acima de 3 anos
e os adolescentes.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Febre alta; Dor de garganta intensa; Gânglios no pescoço; Placas de pus nas amígdalas;
Quando os casos evoluem, aparecem esses sintomas:
 Dores e inchaços nas juntas (joelhos, cotovelos e tornozelos), que começam geralmente após
duas semanas após uma amigdalite;
 Nódulos subcutâneos; Eritema (erupção cutânea irregular, delicada e de linhas vermelhas, no
tronco e extremidades);
 Poliartrite (articulações quentes e edemaciadas);
 Volta da febre;
Dificuldade para andar devido as dores nos joelhos e tornozelos;
 A comprovação de uma infecção recente por estreptococos e as manifestações são a base para
o diagnóstico.

Quando atinge o coração, podem ocorrer os seguintes sintomas:
 Palpitações cardíacas, associadas à falta de ar.
 Cansaço constante.
 Frêmito; murmúrio sistólico mitral; murmúrio diastólico aórtico.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Manter o paciente em repouso absoluto, na fase aguda da doença.
 Prestar todos os cuidados de higiene no leito.
 Manter o paciente aquecido.
 Promover e estimular terapias ocupacionais conforme aceitação.
 Administrar antipiréticos prescritos, quando for necessário;
 Antibioticoterapia prescrita;
 Monitorar os sinais vitais;
Monitorar a temperatura regularmente;
Repouso no leito é recomendado durante o período agudo;
 Administrar tranquilizantes prescritos, quando for necessário;
 Administrar sedativos prescritos, quando for necessário;
 Ficar atento a sinais e sintomas de intolerância gástrica;
 Dietoterápica prescrita;
Ficar atento aos efeitos colaterais dos corticoides;
 No caso de lesões cardíacas, o tratamento deve ser administrado dependendo do grau da lesão
cardíaca ou da insuficiência cardíaca.
 Orientar quanto à importância e supervisionar a fisioterapia, inclusive respiratória.
 Medicar de acordo com os sinais e sintomas conforme prescrição médica.
Download